Os Cinemas da Cidade
Cine Natal - Anos Cinquenta |
Segundo se sabe, Floriano teve o seu primeiro contato com o cinema, graças a um laboratório que estentava o nome BAYER, cuja marca ainda existe, em várias partes do mundo, com o nome inscrito dentro de um círculo horizontal e verticalmente.
Valdemir - Foi projecionista nos anos 60/70 |
Pelos idos de 1935, o referido laboratório apareceu por aqui, como um automóvel em cuja capota instalavam uma tela e exibiam filmes, na sua maioria, com propaganda dos produtos de sua fabricação. Lemboro, perfeitamente, que os filmes não tinham som e somente quando aparecia o nome do medicamento, alguém falava sobre o produto. O referido automóvel estacionava na principal praça da cidade e aqui, como não poderia deixar de ser, foi na praça da Igreja, como era denominada a hoje praça doutor Sebastião Martins, para onde muita gente acorria, mais por curiosidade paa aquela coisa fenomenal e que durava cerca de meia hora.
Logo em seguida, em 1937, o senhor Bento Leão, que já tinha um negócio de bar na antiga avenida Álvaro Mendes, hoje Getúlio Vargas, talvez levado ou influenciado pela presença do automóvel da Bayer na cidade, resolveu instalar o primeiro cinema da cidade e construiu a sala de exibição, anexo ao seu primeiro negócio, mas esquina da via pública que se chamava rua do Ouro, onde funcionou, por algum tempo, o Mercadão das Construções.
Cine Glória nos anos 60/70 |
O Cine Natal, num determinado tempo, instalou até uma tela panorâmica para maior conforto e uma visão melhor. Nunca foi uma casa de luxo, mas atendia as necessidades do público, com a apresentação de filmes das mais afamadas produtoras americanas.
Durante a sua existência, o ambiente sofria constantes modificações, sempre no sentido de oferecer melhor conforto aos seus estimados frequentadores e que era uma questão do senhor Bento Leão, o seu proprietário.
Como colaboradores empregados, cita-se, na parte técnica, José Barreto, José Maria de Araújo ( o Zé Pequeno ), Valdemir ( foto acima ); na manutenção, Julimar e Edmilson Nogueira; na lanterninha, o João Paulo; na portaria, Agnelo e Floriano Preto e na bilheteria, o Elias, filho de João Alexandre e o senhor Albino Leão da Fonseca ( Binú ), sobrinho do senhor Bento.
Em 1955, por iniciativa do cidadão sírio Adala Attem, em prédio próprio, construido para esse fim, surgiu o Cine Itapoã,localizado na esquina da rua São Pedro com a praça doutor Sebastião Martins e que por razões não identificadas, com a morte do seu proprietário, a decadência dele se apossou o que levou o senhor Camilo Ferreira arrendá-lo, na tentativa de sua recuperação, pois era pessoa ligada ao ramo, visto que a sua família era arrendatária de um cinema na Capital, mantinha uma distribuidora de filmes que atendia todo o interior do Estado.
Os grandes filmes lançados no sul do País, pouco demoravam para serem exibidos nos nossos cinemas, mesmo assim, a decadência continuava reinando no seio das duas casas exibidoras e, em consequência, a queda da frequ~encia, que crescia a cada dia, até que chegou a televisão, que contribuiu em muito para o fechamento das duas casas de espetáculos cinematográficos da cidade.
Talvez, o poder aquisitivo do nosso povotenha contribuído para o problema crescer, que ficou privado dos grandes filmes que por aqui passaram e deixando muita saudade.
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