8/10/2007

NILO E SEU CONJUNTO


Dos arquivos do nosso amigo Teodoro Sobral, aí está, do fundo do baú, uma bela relíquia do passado musical florianense – o NILO E SEU CONJUNTO, tocando no tradicional Floriano clube no início dos anos setenta.

Tradicionalmente, havia os bailes e aquelas tertúlias que faziam grande sucesso. A entrada dos clubes ficavam disputadíssimas, começava cedo e terminava cedo, também, por volta da meia noite.

Época romântica, que os anos não trazem mais. Na foto, temos o Nilo, o Edivaldo, o Moura do Cavaquinho, o Raimundo José, o José Franco e o Raimundo, tocando as grandes canções de sucesso da época.

8/08/2007

NOITE DO PRAZER


Assustado, permaneço, ali, inquieto nos deslizes da noite. O Flutuante, soturno, recebendo seus poetas e itinerantes, mergulhados na solidão noturna do cais do porto. A lua brilha e ilumina a beira do rio serenamente. Os ventos sopram o som dos tambores das macumbas distantes.

Olho ligeiramente para o contorno da noite. O som delirante dos carros de som, espalhando os axés ensurdecedores. Não há como reverter mais, voltar ao que era dantes. Os seresteiros estão mortos.

Mas a noite ainda vive os carnavais em seus arrastões populares e o povão delira nas madrugadas dos prazeres do cais do porto. As danças e a sensualidade das noites espantaram os forrobodós e o colorido se espalha no corrimão dos trios elétricos comandando a nova folia dos reis.

BEIRA DO CAIS


Aquelas nossas travessias, certamente, que davam pé; o Parnaíba nos proporcionando um sol magnífico, algo lírico, para atravessarmos bem os remansos perigosos e chegarmos às areias das praias de julho. Do outro lado, a paisagem exuberante das ribeiras, exaltando suas lavadeiras.

Aqueles tempos maravilhosos nos envaideciam, sorrateiramente. Os assobios nossos ecoavam com o vento forte, quando tirávamos os pulos mortais e as tainhas compenetrados.

“ O pique-nique foi bom, mas a volta é que foi tão triste”. A bela canção do Wanderley Cardoso guardando na memória esses momentos saudosos e eternos que passamos e que certamente estarão gravados para sempre em nossos corações.

Foto: Agamenon Pedrosa

8/07/2007

POR ONDE ANDA


CAÇULA

Por onde será que anda o piolho de bola Caçula, filho de dona Tintô. Morava, ali, perto da oficina de João Veleiro. Disputara vários campeonatos na época dos torneios amadores do campo dos artistas.

Nesse tempo ( foto ) em 1964, quando jogava pelo São Paulo de Carlos sá, Caçula ( terceiro em pé da esquerda para a direita ) jogava no meio de campo, distribuindo bem as jogadas.

Algumas vezes, atuava como juiz naqueles torneios dos anos sessenta e, em certa ocasião, numa tarde disputadíssima no campo dos artistas, Caçula, na moral, marcara um pênalti decisivo mas polêmico entre Botafogo de Gusto e Santos de Cuia; de repente, a turma corre pro rumo do árbitro, dizendo que iria pegá-lo lá fora.

No entanto, preocupado, finalzinho de partida, Caçula, esperto, correra feito doido para o rumo do muro ( é o besta ), assoprou o apito agitando os braços e finalizara a partida, saltando o muro e se mandando na tubada.

RETRATOS


SENTADOS NA CALÇADA

Antigamente, ainda se podia sentar nas calçadas de nossas casas para jogar conversa fora. A meninada, esperta, brincando de roda e os nossos pais se articulando para com o nosso futuro.

Na bela fotografia ao lado, dos anos cinqüenta, estamos vendo uma cena localizada na rua José Coriolano, ali, depois do Cruzeiro, nas calçadas da residência de mestre Valter, que tinha uma oficina de bicicleta detrás da igreja matriz.

Pela ordem, lembramos de dona Loudes e seu Melo e, logo abaixo, sentados, os meninos Ubaldo Dácio, Tibério, Divaldo, Djalma e a nossa bela tia Maria Serva de Melo, que trabalhou nas Casas Pernambucanas.

8/06/2007

POR ONDE ANDA


Por onde será que anda o nosso amigo Fábio de Jesus, que antigamente tocava no conjunto OS BRAVOS ( foto ), junto com baixista Irapuan Leal, o guitarrista solo Antonio Alberto Pimentão e com o baterista Raimundo Neiva ( o Neivinha ).

Quem souber do paradeiro dessas figuras, que no passado deram a sua contribuição em prol de nossa grandes festas do passado, não esquecer de postar o seu comentário, certo?

Vamos valorizar a nossa cultura.

MUSEU DE TEODORO


Fizemos uma visita esperta ao Centro Cultural Teodoro Sobral, quando estávamos aproveitando a festa de carnaval deste ano. Presença de figuras ilustres ( Carlos Sá, Puluca e Teodoro na foto ) fazendo suas anotações e revendo o passado de Floriano.

Inaugurado durante a realização do PRIMEIRO ENCONTRO DE FLORIANENSES 10 ANOS DO CENTENÁRIO, em julho último, o museu de nosso amigo Teodorinho tem dado grande contribuição aos pesquisadores e à turma da velha guarda, onde estão revivendo os bons momentos do período romântico da Princesa do sil.

Iniciativas como essas é que fazem Floriano continuar a dar bons frutos. As parcerias precisam vir à tona para procurarmos tornar dinâmica mais ainda a revolução de nossa cultura e de nossas tradições.

CARNAVAL - 2007


Dentro do contexto revolucionário do carnaval romântico de Floriano, o Comércio Esporte Clube reuniu a velha guarda da Princesa do Sul. Figuras ilustres dando um show na dança das marchinhas carnavalescas.

Nada mais nada menos do que os nossos amigos Zé Afonso Kalume, Selvu, Phillipe Salha, Antonio Filho e José Demes ( Ieié ), resgatando os bons tempos da festa de Momo.

O nosso carnaval a cada ano que passa, volta a brilhar. De qualquer forma, ainda precisamos melhorar mais. A COC precisa de mais parcerias para poder resgatar as nossas tradições.

8/04/2007

DE VOLTA PARA O FUTURO


Vejam só que bela paisagem dos tempos românticos, mais especificamente na década de setenta, quando aqueles antigos pontões transportavam e escoamento a nossa produção rumo à Amazônia.

O famoso pontão de Pedro Caetano ( foto ), o Estrela Dalva, em grande formosura. E, para não passar em branco, observamos a presença do professor Altino do Estadual, que andava tirando uns mergulhos nas águas do velho monge ao lado de seu filho Marlon.

A propósito, o professor Altino, hoje, mora na Capital piauiense, aposentado e de bem com a vida, que continua nos proporcionando emoções fortes.

8/03/2007

GALO MAGO - POR ONDE ANDA?



MEMÓRIA DO FUTEBOL FLORIANENSE, por onde anda o grande goleiro Galo Mago ( foto ), que jogou em vários times do futebol florianense? Quem arrisca a comentar o seu desaparecimento?

Comenta-se que, ainda nos anos setenta, esse famoso goleiro fora jogar no futebol de Imperatriz. De qualquer forma, estamos tentando resgatar, através deste quadro, figuras ilústres que brilharam ou que tiveram uma passsagem significativa no contexto do futebol local.

Galo Mago chegou a jogar no Ferroviário, Palmeiras de Bucar, Flamengo de Tiberinho e no Cruzeiro ( foto no estádio Mário Bezerra ), ganhando vários campeonatos. Quem, por acaso, souber do paradeiro ou descobrir alguma história de Galo Mago, pode postar um comentário aqui, certo?

8/01/2007

CAIS DO PORTO


Terminadas as férias de verão, o cais do porto volta à sua normalidade e vamos dar continuidade à luta por dias melhores. O sol escaldante nos deixa espertos para vencer a batalha do dia a dia.

Mesmo sem as regatas de julho, a nossa beira do rio revela sua imensidão e a paisagem ( foto ) nos transporta aos bons tempos. As algarobas sombreando os lugares dali nos dá uma sensação de alívio e poesia.

Os carros sonoros, com esses terríveis forrós tecno-bregas nos dão uma certa trégua, ninguém sabe até quando. Vamos aproveitar para escutar uma boa seresta e um som mais bossa, um blues ou umas músicas executadas pelo violonista Manoel Filho.

E vamos seguindo de mansinho

7/30/2007

DE VOLTAS ÀS MATINÊS


Fazia sucesso nos anos cinqüenta o nosso tradicional – CINE TEATRO ITAPOÃ, onde funcionou no período de 1954 a 1965, localizado na cruzamento das ruas Fernando Drumond e São Pedro. Era de propriedade do senhor Adala Attem.

O prédio é bonito e, hoje, apesar das novas cores, mantém suas características externas originais. Tempos depois, passava para as atividades do – CINE GLÓRIA, tendo como proprietário o senhor Camilo Ferreira, funcionando no período de 1968 a 1974, fazendo a alegria dos piolhos de filmes.

Atualmente, Floriano encontra-se carente com relação a manter um cinema. Com o progresso, as vídeo-locadoras tomaram de conta do mercado com filmes comerciais em sua maioria.

7/28/2007

CARNAVAL - 2007


Voltando, ainda, ao melhor do carnaval florianense deste ano, temos que incentivar a presença de nossos amigos, que puderam, de alguma forma, contribuir para a promoção e divulgação de nossa festa.

Ao lado ( foto ), por exemplo, estávamos no Comércio Esporte Clube, resgatando os bons tempos, quando flagramos a elite de nossa sociedade.

Trata-se de nossos amigos Jorge Filho, Paulo Carvalho ( Paleca ), Nilson Coelho, Marcelo Guimarães e Demetrius na melhor descontração da festa de momo. O melhor da festa, foi quando o arrastão tomou conta do povão, do hotel até o cais do porto na beira do Parnaiba.

foto: http://www.noticiasdefloriano.com.br/

7/26/2007

AVENIDA GETULIO VARGAS


Vejam só, ao que parece, um belo domingo de sol na avenida Getúlio Vargas ( antiga Álvaro Mendes ) nos anos cinquenta, quando ainda havia serestas e poesia. A cidade já dava sinal de grande progresso e a empolgação era geral.

Todos imbuídos de bons ideais e a política em seu grande apogeu.As mudanças, de repente, foram acontecendo e, hoje, há uma correria sem fim em luta pela sobrevivência.

O nosso contexto político atual, agora, é irreversível. Não temos mais a filosofia de vida de outrora.Mas ainda acreditamos numa reviravolta. As mudanças são necessárias, mas precisamos adotar comandos que possam levantar a auto - estima do povo florianense e, nesse contexto, ( re ) viver aqueles bons momentos do passado que nos deram grandes alegrias.

7/24/2007

VELHA SERTA


O tempo passa, mas quando nos deparamos com algumas imagens dessas ( foto ), vem aquela saudade gostosa dos tempos de outrora. Essa tomada ao lado da velha SERTÃ do ano de 1966, exalta a nossa época da jovem guarda.

Lembro-me bem, quando corríamos por ali em época de carnaval, naquele sobe – desce e tomando uma mirinda. De repente, já estamos vivendo um novo tempo, com a meninada estourando nos games.

Se pudéssemos voltar no tempo, brincaríamos mais vezes por entre esses arredores; procuraríamos sair de casa escondido para subir no coreto e ver a fonte luminosa nas noites lá da praça, mesmo sabendo que poderíamos pegar uma sova por chegar tarde em casa.

7/21/2007

FUTEBOL DE SALAO


Estamos disputando neste final das férias de julho, nas quadras da Associação Atlética Banco do Brasil - AABB, o tradicional torneio de futebol de salão férias de verão, evento organizado atualmente pelos desporstistas florianenses Roberto Holanda, Darlan Portela e Mocó.

Trata-se de um importante resgate de nosso futebol. Relembra, por exemplo, os velhos torneios que eram disputados no antigo Comércio Esporte Clube nos anos setenta.

Na foto acima, estamos observamos o time de Teodoro Sobral, quando disputava o torneio do ano de 1972, conseguindo boa colocação. Da esquerda para a direita, em pé, os piolhos de bola Henrique Nunes, José Maria, José Afonso Kalume, Teodoro e Lourival. Agachados, temos o Ivan Demes, Paulo Afonso Kalume e Beja Kalume.

7/19/2007

TRAVESSIAS


Lembro-me, perfeitamente, daquelas famosas travessias e descidas que fazíamos no rio Parnaíba. Muitas vezes, lá do Pateta até chegarmos ao cais do porto. Época romântica. Claro, que não sabíamos do risco que corríamos, mas éramos felizes, literalmente.

Certa vez, eu, Fernando de Né Santo, Chico Lista, Paulo Babá, Pateta, Alvinho, Kebinha, Deda, nego Dunga, Luiz Banana, Chico Pipira, Laurismar, Seudu, Leomar, Cebola, Chiquinho de Turene, um verdadeiro time de futebol -, apanhamos umas bananeiras e zarpamos do posto do professor Ribamar Leal, ali, próximo ao antigo Buraco da Malária. O mês de julho era de um sol extremamente escaldante. O nosso amigo Zé Rubal era só o breu em suas famosas pescarias.

Quando aportamos nas imediações do cais do porto, nas proximidades do remanso, começamos a dar braçadas fortes para sairmos daquele sufoco. Queríamos atingir as coroas, aquelas belas praias do Barão, para jogarmos um futebolzinho de primeira.

Deixa, porém, que seu Cícero Pintor fora avisado de que seu filho Chico Lista estava participando daquela nossa travessia, estava no meio da curriola e ficara escondido em volta do pontão de Pedro Caetano, esperando o traquinas voltar com um pedaço de corda de seden enrolada na mão, para dar uma sova daquelas, vocês sabem.

No entanto, Chico Lista, arguto que só, percebendo o perigo que corria e o que iria acontecer, deu um drible no velho Pintor e correra feito um doido no rumo de sua casa e fora esconder-se no fundo do quintal e só saiu de lá quando as lamparinas de dona Hilda já estavam acesas para dormir.

7/18/2007

VELHA SERTA


A velha sertã ainda nos transporta para os bons tempos. Na sua inauguração, durante a gestão do Prefeito Chico Reis, no final dos anos cinqüenta, diversos artistas e cantores populares participaram da festa de sua inauguração.

Esses traços antigos ( da foto ) nos trás muitas saudades: os seus arvoredos, o sobrado, a fonte e os contornos, lembrando até dos velhos carnavais que brincávamos nos anos sessenta.

Seria de suma importância, hoje, transformar esse nosso tradicional espaço numa galeria de artes, um barzinho típico e com muita folia cultural. Daria um certo prazer, para nós, da velha guarda, resgatarmos essas nossas lembranças, que os anos não trazem mais.

7/17/2007

PRAÇA


Hoje, a praça doutor Sebastião Martins tem uma nova paisagem, totalmente diferente dos tempos de outrora. Quiseram dar uma idéia moderna, uma arquitetura compatível com a realidade de Floriano.

No entanto, temos saudade daqueles bambuais que faziam sombra, do sobe-desce da Sertã, da fonte luminosa, do coreto e dos bancos lá da praça. Não temos mais os corre-corre de meninos brincando de esconde-esconde ou de quemente.

O visual, agora, é outro e as canções que se escutam são os axés e os forrós tecno-bregas; há um certo vazio, não ouvimos mais o Roberto Carlos, a Vanderléa e o Érasmo Carlos. Os tempos voaram e não sabemos para onde vamos ( ? ).

Mas há sempre uma expectativa nova, há um sentimento lírico que nos deixam esperançosos. Se não temos mais os bares Carnaúba e nem o bar São Pedro de velhos carnavais, pelo menos temos uma sensação constante de emoções fortes dos tempos de outrora, que buscamos na simples vaidade de encontrar novas manhãs.

ROSA DE OURO - 1964


Antes de você correr para as matinês do velho Cine Natal, você teria que dar uma passada, necessariamente, na tradicional Rosa de Ouro, para fazer um lanche ou comprar as revistas do Fantasma, Cavaleiro Negro, Mandrake, Tarzan e outros gibis da época.

Esse prédio, hoje, encontra-se de certa forma desfigurado, mas mantendo algumas de suas principais características e nos causa, ainda, uma sensação de nostalgia, quando caminhamos pelos seus arredores.

Construída na década de sessenta pelo seu Camilo, dono do Cine Glória, a Rosa de Ouro atualmente precisa ser restaurada e melhor aproveitada. Seus proprietários atuais deviam receber os incentivos necessários para dar uma dinâmica ao ambiente, como por exemplo, incentivar a criação de um clube do vinil, um sebo ou uma seresta da saudade com músicas de época.

É extremamente vital, a cidade voltar a resgatar seus antigos momentos; reencontrar a velha guarda, dar uma movimentação a mais ao lugar. Floriano é uma cidade linda e que merece de todos nós uma atenção especial e que isso possa provocar grandes emoções.

FERIAS DE JULHO


O mês de julho geralmente é um período confortável, dinâmico e estratégico para quem quer se divertir e sentir-se bem em Floriano. Diversas atividades e movimentos são inseridos nas programações culturais locais para atrair a velha guarda e as novas gerações.

Temos a bela paisagem de nossa matriz ( foto ) e tivemos, por exemplo, recentemente, o 1º Reencontro de Florianenses, que foi um sucesso; a festa do futebol de salão, organizada pelos piolhos de bola Darlan Portela, Roberto Holanda e Mocó; as atividades do aniversário de Floriano, organizada pela Prefeitura; o Cais do Porto ( fundamental ); e a Florifolia para a juventude.

É dentro desse contexto que Floriano desponta para uma nova era, transição essa que fatalmente vai melhorar a nossa condição turística. Precisamos, apenas, do incentivo das autoridades e dos agitadores culturais para movimentar mais a cidade.

7/13/2007

PÔR DA SAUDADE



Estamos sempre procurando resgatar momentos inesquecíveis. O pôr-do-sol do cais do porto, este nos deixa de alma lavada. Contemplar esses momentos épicos nos faz transmitir um sentimento lírico, que agrada o ego.

A época romântica passou e, de repente, nos deparamos com uma nova realidade de consumo: a postura, agora, é outra; de qualquer forma, precisamos sempre acreditar no futuro. Floriano poderá ainda reinar bons momentos.

As autoridades competentes precisam movimentar-se mais, proporcionar aos visitantes e ao nosso povo uma Floriano bem mais limpa, movimentar a cultura e o esporte. As escolas precisam de mais educação esportiva.

Precisamos voltar a saber a matar uma bola no peito e fazer os gols de placa, que fazíamos no campo dos artistas!

7/12/2007

BAU



Dos arquivos de dona Umbelina, conseguimos resgatar esta maravilha da sociedade florianense dos anos sessenta, quando ainda se brincava e se divertia de forma tranquila e absoluta.

Observamos figuras ilústres e gente finíssima que fazia sucesso naqueles tempos maravilhosos. Em pé, o Phillipe Salha, o Renê, Adelmar Rosado, Zé Wilson Pereira e o Zé Wilson Carneiro.

Agachados, temos os irmãos Dimas e Fabio, João Carlos Ribeiro Gonçalves, o Vitor, Dalton, dentre outros, fazendo o registro dos velhos tempos da jovem guarda de Floriano.

7/11/2007

SHOW VISAGEM



Já passaram-se vinte e oito anos, quando o grupo VIAZUL ( foto ) se apresentou no Salão Paroquial com o show – VISAGEM -, evento realizado nas férias de julho do ano de 1979, lotando praticamente todo o teatro local.

O Viazul foi um momento cultural revolucionário na cidade, digamos assim, dentro do contexto social local e congregava a juventude a se identificar com o processo criativo da música florianense nos anos setenta e oitenta.

Na foto, a cantora Célia Reis, José Demes, Adelmar Neiva e Nilson Coelho, dando um banho de interpretação.

Ainda faziam parte da composição da banda o produtor Ricardo Xavier, responsável por letras, cenários e produção.

Devemos esclarecer que conseguimos gravar, à época, em fita cassete, quase todos os shows do grupo e que hoje dispomos em CD-r.

MATRIZ




Belas foram e serão sempre as tomadas extraídas da inspiração de vários fotógrafos, poetas e amadores de nossa bela catedral São Pedro de Alcântara. Cada uma mais bonita que a outra. Muitas cores e o cenário de seus arredores em constante mudanças.

Mas a fase áurea que lembra muita magia e poesia foi aquele período dos anos sessenta e setenta, com o coreto, os belos bambuais, aqueles bancos lá da praça e aquela fonte luminosa; a sertã e o vai-e-vem de jovens enamorados.

No momento, há uma nova paisagem, que estamos adotando, moderna e que chegou para o futuro. Acreditamos que poderemos nos acostumar com essa idéia, mas nunca esquecer daqueles anos dourados, que os anos não trazem mais:

"Tuas arestas não não se curvaram ao tempo; onde estão as tuas andorinhas e os teus meninos errantes? Teus sinos ressoam - sopros de sonhos".

TORRE



Vai-te, poeta, embora, sentir as tuas dores de amores; entrega-te aos teus dissabores; mas não esquece da tua Princesa e das tuas torres. Exalta, fortemente, esses teus amores noturnos.

Pelas ruas e becos, soturno, ultrapassa os entulhos e derrama tuas lágrimas no Parnaiba caudaloso, que sofre de muitas sedes nas ribeiras; aproveita, a propósito, as águas do rio e enche os teus potes, ainda que tarde.

Andas pelas tuas ribanceiras e sobe rumo ao Pateta pelas pescarias do rio afora, que ainda resta um pouco de sol para matar as tuas vontades de ver a cor do verde das tuas matas. Aproveita os últimos lençóis d´água e cobre-te com a tua Princesa e suga o mel de tua musa verdadeira.

Foto: Agamenon Pedrosa

7/10/2007

FLAMENGO DE TIBERINHO



ANO - 1964.

LOCAL - ESTADIO JOSE MEIRELES ( campo do Ferroviário ).

EM PÉ - PULUCA ( jogando pelo Botafogo de Gusto ), PEDRINHO TABOQUEIRO ( in memorian ), LUIZ BOGÓ ( primo de Janjão ), GERÔNCIO, LUIS PARNAIBA ( que morva na Taboca e fundador do Santos ), TIBERINHO ( in memorian ), LUIZ ORLANDO ( in memorian ) E PINGUIM.

AGACHADOS - RAIMUNDINHO, MIGUEL DE DONA BELA E SIQUEIRA.

AS CAMISAS FORAM COMPRADAS NA TRADICIONAL CASA DAS ROUPAS ( localizada na praça Coronel Borges ).

AINDA SÃO CONHECIDOS, DENTRE OUTROS, O NOSSO AMIGO DEDÉ CARVALHO ( irmão de Paleca ), NONATINHO ( Irmão de Puluca ), SOLETA, PEDIM ( irmão de Da Cruz ), DANUNZIO e SEBASTIAO ( irmão de Luiz Orlando ), todos esperando o jogo começar.

ANTIGA PREFEITURA



Ainda permanecendo intacto, o prédio ( foto ) onde acomodava a administração geral da prefeitura de Floriano na Fernando Marques contagia pela sua bela arquitetura. Um casarão antigo, mas já com uma certa modernidade.

A construção desse calçadão, no entanto, tirou o brilho dessas ruas e becos, que precisam de um reparo urbanístico urgente. Floriano precisa restaurar seus belos casarões antigos e outras ruas.

O tempo vai passando, mas precisamos resgatar nossos valores históricos. Os investimentos e as verbas destinadas para tal precisam ser bem aplicadas, para o bem de nosso futuro.

Floriano ainda é bela, mas precisa, urgente, de um retoque, de uma pintura nova, certo?

7/09/2007

AVENIDA CENTRAL



Ah, que saudades que eu tenho da avenida Getúlio Vargas dos carnavais de outrora, das charretes e dos jipes, dos desfiles de sete de setembro e das maratonas da semana do esporte, que os anos não trazem mais.

Hoje, há só o asfalto puro e o progresso comendo solto, com tantos carros e motos desgovernados; não há mais aquela poesia de outras auroras. A velocidade é quem manda. A pressa das pessoas em busca do futuro é um processo doloroso, que nós nem nos damos conta.

A Getúlio ( foto ) numa descontraída manhã, quando ainda adormecem os seus usuários. O seu silêncio, nesse momento, exalta o canto de alguns poucos pássaros em vôos confusos, mas que mostram ainda uma certa harmonia.

Será que ainda teremos outros carnavais, outros corsos como os de antigamente?

Oxalá!

7/07/2007

POR DO SOL



Aquelas tardinhas românticas eram quentes e nos deixavam vaidosos, quando caía o pôr – do – sol. O sorriso nosso expressava poesia, pureza e grandes emoções.

O cais do porto tem esse cenário todo para buscarmos a paz e a tranquilidade. A lentidão do rio expressando bem essa magia, que nos transforma e nos transporta para a beira das paixões.

O mês de julho mostra bem essa paisagem mística, misteriosa dali. Em cada detalhe e em cada canto encontramos os encantos líricos, que nos distraem a melancolia. Saborosos são esses momentos que guardamos e eternizamos suavemente em nossos corações.

O tempo passa, mas permanecem essas lembranças fortes que carregamos vida a fora. A canoa ainda não virou e os barcos, em seu sobe – desce, em transe com os remansos e com as ventanias relicárias que o tempo não apaga.


Foto: Agamenon Pedrosa

7/06/2007

( RE ) ENCONTRO



Foi aberto, ontem, o - PRIMEIRO ENCONTRO DE FLORIANENSES 10 ANOS DO CENTENARIO, com diversas atividades. Até domingo Floriano será palco de encontros entre várias correntes e gerações de pessoas, fazendo, desta forma, um resgate importante para o contexto cultural local.

Essa idéia partiu da iniciativa de Teodoro Sobra e Cristóvão Augusto, com o apoio de outros seguimentos de Floriano. Até domingo, dia 08, aniversário da Princesa, teremos várias festividades.

Além de tudo isso, teremos a inauguração do museu do Laboratório Sobral, localizado na avenida Getúlio Vargas, próximo ao antigo Cine Natal, onde são expostas várias peças do passado de Floriano.

Estão sendo esperados, neste final de semana, muitos florianenses da velha guarda de diversas partes do Brasil, onde farão uma confraternização geral.

7/05/2007

TIBERIO NUNES E AMIGOS


Dentro do contexto romântico da política florianense, conseguimos esta ( foto ) do fundo do baú, editada no livro de memórias de dona Yeda Nunes, com o nosso saudoso prefeito doutor Tibério Barbosa Nunes ao lado de correligionários.

Observamos, ainda, da esquerda para a direita, Francisco Borges ( da rua do Amarante ), os empresários Edmundo Gonçalves, Bonasser, Pedro Attem ( Atemal ) e o senhor Ramos num descontraído bate - papo no Floriano Clube.

Hoje, há uma certa escassez de líderes políticos em Floriano, mas ainda acreditamos numa reviravolta e, de repente, quem sabe, teremos de novo alguém aí se destacando para fazer a diferença.

Vamos ter que aguardar, por enquanto, por muito tempo ( ? ).

Quem viver, verá!

TIBERINHO


Aí está o nosso amigo Tiberinho ( in memorian ), florianenses da gema, que gostava de lutar pelas nossas causas esportivas e, evidentemente, pela nossa cultura.

Tiberinho precisa ser sempre lembrado, pois o amor que sentia por Floriano era extremamente vital. Na época dos torneios amadores de futebol, o seu Flamenguinho arrebentava, ganhava tudo ( até no time de botão ) e só tinha craques, tipo, Cléber, Danúnzio, Pedrinho Taboqueiro, Janjão, Pedro Hélio, Chiquinho, Quinto, Luiz Orlando, Boi Bufalo e o famoso Zeca Zinidor.

Época romântica, que os anos não trazem mais; de qualquer forma, fica aqui o registro desse legado diferenciado que Tiberinho nos deixou: uma conduta positiva em prol do desenvolvimento sócio - GUERREIRO da Princesa do Sul.

7/04/2007

PEDRINHO TABOQUEIRO



Faleceu, recentemente, em Floriano, o nosso amigo Pedrinho Taboqueiro, que no passado defendera vários times do futebol amador florianense, como Botafogo de Gusto, Flamengo de Tiberinho e o Reno de Zé Amâncio, atuando muito bem no meio de campo. Piolho de bola, não saía do campo dos artistas na fase dos torneios amadores. Saía escondido de casa para bater uma bola. Como todo craque daquele tempo, pegava algumas sovas da mãe, que brigava: "vai se assear, menino danado!"

Filho de seu Euzébio ( vaqueiro de Benedito Batista ), Pedrinho sempre foi um jogador clássico, de toque de bola, estilista, esforçado, distribuindo bem as jogadas no meio de campo e fora campeão de várias taças. Ausentou-se de Floriano por um bom período, pois teve que ir para São Paulo vencer na vida nos anos setenta.

Voltando à Princesa, Pedrinho ( ao lado de Cléber Ramos na foto acima ), ainda atuara em vários times e campeonatos amadores de Floriano, destacando-se pela sua moral e categoria.

Uma de suas últimas apresentações, jogando futebol de poeira, foi numa partida em comemoração ao centenário de Floriano ( foto ), junto com a velha guarda do futebol florianense, tipo Vicente Filho, Bigode, Castilho, Gilberto de Honorato, Gilberto Duarte, Geremias, Puluca, Eloneide, Janjão, Soleta, Selvu e Naldinho.

REGATAS DE JULHO



Era gostoso quando chegava o mês de julho. O cais do porto aos domingos era aquela folia. O Parnaiba nos proporcionando belas paisagens, o Flutuante exuberante e as Regatas de Julho exaltando grande movimentação de pessoas ( foto ).

O grande Cícero Damas ( in memorian ) foi um dos competidores que mais ganhou taças. E quem chegava em último lugar, ganhava um litro de uisque. A competição se completava no Clube de Regatas, com muita festa, forró, churrasco e alegria.

Com a retomada e do resgate de nossas tradições, através do encontro dos DEZ ANOS DO CENTENÁRIO, seria importante se tivéssemos este ano a realização deste saudoso evento. Floriano precisa deixar de vez essa coisa do "já teve" e partir para o futuro, certo?

6/30/2007

BEIRA DA POESIA


O próximo final de semana em Floriano será palco de inúmeras atividades sócio - culturais, dentro do contexto das comemorações dos DEZ ANOS DO CENTENÁRIO e da festa de aniversário da Princesa, dia 08.

Calculamos e fazemos projeções de que essa iniciativa fortalecerá a auto - estima de nossa comunidade, atualmente atravessando algumas crises, mas que serão superadas com essa nova investida na cultura da princesa.

Achamos que tudo isso vai dar o que falar. Estamos todos para o que der e vier. Precisamos, apenas do apoio e do incentivo de todos, do comparecimento da população, para mostrar que a nossa terra ainda está viva para o futuro.

Foto: Agamenon Pedrosa

6/29/2007

CAMPO DOS ARTISTAS


O velho e saudoso Campo dos Artistas, hoje, encontra-se totalmente abandonado e descaracterizado, mas sobrou, pelo menos, o velho cajueiro, que servia de ponto de encontro dos bastidores dos antigos torneios amadores, momento lírico na década de sessenta.

Seria importante, se pudéssemos ter tomado as iniciativas necessárias, no tempo certo, e termos recuperado aquela bela ala futebolística, no sentido de promover eventos esportivos para a nossa juventude.

Eu me lembro, ainda, de ter pratipado da educação física, ali, com o Sargento Geraldo e professor Abdoral, que mostravam serviço e disciplina para com os mucurebas. Havia, depois, as peladas e os jogos, que nos daixavam vaidosos com as belas jogadas e jogos emocionantes que ali foram disputados.

Certamente, que as coisas hoje estão mudadas em nossa terra, mas é preciso estarmos atentos com essas mudanças, para que Floriano possa estar sempre em nossos corações.

RUA PADRE UCHOA


As nossas ruas sempre tiveram um brilho místico, que geralmente marca a nossa trajetória de vida. Esses lugares nos deixam paralisados em pensamentos, buscando uma certa paz interior.

Hoje, apenas o asfalto quente nos tira essa poesia e a pureza dessas paisagens, que precisam dar frutos ao progresso. Nossas emoções certamente que serão suportadas em nossas gargantas entaladas pelo choro espontâneo que carregamos.

Precisamos preservar esses momentos, guardar nos baús das lembranças aquelas marcas que um dia foram gravadas na memória daqueles que por ali corriam feito doidos nas brincadeiras da infância.

Os oitizeiros são o testemunho puro de nossas traquinices vividas por entre ruas e becos no balacondê e nos tiros dos caubóis das brincadeiras de quemente que os mocinhos construíam na pura imitação dos sonhos eternizantes.

MUDANÇAS



Chegar ao cais do porto é maravilhoso, aconchegante, é místico. Depois de tanto tempo, de repente, observamos que estamos de volta ao aconchego. O filme vai passando e vamos lembrando dos tempos de outrora.

As mudanças estão sempre acontecendo, certamente. Floriano é uma nova cidade, mas que não esquecemos jamais de sua meninice. A Princesa entra nos seus cento e dez aninhos nos proporcionando uma idéia nova de vanguarda, mostrando um caminho novo e expectativa de dias melhores.

Estamos começando a limpar a cidade. O nosso ar está vindo novamente com um oxigênio puro e outras feras e novas lideranças começam a despontar na velha torre. A Maria Bonita é um trunfo ímpar e o Flutuante mantém a sua tradição.

Vamos edificar, portanto, uma nova etapa e contrução de vida. Esses ( re ) encontros poderão, talvez, serem saudosistas, mas que se consituem numa nova filosofia de vida para quem quer viver feliz e traduzir à comunidade local uma mensagem de otimismo e esperança para todos nós.

É um novo tempo. Quem viver, verá!

Foto: Agamenon Pedrosa

6/28/2007

ESCOLA NORMAL


ESCOLA NORMAL

Por: Seu Nelson Oliveira

1929 foi um ano excepcional para educação em Floriano. Além do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, foi fundado o Liceu Municipal Florianense, e, anexo a ele, a Escola Normal Municipal de Floriano. Estabelecimentos que a cidade deve a uma plêiade (grupo) de homens de escol (nata, fina flor) entre os quais Dr. Osvaldo da Costa e Silva, Dr. Theodoro Ferreira Sobral, Dr. José Messias Cavalcante, com o apoio do deputado estadual, Dr. José Pires de Lima Rebelo.

A época caracterizava-se por um extremo elitismo na educação que se traduzia principalmente no excesso de cautelas e exigências com que as autoridades procuravam cercar a instalação de escolas. E o LICEU não pôde ter vida longa. Em 1932, após frustração e desastres, como bem expressa o Dr. Osvaldo da Costa e Silva, em uma entrevista concedida a revista “ZODÍACO” dos alunos do Ginásio Demóstenes Avelino de Teresina, encerrou suas atividades.

O pretexto para o fechamento compulsório foi à deficiência do gabinete de física e química. Esse gabinete deficiente para os técnicos do Ministério da Educação e Saúde eu conheci.

Ocupava toda uma sala. E comparando-se com os laboratórios dos estabelecimentos de hoje, que os possuem, era sem dúvida riquíssimo.
Mas fechado o LICEU, a Escola Normal continuou. E foi por muitos anos o único estabelecimento de ensino pós primário com que puderam contar os jovens florianenses que desejavam continuar seus estudos e não tinham recursos para estudar fora.
ESCOLA NORMAL DE FLORIANO – 1937

1ª Fila sentados (Esquerda para a Direita): João Francisco Dantas (Professor), Alzira Coelho Marques (Professora), Fernando Marques (Professor), Não recordo o nome, Antonio Veras De Holanda (Fiscal do Governo), Hercilia Barros Camargo (Diretora), João Rodrigues Vieira (Professor), Ricardina (Professora), Albino Leão da Fonseca (Professor),Emid Vieira da Rocha (Secretária);

2ª Fila: Ana Magalhães Gomes (Inspetora de Alunos), Américo de Castro Matos, José Vilarinho Messias, Djalma Silva (como aluno), Não recordo o nome, Ida Frejat, Maria do Carmo Alves, Adaíla Carnib, Zuleica Santana, Aldenora da Silva Correia, Horácio Vieira Rocha, Antonio Alves da Rocha, Jose de Araujo Costa, Nely Paiva (Inspetora de Alunos);

3ª Fila: Maria Adélia Waquim, Clarice Fonseca, Iete Freitas, Não recordo o nome, Hilda Carvalho, Maria Amelia Martins, Lenir de Araujo Costa, Zizi Neiva, Maria do Carmo Castelo, Assibe Bucar, Dayse Sobral, Francisca, Lucinda Vilarinho Messias;

4ª Fila: Não recordo o nome, Maria da Penha Sá, Não recordo o nome, Maria Constancia de Freitas, Não recordo o nome, Não recordo o nome, Maria Henriqueta Franco, Judith Martins, Maria do Carmo Ramos,, Maria Miranda, Zélia Martins de Araujo Costa, Maria Lilita Vieira, Nilza Araújo, Antonieta Martins, Ecléia Frejat. - Acervo do Profº Djalma Silva).

Escola voltada para a formação de professores primários, isolada, sem qualquer vínculo com o curso superior ou mesmo com o curso secundário. Quem a cursasse e no decorrer do curso pretendesse passar para uma escola secundária a única que dava acesso ao curso superior, tinha de fazer exame de admissão e entrar na primeira série.

Alem disso, escola incompleta. Dos 5 anos que constituiu o curso normal propriamente dito, ministrava as 3 primeiras séries, devendo aqueles que quisessem diplomar-se, ir para Teresina.

Cursei a Escola Normal Municipal de Floriano de 1934 a 1937, e a ela sumamente grato por me ter possibilitado continuar meus estudos há dois anos interrompidos por falta de recursos para ir estudar em outras praças, e por ter me proporcionado o encontro com uma profissão que tem sido a razão de ser da minha vida.

Primeiro fazia-se um curso propedêutico (preliminar) de dois anos, anexos a escola – o Curso de Adaptação. Este curso eu a fiz de 1934 para 1935, minha classe era mais menos numerosa. A maioria mulheres. Entre colegas recordo-me: Maria da Costa Ramos (1), Judith Martins, Zuleide Santana, Hildinê Silva, Helena Reis, Assibe Bucar (2), Amália Nunes (3), Maria Lilita Vieira, Maria da Penha Sá, Olavo Freitas, Heli Rodrigues, Horácio Vieira da Rocha, Américo de Castro Matos, Milton Chaves (4), Raimundo Noleto e Joaquim Lustosa (5).

Na vigilância estava Dona Carmosina Batista, muito dedicada mas fiel cumpridora das ordens emanadas da direção da Escola. Nos intervalos das aulas os alunos tendiam conversar descontraidamente. Dona Carmosina Batista, bradava: - Silêncio! E se alguém se excedia nas atitudes ela ameaçava!

- vou dar parte ao diretor!

E dava mesmo. E o denunciado podia, conforme a falta, pegar uma simples repreensão ou logo uma suspensão.

Eu, não obstante pacato, fui denunciado duas vezes. Na primeira o diretor me repreendeu e advertiu:

- Não faça outra.

Mas acabei fazendo. Em acordo com Olavo Melo e Milton Chaves. Não me lembro o que fizemos.

Sei que não foi coisa grave. Porém como éramos reincidentes ou já tínhamos sido repreendidos, pegamos 3 dias úteis de suspensão.
Dos professores que recordo: Dr. Manoel Sobral Neto (6) também diretor, que lecionava francês; Dr. Rodrigues Vieira, que lecionava Geografia; Alceu do Amarante Brandão, que lecionava português; Dalva Nascimento que lecionava aritmética e parece-me que ciência.

O curso de Adaptação era previsto para dois anos. No fim do primeiro foi nos facultado aproveitar o período de férias para fazer as disciplinas do segundo ano. De sorte que em 1935 os aprovados puderam matricular-se no 1º ano do curso normal.

NOTAS IMPORTANTES:

1. Filha do Sr. Ramos da Farmácia Sobral;
2. Irmã do Sr. Arudá Bucar;
3. Funcionária dos Correios parenta do Senador Helvídio Nunes, de Picos;
4. Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, irmão da Dona Nazinha, esposa do Sr. José Cronemberger dos Reis e consequentemente tio de Antonio Reis Neto, Airton Arrais Cronemberger, Antonio José e Paulo;
5. Deputado Federal pelo Piauí, esposo em segunda núpcias, da Doutora Afonsina Nogueira;
6. Fundador do Instituto Santa Teresinha que depois passou denominar-se Ginásio Santa Teresinha, e também seu diretor por mais de 40 anos.

Transcrito do Jornal de Floriano Edição nº 324 de 1985

Pesquisa: César de Antonio Sobrinho.

Fotos: A rquivos Prof. Djalma Silva - 1929

ORLANDO E OS IGUAIS


Faleceu, recentemente, em Floriano, o famoso cantor do antigo conjunto OS IGUAIS, o nosso amigo Orlando Peixoto ( cantava por amor e vocação ), conhecido, nos anos setenta e oitenta como uma das vozes mais importantes daquelas antigas tertúlias.

Era um garoto, que como eu, amava os Beatles, os Rollings Stones e, também, OS IGUAIS, que eram formados pelos músicos Aroldo ( no piston ), Cancão ( sax ), Orlando ( cantor ), Neno e Airton ( bateria ), Toinho ( órgão ), Carraspana ( baixo ) e Mascarenhas ( na guitarra ) e que, maravilhosamente, revolucionaram aqueles anos românticos.

O tempo vai passando e de repente estamos percebendo que a velha guarda está partindo para o outro lado ( antes do combinado ); portanto, seria de suma importância incentivarmos os novos talentos na música, nas artes plásticas, na fotografia, no esporte e na literatura. Floriano precisa reinar novamente – ACORDAR PARA O FUTURO, que já chegou, sorrateiramente, certo?

...

Foto: www.noticiasdefloriano.com.br

6/27/2007

DO JUMENTO AO PARLAMENTO


Episódios, aventuras,atos e fatos vividos pelo autor Raimundo Floriano que, de almocreve traquejador de jegues, no sertão sul - maranhense, virou homem da caneta no Congresso Nacional.

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Muitos vão ler crônicas – que ele prefere chamar de episódios, romances, casos – tomados da curiosidade de revisitar, de rever, de recordar, de conferir, como personagens reais: são eles senadores, deputados, companheiros, camaradas, colegas, familiares, amigos, enfim, os que de algum modo participaram da trama, se assim podemos chamar o enredo da vida.

Goiano Braga Horta, escritor

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Este livro é alegre, recheado de bons fluidos. Não comporta o negativismo e a depressão. Quem espera encontrar nestas páginas histórias escabrosas, aleivosias, baixaria e cacetadas em parlamentares e funcionários do Poder Legislativo, perde tempo. Disso já se ocupa, diariamente, a mídia, principalmente a TV, com seus noticiários sensacionalistas e suas apelativas novelas. Mas é bom que se saiba: um camarada que foi tangerino, sargento do Exército, funcionário do Parlamento Brasileiro, contabilista, guia turístico, corretor de seguros, mestre de banda, diretor de bloco de sujo, pagodeiro, artista circense, e muito mais, só pode ter um apreciável acervo de experiências a nos transmitir.

Alvinho – compositor da ARUC e cidadão – Samba de Brasília

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O livro acima ( foto ) estará disponível no Museu de Teodoro Sobral e na Biblioteca Municipal de Floriano em breve

CINE NATAL - DECADA DE 50


Os anos cinqüenta em Floriano foram assim de uma efervescência épica do ponto de vista cultural, social e intelectual. A amplificadora florianense, naquele tempo, comandada pelo nosso agitador cultural Defala Attem, fora um dos ícones dessa revolução que acontecia na cidade.

Vieram, portanto, os espetáculos e o Cine Natal ( foto ) fora, necessariamente, um ponto de encontro significativo no contexto social daquela fase romântica. A presença de figuras ilustres era indispensável naquele momento e Floriano expressava emoções, alegria e, evidentemente, uma certa vaidade.

Esse apogeu fora revolucionário e podemos admitir que aqueles acontecimentos ficaram registrados na memória daqueles que viveram tudo aquilo. Precisamos criar, dessa forma, uma demanda com a velha guarda, apanhar esses depoimentos que ainda devem estar vivos por aí e colocá-los na pauta do dia. Precisamos registrar essas emoções que ainda restam, para o bem da história da Princesa.

6/26/2007

FLORIANO - 100 ANOS ( REPRISE )

UMA HOMENAGEM AOS 100 ANOS DE FLORIANO”

* Por: Francisco Sobrinho Amorim de Araújo

“REPRISE”

Floriano, princesa querida, deixa que busque o teu passado, para reviver um pouco da tua gente, da tua cultura e do teu solo, nos 100 anos de tua existência e nos meus 50 anos de vida. Floriano, cidade progresso do meu Piauí, cidade colônia dos meus avós. Salve... Salve... Foi precisamente no dia 2 de março de 1947, que cheguei ao nosso mundo, alí na Avenida Eurípedes de Aguiar, próximo do hospital e lá vivi a minha infância e adolescência. A tua lembrança é permanente, meu amor por ti é eterno, pois Deus permitiu que ainda adolescente, enterrasse o meu umbigo, lá no Ban­deira-518, hoje Avenida Bucar Neto.

Floriano, sei que muitas coisas boas desapareceram em nome do progresso, mas pode ser que o espírito de preservação desperte na tua juventude, pois a cultura de um povo nobre como o teu não pode ser desprezada, principalmente tuas riquezas naturais. O mundo hoje se preocupa com o desenvolvimento, mas não devemos esquecer, que o desenvolvimento seguro, é o economicamente sustentável e ecologica­mente preservado.

Cadê o teu folclore... Vejamos: O “Reisado do Miguel”; o “Bumba Meu Boi”, do curral; as “Rodas de São Gonçalo, de São Benedito e do Rei Congo” , do Catumbí ; as “Pastorinhas” , de Sádonna e de Rosa de Tia Bela, lá do campo do Artista; o “Bumba Meu Boi”, do Luiz Tê - Tê -Tê, lá da cancela; E os teus festejos de: “São Pedro D`Alcantara”, com suas barraquinhas ; do “Tabuleiro do Mato”; de “Nossa Senhora da Guia”; de “São João Batista”, lá no Morro da Cruz comandados por minha querida Mãe Noemi; das “Festas de 1º de Maio”, onde as caravanas de Operários/Artistas vinham de Oeiras para participar das tuas festividades solidificando uma união entre os POVOS FLORIANENSES/OEIRENSES, que perduram até hoje, lembro-me das caravanas, comandadas por Raimundinho de Zefinha ( 90 anos e no batente ) , Srs. João Matos, Cícero Cego, Lucí e Teresa Guarda, Dona e Maria Eva, Josefa Crioula, Arlindo Carneiro, Neusa Rêgo e os irmãos: Silvério, Dico e Cabeceira, e muito outros, era tudo muito bonito, os operários de Floriano hospedava-os em suas residências e eram retribuídos, quando iam participar de festividades em Oeiras, lembro-me de Srs. como Tuna e Anísio Cansanção, Luiz Pinto, Jaime Lima, Zezinho Rocha, Vicente Kangurí, Zé Luiz, Zé Borges, as irmãs: Aneci, Cecilia e Maria Dias e ou­tros, que recebiam as caravanas de Oeiras.

E as tuas belezas naturais, Hein! Floriano. Recordo-me do: Riacho da Onça, com seus “olhos d`agua”, no seu percurso urbano e com suas águas caudalosas, em dia de enxurradas; do Riacho Irapuá; do Riacho de Vereda Grande, com seus escorregas - bundas e as lavadeiras em suas margens: do Açude Mário Bezerra; do Olho D’água e do Açude do Bom Lugar; do Riacho Itaueira; do Rio Parnaíba com seus famosos Piaus e suas lindas coroas, no mês de julho, propiciando os banhos , no caís, no bosque, no curtume e as pescarias, como era lindo vê as margens do Velho Monge, com suas Balsas de Talo de Coco e de Buriti, carregadas de Frutas e os Vapores ( barcos ) dos Srs. Afonso Nogueira e Maia, apitando.......Ali do cai N´água até o caís.

Que saudades!.....Do Escurador, da Pedra de Mesa e do Binga, Alí no Catumbí. Ah! Floriano... Recordar é viver, deixa que viva os teus 100 anos, recordando-te: E as Quintas de Caju do Padre Pedro e do Sr. Tiago Roque; do Campo do Artista; do Campinho do Sr. João Justino; da Praça do Cruzeiro, com suas Barraquinhas; da Areia Branca da Manguinha, onde o Zinidor Chicão, armava-se com um porrete ( jucá ) e dava seus esturros, enfrentava quem se atrevesse a incomoda-lo e não abria para meia dúzia de soldados da Polícia, era o Rei; das matas nativas da Sambaíba, onde imperava, as frutícolas, Maria Prêta, Muricí e Grão de Galo; E as paqueras na praça Sebastião Martins; dos Cines: Natal e Itapoan, e seus filmes com Durango Kidd, Randolf Scott, Errol Flyn, Tarzan, Zorro, Jonh Wayne, Audie Murphy e outros ; dos Bares: Bento Leão com suas sinucas e cassino, do Café Ideal, da Cubana, do Sertã, Quiosque Rosa de Ouro, do Bar do Bio, etc.

Permita-me recordar a tua gente, esta gente, que de alguma forma contribuiu para o teu des­envolvimento e faz a tua história nos 100 anos. Lembro-me do Dr. Raiz, com suas raízes milagrosas; das presepadas do BRIANTELO; das trombadas do JOÃO N’AMBU ; das doidices do NÊGO CAFÉ ; dos xingamentos da MARIA PIRANHA ; da performance do TARONE, com sua bicicleta e suas vestimentas; das brigas de NÊGO PIO; das mulheres do LAGEIRO ; dos cabarés: Maria Amélia, Ditosa, Constancia, Ping-Pong, Quitandinha, Pau não cessa ; do dia do Estudante ; do Guaraná e Vinho Moscatel do SR. ARTHUR ANDRADE e o seu Jeep Inglês ; da Fubica do CHICO REIS. Quem não se lembra : dos bolos e cocadas de D. LUÍZA BOLEIRA, de D. RITA do ZÉ BORGES, de D. CHIQUINHA e D. MADALENA, lá do Bandeira ; dos Pirulitos do Sr. JOAQUIM ; das Rapaduras do Sr. ANTONIO CEARENSE ; do CHÁ-DE-BURRO, lá no mercado velho ; do cuscuz de D. Emília (feito na hora ); do sanfoneiro DÃO JOÃO, dos poetas Samuel e Rafael ; das missas de 5:00hs celebrada pelo Padre Pedro; do Coral de D. Filó Soares; dos educadores : Neném Preá, Sr. Firmino e Sr. Luizinho ; do carnavalesco Antônio Sobrinho; do Ferroviário e Comercio Esporte Clube ; do Antônio Velho, o coveiro da cidade , dos Enfermeiros: Damião, Melquíades, Anísio, Germina, Edína e Antônio II ( este ajudava médico a operar ) ; da D. Mundica da farmácia ; dos Farmacêuticos: Dr. Amílcar Sobral, Dr. Rocha e Abílio Coelho; dos Médicos: Dr. Sebastião Martins. Dr. Tibério Nunes, Dr. Cícero Rocha, Dr. Humberto Demes, Dr. Adelmar Pereira, Dr.Ariosto Martins, Dr. Osvaldo Costa e Silva; Recordo-me dos grandes Alfaiates, os artistas da régua, do compasso e do esquadro, que souberam vestir o Florianense, por muitas décadas, são eles: Zezinho Rocha, Vicente Kangurí ( meu inesquecível pai ) , Zé Luiz, Lulu, Motinha, Luizinho e outros; os Barbeiros: Zé Venancio, Zé de Candinha, Sr. Vila, Simeão e João Barbeiro; do pai Lulu, lá do via azul; do Juiz Carlos Ferraz com sua conduta inabalável; e o Povo Sírio, que tí abraçou como a 2º Pátria, fez, faz e muito fará pelo teu progresso: Srs. Salomão Mazuad, Salomão Barguil, Michel Demes, Calisto Lobo, Milad Kalume, Elias Oka, Pedro Attem, Aruda Bucar, Fauzer Bucar, Alfredo Gaze, Zarur, Jan Waquim, Hassan, Mazuad, Cabo Salim, Mifler, Brarrim, Bucar Amado, Carlos Bucar, Jamil, Pedro Attem Filho, Defala Attem, João Alfredo Gaze, João Lobo, Calisto Lobo Filho e muitos outros.

Recordo ainda das: Tertúlias do Floriano Club; das Retretas da Banda do Mestre Eugênio(e o som do trombone do mestre Ambrósio, clarinete do Edgar Pereira e o pistom do João Paulo); da Moral do Major Carlindo ; dos carnavais de Lourival Xavier, fiscal do Banco do Brasil ; das valentias e das “Histórias” do meu amigo Antônio José Cara-Ôlho; do senhor Luis Ourives; do Sr. Abdias Pereira com sua Padaria Recife ; da voz empolgante do Defala Attem, com sua Amplificadora de Floriano, das crônicas sociais de Graça Costa e Silva, na Rádio Difusora, com sua voz pausada e cativante; do Grupo Escolar Ribeiro Gonçalves e do Ginásio Estadual Monsenhor Lindolfo Uchôa; do grande educador, íntegro, sério, disciplinador, Braulino Duque de França; dos mestres que muito fizeram pela educação do teu povo: Dr. Sobral Neto, D. Raimundinha Carvalho, Noemi Melo, Ribamar Leal, Francisquinha Silva, Maria da Penha, Eva Macedo, Teresa Chaib, Ivonildes Castro, Onélia Martins, Enedina Castro, D. Jovina Mendes, Risomar Mendes, Francisca Gomes, Lourdinha Viana, D. Moema, Duzito e etc. ;

Deixa que eu sinta saudades dos colegas e amigos: Selvu, Leto, Miguel, Leitim, Pedro, Zé Amancio, Vicente Cabeção, Cruz, Peito de Vaca, Luiz Bogó, Janjão, Chiquinho, Nego Cleber, Júnior, César, Jusmar, Chicolé, Valdir, Guido, Adeval, Adevan, Zé Afonso, Boi Manso, Pitombeira, Franzé, Raimundo Bonfim, Antônino, Manoel Saraiva, Chicão, Chico Mendes, Zé Mendes, Nestor Guerra, João Luiz, Toínho, Luiz Pereira, Porca Preta, Gilberto, Poncion, muitos hoje continuam participando ativamente da tua história.

O destino pregou-me uma peça interessante nos meus 50 anos de vida: Comecei a trabalhar com 8 anos de idade, na Tipografia do Jornalista Andocildes Lemos, tendo como instrutores, os mestres Edgar Pereira, Deusdete Carvalho, Gil Torres, Iran e Mitonho, e hoje a minha residência está situada a Rua Alberone Lemos, que era irmão do meu primeiro patrão e também Jornalista. Coisas do Destino.

Finalizo, desejando a tí Floriano, e ao nosso povo, muitas alegrias, paz e prosperidade e que os teus futuros Governantes, lutem para que teus 200 anos sejam comemorados , como a Rainha do Sul Piauiense.

* Francisco Sobrinho Amorim de Araújo, Florianense e Engenheiro Agrônomo.
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P.S. – Publicado nos Jornais: Diário do Povo, Meio – Norte, O Dia e Correio do Piauí. Quando do Aniversário dos 100 anos de Floriano e reprisado agora atendendo pedidos.

6/25/2007

FLORIANO - 110 ANOS



ONTEM: COLÔNIA DE JERUMENHA – HOJE: FLORIANO DO PIAUÍ : 110 ANOS

* Por: Francisco Sobrinho Amorim de Araújo

A notícia que rola nos últimos dias no espaço aéreo de Teresina a Brasília, Rio de Janeiro até São Paulo e vice-versa, além da problemática dos controladores das estradas que orienta e limita os transportes aéreos através das coordenadas geográficas, deixando os passageiros estressados sem saberem o dia e a hora que retornam para seus lares, e dos estouros de corrupção que demonstra que o País está mudando, antes acontecia e ninguém sabia, hoje sabemos de tudo, é sem sombra de dúvidas a programação das comemorações dos “100 + 10 anos de Floriano”, por sinal muito bem elaborada que vai enriquecer a história da nossa cidade com a Instalação do Museu Histórico de Floriano, uma obra do Empresário e Historiador Theodoro Sobral Neto e seus colaboradores, o que deixou-me emocionalmente alegre.

Tive a oportunidade de encontrar o Teodorinho no início do mês de junho no espaço aéreo entre Teresina e Brasília, o mesmo falou-me com empolgação o que será o “1º. Encontro de Florianenses” dentro da programação do Aniversário de Floriano, no período de 05 à 08 de julho, conversamos bastante e antes de descer em Brasília, entregou-me o primeiro material da lavra de Cristóvão Augusto sobre convite para este grande encontro, os quais distribuí para alguns filhos da terra residentes na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que apesar da violência infernal que está sofrendo, trabalha, com toda força do coração, para transformar a cidade em Cidade dos Jogos Pan -Americanos – 2007 e consequentemente a Cidade dos Sonhos dos Jogos Olímpicos e da Copa Mundial de Futebol, assim como também trabalha em Pró – da Imagem do Cristo Redentor no Corcovado, para transformar-la em uma das Sete Maravilhas do Mundo, por sinal muito linda e merecedora.

Quando falamos de Floriano colônia, busco a história do nosso País que na União do Reino formado por Espanha e Portugal tentava controlar a enorme extensão territorial da colônia sul - americana com as preocupações naquela época concentradas nas terras do Norte do Brasil, conhecidas por Território do Maranhão. De acordo com Carlos Lima (1981), era uma área praticamente isolada, mas às margens do Oceano Atlântico, e que oferecia melhor comunicação com a Coroa e era cobiçado por outros países. No mês de maio do ano de 1617 a colônia foi dividida em dois novos Estados: Estado do Brasil, com sede na cidade de Salvador e Estado Colonial do Maranhão, com sede na cidade de São Luís. O novo Estado recebia ordens diretamente da Europa e foi delimitado através da Carta Régia de 12 de junho de 1621, formado pelas atuais áreas do Piauí, Pará, Maranhão, Amazonas, Roraima e Amapá. Esta divisão durou até 1652.

Quando falamos de Floriano dos anos 60 do século XX vêem á tona recordações da minha adolescência querida e inesquecível vejo através da minha mente, um dia lindo de domingo do mês de Julho, com sol forte, e com o vento geral proporcionando um clima ameno e quando íamos (a juventude da minha época), jogar bola nas coroas que surgiam no período das férias, do lado esquerdo do Rio Parnaíba na cidade de Barão de Grajaú. Os peladeiros lisos, não tinham grana para pagar o canoeiro, ou os que mesmo possuindo, gostavam de aventuras mas com uma atenuante, sabíamos todos nadar. Fazíamos o seguinte: subia margeando o rio até à altura do cai n’água (malária) e chegando lá, retirávamos talos de buriti ou caules de bananeira que faziam parte das balsas ancoradas que vinham do sul e sudoeste do Piauí, transportando gado, suínos, caprinos, ovinos, aves e frutas para comercialização em Floriano e Teresina, às vezes recebíamos broncas dos proprietários das balsas e outras vezes eles mesmos nos doavam o material. De posse dos equipamentos descíamos o Rio atravessando-o sem problemas, a correnteza ajudava e os talos e a bananeira mantinham-nos boiando até às coroas. Lá, íamos jogar bola, tomar banho, assim como também observar as meninas desfilando de maiôs, naquela época, biquíni, era coisa avançada, difícil de aparecer. Ao retornar, se não conseguíssemos salvar os equipamentos, fazíamos um bloco e saíamos nadando e novamente com a ajuda da correnteza e para os que nadavam lentamente o ponto de referência era o Bar Flutuante no cais de Floriano. Era maravilhoso, como a nossa turma deslizava majestosamente pelas águas do Rio Parnaíba, águas saudáveis e saborosas, quando sentíamos sede era, só abrir a boca e deixar escorrer pela garganta abaixo aquele líquido gostoso até saciar a nossa sede, sem nenhum risco de contrairmos doenças, não existia poluição. Era uma aventura bastante perigosa, pois jogávamos muita bola por lá e estávamos sujeitos a câimbras e quando isto acontecia, era grande o sufoco. O Rio Parnaíba foi a nossa piscina, onde aprendemos a nadar. Não é recomendável que hoje se faça isto. É um lance muito perigoso.

Sempre em nossas aventuras, o meu primo Francisco José Amorim, hoje Agente Fiscal da Receita Estadual em Floriano, acompanhava-nos, não era bom nadador, mas tinha sempre a companhia de uma câmara de ar para ajudá-lo a atravessar o Rio e tirava de letra, chegando na frente de todos. Certo dia, ao atravessar o Rio, em um local de grande correnteza, a borracha que tampava o pito da câmara soltou-se e Chico José, tampou com uma mão e para poder manter o equilíbrio segurava a câmara com a outra mão e não tinha como remar para chegar à outra margem, pois usava as mãos como remo e as pernas para equilibrar o bote. Quando observei que ele estava com problemas, nadei até onde estava, disse-lhe que ficasse tranqüilo e coloquei os dois pés dentro da câmara de ar, e saí puxando, utilizando o famoso nado de cachorro que sempre usávamos quando estávamos cansados. Foi um sufoco danado para levá-lo até a margem, cheguei nas últimas, já sendo ajudado por Chicolé e outros companheiros. Graças a Deus chegamos em casa em Paz e hoje estou externando esta resenha e que pode ser confirmado pelo o ator maior e os coadjuvantes, como Chicolé, Firmino, Raimundo Bomfim, Antenor e outros.. E assim Floriano vai tornando-se Rainha e nós vamos envelhecendo-nos, mas revivendo sempre o seu passado e as nossas vidas cotidianas.

FLORIANO,TERRA QUERIDA, MEU TORRÃO NATAL, MEU UMBIGO AINDA HOJE ESTÁ ENTERRADO NO QUINTAL DA CASA QUE ERA DOS MEUS AVÓS. Meus parabéns pelos 100 + 10 anos. Que esta juventude que hoje estás a governar você, lembrem-se: que embora hoje não exista mais o Riacho da Onça, a Pedra de Mesa, o Escurador, o Riacho do Irapuá, o Riacho da Vereda Grande, com seus olhos d’águas majestosos e límpidos, existem em seu solo outros córregos que precisam ser preservados, é necessário que esta geração assuma a responsabilidade de olhar com uma visão ótica ambiental e de futuro a situação das Margens do Rio Parnaíba, em toda extensão urbana e rural, as margens do Rio Itaueira e do Rio Gurguéia em sua área rural, que sofrem grande degradação, e precisam ser revitalizados, assim como as suas praças. É preciso assegurar a sobrevivência das gerações futuras, isto, depende do que pensamos e do que fazemos hoje. Precisamos de desenvolvimento, mas um desenvolvimento que seja alicerçado com sustentabilidade.

* Eng. Agrônomo, Extensionista do EMATER, Florianense, Especialista em Olericultura, Especialista em Uso e Manejo Sustentável dos Recursos Naturais, Conselheiro Efetivo do CREA-PI e do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e Diretor do Sindicato dos Engenheiros do Piauí – SENGE –PI.

TRAVESSIAS


A noite vai chegando e o ronco silencioso dos motores ecoam no fim do turno. Os coaxares da madrugada se misturam ao som dos blues nostálgicos que me vem à mente. O coração pulsa, escutando os tambores ecoando noite adentro.

Tomo a última dose no bar de Passim e caminho por entre ruas e becos rumo ao descanso de mais um dia de reis. Os sonhos me fazem recordar dos cabaré da madrugada, do sons seresteiros de Moura e Paganini.

Os anos passaram-se afoitos. Ficaram as marcas eternizantes de nossas loucuras e poesias. Os ideais nos levaram às duras caminhadas pela vida afora, mas na afobação do retorno materno em busca de um final feliz.

No entanto, somos sugados na tônica dos novos sons da madrugada, que já não são mais os mesmos. O consumo pirata constrói uma ilusão sem precedentes na construção de um novo mundo que desconhecemos, ainda, o seu desfecho final.

6/23/2007

FLORIANO - PAIXAO QUE SE NÃO LIMITA!

Por: Raimundo Floriano

Não existe balsense mais florianense da gema do que eu. Desde o meu nascimento, a palavra Floriano soou-me como melodia vinda do céu. E não era para menos. Seu Rosa Ribeiro, meu saudoso pai, homenageando sua terra natal, nomeara-me Raimundo Floriano.

Desde cedo, aprendi a orgulhar-me desse nome. Meus irmãos mais velhos, que estudavam em Floriano, vinham de férias falando nos mágicos encantos da cidade. Assim, eu ansiava pela chegada de minha vez de conhecê-la.

No dia 5 de fevereiro de 1949, aos 12 anos de idade, embarquei no motor Pedro Ivo, rumo ao estudo, ao progresso e ao desconhecido. Logo em Uruçuí, onde o Rio Balsas desemboca no Parnaíba, aquele mar de água. E nele, uma amostra do que seria o porvir: o vapor Brasil – para mim, um navio –, sob o comando do florianense Seu Antônio Anísio, rebocando 3 imensas barcas, fazia manobras para aportar. No dia 8, desembarquei na rampa de Floriano.

Aguardava-me um estivador chapeado previamente contratado por minha tia Maria Isaura, moradora à Rua Fernando Marques, 698, para onde seguimos, ele com minha mala e o saco da rede, e eu com o meu assombro diante de tanta coisa nova que se descortinava ante meus olhos.

Bem na rampa, uma frota de jumentos, pertencente à Dona Inês Angelim, carregada de barricas d’água para fornecimento à população, subia íngreme ladeira em ziguezague, sabedoria asinina que logo seria transmitida a este matuto, grande admirador dos jegues. Mais adiante, a rua calçada, o meio-fio, a arborização, a casa de Seu Tiago Roque, a Praça da Matriz, a Avenida, os sobrados dos carcamanos, bicicleta com um menino enriba dela, as carroças de Seu Salomão Mazuad, o Riacho do Gato e o Riacho da Onça passando por dentro da metrópole.

Daí pra frente, novos impactos: o Ginásio Santa Teresinha, a Escola Normal Regional, o Cine Natal e outros primores que se me apresentavam, tais como luz elétrica, sorvete, picolé, gelo em barra, gibi, e carro, muito carro, os caminhões de Seu Arudá Bucar, ônibus e jipes.
Se eu pudesse determinar qual a Oitava Maravilha do Mundo, não titubearia em decretar que seria o serviço de alto-falantes, mais conhecido como amplificadora. Em Floriano, havia duas. A Amplificadora Florianense, “a voz líder e potente da cidade” nas palavras do seu locutor, o Defala Attem, e a Amplificadora do Chico Reis, “a voz do comércio, a maior”, como apregoava o locutor Almir Reis, filho do dono.

Cinema era pago, picolé era pago, sorvete era pago, gibi era pago, mas a amplificadora era diversão acessível a qualquer bolso, mesmo o mais desapercebido. Bastava ter ouvidos e atenção. Uma saía do ar e, ato contínuo, a outra emendava, presenteando-nos com os mais belos sucessos musicais. Essas duas amplificadoras foram as responsáveis pelo amor que tomei pela Música Popular Brasileira, pela memória musical que hoje me proporciona meio de ocupar meu ocioso tempo de aposentado, fazendo-me, pelo Orkut, um internauta intensamente procurado por aficionados do mundo inteiro, que me consideram o mais completo, atualizado e atento colecionador, no âmbito da Música Militar, do Carnaval Antigo e do Forró.

Indeléveis na minha memória são os prefixos das duas emissoras. A Amplificadora Florianense iniciava e encerrava seus trabalhos com o dobrado Batista de Melo, de Antônio Manoel do Espírito Santo. A Amplificadora do Chico Reis, com o dobrado Antônio José de Almeida, de Horácio Casado. Quando comecei a ganhar dinheiro, muito tempo depois disso, e pude comprar meu primeiro som, cuidei logo de amealhar essas relíquias. Pena que, hoje, ao completar 71, já não encontre pessoas daquela época para trocarmos idéias, tirarmos dúvidas, contarmos reminiscências, matarmos saudades, ouvirmos os sons que marcaram nossas adolescências. E fico telefonando a esmo, na vã esperança de lograr conexão com algum interlocutor contemporâneo, unzinho sequer. Sossega, coração!

Morei lá apenas um ano. Em 1950, fui estudar em Teresina. Mas minha bem-querença, renitente que é, recusou-se a partir.

Agora, no seu 110º Aniversário, não titubeio ao afirmar, sem medo de erro:
Em 1949, Floriano, a minha querida Xará, era assim!

6/22/2007

FLUTUANDO


Nada mais aconchegante do que chegar de repente no cais do porto, saborear alguns momentos por ali e poder observar a paisagem e a mansidão do Flutuante. As suas tardinhas nos transportam ao velho romantismo, quando nada queríamos da vida.


Apenas aquele silêncio poético nos conduzindo às antigas calmarias. A saudade chega de mansinho e voltamos a relembrar das tainhas, das descidas e dos borás que tocávamos pelos remansos do velho monge.

Hoje, há uma certa penúria e essa deslumbrante noite dos sons dali nos ensurdessem subitamente em sua poética bizarra e transgressora. Temos que voltar à realidade da vida, literalmente.

Precisamos nos acostumar aos novos tempos, mas aquela suavidade das noites de antigamente nos traziam belas conquistas em sonora melodia de bossas e dos blues que nos revelavam a beleza de nossas morenas.

CLUBE DOS 7


CLUBE DOS SETE

Pesquisa : Mª Umbelina Marçal Gadêlha

Todos nós éramos recém-casados, cheios de energia, ainda sem filhos, por isso tínhamos tempo sobrando e, nos reuníamos todas as noites na casa de um casal para jogar buraco.

Conversa vai conversa vem, surgiu a idéia de criarmos um clube ao qual demos o nome de “Clube dos Sete”, pois éramos 7 casais: Wilson Pereira e Beatriz, Gilberto Martins e Ivone, Roberto e Luiza, Gabriel Kalume e Geisa, Renê Veloso e Socorro, Pedro Attem e Marinice, Antonio Lisboa e Naila.

Reuníamo-nos na casa dos sócios, todas as noites às quintas-feiras para jantarmos. O menu era organizado pelas mulheres e cada casal levava um prato e refrigerante. Cada casal anfitrião, tinha o direito de convidar 2 casais fora os sete, para o jantar. E foi assim que outros casais foram entrando Laize, Constantim Salha e Lourdinha, Dr. José Gonçalves e Jesus, Bucar e Salomé. Com correr do tempo, em vez de 7, já éramos 13, mas o nome continuou o mesmo, ou seja, Clube dos Sete.

Quando os estudantes filhos de Floriano chegavam para as férias, principalmente os Kalume Olga, Mercês, Goreth e Paulo, organizavam jogos de vôlei à noite na AABB e sempre nos convidavam (o nosso time) para jogar com eles. Ah! e faziam também o Reisado do qual nós também participávamos.
O nosso time de futebol era convidado a jogar em outras cidades como São João dos Patos – MA e Guadalupe – PI, e as esposas formavam a torcida organizada.

Inesquecível também para nós foram os muitos piqueniques na beira-rio,nas fazendas de amigos subindo o rio de canoa e no açude Mário Bezerra. Tínhamos muita resistência.

Mas além de nos divertirmos também fazíamos muitas promoções para ajudar pessoas carentes em dificuldades.

Depoimento de
Mª Beatriz Gadêlha Fontes Pereira

6/21/2007

10 ANOS DO CENTENARIO


Aproxima-se o grande momento dos 10 ANOS DO CENTENÁRIO, agora em julho e a adrenalina cresce em função dessa expectativa do ( re ) encontro de florianenses que vivem, hoje, em vários rincões brasileiros.

Vamos aproveitar o máximo, eternizar esses momentos e resgatar os bons tempos. Essa idéia de Teodoro e do Cristóvão, contando com o apoio de outros amigos e de diversos seguimentos, pode dar um novo salto na auto – estima do povo de Floriano.

É preciso que recordemos, que façamos um alerta para tomarmos uma nova atitude rumo ao nosso futuro. Não vamos, por exemplo, deixar morrer os velhos carnavais, mas também teremos que propor um novo estilo de vida para a Princesa.

Sabemos que atualmente atravessamos momentos difíceis, mas isso faz parte do contexto político e social. No entanto, todos nós podemos fazer a diferença; tente, invente, faça algo diferente e vamos voltar para o futuro, certo?

Dia das Mães

  Ela tem a capacidade de ouvir o silêncio. Adivinhar sentimentos. Encontrar a palavra certa nos momentos incertos. Nos fortalecer quando tu...