12/30/2019

Retratos de Floriano

Tiberio Nunes e amigos
Dentro do contexto romântico da política florianense, conseguimos esta ( foto ) do fundo do baú, editada no livro de memórias de dona Yeda Nunes, com o nosso saudoso prefeito doutor Tibério Barbosa Nunes ao lado de correligionários.

Observamos, ainda, da esquerda para a direita, Francisco Borges ( da rua do Amarante ), os empresários Edmundo Gonçalves, Bonasser, Pedro Attem ( Atemal ) e o senhor Ramos num descontraído bate - papo no Floriano Clube.

Hoje, há uma certa escassez de líderes políticos em Floriano, mas ainda acreditamos numa reviravolta e, de repente, quem sabe, teremos de novo alguém aí se destacando para fazer a diferença.

Vamos ter que aguardar, por enquanto, mas por muito tempo ( ? ).


12/29/2019

Dispersão Poética



É preciso, poeta, seguir nesse barco; ainda há peixes pras tuas comunhões; partilhas essas interseções; pra o teu verde fervilhar sonhos em muitos corações.

12/28/2019

Retratos da Cidade

A Praça

Ainda sondamos, com saudades, dos passeios, dos arvoredos, dos bambuais, do bar Sertã, do coreto e dos contornos da praça doutor Sebastião Martins, que hoje encontra-se transformada num objeto de desejo dos tempos modernos.


Não sentamos mais nos bancos para jogar conversa fora, não há mais a poesia de outrora e nem aquela cervejinha saborosa; não há mais os mesmos jardins; há, apenas, detalhes estranhos que se cruzam no vai e vem dos transeuntes da cidade.

Estou com febre. A poesia, agora, é outra. O Clube do Rum não existe mais e os Malandros não botam o seu bloco na rua. Os incautos tomam de conta das novas tendências.

Não sei se serei mais feliz.

12/27/2019

Retratos de Carnavais


BLOCO TIETE DO SAMBA – MAIOR BLOCO DE RUA DO PIAUÍ!

PRESIDENTE: José Luis Lopes Lima
Fundação: novembro/1985 – Ensaios: Clube 21 de Março

PADRINHO: Emídio Nonato

BATERIA: Com 80 componentes

COLABORADORES: José Luis, Emídio Nonato, Joaquim Ferreira, Profº Luna, Gonzaga, Raimundinho, Luis Carlos, Júlio César Araújo, Jair Marques, Ivana de Chico de Patrício, Veloso da Eletromóveis, Carlinhos, Dorival...

Desenhista das camisas e slogans: Expedito Júnior – In Memorian.

Compositores: João Raimundo, Hélio Ferreira

Idéia foi para resgatar o carnaval de rua e Floriano, o carnaval na época estava meio pra baixo. Saia da Praça do Estadual às 15:00, rua Assad Kalume, rua Gabriel Zarur, Av. Bucar Neto,  Rua do Amarante, até o Bar Fundo de Quintal, de Afonsinho e Gilza. Ficava esperando a hora de desfilar na Avenida Getúlio Vargas. Um detalhe o Bloco Tiete do Samba, solicitava ao prefeito para sair em 1º lugar, assim chamaria  atenção da população para facilitar o resgate do carnaval que passava por momento de decadência.

1985 - Primeira música que o bloco saiu: da Banda Chiclete com Banana, nome da música, “TIETE DO CHICLETE”
“Oh! maluquete, de quem você é TIETE?”
A partir de 1986, todas as músicas foram compostas pelos participantes: João Raimundo, Hélio Ferreira e outros compositores  do bloco.
O  Bloco Tiete do Samba, foi considerado o maior do Piauí, por sair com mais 1.000 integrantes, todos eram padronizados, com o mesmo uniforme, camiseta e bermuda.
Sai sempre com um lema “SOS CAIS”, pois o cais estava  se acabando aos poucos, e com esse alerta, chamou atenção das autoridades.

Primeira manifestação dos “Caras Pintadas” foram os integrantes do Bloco Tiete do Samba, com o seguinte  tema:  “A FARSA DA NOVA REPÚBLICA”, com a música: “Quem, Colou se Melou”.

O Símbolo do bloco era um Olho chorando!
PRIMEIRO BLOCO A APRESENTAR UM CASA DE BONECOS, DE 8 METROS, CUJO PADRINHO ERA JOAQUIM FERREIRA!
O Bloco Tiete também foi o maior responsável pela recuperação do movimento do carnaval da Beira  Rio.

Inclusive vários tietistas sairam do bloco e fundaram vários blocos alternativos.
1992, foi a última apresentação do bloco Tiete do Samba, e o maior motivo da não continuação foi a morte prematura do integrante Expedito Júnior, que faleceu estava apenas 27 anos, além de participar ativamente, era o criador das dos desenhos das camisetas, lemas, slogan, etc. uma das cabeças pensante!

Floriano(PI), 27 de dezembro de 2019

Pesquisa: Adm.: César Augusto de Antônio Sobrinho

12/26/2019

Dispersão Poética


A solução, poeta, é o coração; esse amor que carregas; nada de velas acesas; mas esse terço, essa comunhão e partilha que rezas.

12/25/2019

Retratos De Floriano


Do fundo do baú uma raríssima imagem da nossa querida avenida Eurípedes de Aguiar na altura do cruzamento da rua Padre Uchoa.

À esquerda, na esquina, hoje funciona o Centro Cultural da família de Christino Castro. Observamos, ainda, a preocupação dos gestores da época com relação aos nossos arveredos no tocante ao clima da cidade.

Lamentavelmente, com o advento da tecnologia em todos os sentidos dos dias de hoje, Floriano também processa essas mudanças radicais.

O asfalto, necessariamente, é uma questão de ordem, mas o clima torna-se cada vez mais quente.

O nosso rio Parnaiba alivia o calor, mas com a sua degradação, a situação tende a puiorar, se não tomarmos as medidas cabíveis.

Os nossos gestores atuais têm a obrigação de buscar alternativas no sentido recuperar o tempo perdido e apresentar soluções rápidas e ululantes.

Floriano precisa respirar um ar de moço bom, temos recursos para isso, mas cabe à sociedade e a quem está na linha de frente dos que comandam a cidade, o de reivindicar junto aos órgão federais e estaduais, os recursos a que temos direito.

Carnavais de Floriano



Segundo o nosso amigo Teodoro, a foliã que está com o estandarte nas mãos é a Eleonora Demes do blocos Os Malandros na frente ao antigo bar São Pedro ao lado do outro bar, antigo Carnaúba na praça doutor Sebastião Martins no ano de 1966.

Eleonora tinha, à época, 17 anos de idade e gostava bastante de pular o carnaval com o estandarte do bloco Os Malandros.

Estamos longe de reviver essa fase efervescente do nosso carnaval em sua época de ouro. De qualquer forma, essas lembranças nos servem para matar a saudade.

O carnaval de hoje está consolidado, moderno e voltados para uma febre de consumo sem limites. Os grandes desfiles, hoje, são espetáculos para despertar turístas e incautos.

12/22/2019

Dispersão Poética


Tua família, poeta, é o teu aconchego; canto doce de toda tua harpa; aquilo que vem e que passa; nessa trilha justa de tuas taças.

12/19/2019

Retratos do nosso futebol

MOCÓ - ANTES E DEPOIS


Rilmar Barbosa, mais conhecido como o grande jogador Mocó, que começou, timidamente, a engatinhar para o futebol florianense no início dos anos setenta.

Esse rapaz era bom de bola, tanto que com o tempo foi jogar em Teresina, depois no Pará. Era estilista, rápido e de dribles desconcertantes, que deixava os adversários totalmente apavorados.

Começara no futebol de salão, ganhando vários torneios em Floriano; passou a jogar no Grêmio de Galdino e, assim, Mocó foi ganhando fama e prestígio.

À época, se houvessem os incentivos necessários, a esta altura, com certeza, ele estaria na seleção brasileira, mas, lamentavelmente, os nossos dirigentes não souberam tanto seguir os rumos do futebol moderno.

Hoje, Mocó é funcionário da Agespisa em Floriano, mas ainda arrisca algumas peladas no final de semana, abafando junto à velha guarda de nosso futebol

12/18/2019

RETRATOS DE FLORIANO

O TEMPO NÃO PÁRA

O tempo não pára, mas nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam, não.

E, de repente, não conseguimos mais apagar aquele momento lírico que ficou em nossa memória. O presente é natural e transitório; e o futuro, ainda, é obscuro.


No entanto, os nossos sonhos continuam na mesma direção de nossas utopias. Seguiremos cavalgando por essas trilhas que ainda existem para exaltar os nossos brasões.

O detalhe é que podemos eternizar esses momentos que revolucionaram e que podemos ( re ) transmitir a qualquer tempo, no sentido de construir uma geração nova com a mesma postura firme e cheia de atitudes que proporcionem um avanço em nossa cultura.

12/17/2019

RETRATOS DE FLORIANO

DE VOLTA PARA O PASSADO


Foto arquivo M. Guimarães

Ah, quanta saudade daquela antiga praça, das fontes luminosas, dos bambuais e dos seus arvoredos em sua volta, e da velha Sertã, do seu sobe e desce.

O bar Carnaúba e o bar São Pedro, também era ponto de encontro de amigos e saudosistas, onde reinava um bom papo.

A gurizada, também, desfrutando naquele corre, corre sem fim, dos balacondês e brincando de pega, e os enamorados circulando em braços dados.

"A mesma praça, aquele banco, as mesmas flores do mesmo jardim; tudo é igual, mas estou triste, porque não tenho ( mais ) você perto de mim", diz a canção.

São lembranças para afastar a melancolia e um referencial para suportar essas desilusões descabidas.

12/16/2019

Retratos de Floriano

No tempo das calçadas
Fuçando baú da família, o nosso irmão Tibério Melo deu o diagnóstico completo dessa preciosidade fotográfica do final dos anos de 1950, ali na rua José Coriolano, quando a vida transcorria de maneira lúdica.

Mamãe, Ubaldo, papai, tia Sinhá (mãe da tia Inhá), casal tio Lili e tia Joana (nessa época o tio Lili estava fazendo uma turnê visitando os parentes). Ele teria achado uma pedra preciosa de 17 quilos, sobre a qual teria ganho um bom dinheiro. Não sabemos que tipo de pedra teria sido.

Sentados no sofá o Dácio, o Tibério e o Divaldo. Sentados na calçada a vovó Serva e o Djalma.

E lá se vão uns bons anos. O tempo se renova a cada instante.

Retratos do nosso futebol



HOMENAGEM AO GOLEIRAÇO DO CORISABBÁ  ÁLVARO 

Álvaro Alexandre da Silva, nasceu em Campina Grande-PB em 30.03.1971, casado com a Sra. Jacira Maria Lima, agradecem pelos filhos que Deus os deu: Walkyson Ellery, Anália Priscilla e Douglas Fernando, funcionário Municipal, no estádio Tiberão onde foi Campeão Piauiense de Futebol de 1995 pelo Corisabbá.

Num papo descontraído com Álvaro, foi surgindo perguntas e respostas interessantes.

- Como você chegou ao time Corisabbá?

- Foi através do Arrudá Bucar, torcedor fanático do Ceará, e nos conhecemos em Fortaleza-CE.

- Como foi o convite para você jogar no Corisabbá?

- O início da minha carreira foi no Campinense, depois no América até chegar ao Ceará Sporting. Fiquei parado por um tempo, e voltei para Campina Grande-PB, quando fui contatado pelo Arrudá, me convidando para jogar em Floriano-PI, topei na hora, isso aconteceu em 1992, quando cheguei fiquei maravilhado com a cidade e com a organização da diretoria, com planejamento para ser campeão.

- Qual a formação do Corisabbá que você mais gostou de participar?

- Corisabbá de 1995, time entrosado e comprometido: Álvaro, Dênis, Carlos Silva, Dilvan, Júlio César, Andrade, Filinho, Valdo, Walberto, Bitonho e Fabinho.

- Você recorda de algum fato pitoresco do timaço Corisabbá?

- Rapazzzz o Corisabbá jogou sete vezes com o Caíçara de Campo Maior, e ganhamos todas, taca muita.

- Quais outros times que você jogou?

- Joguei nos times: Parnaíba, Oeiras, River, Moto Clube, Tocantinópolis, mas a minha grande paixão é o Corisabbá.

- Você se adaptou bem em Floriano?

- Amigo tem um ditado que diz: “Quem bebe da água do Rio Parnaíba, jamais esquece”, e, aconteceu comigo, fui mergulhar nas águas do Parnaíba, pisei num buraco, quase morri afogado, não só bebi água como entrou por todos os lados.

Pesquisa:
Adm.: César Augusto de Antonio Sobrinho
Floriano, 13 de dezembro de 2019.

RETRATOS DE FLORIANO


Amo todas as mulheres 1936
Primeiro filme exibido no Cine Natal

O PASSEIO EM FRENTE AO CINE NATAL

Colaboração – Nelson Oliveira


O título dessa página foi uma prática adotada durante muitas décadas, sempre aos domingos, a partir das sete horas da noite.

O Cine Natal (foto dos anos de 1940) exibia diariamente, em duas sessões, uma às 18 horas e a outra às 20 horas; e aos domingos às 19 horas, costumeiramente, era iniciado o referido passeio protagonizado pelas senhoritas da época, da elite, e consistia de inúmeras pessoas de braços dados, percorriam o espaço compreendido entre a esquina com a rua Fernando Marques, até onde esteve funcionando, por muitas décadas, o Supermercado Triunfo e atualmente está estabelecido o AVISTÃO, especialista na comercialização de calçados, num movimento constante, na mais perfeita ordem, onde, durante o dito movimento, elas conversavam entre si, abordando diversos assuntos relativos a cada qual.

Às 20 horas e 30 minutos, momento da segunda sessão do cinema, o movimento enfraquecia e, às 21 horas, já tinha se extinguido o referido movimento naquele palco que era constituído de uma ampla calçada de mais ou menos cinco metros de largura delicadamente mozaicada pelo proprietário do cinema, o senhor Bento Leão.

Enquanto as belas senhoritas daquele tempo desfilavam, os pretensos e os namorados, os primeiros, através de flertes ( o olhar ) com os já namorados, permaneciam à beira da calçada, esperando as conquistas do momento e das já conquistadas.

Alguns, na hora da segunda sessão do cinema, ingressavam no local para se deleitarem dos bons filmes da época e os demais, que já tinham conquistados alguém, saíam em busca da casa da nova conquista.

Aquele local foi sem dúvida nenhuma responsável por muitos romances que resultaram em felizes casamentos, que apesar da tão falada modernidade pregada por alguns, ainda persistem em nossa sociedade, com netos e filhos e até bisnetos, numa demonstração de que o amor, em todos os tempos, é o mesmo com a diferença de que existiu o respeito recíproco entre o homem e a mulher, atributos aqueles que atingiam quem vinham depois; infelizmente, hoje, isso não ocorrem nossa sociedade, onde se constata inversão de valores com a roda grande querendo passar por dentro da pequena e se isso acontecer, certamente, veremos Sodoma e Gomorra renascer.

Felemos também da outra classe social, que se reunia na calçada defronte. Ali onde é a sede da 5ª Região Fiscal, também havia ajuntamento por volta dos anos de 1950, de pessoas da classe operária, sem contudo o clássico passeio.

No prédio citado, existia a Confeitaria São Jorge de propriedade do senhor Abdias Pereira, que naquele tempo desempenhava o papel das hoje lanchonetes, servindo todo tipo de merenda e alguns tipos de bebidas. Aos domingos com excelente frequência até às nove horas da noite, logo após o início da sessão de cinema com todos retornando às suas casas ou se dirigindo para outro local de diversão.

Se não me falha a memória, na gestão do prefeito Francisco Antão Reis, na década de 1960 houve melhoramento na praça doutor Sebastião Martins, visando a transferência para aquele logradouro, daquele movimento em frente ao Cine Natal, que na verdade se iniciou, entretanto, daquele movimento nunca com entusiasmo que havia no primeiro e que por isso teve efêmera duração, apesar da modernidade da praça, onde existia até uma fonte luminosa e de maior espaço.

Mas é assim, o povo é que é o dono da verdade.

12/12/2019

Reunião entre o prefeito Joel Rodrigues e COEF define o formato do Carnaval 2020


O carnaval da Princesa do Sul reúne milhares de foliões todos os anos e é considerado uma grande atração turística, que gera incentivo e impulsiona a economia da região. Na manhã desta quarta-feira (11), o prefeito Joel Rodrigues se reuniu com a Comissão de Eventos de Floriano – COEF, presidida pelo vice-prefeito Antônio Reis, visando traçar as estratégias para a realização do Carnaval 2020. Durante a reunião, a equipe discutiu o formato dessa grande festa e definiu a data de lançamento, que ocorrerá no dia 25 de janeiro de 2019.
Carnaval 2020

Este ano, o carnaval será realizado de 22 a 25 de fevereiro. Ficou definido que o carnaval da Princesa do Sul será composto de quatro noites, que vão de sábado até a terça-feira, não mais iniciando na sexta, cuja animação ficará por conta do Bloco das Virgens e blocos privados. Serão dois arrastões, o primeiro no sábado e o segundo na segunda-feira, além do arrastão dos paredões que está previsto para o domingo. Na terça de carnaval, permanecerá o desfile na Avenida Getúlio Vargas e haverá banda no Cais, com atração local.

Nesta primeira reunião, a Prefeitura de Floriano decidiu manter a tradição e o incentivo financeiro para as escolas de samba, que podem se preparar e aguardar a divulgação do edital de participação no dia 18 de janeiro. Os profissionais liberais que trabalham com barracas nos dias do evento poderão ter acesso ao edital que será divulgado no dia 27 de janeiro. Em breve, toda a programação de bandas do evento será divulgada.

Diante das grandes dificuldades financeiras pelas quais passam os municípios brasileiros, não diferente do que vive Floriano, o prefeito Joel juntamente com sua equipe, decidiu que não será possível promover a Festa de Réveillon, tendo em vista a proximidade do Carnaval de Floriano. “Consideramos que o nosso carnaval é o maior evento popular de Floriano, gerador de emprego e renda para a população e arrecadação municipal e que eleva o nome de Floriano, como cidade turística”, disse o gestor. (Fonte: SECOM).

12/11/2019

Retratos de Floriano

Rua Silva Jardim

Rua do Pau-não-Cessa


Rua silva Jardim. Essa rua tem o nome do jornalista e propagandista das idéias republicanas Antonio Silva Jardim Ele era do Rio de Janeiro e nasceu em 1863. Era uma figura um tanto antipatizada pela sua maneira de fazer a propaganda da República. Morreu em 1891, quando visitava o vulcão Vesúvel na Itália, e caiu numa fenda dentro do vulcão, no momento em que o Vesúvel estava em erupção.

Essa rua, contudo, em tempos antigos - 1920 - era chamada de rua do Pau não Cessa, nome que conservou até poucos anos.
Rua do Pau-não-Cessa
Ainda hoje os mais velhos a chamam por esse nome. Essa rua foi, por décadas,, a zona do baixo meretrício. Ali a prostituição teve seu auge em Floriano.

Embora fosse uma rua cheia de qintas, nos anos vinte, ela tinha algumas construções,, como a casa de Reinaldo Meneses, o velho Cansansão, a casa do Rogério, famoso bar e casa de cômodos para mulheres, a boite Casa Amarela e o bar da Joana Preta.

Por que o nome rua do Pau-nao-Cessa::? Ali se reuniam com a grande movimentação de vapores em Floriano, os marinheiros ou embarcadiços ou os "porcos d´água" como pejorativamente eram chamados os que trabalhavam em vapores e barcas.

Quando eles chegaram a Floriano iam beber e farrear naquele local e entravam em conflito com a polícia local. Apanhavam dela mas também aplicavam surras nos policiais e aí ficavva estabelecido o conflito ou essa pequena guerra.

Todo dia era assim: o pau cantava e os boêmios caiam na taca. O pau não cessava nas costas dos marinheiros. Daí começaram a chamar a rua de rua do Pau-não-Cessa.

Essa é a versão corrente, contada por pessoas que viveram naquela época e conheceram de perto aquela zona de cabarés.

Hoje o tempo passou, muitas casas já caíram e a rua pouco a pouco foi se transformando em rua de comércios.

A boemia acabou e o pau já não quebra como antigamente,

Fonte Flagrantes de uma cidade 1997

12/09/2019

Resenhas do nosso futebol

RAIMUNDO BAGANA

PALMEIRAS DE BUCAR 1966 no Estádio Mário Bezerra. De pé: Reginaldo, Sádica, Antonio Luis Bolo Doce, Bitonho, Perereca e Osmar; Agachados: Zilmar, Carlos Pechicha, Bagana, Bucar, Antonio Guarda, Brahim e Petrônio.

BAGANA - ARREPIA, ANTONIO GUARDA! JÁ BATI!


- Como surgiu esse apelido tão interessante?


- Moço, era fumaça demais, não podia vê uma bituca, cigarro, era impressionante!

Raimundo Nonato de Sousa, “Bagana”, nasceu em 16 de outubro de 1942 na rua Hermano Brandão, 64 anos, casado com Dona Maria Helena Sousa, suas filhas, seu encanto! Fala orgulhoso: "consegui forma-las, todas": Célia Regina, pedagoga; Rosa Régia, enfermeira; Flávia Regina, Psicóloga do Detran; e Patrícia Régia, enfermeira; os(as) netos(as): Isabel Cristina, Hildener Carvalho, Laura Helena, Flávio Júnior, Vitória Régia, Bárbara Letícia e Marcos Vinicius. Raimundo Bagana, com 8 anos, já batia um bolão na zaga nos campos do Odorico, Campo do Artista...

- Você continua participando dos eventos esportivos de Floriano?

- Sim, sou comentarista esportivo na Rádio Difusora de Floriano.


- Quais os times que você jogou?


- América de Demerval (Cascalho), Ferroviário, Palmeiras, Comércio e Grêmio.


- E o time que você mais gostou de jogar?


- Sinceramente, era o Palmeiras, principalmente o de 1966.


- Você lembra a formação do time do Palmeiras?


- Fácil, fácil: Bucar, Brahim (Reginaldo), Bagana, Antonio Guarda e Carlos Pechincha (jogador marcado por ele, sofria, era um carrapato, osso seco); Zilmar e Bitonho; Reginaldo, Sádica (tive sorte, só joguei do lado dele!), Antonio Luis Bolo Doce (tive mais sorte ainda, esse matava qualquer um!) e Perereca. Jogavam ainda: Petrônio e Osmar.


- Como era o comportamento da torcida do palmeiras?


- Vibrante, não perdia os jogos, estavam sempre do nosso lado, e uma coisa interessante, tinha uns torcedores, que no momento lembro de dois, eram fanáticos: Alcides (Del Bueno) e Cabo Salim, quando o Palmeira ia entrar em campo, eles gritavam! “LÁ VEM OS PIRIQUITOS”, homenagem as camisas verde do time, era um barato, demais!


- Qual o time que vocês tinham com rival?

A resposta foi na ponta da chuteira, com trava!


- Foi o ferroviário, a gente sentia prazer de ganhar deles, era como se fosse um título!


- Teve algum atacante que você tinha dificuldade marcar?


- Bom, como só joguei sempre do lado de Sádica e Antonio Luis Bolo doce, me considero um zagueiro de sorte, pois a dupla desequilibrava, desestruturava qualquer esquema de jogo! Mas Jolimar, irmão de Parnaibano, era difícil, ele escondia a bola, rapaz, quando lembro, me deu muito trabalho danado! Os zagueiros sofriam com ele!

- Bagana e Antonio Guarda eram uma dupla de zagueiros respeitados, e com relação a frase que existe por aí: “UM BATIA, OUTRO ARREPIAVA”, é mito ou é verdade?


- Meu amigo, era verdade, mas era só na bola, as vezes escorregava!


Caramba! É verdade!

Fonte: César de Antonio Sobrinho

12/06/2019

RETRATOS


Em 1936 existia, em Floriano, o Instituto Santa Teresinha, sob orientação do professor Zezinho Vasconcelos. Nos anos de 1938, o então promotor público e inesquecível doutor Manoel Sobral Neto - educador de gerações - comprou o citado instituto e nos anos quarenta criou, então, com o nome de Ginásio Santa Teresinha, o curso ginasial de Floriano.

Essa escola formou, com sua disciplina espçartana e seu ensino de alto nível, centenas de jovens de Floriano e de toda a região do sul do Piauí e Maranhão.

Ficou famosa a expressão " fulano de tal estudou no Santa Teresinha... " Esse educandário fazia uma educação voltada para a formação intelectual do aluno sem esquecer, contudo, a formação moral e artística.

Quantos não se lembram do professor de francês doutor Teodoro Sobral, do professor de latim padre Pedro, da inesqucível Moema Frejat e Quelita Frejat, da professora de artes aplicadas Raimunda Carvalho, Maria Hermínia Rocha e tantos outros.

Mais tarde, o ginásio, com a ida do doutor Sobral Neto para Brasília, ele foi vendido para a professora Adélia Waquim, Ivan Carneiro, Padre Almeida e assim ficou muitos anos. Esta escola de formação foi uma das páginas de ouro de Floriano.

Seu nome está gravado em ouro no coração de Floriano: " vem santinha, iluminar nossa esperança / Teresinha, lá do céu junto ao trono de Deus... " Esse era o estribilho do seu hino, que ainda hoje emociona. Vale a pena sentir saudade dessa escola.


Fonte: flagrantes de uma cidade / Luiz Paulo Lopes

Histórias do nosso futebol

Quinteto fantástico
Quinteto Fantástico

Dentro do contexto romântico do desporto florianense, ainda nos anos de 1970 brilhava diversas atividades desportivas, como a Semana do Esporte, as Regatas de Julho, as maratonas, o futebol e voleibol feminino e outras atividades que rolavam pela periferia da cidade.

Havia uma certa empatia dos dirigentes e a sociedade com toda essa demanda, gestores, colaboradores e, inclusive, oficinas de recursos humanos desenvolvidos pelo Movimento de Educação de Base (MEB), que despertavam o interesse da juventude no prosseguimento de sua educação para a vida.

Como exemplo, citamos a foto acima com esse quinteto acima |(foto), mostrando a sua colaboração dentro do futebol amador local. Pela ordem, o Toinho, Loiola, Eloneide, Marquinhos e Zé Bruno aguardavam mais uma rodada do campeonato florianense daquele período romântico nos anos de 1970.

Atualmente, não temos mais o brilho de antigamente. O processo de consumo da produção de massa tem atrapalhado a nossa cultura. Se cultiva muitas "porcarias" que têm afastado a nossa juventude dos bons costumes, mas ainda acreditamos numa nova revolução.

Quem viver, verá.

Joel Rodrigues realiza visita ao Residencial Alto da Cruz

Residencial Alto da Cruz
Na véspera do tão esperado sorteio do Programa Minha Casa Minha Vida, o prefeito Joel Rodrigues realizou, na tarde desta quinta-feira (5), uma visita ao mais novo conjunto habitacional de Floriano: o Residencial Alto da Cruz, que beneficiará 499 famílias florianenses. 

Na companhia do vice-prefeito, Antônio Reis; secretários municipais e membros do Conselho de Habitação, Joel Rodrigues verificou os últimos detalhes para conclusão da obra. "Todas as residências já estão prontas. Estamos mobilizando apenas os últimos ajustes para implementação da iluminação pública".

O sorteio das casas acontece amanhã (6), a partir das 9h no Comércio Esporte Clube, através da Caixa Econômica Federal, que utilizará um sistema randômico automatizado. Os inscritos podem comparecer ao local ou acompanhar a transmissão ao vivo pelo Instagram ou Facebook da Prefeitura de Floriano. Mesmo que não estejam presentes, os contemplados serão comunicados oficialmente. (ASCOM).

12/05/2019

2a Esposição de Numismática e Filatelia de Floriano


Acontecerá nos salões da Fundação Floriano Clube, na rua São Pedro, no dia 14 de dezembro próximo, a 2a. Exposição de Numismática e Filatelia de Floriano, evento este que tem a realização da Fundação acima, com a coordenação do seu Presidente Teodoro Sobral e a curadoria do professor Ângelo Saraiva.

Cédulas, moedas e selos antigos nacionais e estrangeiros serão mostrados durante a exposição aos apreciadores e visitantes.

A entrada será gratuita e reunirá mais de 15 expositores e diversos colecionadores e apreciadores da Numismática de Floriano e de outras cidades.

A intenção é promover e proporcionar junto à comunidade local uma efervescente movimentação cultural em Floriano e despertar o interesse da juventude e interessados na arte do colecionismo.

Segundo Teodoro Sobral, "esperamos que este ano a exposição possa movimentar a cidade em seus mais diversos seguimentos e que possamos realizar bons negócios".

12/04/2019

RETRATOS de FLORIANO

A MASCOTE

Dentro do contexto lírico de nosso centro histórico, aí observamos a velha loja Casas Pernambucanas e a tradicional Mascote, com alguns transeuntes passeando, como se fosse uma tardinha de domingo, próprio para se  assistir uma bela matinê no Cine Natal.
 
Segundo nos lembra o Tibério Melo, um de nossos assíduos leitores, " a Mascote é o quiosque mais perto das Lojas Pernambucanas, por muito tempo explorada pelo Sr. João e D. Dora, casal muito distinto. Lá eles preparavam vitaminas, refrescos, cachorros quentes (era com carne moída), caldos, pastéis, etc. O outro quiosque era de venda de revistas. É o original da Rosa de Ouro do Sr. Camilo. Colado às Lojas Pernambucanas havia o Seu Tufí, a Loja do Michel (inicial), atrás da Igreja o Posto de aluguel de Bicicletas do Mestre Walter. Neste espaço todo ouviam-se as transmissões, por rádio, dos jogos dos campeonados de futebol e da Copa do Mundo de 58 e 62. Maravilha!"
Essas lembranças nos fazem sentir saudosos em poder reviver, por aqui, essa epopéia lírica daqueles bons tempos.

12/03/2019

RETRATOS DE FLORIANO

Década de 1960
Bandeirantes anos 1960 
Dois bons momentos da época romântica de Floriano, quando a vida transbordava uma certa magia, onde a sociedade e as organizações promoviam diversos eventos pra projetar a nossa comunidade num aprendizado de galhardia.

A foto acima podemos observar algumas estudantes num desfile de 7 de setembro e sendo fotografadas pelo nosso querido Leuter Epaminondas, o fotógrafo mor da nossa sociedade à época.

Abaixo, outra momento de um desfile de 7 de setembro reunindo várias balisas e um grupo de estudantes belíssimas, como observou Teodoro se pode ver a Lucinha Ribeiro Gonçalves, a Maria do Hagem Mazuad e a Sandra Atem dentre outras.
Desfile em Floriano


Lamentavelmente, hoje a vida social está muito intensa e cheia de abismos, apesar do mundo ter evoluído para melhor. Precisamos reverter esse quadro negativo e revitalizar as nossas antigas festas com outras roupagens no avanço dos nossos acontecimentos sociais.

12/02/2019

Retratos da Cidade

Usina Itaueira
Usina Itaueira 1930
A Usina Itaueira foi criada na década de 1930, fruto de um trabalho do Doutor Teodoro Sobral que, lutando junto ao Governo, conseguiu para Floriano esta usina de beneficiamento de algodão.

Depois de anos de seca o Governo Getúlio Vargas localizou em três pontos do Nordeste usina de beneficiamentos de algodão. Uma em Patos na Paraíba; uma em Floriano; e outra em uma localidade da qual não temos referências

A Usina Itaueira era gerenciada pelo Conselho do Município de Floriano e seu administrador era o ilustre e saudoso Juca Caralho

Eram máquinas modernas de origem alemã que limpavam o algodão vindo do interior do município, beneficiava, enfardava e já entregava o produto pronto para cargas. Era uma verdadeira maravilha naquela época.

Desativado esse projeto, ela passou muitos anos depois para a administração da empresa Lucaia da Bahia e foi administrada pelo senhor Gonçalo Teixeira Nunes.

Anos mais tarde foi demonstrada e vendida por outra administração deste Município.

A famosa Usina Itaueira foi um marco para o progresso de Floriano.

Fonte: flagrantes de uma cidade/1997

11/29/2019

Histórias do nosso Futebol

Comércio Esporte Clube
FUTEBOL DE SALÃO

Hoje Futsal, em Floriano-PI sempre andou na vanguarda, surgiram vários craques inesquecíveis: Antônio Luiz " Bolo Doce" Cleber Ramos, Puluca, Mocó, Naldinho, Arnaldo, Aldênio, Bebeto, Brahim, Serjão, Tim, Guilherme Ramalho, Zé Bruno, Valberto, Caralho, Beterraba, Darlan, Roberto Holanda, Ieié, César de Antônio Sobrinho, Burrego, dentre outros.

Na foto ao lado, observamos o time do Comércio Esporte Clube no início dos anos de 1960 com Guilherme, Ângelo (Barão), Tim, Serjao, Idelfonso Ramos, Agachados: Frederico (Filho de seu Ze Luis Albuquerque ), Cléber e Ze' Bruno.

O Futsal iniciou forte na quadra do Comércio Esporte Clube na década de 60, com dois famosos Torneios Férias Verão e Férias Inverno, período que os estudantes e amantes do Futsal retornavam de férias, aproveitavam para curtir os familiares, amigos, tertúlias e namoros. Depois passou para  a quadra da AABB, mais moderna com arquibancada, e, a cada torneio além de animados revelavam craques.

Num determinado tempo os Torneios, parou por vários motivos.

Aí surgiram os craques MOCÓ, Darlan e Roberto Holanda, inclementaram novidades, jogadores de outras cidades somando aos da Princesa do Sul, um verdadeiro sucesso, a quadra da AABB, fervilhavam de torcedores da região.

Um ponto que marcou foi as homenagens aos primeiros craques do Futsal, no exemplo seguir em 2002 o homenageado:

Aldênio Nunes, atuante em várias áreas, um ícone do Futsal,  jornalista, radialista, bancário, deixou um legado belíssimo.

OUTRAS FOTOS DO PERÍODO 

Aldênio homenageado
 





Pesquisa:
César Augusto de Antônio Sobrinho.

11/28/2019

Retratos de Floriano

MESTRE WALTER


Depoimento – Tibério José de Melo

WALTER OLTER MELO, o nosso tio, chegou em Floriano, mais precisamente, lá pelos idos de 1944, trazido por papai, Antonio de Melo Sobrinho, que chegara primeiro.

Sei que, em Butiti Bravo, ele chegou a trabalhar numa usina de beneficiamento de babaçu ou de arroz, não sei bem, daí a sua introdução em mecânica de máquinas.

Chegando a Floriano, empregou-se nos negócios do senhor Afonso Nogueira, que na época era empresário e mexia com navegação; então, o tio Walter ficava viajando de Floriano a Parnaíba, navegando os vapores do seu Afonso Nogueira, como mecânico de bordo.

Tio Walter teria ficado noivo com tia Inhá antes de deixar Buriti Bravo e foi buscá-la depois que se firmou.

Lembro, por exemplo, da primeira casa onde morou. Era ali entre a casa de Seu Zé Bem e dona Lourdes Martins na praça do Cruzeiro. Ali eu já me lembro do Djalma e do Divaldo ( seus filhos mais velhos ). Nós, entrewtanto, morávamos na Beira do Rio, ali perto da antiga usina Maria Bonita.

Era muito hábil no conserto de várias coisas, tanto que montou o seu negócio de conserto e aluguel de bicicletas. Com isto, ele criou a sua família com muita dignidade, dando educação, até onde pode, a todos.

Sempre roubavam uma de suas bicicletas, mas dificilmente não as recuperava, indo atrás em outra bicicleta. Tornou-se uma pessoa muito popular devido ao seu negócio.

Tratava-se de uma pessoa muito família. Vivia para a família e para as bicicletas. Todos o chamavam de Mestre Walter. Ah, sim, era muito bem humorado e gostava muito de piadas.

Muito inteligente ( papai diz que era o mais inteligente dos três ), pessoa de vanguarda. Sempre que havia uma novidade na cidade, ele era um dos primeiros a conseguir. Rádio, geladeira, panela de pressão, fogão a gás, coisas do tipo.

Sabia, sempre, o que estava acontecendo no mundo. Tinha opinião formada para tudo, dado que era muito bem informado, ouvindo rádio, ( só saía de casa depois de ouvir todos os noticiários de rádio, principalmente o Reporter Esso ). Ouvia todas as emissoras de rádio.

Lia bastante e proporcionava para todos nós muitos veículos de informação, tipo: revistas como O Cruzeiro, Manchete, Fatos e Fotos, quadrinhos etc. Jornal, já era mais difícil mas as revistas eram toda semana. Se mostrava sempre muito reflexivo, tinha resposta para tudo.

Era Espírita como a Maria Serva. Conhecia muito bem a doutrina e frequentava o Centro que ficava no Colégio do senhor Ribamar Leal.

Tornara-se amigo de toda aquela carcamanada do centro de Floriano, como também de todos aqueles comerciantes e da sociedade local. Antes de falecer já estava se incluindo nela.

Sei também que certa vez, quando rapaz, fora preso, devido a uma briga em que se meteu num cabaré da época.

Agora, o tio Walter, acho que por força da sua religião, era muito caridoso e muito bom.
Vivia cercado de menino. Pagava vitamina e cachorro quente no quiosque Mascote de Seu João e de dona Das Dores ( compadres de mamãe ).

No final do dia, era uma molecada enorme para levar as bicicletas para a casa dele. Ali o moleque tinha a oportunidade de andar, de graça, de bicicleta. Pela manhã era a mesma coisa. Muito engraçado.

Lembro-me que na Copa do Mundo de 1958 ele liderava a movimentação ali detrás da Igreja com um rádio instalado na Mascote. Juntava um monte de gente e a frequência do rádio às vezes ficava alta e bem nítida; outras vezes, bem fraca. Era um tal de tanto gol de Didi, Pelé, Vavá e Garrincha, sei lá.

No Chile, em 1962, foi a mesma coisa. Agarra, Gilmar!... Gol de Amarildo!... E o tio Walter lá na Barraca da Alegria, capengando. Ele puxava de uma perna.

Tio Walter e Vovó Serva criaram a Barraca da Alegria. Isto já perto do acidente. Cimentaram parte do quintal da casa da Dindinha e lá se fazia a festa com quermesse com muita gente participando. Vinha até o pessoal de fora. O objetivo era angariar fundos para a manutenção da Escola Humberto de Campos.

Tio Walter era uma pessoa pouco afeita a diversões. Participava de algumas festas no Floriano Clube. Gostava muito de um cinema, um circo, coisas assim. Nunca soube que o tio houvesse ido a um forró, que nem papai. Farra, então, não me lembro. Bebia, socialmente, muito pouco. Não era afeito.

Quando chegava um cantor na cidade, um artista do Sul ele não perdia. De certa forma era uma pessoa recatada, gostava muito de ler e de se informar. Gostava de política, muito.

Lembro que na eleição que elegeu o Jânio para Presidente da República, ele estava na linha de frente da campanha em Floriano a favor do Jânio. Papai e eu éramos Lott. Venceu o Jânio e se cantava muito:

Varre, varre, varre vassourinha
Varre, varre a bandalheira
Que o povo já está cansado
De sofrer desta maneira
Jânio Quadros é a esperança
Desse povo abandonado

Jânio Quadros é a certeza
De um Brasil moralizado
Alerta, meu irmão
Vassoura, conterrâneo
Vamos vencer com Jânio

Este jingle é a cara do Tio Walter. Era muito entusiasmado na política.

Apesar de recatado, era muito sociável. Tinha muito prazer em hospedar seus conterrâneos do Maranhão. Jesus ( do Melinho ), Rosemeire, que passavam férias em Floriano, quando elas chegavam, era um frisson danado. Eram bonitas e os rapazes da época queriam pegá-las. O tio levava-as para as festas.

Aqueles carcamanos, seu Tufi, Michel, Hagen, Salomão, Kalume, tinham muito respeito pelo tio Walter. Devem ter sentido muito a sua falta.

A tia Inhá, sua esposa, era um pouco irritada. Também, era muito menino. Todos muito danados e qualquer um perdia a paciência. Vivia com um cinto na cintura para dar umas lapadas quando não aguentava mais. Todo dia era umas três. Mamãe não era diferente. Não sei como estas mulheres aguentavam aquele monte de menino danado. Só no cinturão mesmo, não tinha jeito. Tio Walter, também, não aliviava não, metia a ripa, quando se fazia necessário.

Dia 24, agora, de janeiro, se o Djalma ( seu filho mais velho ) estivesse vivo, faria 60 anos.

O acidente de seu falecimento foi dia 04 de agosto de 1963 por volta de 9 hora da manhã, quando prestava seus serviços à Paróquia local, ali, na altura da loja do Michel Demes: ele pegou um choque e caiu de uma escada, não resistindo ao impacto, provavelmente, da queda.

Na foto, acima, observamos a sua família no ano de 1962, a sua esposa, tia Inhá, o Djalma, o Divaldo, o Waltinho, o Dácio, a Cecília, a Ceci e o João Coimbra.

DEPOIMENTOS:

Anônimo disse...
Lembro-me, quando era rapazote, que eu ficava com inveja, querendo também alugar uma bicicleta de mestre Walter. Certa vez, peguei uma carona na garupa com o meu amigo meu primo Luiz Orlando. Vibrei de tanta felicidade.

Bons tempos, aqueles!

Puluca
Chico Kangury disse...
Mestre Valter,

Lembro bastante dele. Gente boa, era meu amigo, confiava uma tarde inteira a sua bicicleta, quando estava abonado para aluga-la. Foi em suas bicicletas que aprendí a pedalar e andar no veículo. Levei muitos tombos, mas sou grato, ao mestre walter, pois não reunia condições para comprar uma bicicleta, sómente realizando este sonho em 1966, já em Teresina, servindo o Exercito Brasileiro. Valeu Tíberio, o seu tributo ao Mestre Walter, enriquece o nosso conhecimento e enaltece a pessoa merecedora. Abraços do colega e amigo, Chico Amorim (Kangury)
Unknown disse...
Sou filho de Waltinho, ele era meu avô e levo seu nome inteiro, Walter Olter Melo Neto. Muito elucidante o texto e, se possível for, gostaria de mais informações a respeito de meu avô.

Grato pela homenagem ao meu avô.
Anônimo disse...
Que bacana tete. Tem muitos detalhes sobre meu pai que eu não sabia.
A última vez que o Tibério esteve aqui em São Luís, ele contou um pouco sobre meu pai.
Quando menina, pensei que fosse adotada, pois fui a única filha que não conheceu o "mestre Walter". Papai morreu, eu era bebê.
A nostalgia no seu texto é de emocionar. Descobrir uma coisa em comum: adoro receber amigos de fora, leva-los para conhecer São Luís. Acho que puxei ao meu pai.
Bela homenagem. Parabéns!
abraço da prima Cloris.

Cloris Borges de Melo
Ilha de São Luís

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