Reportagem: César Augusto
José Vilmar Rodrigues da Silva, Nascido em
21.08.1934, em Floriano-PI, portanto com os seus 71 anos de idade, com toda
simplicidade que lhe é característica, com a falência da visão (desde 1979),
mas com um coração grande para o futebol, Professor Vilmar (nome a ele
atribuído pelo Professor Carlos Said – o Magrão de Aço – da Rádio Pioneira de
Teresina), conta-nos a sua história no futebol profissional do Maranhão e do
Piauí.
Em 1949-1950, Professor Vilmar, apoiado e
incentivado por sua mãe D. Teodora, fundou o Ferroviário de Floriano,
juntamente com Clovis Ramos, Adalto perna de gato, Nelson Oliveira, Merval
Lúcio, Deusdete Macarrão, entre outros. Em 1953, a partir de um olhar e
descoberta do Deputado Estadual-MA Temístocles Teixeira, foi atuar no Vitória do
Mar (de São Luiz-MA), atuando na posição que lhe destacava com suas belas
jogadas de Meio-esquerda.
Depois atuou no Moto Clube, ficando até 1956.
Voltando a Floriano, ficou no Ferroviário até 1960. No mesmo ano voltou para
São Luiz – MA, para uma nova atuação no Vitória do Mar. “Esta foi a minha
melhor fase”, diz o Professor Vilmar. Em dezembro de 1960, foi contratado pelo
RIVER de Teresina.
Professor Vilmar (com apenas com 49 Kg) lembra
alguns nomes da formação do RIVER nesta época: Antonio Luiz, Cachambú, Astolfo,
Marcos, Ventura, Murilo, Quincas, Dos Santos, Fortaleza, Diderô, Tomé etc. Em
1961, disputando o Campeonato Piauiense de 1960, consegue o seu 1º título de
Campeão Piauiense pelo RIVER, justamente contra o adversário mais ferrenho
Flamengo de Teresina de: Raimundo Manga, Joel, Maneca, Matintin, Zé do Braga,
Paulinho, Maçarico, Zé Carneiro, entre outros. Em 1962, novamente sagrou-se
campeão novamente contra o Flamengo e em 1963, de novo campeão, desta feita na
disputa contra o Caiçara (de Campo Maior).
Segundo o Professor Vilmar esta foi a partida
que mais marcou a sua carreira no futebol. Em 1964 e 1965, perdeu o título para
o Flamengo. Em 1966, o RIVER foi desclassificado pelo Ferroviário de Floriano,
composto por: Bagana, Antonio Ulisses, Pompéia, Pepeto, Valdimir, Valdivino,
Reginaldo, Sadica etc. Perguntado sobre o gol mais bonito da sua carreira,
Professor Valmir, com toda simplicidade diz: “Os meus gols todos eram bonitos”.
Contudo destaca que na partida entre o Vitória
do Mar contra o Maranhão, atuando como meia direita, driblando dois
adversários: Pirú Branco e Pirú Preto, era madeira de dá em doido, chutou uma
“bomba”, pegou na veia, a bola bateu na trave, voltou, matou novamente no peito
e fez o que ele considera o seu mais belo gol, estufando a rede do adversário.
Professor Vilmar permaneceu no River até 1969, depois ficou mais 6 meses no
Auto Esporte e em 1970, retornou para Floriano.
Profª Vilmar, você lembra de algum lance
espetacular que a torcida riverina jamais esquece? Lembro, respondeu ele, foi
uma jogada de corpo sem querer, parecida com uma jogada do Mané Garrincha,
aquela que ele deixa a bola e o adversário sai atrás dele, só que a minha
jogada, eu esqueci mesmo da bola e o adversário ficou perdido, foi bonito o
lance, foi uma zueira total da torcida riverina. Muito amigo e conhecido do
Garrincha, um prego na chuteira, Professor Vilmar lembra que certa vez
Garrincha perguntou a ele: “O futebol foi muito ingrato pra você?”.
O Professor Vilmar respondeu: “Não! Eu foi que
fui ingrato para o futebol, pois ele me deu todas as oportunidades e eu não
soube aproveitar”. À nossa reportagem ele acrescentou: “O jogador tem que ter a
cabeça no lugar, pois a vaidade e o assédio são demais”
Participaram do encontro:
. César Augusto: colaborador do O DIA
. Francisco Inácio (TIM) – redator
. Galdino Oliveira: Ex-presidente do Corisabbá
(O visita constantemente).
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