5/29/2006

MOCÓ - ANTES E DEPOIS





Falar em futebol piauiense, de prima, criatividade, piolho de bola, é falar do nosso eterno craque - RILMAR BARBOSA DE ARAÚJO, o famoso Mocó, florianense da gema; nasceu em 15.08.1957, levando o nome da nossa cidade para além das fronteiras: Teresina, São Luís, Belém e Santa Isabel, viram o que havia de mais refinado na arte da bola.
Casado com Euma Maria de Araújo Barbosa, seus filhos, sua inspiração e orgulho, o trio Iatagan (17 anos – zagueirão), Iatuana (15 anos) e Rilmar Júnior (12 anos). Filho de família humilde, mas de valores incontestáveis; seus pais, Otacílio Barbosa de Freitas e Maria José Araújo; seus irmãos, Luis Afonso Barbosa Araújo (Afonsinho), Gilberto Barbosa de Araújo e Iara Maria de Araújo Barbosa.
O futebol perdeu um grande craque, quando “Mocó” abandonou a carreira profissional com apenas 27 anos no Tiradentes de Teresina e não viu futuro no futebol profissional, mas comunidade ganhou, no entanto, um funcionário exemplar, criativo, educado e bem relacionado; ele é hoje Agente Administrativo da Agespisa, com passagens em várias cidades do interior, onde deixou sua marca de trabalho sério em parceria com a arte de fazer amizades que é o futebol.
Hoje, é estudante da Universidade Estadual do Piauí - UESPI, realizando o sonho de se formar em Administração de Empresas. Mocó morava na rua Padre Uchoa, próximo a vários campinhos de peladas, onde se formavam craques, tipo: Batatão (Ginásio Santa Teresinha), campinho de Xica Pereira, campo dos Artistas, estádio Mário Bezerra, quadra do Comércio Esporte Clube e outros.
Sua carreira futebolista cresceu em progressão geométrica; iniciou jogando no CRB - Clube de Regatas Brasil, 1970, Grêmio, 1972 e Ferroviário, 1975 e, aos 17 anos de idade, já era titular da Seleção Florianense de futebol de salão. Detalhe: era artilheiro nato em todos times que passava, um fenômeno, era espetáculo vê-lo jogar, criou seu próprio estilo, era dotado de todos os fundamentos no futebol (habilidade, chute certeiro com a bola parada ou aérea, visão de jogo, criatividade, deslocamento para receber a pelota, dribles curtos e desconcertantes, e diga-se de passagem, com a alegria em jogar, amava jogar; resumindo: era mesmo piolho de bola).
Em 1978, buscando novos horizontes e conhecimentos, transferiu-se para a capital piauiense, onde fora morar na Casa do Estudante e nos intervalos da escola ia treinar no River. O nosso saudosoTiberim (diretor de esporte do Piauí Esporte Clube à época), soube que Mocó estava em Teresina e marcou cerrado, não deu espaço, convidou o moço e o convenceu a ir jogar e morar na concentração do PEC. Ficara tudo acertado, à noite Tiberim o levaria para treinar na seleção piauiense de futsal, pois o time estava se preparando para jogar em São Luis-MA, com a seleção do Maranhão. No treino Mocó foi para o time reserva, começou o show de bola, aí não deu outra, o treinador logo percebeu que estava diante de um astro, de um artista da pelota, o colocou no time principal, foi só alegria, senão vejamos. Foram realizados dois jogos em São Luis, o primeiro Piauí 2 X 1 Maranhão, segundo Piauí 1 X 0 Maranhão, os três gols do selecionado piauiense foram marcados pelo craque Mocó. Os maranhenses ficaram boquiabertos, tamanho espetáculo proporcionado por aquele jovem de apenas 21anos, com 57 Kgs, endiabrado, com um tiro certeiro, jogadas mirabolantes, com variações jamais vistas, o assédio foi grande, para que sua transferência fosse concretizada para a capital maranhense.
Durante esse período Mocó jogava ao lado de feras: Emídio, Rato e Aníbal e o Piauí fora penta-campeão do campeonato de júnior de 1979; liderou a artilharia do campeonato piauiense de profissional no primeiro turno e parte do segundo, chegando no final como terceiro artilheiro. Recebeu o prêmio revelação do campeonato piauiense.
Em 1980, um integrante da diretoria do Isabelense do Pará veio contratar Maninho e Washington; entretanto, ao assistir o espetáculo proporcionado pelo craque Mocó, preferiu contratá-lo juntamente com Chicão. Logo no primeiro ano (1981), veio o retorno do investimento, o Isabelense da cidadede Santa Isabel- PA, chegou a final do campeonato paraense, fato inédito para o interior, nunca um time tinha chegado tão longe, o Isabelense tornou-se vice-campeão e Mocó mais uma vez conquistou o título de destaque do campeonato paraense.
Perguntado sobre em quem se inspirara no futebol, a resposta foi de prima: “inspirei-me no meu primeiro técnico, Alberino de Paula, (Seu Bero) e no ícone do futebol florianese, Antonio Luis Bolo Doce (in memorian), tanto em futsal quanto em campo”.
ALGUNS LANCES
Campeonato Paraense, estádio Mangueirão, tinindo de gente, 25.000 torcedores, pense numa zuada, o jogo foi todo especial, até o juiz era famoso, Dulcídio Wanderley Buschila; Reno (com jogadores famosos: Zé Mário, ex-Vasco, Afrânio e Peixoto, ex-Guarani), o escanteio cobrado pela direita, a bola quicou na marca do pênalti, dominei, dei um banho de cuia no zagueiro e bati sem pulo, estufando a rede (para visualizar melhor, foi igual ao gol que Roberto Dinamite do Vasco do Rio de Janeiro fez em cima do zagueiro Osmar do Botafogo do Rio), e foi o gol da vitória, Reno 2 X 3 Isabelense, desabafa com emoção o ex-craque florianense.
Outro jogo inesquecível, segundo Mocó, River 1 X 1 Piauí, estádio Albertão; bola cruzada pelo lateral Washington, a meio metro do chão, que peguei a bola de voleio, o goleiro ficou paradinho, paradinho e a rede estufada.
"Por último, estádio Tiberão, ainda com o piso de piçarra, o clássico entre os selecionados: Floriano X Amarante, Zé Ulisses cruzou da esquerda, matei no peito e peguei de prima no ângulo, onde a coruja dorme”, relata com saudade o grande artilheiro.
- E no futsal, qual o melhor time que você participou?
- Como é bom lembrar, era o time do Palácio dos Móveis: Careca, Mocó, Eloneide, Serjão e Ednaldo (Naldinho), era brincadeira, ganhamos tudo, fui artilheiro com 32 gols e Ednaldo vice com 28. Fui artilheiro de vários torneios de férias de futsal.
Como caso pitoresco, podemos relembrar, a propósito, que quando Mocó chegou no Piauí Esporte Clube, em Teresina, vindo da Casa do Estudante, era só o talo, mas ficou mal acostumado com a panelada do cardápio do clube, que de repente disparou a engordar.
Atualmente, Rilmar continua atuante, é treinador do Corisabbá, fazendo um trabalho de base, de conscientização dos atletas para o futuro e participa da organização do resgate do Futsal, torneio de férias na quadra da AABB.
Graças a Deus!
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Colaboração: César Augusto

Um comentário:

Anônimo disse...

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