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CLEBER RAMOS (IN MEMORIAN)


Ainda preservamos a vontade irreprimível de desafiar o desconhecido. Aplicamos isto ao nosso GRANDE amigo Cleber, que não morreu, mas sim, reconheceu os ângulos e partiu para o universo paralelo, ficando por aqui a essência, a amizade, o carisma de bom amigo, excelente chefe de família. E porque não?

O melhor jogador de futebol que conhecemos. Na adolescência, lembro-me de situações engraçadas, como o dia em que eu, Cleber, Carlos e Quinto fomos pescar no rio parnaíba. Como local da pesca nos instalamos ao lado de um barco atracado no cais de Floriano, servindo a uma missão evangélica americana.
Começamos a pescar, brincar, pular e quando a algazarra estava boa, o chefe da embarcação não gostou, fazendo gestos, gritando, nos expulsando do local. Cleber não se intimidou, falou que o local era público, estávamos corretos, nossa brincadeira não prejudicava coisa alguma e não sairíamos.

O americano ficou mais exaltado, determinando que nos afastássemos definitivamente. Cleber correu, avisando que ia chamar seu pai. Momentos depois, chega o senhor Valter Ramos, com um revolver na cintura, esbravejando: "onde está o gringo que molestou meus filhos? Aparece!!"

O louco do americano apareceu no alto do barco, se desculpando:

- Senhor, eu só estar mandando!

- Gringo nojento, aqui você não manda em nada!!

E, apontando a arma, mandou ver:

- Tira logo o barco deste local porque, agora, eu e meus filhos vamos pescar aqui. Some, desgruda, senão!...
Pois não é que o sujeito obedeceu! Ficamos pescando à vantade, até o anoitecer, quando o por do sol do velho monge delineava o horizonte.

No dia seguinte, estávamos saboreando os peixes na residência de seu Valter, preparados com o tempero de Dona Mirosa. O barco do americano, por algum tempo, ficou ancorado no lado do Barão de Grajaú.
Na foto acima, Cléber com Zeca Futuca num desses carnavais de Floriano.
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Colaboração Arruda.Bernardo@ig.com.br

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