10/04/2006

MEMÓRIA DO FUTEBOL FLORIANENSE


ZECA ZINIDOR – PÉROLA NEGRA DO FUTEBOL FLORIANENSE ( SUA PARTIDA MAIS IMPORTANTE )

DECISÃO - BOTAFOGO 2 X 1 FLUMINENSE

Dentro do contexto romântico do futebol amador florianense, nos anos sessenta, Zeca Zinidor (que certa vez fora comprado por uma carteira de cigarro de marca Minister pelo Flamengo de Tiberinho), narra com saudades um de seus jogos mais importantes dos quais participou, quando jogava pelo Botafogo de Gusto, na trajetória dos torneios amadores da Princesa. Vejam só:

”Dois detalhes: o primeiro, o Fluminense jogava pelo empate e começou ganhando de 1 a 0; e o segundo, é que eu estava com um problema no pé direito e não podia jogar, fiquei em casa, não ia agüentar ver o jogo do lado de fora, num jogo de decisão, jogo duro e logo no primeiro tempo, o Fluminense ganhando; foi aí que João Batista Araújo de Vicente Roque, fã de nosso time, tomou a iniciativa de ir lá em casa me pegar, mesmo doente.


Cheguei no campo, ajeitaram meu pé, colocaram mastruz sem leite com um pano enrolado, e disseram: Zeca, fica dentro de campo, se der certo, tudo bem, mas só a sua presença já amedronta.


Dito e feito, rapaz, como eu adorava jogar, consegui incendiar o jogo, mudei completamente o panorama da partida, um espetáculo, fico até arrepiado em lembrar, o sangue foi esquentando, o pé já não doía tanto; cara, com pouco mais de 15 minutos, consegui empatar, de pé esquerdo, a torcida endiabrada (no Campo dos Artistas dava mais público do que hoje no Tiberão).


Taboqueiro fez um lançamento de trivela, rasante, (quando eu me lembro, dá vontade de sair correndo), bicho, eu dominei o pneu (bola) e eu tinha um sesto de ficar sassaricando com a bola, dava um currupio, era um espetáculo à parte, o zagueiro ficava doido e a torcida mais ainda, é como se estivesse ouvindo os gritos da galera.


E essa bagaceira toda foi aos 30 minutos do segundo tempo, passei pelo zagueiro, e na entrada da grande área a bola foi pro pé direito, nem lembrei do pé machucado, embrulhei, paáááááááááááááááááááááááááá´, goooalllll, aiaiaiaiai, goooaall, aiaiai!, loucura, eu pulava, eu pulava, e a torcida pensando que era só de alegria, também, mas era mais dor, rapaz, conseguimos virar o jogo, só escutava a zuada e a voz do Batista de Vicente Roque, pense numa zoeira, quando o jogo terminou, foi uma loucura, ganhei muitos presentes!


Até hoje Batista foba com esse gol. Interessante no Campo dos Artistas, cada jogador tinha uma espécie de fã clube, 30 a 40 torcedores, chegavam ao ponto de, por exemplo, se o torcedor do Botafogo do Gusto fosse pro campo e chegando por lá não visse o jogador que ele admirava e não fosse jogar, ele automaticamente ia embora!

Pesquisa: César Sobrinho


10/02/2006

TIBERÃO DE AÇO


O ex-prefeito de Floriano, José Bruno dos Santos do MDB, segundo ele, tinha por norma não assistir comícios de seus adversários, para não escutar a baixaria contra suas idéias, de forma que, certa vez, fazendo uma visita à Ibiapaba, estava acontecendo uma concentração da antiga ARENA e o doutor Tibério Barbosa Nunes, o famoso Tiberão de Aço, se fazia presente.

Zé Bruno, então, percebera que o prefeito Tibério estava desferindo-lhe algumas farpas, que ouvia através de um sistema de som, dentre as quais, Tibério Nunes desferia suas críticas duríssimas contra a oposição:

"anda por aí um sujeito fantasiado de negro. Tenham cuidado com ele. Que negro é esse, meus senhores, que calça sapatos de veludo, usa gravata italiana, camisa poliéster, terno branco de linho S-120 e desliza no salões do famoso Comércio Esporte Clube, o clube mais grã-fino da região? Isso não é negro: é um verdadeiro enrolão. Negro é o nosso Sadica (in memorian), um dos jogadores mais importantes do Ferroviário Atlético Clube, que com os seus dribles sensacionais marca os seus gols e levanta a nossa torcida. Daí a minha recomendação: vamos eleger Nazareno Araújo, deputado estadual, advogado brilhante, filho da terra, homem da sociedade."

No entanto, o velho Bruno surpreendera a todos, com o seu carisma, ganhando as eleições daquele período romântico da política florianense.
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Fonte: Crônicas para a história / José Bruno dos Santos

9/29/2006

CLEBER RAMOS (IN MEMORIAN)


Ainda preservamos a vontade irreprimível de desafiar o desconhecido. Aplicamos isto ao nosso GRANDE amigo Cleber, que não morreu, mas sim, reconheceu os ângulos e partiu para o universo paralelo, ficando por aqui a essência, a amizade, o carisma de bom amigo, excelente chefe de família. E porque não?

O melhor jogador de futebol que conhecemos. Na adolescência, lembro-me de situações engraçadas, como o dia em que eu, Cleber, Carlos e Quinto fomos pescar no rio parnaíba. Como local da pesca nos instalamos ao lado de um barco atracado no cais de Floriano, servindo a uma missão evangélica americana.
Começamos a pescar, brincar, pular e quando a algazarra estava boa, o chefe da embarcação não gostou, fazendo gestos, gritando, nos expulsando do local. Cleber não se intimidou, falou que o local era público, estávamos corretos, nossa brincadeira não prejudicava coisa alguma e não sairíamos.

O americano ficou mais exaltado, determinando que nos afastássemos definitivamente. Cleber correu, avisando que ia chamar seu pai. Momentos depois, chega o senhor Valter Ramos, com um revolver na cintura, esbravejando: "onde está o gringo que molestou meus filhos? Aparece!!"

O louco do americano apareceu no alto do barco, se desculpando:

- Senhor, eu só estar mandando!

- Gringo nojento, aqui você não manda em nada!!

E, apontando a arma, mandou ver:

- Tira logo o barco deste local porque, agora, eu e meus filhos vamos pescar aqui. Some, desgruda, senão!...
Pois não é que o sujeito obedeceu! Ficamos pescando à vantade, até o anoitecer, quando o por do sol do velho monge delineava o horizonte.

No dia seguinte, estávamos saboreando os peixes na residência de seu Valter, preparados com o tempero de Dona Mirosa. O barco do americano, por algum tempo, ficou ancorado no lado do Barão de Grajaú.
Na foto acima, Cléber com Zeca Futuca num desses carnavais de Floriano.
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Colaboração Arruda.Bernardo@ig.com.br

PELADA SANGRENTA


Estávamos, realmente, animados para a pelada daquele sábado no famoso campinho de seu Lourenção no cruzamento das ruas João Chico com a São João.

O areião era famoso, muitos times iam jogar ali. A rivalidade era grande durante o período romântico dos anos setenta.

Desta feita, disputavam a partida o time dos gladiadores contra os Invencíveis. Nelson Júnior (Juninho) apitava corajosamente aquele encontro de grande rivalidade dos piolhos de bola.

Os gladiadores jogavam com Zé Guará no gol, Judesmar, Juca, Pateta, Alvinho, Vevé, Zeca, Mancada e Pimenta no ataque. Já os invencíveis desfilavam com Ivan na meta, Chico Lista, Kebinha (dono do time), Gungadim, Miranda, Chicão do Cruzeiro, Deda e Mané João.

Tratava-se de um jogo acirrado, difícil, todo mundo atento e munido para o ataque e defesa, de forma que a partida estava praticamente empatada, quando nos minutos finais o centroavante Zeca dos gladiadores apanha um cruzamento de Fernando da direita, a pelota empinando no areião, mas quando o atacante vai definir o lance, chuta sem perceber um toco de pau enterrado. O grito de dor do piolho de bola foi uma loucura. O seu pé direito, na altura do dedão, pega um corte violento e o sangue começa a jorrar. Um Deus nos acuda.

- Leva logo pro hospital! - Disseram.

Como tínhamos medo de pegar ponto no hospital, Zeca foi logo disparando o bocão de medo:

- Nada de hospital! Me leva prá casa, mesmo, que lá o papai bota verniz prá parar o sangue.

São marcas e cicatrizes que ainda hoje a gente leva com bastante saudade, apesar dos traumas causados, mas que nos ensinavam muito para a o nosso aprendizado e amadurecimento para o nosso futuro.
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Observamos, na foto acima, alguns piolhos da época romântica: Duy Allan, Gilson, Joaquim de Pierre, Eulálio e Roberto em pé. Abaixo, Marinho, Darlan (in memorian), Brandão (hoje, morando em Belo Horizonte), Luiz Banana, Adalto e Erivaldo (funcionário dos correios em Canto do Buriti).

9/28/2006

MEMÓRIA DO FUTEBOL FLORIANENSE - CHICOLÉ



CHICOLÉ - TINHA UMA POTÊNCIA MUITO GRANDE NO SEU CHUTE!

( Na foto ao lado, Chicolé é o ponta esquerda, quando jogava pelo Comércio em 1967 )

Os dois dias do mês de Junho do ano de 1948, na cidade de Floriano à Avenida Eurípides Aguiar, próximo ao Hospital Miguel Couto, o único da época, nascia um garoto robusto, filho de Lourival Xavier Lima (fiscal do BB / in memorian) e de dona Yolanda Primo Lima (doméstica do lar / in memorian), que mais tarde recebeu na pia batismal o nome de FRANCISCO CÉSAR LIMA. Tendo como irmãos - Leda, Valdir, Pompeu, Almerinda, Péricles, Rômulo e Maria do Socorro. É casado com dona Marilena, professora e mãe de três filhos: Robledo, Rebeca, Renata e um casal de netos, Layla e Ayslan.

Chicolé (o estilista) tinha um estilo clássico de jogar, mestre na bola com a perna esquerda. Jogando, parecia que deslizava no gramado em câmara lenta, mas tinha um pique e o chute certeiro e forte, que decidiam muitos jogos em gramados de Floriano e cidades vizinhas, defendendo as cores de Jerumenha, e em Teresina (Flamengo e Botafogo), São Luis do Maranhão (Moto Clube) e Maceió nas Alagoas (CSA). Tinha uma potência muito grande no seu chute. Só perdia para Domício, Tassu e Jamil Zarur.

Em Floriano, jogou em diversos times - Comércio, Ferroviário, Palmeiras, Brasil, Reno e outros, e era disputadíssimo pelos donos dos times em jogos amistosos e pelos donos das bolas nas peladas, onde tinha vaga garantida, não ficava sem jogar.

A sua vibração maior é a Floriano dos anos sessenta, e é ele mesmo quem afirma - “meus melhores anos foram os anos sessenta, tenho boas recordações e sinto saudades das peladas do Campo do Artista, do campinho do Miguel, ali, em frente à casa do Jusmar Leitão e ao lado da casa de Dona Bela; do campinho do senhor João Justino, avô do Júnior (General do Exercito).

Eu, Júnior, Chico Kangury, Miguel, Tadeu de seu Zé Leonias, Geraldo, Chico José, Firmino Pitombeira e muitos outros, arrancamos os matos com as mãos para fazermos os campinhos, depois que recebíamos o sinal verde do proprietário, também limpamos uma área próxima da casa de Joaquim José e de Geraldo Teles, e é neste campinho que vou narrar a primeira resenha para o portal Floriano em dia com a participação de Chico Kangury”.E continuou falando... "foi nesses campinhos que iniciei os primeiros passos com a bola, ao lado de Júnior do senhor Antonio Sobrinho, Miguel de Dona Bela, Celso, Leto, Leitim, Toinho, Zé Amâncio, Raimundinho Almeida, Chico Kangury (meu amigo e companheiro inseparável), Chico José do senhor Chico Amorim, Chiquinho, Nazareno, Vicente Cabeção, Porca Preta de dona Luiza Boleira, Manoel Afonso, Danúnzio, Janjão, Luiz Bogó, José Wellingthon, Jusmar, Tiberinho, Boi Búfalo, Peito de Vaca, Galo Mago e outros piolhos.

Mas foi no Palmeiras e no famoso Ferroviário a minha melhor fase e onde tive grande satisfação e oportunidades de enfrentar e jogar ao lado de grandes craques, como Sadíca, Poncion (era um maestro, na música e no futebol, um toque de bola maravilhoso), Antonio Luiz Bolo Doce (tinha vaga em qualquer time brasileiro), Brarrim, Petrônio, Zeca Futuca (era o nosso Anduiá), Raimundo Bagana, Antonio Guarda, Perereca, Cabeção, Rômulo, Lino, Reginaldo, Valdemir, Valdivino, Pompéia, Bucar Amado Bucar Neto (muito corajoso e arrojado), Osmar, Selvú, Jolimar, Carlos Pechincha, Antonio Afonso, Soleta, Miguel, Nego Trinta e muitos outros, sem esquecer o comandante maior, Rafael Ribeiro Gonçalves".Chicolé não permitiu mais nenhuma pergunta e continuou desabafando - “paralelo ao futebol amador e profissional de Floriano, joguei nos campeonatos regionais, defendendo as cores do selecionado de Jerumenha, sendo artilheiro por diversas vezes, não tenho registro dos gols, mas foram muitos, enfrentei as seleções de Landri-Sales, Bertolinia, Marcus Parente, Uruçuí, Elizeu Martins, Barragem de Boa Esperança (Guadalupe).

Recordo como se fosse hoje, joguei ao lado de Chiquinho, Nazareno, Emanuel Fonseca, Wilhame, Antonio Rocha, Chico José, Antonio Mirton, Manoel Piola, Biô, Raimundo José, Antonio José, Chico Kangury, João Luiz Barriga, Nivaldo, Seu Divaldo, Firmino Pitombeira e muitos outros.

Mestre, não posso deixar de falar que fui do Colégio Estadual e tive a honra de pertencer ao seleto grupo da nossa querida e estimada FANFARRA, assim como participar de jogos de futebol e atletismo, defendendo as cores do nosso colégio em torneios sob o comando do Professor Abdoral e estudar com a orientação e comando do nosso Diretor doutor Braulino “.Forcei a barra e consegui uma pergunta. CHICOLÉ, FALE UM POUCO SOBRE A SUA VIDA PROFISSIONAL. Ele foi logo soltando a emoção - “Em 1966, Kangury veio para Teresina, servir ao Exercito, deixando os seus colegas e amigos ainda na efervescência da Juventude em Floriano, e não voltou mais.

Em 1970, rumou pro Rio de Janeiro e foi para a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e o Júnior foi para Fortaleza e de lá pra Resende no Rio de Janeiro, para a Academia Militar de Agulhas Negras. Eu, em 1969, fui para Teresina e lá ingressei no Curso Técnico de Agrimensura, nesta época morava na Casa do Estudante e defendia as cores do Botafogo de Teresina.

Em 1970/1971 fui Bicampeão Piauiense pelo Flamengo. Em 1972 fui Campeão do Nordestão pelo Tiradentes e ainda no mesmo ano fui transferido para o Moto Clube do Maranhão onde me sagrei Campeão Maranhense. Em 1973 fui fazer uma complementação do meu Curso Técnico em Maceió em Alagoas.

Lá, defendi as cores do CSA e complementei o Curso Técnico em Agrimensura, fiz concurso pro Banco Itaú e abandonei o futebol no mesmo ano. Foi uma decisão forte e difícil, mas concluí que precisava de algo para sobreviver com dignidade e independência, o futebol naquela época já não me assegurava muita coisa, saí na época certa. Fiz concurso para o Banco Itaú e fui aprovado, fiquei trabalhando por lá.Em 1974 fui deslocado para implantar a Agencia do Banco Itaú em Teresina em 1976, fiz concurso para o Banco do Estado do Piauí, exercendo minhas atividades em Floriano, Barras, Oeiras e Teresina, onde fiquei até aposentar-me. Hoje, sou aposentado do BEP".

CHICOLE, VOCÊ PODERIA NARRAR UMA RESENHA PARA OS INTERNAUTAS do Floriano em dia?Pensou e disse: “na verdade, tenho muita coisa pra contar, vou narrar umas duas, sobre os anos sessenta, uma com a participação do Kangury e a outra com o Sr. Zé Leonias, e as outras que forem saindo, ok! ”.

PRIMEIRA RESENHA DE CHICOLÉ

Esta é pra CHICO KANGURY - PÉ EMBOLADO E "SE PEGA"!

Somos amigos desde a infância. Pois bem, havíamos terminado de preparar um campinho que ficava perto de lá de casa, ali na Eurípides de Aguiar, próximo da casa do senhor Geraldo Teles, pai do Zé Geraldo, do Carlos, do Nilson, era um time completo na casa dele na época e ao lado da casa do Joaquim José. Havia muito mato por lá, carrapichos, apesar de termos feito uma limpeza no capricho, mas restaram algumas raízes.

No Jogo de inauguração, eu estava jogando no mesmo time de nego kangury, parece-me que Junior do senhor Antonio Sobrinho era o nosso goleiro (goleiro bom, mais novo do que a gente, arrojado e tinha uma elasticidade fora de série, às vezes ele chorava, a gente dava uma dura nele e ele fechava o angulo), sim, eu jogava de zagueiro central e saí da área com a bola dominada e gritei pro kangury - entra, compadre..., ele saiu feito um foguete, toquei a bola redondinha pra ele fazer o gol, do jeito que chegou na bola, meteu o pé embolado por baixo, que levou bola e um punhado de raízes, chutando pra fora e caindo no chão segurando o pé.

Aproximei-me dele e disse, se você tivesse chutado com calma tinha feito o gol. Ele respondeu: É... Ah. se pega, tinha sido dentro, mestre. O “se pega” ficou na história. E o melhor seria se se tivesse acertado, mesmo, teria sido gol, tamanha a potência do chute. O nosso Denílson, só chutava com o peito do pé".

Aí, o Chicolé não parou, foi mandando brasa e eu apanhando para ouvi-lo e resumir as resenhas. Vejam só, em cada resenha uma história, um testemunho vivo de uma época maravilhosa que foram os anos sessenta.

SEGUNDA RESENHA DE CHICOLÉ.

ESTA É DO SENHOR ZÉ LEONIAS - CHAPÉU "SAVIOUR"!

“Vocês sabem muito bem como fui criado, o meu pai foi muito rígido na criação dos filhos; lá em casa, tinha dia, que quando ele estava zangado, o único amigo que entrava lá e conseguia sair comigo pra jogar era Nego Chico Kangury.

Mamãe gostava muito dele e o seu pai, seu Vicente Kangury era um dos amigos confidencial do meu pai, e o outro era o senhor Antonio Segundo, grande enfermeiro, que ajudava até a operar gente no Hospital. Pois bem, aconteceu de ter um jogo importante em Jerumenha.O papai em casa estava zangado, eu teria que ir escondido e voltar no mesmo dia. O Deoclecinho possuía uma caminhoneta e sempre era o encarregado de ir buscar-me e deixar em Floriano, quando acontecia este impedimento.

Distancia de Jerumenha para Floriano, 10 léguas e meia ( 67 km ). O Jogo naquela época começava às três e meia da tarde, porque era para terminar ainda com a claridade do dia.A estrada era piçarrada e Deoclecinho gostava de pisar no acelerador, que se a gente olhasse pro lado via as arvores curvadas. Saímos de Floriano depois do almoço, só a mamãe sabia disso. Ao terminar o jogo, o Deoclecinho foi apanhar-me no campo e já chegou com o seu Zé Leonias de carona pra Floriano.

Ao sairmos de Jerumenha, uma senhora grávida, com dores de parto, pediu carona também, mas como a caminhoneta era de cabine simples, educadamente desci e dei o meu lugar para a senhora, mas o seu Zé Leonias disse, com toda a calma do mundo - “não, meu filho, não se preocupe, você está cansado, que eu vou na carroceria, pode deixar”.Eu ainda ponderei, mas ele não aceitou e subiu na carroceria da caminhoneta. E o nosso amigo Deoclecinho saiu rasgando, só fiz o sinal da cruz e pronto. O que se ouvia era só o gemido da mulher e a preocupação do motorista para que ela não parisse na beira da estrada.

Quando estávamos passando no Papa – Pombo, já próximo de Floriano, o seu Zé Leonias de repente bateu na cabine pedindo parada. O Deoclecinho parou o veículo e perguntou o que foi, ele desceu e, calmamente, disse: "meu filho, o meu chapéu caiu lá atrás e eu vou voltar para procurar, pois é muito familiar, não se preocupe comigo, podem ir embora com a mulher, que chego em Floriano. Ai entramos num acordo, eu ficava com o seu Zé Leonias e Deoclecinho ia levar a mulher no hospital e voltava pra buscar a gente.Quando ele saiu na camioneta, o seu Leonias disse pra mim: "meu filho, eu tenho amor à minha vida, o chapéu não caiu, não, eu mesmo joguei fora para ele poder parar e eu descer; olhe, meu filho, Deus me livre de andar mais com um homem desses.Pegamos o chapéu e uma carona em um caminhão e, antes de chegarmos em Floriano, cruzamos com Deoclecinho, que já ia retornando para Jerumenha.

O senhor José Leonias era muito tranqüilo, gente boa, esposo da dona Joana, pai do Tadeu, Neno, Maria José, Budim, Daniel, Mario e muitos outros. Amigo do senhor Vicente Kangury, Antonio Sobrinho, Antonio Segundo, Chico Amorim e do meu pai Lourival Xavier.Moral da resenha: cheguei em Floriano ainda com o tempo de justificar a demora.TERCEIRA RESENHA DE CHICOLÉ. JERUMENHA X LANDRI SALES - PENALTI SEM GOLEIRO, PODE?“Estávamos disputando o campeonato regional e os jogos eram de ida e volta. Landri Sales recebia Jerumenha. A seleção de Jerumenha, sob o comando de Emanuel Fonseca, que se fazia às vezes de técnico e jogador (craque de bola), (chegou a jogar no River de Teresina) estava preparada.

Chico Kangury, embora não fosse um craque, mas era um determinado e tinha um pique muito bom e eu sabia como explorá-lo em bola de profundidade.

Ele começou jogando bola nos campinhos de Floriano como ponta direita e em Jerumenha era lateral esquerdo e só chutava com a perna direita e o pé embolado (em outra oportunidade já contei a resenha do pé embolado).

O Nego era invocado, só jogava com a camisa de nº 5, fã do Denílson do Fluminense, fazia de tudo para imitá-lo e quando pegava na bola, dizia: lá vai Denílson, defendeu Denílson e coisa e tal. Sim, no treino de apronto Kangury, que era titular acidentou-se, a grama do campo era capim de burro e cortou o pé dele arrancando a unha do pé direito e foi escalado para a reserva naquele jogo.

Dia seguinte, seguimos na carroceria do caminhão da prefeitura, a estrada só tinha o rumo, chuva direto de Jerumenha até Landri-Sales. Tudo Bem. Viagem foi boa. Chegando ao Campo de Futebol, este era todo de barro, a bola batia e empinava, não tinha um montinho de areia e grama para amaciar a pelota. O campo todo cercado de corda e demarcado com cal virgem.

O Apitador era escolhido pelo Anfitrião. A torcida, fanática, soltava rojões e tiros a cada 5 minutos. Era este o clima que encontramos. Estádio repleto de torcedores e começa o jogo.A seleção de Landri-Sales estava com um ponteiro direito habilidoso, driblava bem e estava dando um sufoco no lateral esquerdo nosso, e comecei a me preocupar, fazia de tudo e não podia subir, o Chiquinho, Antonio Rocha e Wilhame, segurando o meio de campo e a nossa defesa passando sufoco e, logo, logo fizeram um gol e mais outro gol, todos em cima do nosso lateral esquerdo, terminamos o 1º tempo perdendo de 2 gols a 0.

No intervalo, o Emanuel chamou nego Kangury pra saber as condições do pé, e disse: você vai jogar, prepare-se e tirou o lateral esquerdo. O Antonio Rocha, estudante de medicina, deu uma melhorada no curativo do pé do negão e saímos pro 2º tempo.

Naquela época, eu me sentia bem jogando com ele, pois sabia como explorar a sua velocidade, era um pique monstro. Encostei nele e disse: olha, compadre, o homem é aquele, vá com calma e dê duro, ora na primeira de copa, Kangury deu uma encostada nele e o cara sentiu que a barra pela direita era pesada e aí o nosso time começou a acertar, Chico José, Antonio Mirton, Emanuel Fonseca e Kangury estavam afinados, começaram a subir dois a dois, e eu avancei mais e surgiu a oportunidade de chutes a gol e fizemos o primeiro gol.

A Ponta direita tentou uma jogada em cima de Kangury, ele deu chance para o camarada sair pela ponta, lá perto das cordas, quando o cara foi cruzar a bola, Kangury encostou, o cara subiu, ele tirou o corpo de lado e caiu também para evitar uma expulsão.Eu estava distante, ele me disse depois, que um torcedor agarrou-o pelo calção e o levantou com um revolver na mão, deu um tiro pra cima e disse-lhe, se tu encostar neste menino de novo, tu vai ver. Moral da Resenha: O ponta direita sumiu, foi jogar de zagueiro, e dominamos o jogo, fizemos mais um gol e empatamos de 2 x 2.

Faltando uns 5 minutos pra terminar o tempo de jogo, eles lançaram uma bola em profundidade e o Emanuel chegou atrasado no lance e a bola encobriu o goleiro, saiu em cobertura e chutou prensado com o atacante, caindo no chão, o zagueiro Antonio Mirton, que também saia em cobertura do goleiro, deu um carrinho na bola colocando-a na linha de escanteio, o atacante chutou as pernas do zagueiro e caiu no chão, o árbitro cinicamente marcou pênalti. Pense numa confusão.

O tempo fechou, Emanuel Fonseca foi um técnico valente, enfrentou as feras e tirou o time de campo, mandou todo o pessoal subir no caminhão, cobrirmo-nos com uma lona e recebemos uma chuva de pedra.
O soprador de Apito, comprado pelo time adversário, colocou a bola na marca do pênalti e mandou que um jogador do time de Landri-Sales ficasse no gol e um outro chutasse a bola e cinicamente colocou a bola no centro do campo e queria que a gente voltasse para continuar o jogo. Não voltamos. Fomos para o Hotel. Tomamos banho e ainda fomos para o forró à noite. Mas ficamos velhacos. A barra era pesada e todo mundo querendo ver o Chicolé, conversar com chicolé e coisa tal.

No Jogo de volta em casa, enfrentamos o mesmo time e metemos 11 x 0, até o negão Kangury fez gol de pênalti.

Estas histórias boas e vividas merecem ser contada em verso e prosa. São inesquecíveis e quando narramos parece que estamos vivendo os momentos.

QUARTA RESENHA DO CHICOLÉ. ESTA É DO COLÉGIO ESTADUAL – AS ESTRELAS SE APAGARAM!
O Dr. Braulino inventou uma farda, que tinha umas estrelinhas que indicava a série que o aluno estava cursando. Após um treinamento da BANDA, era época de desfile, todo dia tinha treino pela manhã e à tarde, pois bem.

Em uma bela manhã, após o treino, o Chicão de dona Helena comandou uma turma juntamente com Antonio, Poncion e outros e foram para o Mercado que ficava em frente ao colégio, quando eles estavam subindo os degraus. As verdureiras gritaram - GENTE... Cuidaaaaaadoooooo... Guarda tudo que os meninos das estrelinhas estão chegando.

Foi um rebuliço danado. Resultado: demorou pouco, esta farda foi trocada por outra".Já estávamos um tempão conversando, o Chicolé ainda querendo falar mais, mas tinha uns amigos dele da Vila Operária, chamando-o pelo o celular (era um dia de sábado) para baterem cabeças no boteco do Zé Mário.

Mas, antes de sair pedi ao mesmo que relacionasse os melhores craques que já viu jogar nos anos sessenta filhos de Floriano. Pensou um pouco e disse "não vou formar aqui uma seleção, pois teria que colocar mais de 11 craques, mas vai, depois tu fazes a conta: Goleiros: João Martins e Pompéia > João Martins, morava ali na manguinha, filho de dona Maria Pureza. Era um craque no gol. Uma leveza fora do comum e um senso de colocação formidável. Dava gosto vê-lo jogar, fechava o ângulo como ninguém (naquela época não tinha TV).

Laterais: vou colocar mais gente, incluindo os zagueiros de área: Zezeca, João Rato (era craque), Raimundo Bagana, Antonio Guarda, Antonio Ulisses, Antonio José Caraolho (este dominava a bola e olhava para um lado e saia pelo outro, jogava sério), Carlos Pechincha, Luisão de Sansão (alfaiate – magarefe, foi discípulo do senhor Vicente kangury). Meio de Campo: Petrônio, Poncion, Nego Cleber, Jonas Crente, Nego Trinta e Chiquinho. Atacantes: Janjão (Delegado da Policia Civil, dos bons em Teresina), Zeca Futuca (nosso Anduiá), Antonio Luiz Bolo Doce, Antonio Afonso, Selvu (foi discípulo do senhor Vicente Kangury e hoje é Coronel da Policia Militar em Teresina), Jamil Zarur (seu chute era um tiro). Quantos? 21. Mas tem o Pompéia, ele não é filho de Floriano.

Parece-me que já deram um título a ele. Senão, completa os 22 com Bucar Amado Bucar Neto (Pela sua persistência, pela sua coragem, arrojo e por tudo que fez pelo Esporte de Floriano.Êta, carcamano bom e querido por todos. Deus o proteja.Tempo bom que merece ser sempre lembrado, pois sabemos que no mundo globalizado de hoje, eles não voltam jamais. Mas fica o exemplo de uma juventude que pensava no futuro".

Colaboração espetacular de Chico Kangury.
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Pesquisa de César de Antonio Sobrinho / www.florianoemdia.com

9/26/2006

FESTA DA SAUDADE


Do livro de Teodorinho Sobral - FLORIANO DE HOJE E DE ONTEM / 1997 (durante o Centenário de Floriano), observamos esta bela tomada do famoso Floriano Clube nos anos cinquenta.

Essa festa, no detalhe, foi em homenagem à visita da Miss Piauí do ano de 1956 - Teresinha Alcântara (que aparece na foto dançando com Fauzer Bucar) de Teresina.

São momentos que realmente enobrecem a Princesa do Sul. As coisas eram bem mais simples e reais.

Lamentalvelmente, hoje, temos que conviver com o consumo, sem mais aquela poesia de outrora. De qualquer forma, precisamos acreditar que a vida ainda nos dá a oportunidade de sermos felizes.

Vale a pena lutar pelos nossos ideais.

9/22/2006

DECADA DE 50

Vejam só que bela manhã, talvez - a avenida Getúlio Vargas mostrando seus encantos.

A Farmácia Coelho, a Farmácia Rocha e as suas esquinas nos trazendo emoções fortes da graça que era a década de cinquenta, que os anos não trazem mais.

A praça, exaltando seus pequenos arvoredos, tecendo seu futuro. Talvez, fosse num domingo, quando a cidade ainda vivia em sua pacata solidão.

Hoje, os ventos sopram mais o cheiro de asfalto em meio à poluição sonora. Os carros de som, tripudiando nossa calmaria. A pressa das pessoas, esboçando a solidão e um vazio ululante.

Já não mais se escutam os borás e nem o canto dos pássaros de manhã na cidade; não há mais espaço entre as casas; já não temos mais o cinema, os debates de esquina, os circos de arena e nem o areião do campo dos artistas.

Enfim, estamos entregues ao futuro, que não sabemos se é isso mesmo que queremos.

Mas que seja o que Deus quiser!

9/20/2006

DE VOLTA PARA A SAUDADE


Dentro do contexto romântico dos anos sessenta, podemos apreciar a bela imagem que nos traz grandes recordações e que, também, nos alimenta de emoções fortes.

A foto ao lado, no ano de 1966 (do baú da nossa amiga Nitinha, antiga professora do Agrônomo Parentes), época em que o senhor Antonio Sobrinho tomava conta do bar, era tempo de poesia e dos bons carnavais, e a Sertã, em seu sobe-desce, elevava a alegria dos foliões, e os blocos de sociedade, animando o povão.

Hoje, vivemos plenamente a época do consumo e das vaidades. E dos abadás. Precisamos reverter esse quadro. Floriano ainda nos enobrece. A omissão precisa desaparecer de nosso dicionário e resgatarmos os bons tempos.

Ainda há tempo (!?).

9/19/2006

PAISAGENS


Nada a ver, mas os retratos de minha terra me fascinam e vão além da minha imaginação.

Suas paisagens são de um sentido épico e que me transportam para os tempos de outrora, quando as auroras eram outras.

Hoje, o massacre é terrível, os matagais sumiram e apareceram favelas. Floriano cresce, mas dentro de um contexto voltado para paliativos que travam a sua evolução cultural.

As escolas precisam tomar consciência de que o dinheiro é bom, mas a inspiração deve ter um lugar no coração de seus dirigentes e proporcionar um novo rumo para o futuro da princesa.

Nossos netos ainda terão que ser os mesmos e as aparências não poderão enganar-se.
Os meus ídolos ainda são os mesmos!

Graças a Deus!

9/13/2006

JANELA PARA O RIO


A exposição itinerante “Viagem Pictórica Pelo Rio Parnaíba”, com pinturas de Otoniel Fernandes e fotografias de Eduardo Peixoto.

A foto lembra muito de nossos tempos de pescarias, das descidas em bananeiras e câmara de ar; das facadas e taínhas que tirávamos escondidos de nossos pais.

O Parnaiba sempre fora ponto de encontros, de furupas e traquinices. As lavadeiras davam um brilho de força e trabalho ao lugar.

Precisamos retomar o dia a dia. Floriano inquietou-se e já não mais empinam-se papagaios e não brincam-se mais de preso. É preciso novos ensinamentos. As escolas precisam reativar e resgatar valores que se perderam no tempo.

Ainda há tempo?

9/04/2006

FIM DE TARDE


Era um desses fins de tarde de sábado, quando os piolhos de bola reuniam-se na quadra da Escola Normal para bater aquela pelada.

Tratava-se de um momento autêntico, dentro do contexto romântico do cotidiano da Princesa. Estávamos, ainda, nos preparando para a grande batalha da vida e a descontração nos envaidecia, e a vitória viria ao longo do tempo.

Observamos, portanto, da esquerda para a direita, os mucurebas Darlan, Joaquim de Pierre, Luiz Carvalho (Banana), Gilson, Eulálio e Marinho.

Agachados, Brandao, Dudu, Erivaldo, Roberto e Duy Alan, tentando mostrar moral e categoria.

Precisamos retratar esses saudosos momentos, porque a vida é BELA!

8/29/2006

O BRILHO DA NOITE


"O POR DO SOL é lá no cais; eu vejo a lua, surgindo atrás da torre... do cais".

Esse é o trecho inicial da linda canção do grupo VIAZUL, que fez sucesso nas décadas de setenta e oitenta e que traduz a beleza e a poesia do cais, o ponto de encontro mais aconchegante da cidade.

O Flutuante, ali, impecável e manso, mantendo um prazer tradicional de várias décadas e gerações. O Parnaiba, caudaloso, inspirando poetas e itinerantes. Vejo à noite, reluzente, a bela Barão, espelhada nas águas do rio. Mas já não existem mais os antigos pontões e canoas à vela. O progresso nos trouxe as pontes, lanchas e motores. As balsas e as regatas de julho perderam-se no tempo. E por onde andam os pescadores?

O tempo passou. O futuro chegou como que sorrateiro. Não se escuta mais os borás. Os trios elétricos já habitam em nossos carnavais. Os foliões, agora, são outros. Plantaram-se novas árvores e pontos turísticos. Os jets-skis, fazendo suas manobras radicais. A Maria Bonita agora é um belo museu. Os novos cantos são baianos. As bicicletas agora são de marchas e já não existe mais o bar de nosso amigo Passim. Os meninos recolheram-se aos games, não tiram mais saltos mortais e já não descem o rio. Os remansos desapareceram. O cais do porto absorve outras naves e concorrentes. A poesia mudou e a burguesia sumiu.

Saudoso, chego ali de mansinho a sondar a nova paisagem. Soturno, ando a passos lentos e solitários à procura de um tempo em que não volta mais. No entanto, o conforto da minha presença ali satisfaz o meu ego. E os tambores, que ouço na madrugada lenta e fria, são os únicos companheiros que trafegam por ali ecoando noite a dentro a compartilhar de meus pensamentos em busca de um novo tempo.

Se viver, verei!

8/25/2006

CULTURA


Houve uma época em que a juventude florianense era antenada na produção e criação de dramas, música e cultura em geral. O tempo foi passando e ficaram as lembranças.

Precisamos reverter esse quadro e que as novas escolas possam ensinar e proporcionar aos jovens festivais, debates, ensaios, corais e outras atividades, para que possam tirar a nova juventude florianense do marasmo e recuperar o tempo perdido.

O exemplo aí está na foto: o talentoso músico José Paraguassú Martins Cronemberger Reis, conhecido por Paraguassu, com sua simplicidade não demonstra a sua competência em outros aspectos, ele simplesmente compõe músicas, toca violão, e nas horas de folga faz poesias de gente grande!

Iniciou seus estudos no Educandário Santa D`arc, saindo para o Ginásio Primeiro de Maio, entidade que sempre despertou os alunos para parte artística e cultural. Nessa entidade educacional, Reis participou do coral que tinha em torno de 20 componentes, dentre outros Paraguassú, Jandira, Judite, Jojó, Barbosinha (mora em Teresina), Carino Filho (hoje, na Justiça Federal em Teresina), Elza do Seu Pedro Simplício, Maristane Gonçalves, Regina Oliveira, Elisabeth Tenório, Osmalinda.

A banda de Música do 1º de Maio foi outro canal que o ajudou a despertar o seu grande potencial que estava em fase latente para música, tocando o seu afinado violão!

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Fonte: Floriano em Dia

8/24/2006

POR DO SOL

Este é o pôr de todos os sóis, que já exaltou grandes emoções dos que por ali já passaram.

Não há como resistir à tentação das tardinhas do Parnaiba. A mansidão do cais do porto invade corações apaixonados.

E o Flutuante vai recebendo seus diaristas a suspirarem o vai-e-vem do ronco dos tambores hilariantes.

Até quando te farei novas companhias? Aguarda o tempo, que ele virá e eternizar-se-á no encontro e nos reencontros solitários e soturnos das noites enluaradas dos verões noturnos.

Seria este o último pôr do sol?

Se viver, verei.


8/23/2006

NA BEIRA DO CAIS


Nada melhor do que não fazer nada na beira do cais do porto do rio Parnaiba em Floriano (foto florianonet), sentindo a brisa e o pôr do sol.

É preciso preservar, eternizar esses momentos e os raríssimos encontros e reencontros dos que amam a Princesa do Sul.

Os ares, agora, são outros. Tudo bem. Mas ainda podemos proporcionar uma pescaria, alugar uma canoa à vela e sair por aí pelas ribeiras.

Ainda escutamos alguns cantos pelos cantos e becos. Se houvem ainda os ecos da noite. O vento leva o som dos tambores aos nossos ouvidos. As tertúlias já não mais existem, mas o bar sertã, a pedido, bota o disco antigo do Roberto.
São apenas sonhos tolos da saudade dos poetas andarilhos!

PADRE DJALMA


Padre Djalma com os seus pupilos em recreação. Na foto, são conhecidos, da esquerda para a direita, o nosso amigo Joaquim (que trabalhou com seu Chico Reis nos anos sessenta, hoje aposentado do BEP em Teresina) e Francisco Nunes (que foi um dos primeiros presidentes e fundadores da AFES - Associação Florianense dos Estudantes Secundários).
Havia, evidentemente, uma harmonia, dentro do contexto sócio-recreativo da comunidade. Floriano destacava-se em todos os setores produtivos.
Atualmente, temos buscado alternativas para manter o nosso padrão de desenvolvimento. Para melhorar, precisamos de mais iniciativas. A omissão é um fato que tem pesado no resgate de nossas tradições.
Floriano precisa urgentemente voltar ao que era no passado, mas olhando para o futuro.

8/22/2006

AVENIDA GETULIO VARGAS


Estávamos passando num desses domingos, na saudosa Getúlio Vargas, quando apanhei a minha velha máquina de "tirar retrato" dos anos setenta e arrisquei o clique. E vejam só o que saiu: tudo mudado do que foi no passado.
Onde estão o Bar do Bento, o Cine Natal, as Casas Pernambucanas e os carnavais de outrora? E os arvoredos?
O tempo passa e vamos suportando o aconchego (?) do consumo, sem mais poesia e ternura das auroras passadas.
Não há mais os passeios das rurais e das biciletas de mestre Walter. O asfalto tomou de conta. O calor já não é mais o mesmo de antigamente.
Apenas há uma incógnita: que rumo teremos se não sugarmos um pouco dos poemas que não mais submergem à tona dos poetas andarilhos?
Princesa, teu nome ainda é Floriano.

FERROVIARIO


Temos aqui uma grande relíquia do passado. O ferroviário do final dos anos cinquenta, quando o futebol florianense começava a despontar para o futuro.
A fotografia (FLORIANO EM DIA), resgata uma página da grande epopéia do futebol florianense, quando os dirigentes trabalhavam por vocação.
Em pé da esquerda para direita, observamos os piolhos de bola José Meireles (presidente), Merval Lúcio (diretor de futebol), Zé Pulu (beque direito), Nelson (goleiro), Ferre (zagueiro central), Guilherme(médio volante), Chico Martins (quarto zagueiro), Hugo Leal (lateral esquerdo) e Deusdete Macarrão (diretor financeiro).
Agachados, o ponta direita Balaio, Zezinho (irmão de Balduíno, meia direita), Omar (primo de Zezinho, centro avante), Adauto Perna de Gato (meia esquerda) e Américo (ponta esquerda).
Tempos que não voltam mais. As aspirações são outras.

8/21/2006

MARQUINHOS


Floriano sempre revelou bons goleiros. No passado, por exemplo, poderíamos citar inúmeros craques da camisa número um, tipo Pompéia, Bucar, seu Nelson, Galo Mago, Veludo, Chico Cobra Preta, Guiné, Careca, João Martins, Joaquim José e outros que não me vêm à memória e que fechavam o gol.
No entanto, mais recentemente, o futebol florianense revelou um goleiro moderno, atento e que naturalmente inspirara-se nessa velha guarda e romântica, criando o seu próprio estilo. Trata-se do nosso amigo marquinhos, filho do senhor Nelson da rua Sete (antigo goleiro do Ferroviário nos anos cinquenta).
Marquinhos, quando começou em Floriano, arrebentou em todos os times em que atuou, inclusive no futebol de salão. Os times de Teresina o requisitaram e brilhou também na elite do futebol de Teresina.
Campeão de vários campeonatos e torneios, Marquinhos consagrou-se no Cori-Sabbá, Auto Esporte, River e em todos eles mostrou sua elegância e suas voadas milagrosas, que o colocou na história do futebol piauiense.
Marquinhos fez parte, também, do time do Cori-Sabbá (foto), campeão piauiense do ano de 1995, título inédito para o futebol profissional de Floriano.
Hoje, como funcionário da Caixa Econômica em Teresina, Marquinhos ainda tem tempo para ensinar, praticar e reviver os bons tempos junto aos amigos.

8/18/2006

ALUNOS DO PADRE DJALMA


Observamos na foto ao lado, dentro do contexto romântico dos anos sessenta, uma turma de alunos de padre Djalma que, à época, preocupava-se com a formação básica de líderes jovens florianenses para o exercício da educação local.
Conhecida, nessa bela relíquia, a famosa professora Julieta (antiga funcionária do Movimento de Educação de Base - MEB), a penúltima da esquerda para a direita.
Agachados, ainda, reconhecemos o nosso amigo Pedro Alcântara e o piolho de bola Chinês (que jogava futebol amador florianense).
Havia, certamente, uma inquietação, uma preocupação da juventude local para com o futuro de nossa comunidade e os resultados disso foram de suma importância para a nossa formação.
Pena que as autoridades competentes não estão, no momento, dando a devida atenção para com a formação básica de nossos jovens. Há, apenas, uma vaidade burocrática e estatísticas, que poderão implicar na formação futura de nossa cidade.
Temos que ter muito cuidado. Ainda é tempo!

8/17/2006

TRAPEZISTA


A foto ao lado, trata-se de uma antiga trapezista dos circos de arena que passavam por Floriano nos anos sessenta. Eles ficavam distribuindo ao público presente e a minha mãe conseguiu guardar, até hoje, essa relíquia.
Hoje, Floriano continua a passos lentos, tentando encontrar um novo perfil sócio-econômico. O futuro chegou e estamos sentindo a ausência de novos líderes, que realmente venham satisfazer os sonhos do povo de Floriano.
O esporte seria um caminho a seguirmos, se autorizades e outros seguimentos pudessem tomar iniciativas para mudar a realidade em que vivemos.
Precisamos, acima de tudo, acreditar que logo, logo estaremos vivendo um novo tempo.
Mas é preciso revolucionar!

CLUBE DE REGATAS BRASIL


Estamos observando na foto (FLORIANO EM DIA) uma fenomenal formação do famoso Clube de Regatas Brasil do meio de campo Almeida (irmão de Zé Tarzan) no ano de 1972.

Dentro do contexto romântico de nosso futebol, tratava-se de uma jornada esportiva no antigo estádio Mário Bezerra, quando o Brasil vencera o Auto Esporte de Teresina por dois tentos a um, com gols de Cléber e Antonio Luiz, numa bela homenagem que faziam, à época, ao nosso querido desportista Defala Attem (in memorian) de saudosas lembranças.

De pé da esquerda para direita, observamos os piolhos Milton Costa, Pedro Atem, Esternil, Tequinha, Careca, Antonio Ulisses, Almeida, Nozinho e Raimundo Rego.

Agachados, na mesma ordem - Chicolé, Pedrão, Reinaldo, Sádica, Zeca Futuca, Antonio Luis “Bolo Doce”, Cleber Ramos e Zé Baixinho.

8/14/2006

DANUNZIO


Outro piolho de bola que surgiu no passado do futebol amador florianense, quando as águas rolavam para o mar, foi o atacante Danúnzio, filho do senhor Antonio de Melo Sobrinho e de dona Maria de Lourdes Batista de Melo, proprietários da antiga Escola Progresso de Dactilografia da rua São João.
Começando pelos campinhos tradicionais da Princesa, Danúnzio foi mostrando sua habilidade e estilo, chegando a fazer sucesso no Flamengo de Tiberinho.
Disputou muitos campeonatos e brilhou, principalmente, no Campo do Artista, onde foi campeão pelo São Paulo de Carlos Sá (filho de Geraldo Teles).
O menino só queria saber de futebol. Suas características principais eram o drible e os lançamentos precisos para os seus companheiros fazerem os gols. E os cabeceios certeiros. Poderíamos classificá-lo como o nosso Zico desse período romântico.
Sem os incentivos necessários, Danúnzio teve que ir embora para vencer na vida. Formou-se em Direito, casou com Raimunda Caminha de Melo da cidade de Pinheiros, Maranhão, onde tiveram quatro belas filhas, todas formadas: Java Valéria (Administração); Liliane (Pedagogia); Cecília (psicóloga); e Ana Cláudia (Ciências Contábeis) em São Luís do Maranhão, a Ilha do Amor.
Danúnzio faleceu ainda novo com cinquenta e um anos de idade, quando estava no auge de sua carreira profissional, mas acreditamos que a sua passagem pelo esporte amador florianense, contribuiu, decisivamente, para o desenvolvimento do desporto da Princesa, deixandro registros líricos na memória dos que o viram jogar.

8/11/2006

PULUCA



A década de sessenta fora, necessariamente, a grande fase do futebol amador florianense. Vários craques estavam despontando-se para o futuro. Esse período romântico, caracterizou-se, efetivamente, pela virtude de seus dirigentes que, à época, trabalhavam por vocação. As emoções eram fortes e tudo fluia naturalmente, fazendo a alegria do povão.

Poderíamos, desta forma, enfocar, efetivamente, a seriedade do futebol de Apolinário Pereira (economista), mais conhecido como Puluca, grande piolho de bola. Passando por vários times de elite da cidade, Puluca se sobressaiu, tacitamente, como um atacante perigoso e obsessivo pelo gol.

Inicou sua caminhada jogando pelo Gaúcho no começo da década de sessenta. Mais tarde, passou pelo Fluminense e São Paulo de Carlos Sá (foto). Depois de conquistar vários torneios, fora requisitado pelo Grêmio de Galdino e Reno de José Amâncio, onde também brilhou.

Puluca também consagrou-se no futebol de salão da Princesa, jogando pelo Botafogo de Julimar, jogando junto com Gilmar, Roberto Holanda, Gilson e Naldim. No Square de Ieié atuou com Gilmar, Gilson, Roberto Holanda, Gildécio e José Demes.

Disputou, ainda, campeontos pelo Regatas, Comércio e o Vingança do artilheiro Cléber. Tinha, também, o Acauã, em que jogavam Gilmar, Negro Hélio, Quinto, Cléber e Aluísio.

E quem não se lembra daquela famosa partida de futebol de salão entre a seleção florianense e o time do Banespa de Teresina, campeão do Nordeste nas quadras do Comércio Esporte Clube? A nossa seleção dera um baile ganhando de três tentos a um. A Seleção Florianense jogou com Arnaldo no gol, Paulão, Tim, Puluca, Cléber e Antonio Luiz Bolo Doce. O juiz do encontro foi o nosso conhecido Rafael do BEP com atuação impecável.

Puluca, calmo mas tinhoso, tinha a melhor visão de jogo. Seus lançamentos deixavam os atacantes posicionados para fazerem os gols. Sua passagem pelo esporte bretão da Princesa deixou um marco diferenciado e salvo pelo gongo.
Atualmente, ainda veterano, joga pelo time da Caixa Econômica Federal, instituição onde hoje é funcionário concursado na cidade de Teresina.
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Na foto acima, do São Paulo de Carlos Sá - 1964, Puluca é o quarto agachado da esquerda para a direita no Campo do Artista em decisão de torneio amador.

8/10/2006

REENCONTRO


Este foi o reencontro dos amigos de fé e irmãos camaradas do famoso Cruzeiro no final dos anos setenta num desses carnavais.
Relembrávamos, com bravura e descontração, das nossas traquinagens de infância e dos anos dourados da Princesa.
A casa aí é de Pauloínho (ainda mora em Floriano), filho do senhor Lourenção que, todo dia, tomava o seu cafezinho de manhã na antiga Mascote.
Da esquerda para a direita, observamos o famoso Pauloínho, Antonio Filho, Joaquim de Pierre, Eulálio, Luiz Banana (filho de Joãozinho Guarda) e Julimar de João Alves, saboreando um velho rum.
Hoje, os tempos são outros, mas estamos esperançosos de que no futuro essa realidade possa nos trazer de volta a alegria de nossas traquinagens, através de nossos belos filhos, mesmo dentro desse novo contexto de consumo em que vivemos hoje.

8/09/2006

TIME DE BOTÃO

Ainda era tempo de brincadeiras: de preso, de rodas, de lacoxia, chicote queimado, boca de forno, de papagaio e as férias eram um prato cheio para as nossas traquinagens pelas esquinas das ruas e becos.
Tomar banho de chuva nas bicas das casas nos levavam ao delírio dentro do contexto lírico de um momento em que vivíamos felizes, sem a preocupação com o consumo que os shoppings e os games de hoje nos impõem.
Tudo bem. Além dos filmes do Cine Natal, dos circos de arena no Campo do Artista, dos banhos do Parnaiba e dos passeios e pequeniques que nos envolviam, havia, entretanto, umas das brincadeiras que nos tiravam do sério. Era o tempo dos times de botão. Haviam as disputas entre ruas e times de grande tradição.
O Flamengo de Tiberinho era um timaço: só botão de paletó, bailheiros e lentes com cheiro de talco gessy. Tiberinho era tão piolho, que muitas vezes, quando se interessava por um botão bom, fazia de tudo para comprar e, enquanto você não se decidisse, ele não saía do pé.
Havia os torneios tradicionais, como os da Rua Sete, o campeonato da rua José Coriolano e de outros quintais. Nessa fase romântica, as traves eram feitas de buriti e a bola era uma esfera de bicicleta (capsulana). Havia muita discussão, ninguém queria perder, tinha que ter juiz e tudo. Cada gol era uma vibração total. Quem perdia, saía revoltado e era um tormento mesmo.
Um dos casos mais pitoresco desse período, foi quando Tiberinho botou em cima de um botão bailheiro de Danúnzio (dono do time do Ríver):
- Quer vender?
- Necolino!
- Eu dou o que tu quiser: queijo, maçã, requeijão, uva...
- Nesse caso, vou pensar!
Tiberinho conseguia, enfim, mais uma vez, conquistar mais um craque para o seu antigo Flamenguinho de botão.

8/08/2006

REPRESENTAÇÃO FEDERAL

O primeiro político de Floriano a ser eleito para o Congresso Nacional foi Eurípedes Clementino de Aguiar para o Senado da República.
Antonio Ribeiro Gonçalves e Pedro Borges da Silva foram eleitos posteriormente deputados federais.
O primeiro filho de Floriano a ser eleito para o Congresso Nacional, representando o Estado do Piauí, foi Esmaragdo de Freitas, suplente que veio a exercer o mandato de Senador da República.
Doutor Teodoro Ferreira Sobral como suplente assumiu o cargo de Deputado Federal no período de 21 de novembro de 1947 a 08 de junho de 1948; de 02 de junho de 1949 a 30 de novembro de 1949; de 16 de agosto de 1950 a 06 de novembro de 1950.
Posteriormente, Francisco Ferreira de Castro foi eleito primeiro suplente de Deputado Federal em 1958, tendo assumido por pouco tempo em 1960.
Nas eleições de 1982, o florianense João Calixto Lobo foi eleito Senador por uma sublegenda do então PDS. Em 1986, dois florianenses foram eleitos para o Congresso Nacional: o Deputado Mussa de jesus Demes e Jofran Frejat (Deputado Federal pelo Distrito Federal).
João Lobo não se recandidatou em 1990; Mussa e Jofran foram reeleitos em 1990 e em 1994.
Em 1982 foi eleito pelo Rio de Janeiro para Deputado Federal José Frejat, que é também de Floriano.
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Fonte: Floriano de hoje e de ontem / Theodoro Ferreira Sobral Neto

8/07/2006

FIGURAS QUE MARCARAM ÉPOCA

ROBERTO CARLOS
Tratava-se de um rapaz meio retardado, baixinho, galego que, aproveitando a fama do grande cantor, se auto intitulava como seu imitador, e tão bonito quanto ele, apesar de ser muito feio (só perdia para Tiberinho).
Gostava de galantear as meninas, que faziam gozações com ele. Ia muito para as praças e não perdia um filme e nem uma tertúlia nas décadas de setenta e oitenta. Sumiu de Floriano e, segundo dizem, pro rumo de São Raimundo Nonato, onde chegara a falecer.
Gostava, também, de tomar banho no Parnaiba, de descer o rio até o Restaurante Flutuante, mergulhando por baixo (ninguém sabe bem o que ele fazia debaixo do Flutuante), jogava o cabelo para trás com um giro rápido da cabeça, tirava taínha, pulava do antigo trampolim fazendo pose e era meio agitado.
Certa vez, na Ibiapaba, numa tertúlia, meio tomadão, queria varar a festa. Entrou de supetão e o porteiro logo o abordou:
- Cadê o ingresso, Roberto!
Roberto Carlos, vaidoso todo, retrucou cheio de moral:
- Meu amigo, eu já paguei! O negócio é que eu tinha ido deixar uma menina ali no Catumbi! Tu tá falando aqui é com Roberto Carlos, tá sabendo?
O porteiro deixou prá lá e deixou "inimitável" entrar e evitar maiores problemas. Coisas de nossa época romântica, que os anos não trazem mais.

8/04/2006

GRÊMIO DE GALDINO II


Esta também foi, sem dúvida alguma, uma das melhores formações do Grêmio de Galdino, quando o futebol de Floriano estava tomando um novo rumo, depois do período romântico.
Observamos, então, na foto (FLORIANO EM DIA), por exemplo, os craques, da esquerda para a direita, Gilson (grande lateral), Dias (providencial), Pedrão (zagueiraço), Joaquim José (in memorian), Antonio Ulisses (esse não alisava ninguém) e Galdino.
Agachados, os piolhos Chico, Neto, Gonzaga, Mocó e Jeremias pousando no famoso estádio Mário Bezerra nos anos setenta.
É claro que a partir dos anos oitenta, o futebol florianense sofreu um processo de decadência terrível, os estádios esvaziaram-se, principalmente quando a televisão começou a transmitir jogos ao vivo. Mais tarde, entretanto, nos anos noventa, o nosso querido Cori-Sabbá resgata essa pagina virada de nosso futebol, sagrando-se campeão piauiense, onde o atacante Walberto fora o destaque principal.
Precisamos repensar o nosso esporte e promover a volta dos bons tempos. Ainda há tempo.

8/03/2006

ARTESANATO

Floriano, com seus filhos, sempre muito criativos e trabalhadores, produziu belas peças de artesanato, tais como - espanadores de penas de ema, feitos e comercializados pelo senhor Pedro Roque da rua São joão; rendas e bicos feitos na almofada e bilros por dona dulce Neiva também da famosa rua São João; redes de linha, tecidas no tear por dona Maria Mendes Soares e dona Maria dos Anjos.
Essas redes estão espalhadas por todo o Brasil. Além de comporem o enxoval de quase todas as noivas da cidade, eram objetos de luxo com que se presenteava amigos e visitantes.
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Fonte: Floriano de hoje e de ontem / Theodoro Ferreira Sobral Neto

COMERCIO ESPORTE CLUBE


Estamos observando a famosa equipe do Comércio Esporte Clube do ano de 1967. Time da elite florianense, que exerceu uma liderança marcante na epopéia romântica de nosso futebol, ganhando vários campeonatos.
Na foto (do FLORIANO EM DIA), em pé, da esquerda para a direita, temos os piolhos de bola João Rato, Antonio Guarda (não alisava ninguém), Ué Macaco; Miguel da Véia Bela, Brahim e Bagana (romântico).
Agrachados, na mesma sequência, Petrônio (cracasso), Osmar, Antonio Luis Bolo Doce (in memorian), Sadica (genial) e Chicolé (estilista).
Chicolé, que chegou a jogar em vários times da Capital piauiense, hoje aposentado do Banco do Estado do Piauí, mora em Teresina e argumentou para a nossa reportagem, que "esse período foi um dos melhores de sua vida como jogador de futebol".
Época romântica, que os anos não trazem mais. Quem viveu, viu!

8/02/2006

DE VOLTA PARA O FUTURO


Não tínhamos pressa. Na verdade, estávamos dando um belo giro pela Barão, revendo lugares, pescando, tomando uma caipirinha e tomando aquele banho no cais do porto.
De repente, observamos uma canoa à vela vindo de mansinho. Aproveitamos esse momento para registrar a passagem de uma das últimas delas, com o velho pescador Zé Rubal (in memorian), que sabia onde os piaus estavam.
A paisagem nos trazem um sentimento lírico, nos engrandecendo a vaidade; emoções fortes no trajeto de um rio que ainda permanece caudaloso, feito cobra grande, mas que as nossas autoridades não têm interesse em desenvolver e revitalizar essa nossa grande riqueza.
Mas o importante é que há um futuro. E ainda podemos tirar proveito disso. Se quizermos.

Um Passeio e a Nostalgia

  Interessantes, ficaram essas reformas no contorno da Igreja Matriz e da praça doutor Sebastião Martins, além do novo visual da bela Sertã....