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PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

CORREIOS E TELÉGRAFOS

Por - Nelson Oliveira e Silva

Vinculado ao Ministério de Viação e Obras Públicas, o Departamento dos Correios e Telégrafos ( DCT ), salvo engano, por volta dos anos de 1930, resolveu instalar em nossa cidade uma agência dos correios e telégrafos, órgão responsável pela distribuição de cartas ( correspondências ) - função dos correios - e transmissão de telegramas - função do telégrafo.

As cartas, a princípio, eram distribuídas, para todo o Brasil, pelo Correio Aéreo Nacional ( CAN ), que realizou o primeiro vôo para a nossa cidade, em 1934, tendo pequeno avião pousado num campinho que havia ali para os lados da Taboca e esse acontecimento se constituíu numa grande festa promovida pelo poder público, contando com a imprescindível presença do povo e que por isso mesmo o comércio fechou às 13 horas. Sobre o assunto daremos detalhes noutrolocal nas memórias do professor Djalma Silva.

Depois dessa rápida complementação, voltemos ao assunto dotítulo aqui constante. Pois bem, as transmissões do telégrafo eram feitas pelo morse e teletipo,instrumentos que transmitiam as mensagens entre uma e outra cidade, atraés de sinais que eram passados e recebidos por funcionários de uma e de outra agência. Os serviços, logicamente, não tinham a rapidez da internete de hoje, mas para aquela época já era um grande serviço.

Floriano, pela sua estrutura, já possuía um pequeno campo de avião - o já citado acima, foi escolhida pelo DCT, como uma cidade polo onde o avião do CAN ( Correio Aéreo Nacional ) deixava as correspondências destinadas à uma vasta região do sul do Estado e a agência daqui encarregava-se de fazer a devida separação, por cada cidade e, em seguinda, entregue a funcionários seus que faziam o transporte com as cartas acondicionadas em sacos de lona, fechadas com cadeados e transportados em lombo de burros para várias cidades da região, como Jerumenha, Aparecida ( hoje, Bertolínia ), Piripiri ( hoje, Itaueira ), Canto do Buriti, Amarante, dentre outras. Dos funcíonários que faziam esse serviço, só nos lembramos do nome de um: senhor Isaias Rocha, que residia na rua São João de cujo serviço foi pioneiro.

Como foi dito no início, foi por volta dos anos de 1930 a ssua chegada na nossa cidade, tendo se instalado no prédio existente até hoje, na rua Bento Leão, esquina com a rua Alfredo Estrela, aolado da Tipografia Attem, onde, naquele tempo existia a Pensão Estrela de propriedade da dona Cotinha Estrela, mãe do senhor Alfredo Estrela. Ali foram instalados os dois departamentos: correios e telégrafos. Passaram-se oa anos, muitos, aliás, quando registrou-se a mudança para a casa da avenida Getúlio Vargas, esquina com a Silva Jardim,onde funcionou até pouco tempo, o departamento de atacado do Armazém Triunfo, ali permancendo, também, o que ocorreu, no início dos anos de 1950, já tendo de lá para cá sofrido in´pumeras reformas, para se adaptar ao ser verdadeiro desenvolvimento em nossa cidade.

Dentre os seus funcionários que contribuiram para tal crescimento, lembramo-nos, entre outros, Antonio Florentino, Ivan do Barão, Morais, José Rosado Damasceno e seu sobrinho, Antonio Moreira Rosado Filho, que depois se tornou funcionário do Banco do Brasil; João Sabino Rodrigues, assassinado por um seu colega, na sua sala de trabalho, que depois teve sua vida ceifada por um desconhecido, próximo a casa do senhor Florindo, onde hoje reside o senhor Guilherme Ramalho; ainda nos lembramos do senhor Zacarias, que a exemplo dos já citados, já faleceram; dos mais modernos que conhecemos, temos na mente Antonio Neiva de Souza Neto, Leopoldo Sérvio, com mais de 50 anos de serviços, que lhe valeu uma placa de prata em comemoração ao feito; Cid Martins, Pedro de Alcântara Neiva, Robson Neiva, Carmélia Leal, Euvaldo José da Costa e Silva, com alguns já aposentados e outros em plena atividade.

Por um dever de justiça, não podemos deixar de incluir no primeiro escalão, dos mais antigos, que somente depois nos lembramos, os nomes das seguintes pessoas, pela importância das mesmas no desenvolvimento da empresa: dona Maria Izaura Silva, irmã do senhor Pedro Carvalho; Benedito Damasceno, pai de José Rosado; Davino José do Carmo, Antonio Luiz Ferreira da Silva, que na qualidade de Maçom da Loja Igualdade Florianense, deu-lhe de presente, nos anos 50, a caixa postal nº 4 e sua esposa dona Copnsuelo; também dona Adelina Borborema, mãe da dona Socorro e Loudinha Lopes.

Claro que um grande número de pessoas outras, além das citadas, cujos nomes não foram lembrados e mais os atuais, contribuíram e continuam contribuindo para o crescimento da empresa, que hoje se denomina EBCT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, possuindo agências em todo o Estado, razão das constantes reformas levadas a efeito na agência da nossa cidade e que vem confirmando seu desenvolvimento.

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