7/04/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

( Dos anos quarenta aos dias atuais )

INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Escrito pela doutora Josefina Demes ( transcrito do Jornal de Floriano, edição de nº 342 de 21/07 a 06/08/1983 )

Floriano, mais que qualquer outra cidade piauiense, teve a sua incipiente indústria relativamente estruturada graças à presença do Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara.

A principal indústria foi, sem sombra de dúvidas, a extrativa da borracha de maniçoba (1), logo desvalorizada com a concorrência do mercado inglês e da cera de carnaúba, que por sua vez se desdobrava em outro tipo de indústria, a das velas estiarinas. Estas, além de se constituírem em curiosidade regional foram motivo, em certa época, de interessante indústria.

Numa de suas viagens ao Velho Mundo, o rico comerciante James Clarck, proprietário da centenária Casa Inglesa (2), foi esbarrar na Rússia. Visitando alguma das suas Igrejas, constatou a ausência de velas brancas, pelo que o sacerdote que o acompanhava explicou que, findos os trabalhos religiosos, as velas eram retiradas pelo resto antes que os camponeses as roubassem para comer. Isso fez o comerciante pensar no quanto o Piauí poderia buscar exportando para a Rússia incontáveis velas de cera de carnaúba (3). Aliás, o honrado comerciante não limitou a sua viagem à explanações em torno das velas, mas foi ainda à Londres, a responsável pela análise da cera de carnaúba e a sua consequente valorização (4).

Ainda na sua condição de Colônia, Floriano viu surgir a sua primeira indústria no ramo da panificação, de propriedade do sírio Antur Zarur (5). O sírio implantou em terra florianense a herança adquirida no seio da sua família, radicada na Síria, as atividades deste gênero. Foi porém a partir dos anos 20 que apareceram, em número de três, as primeiras indústrias de porte em Floriano. Duas delas importantes na sede do município, grande propriedade de Artur Ferreira (6) e J. R. P. de Carvalho (7) e se destinava ao beneficiamento de arroz e outra de descaroçar algodão, de propriedade de Nilo Brandão (8), localizava-se em Piripiri do Itaueira (9) então pertencente ao município de Floriano.

Artur Ferreira (10) era estabelecido na vizinha cidade de Barão de Grajaú, com comércio de mercadorias em geral. Com o seu falecimento, a viúva associou-se a dois sobrinhos, Justino e Luiz Neiva, sob a razão social de " Viúva Artur Ferreira e Sobrinhos ". Nilo Brandão era natural de Assaré no Ceará e deve ter aportado aqui pelos idos de 1915, trazendo consigo Hosternes e o sobrinho Alceu que aqui se dedicaram ao magistério (11) e ao jornalismo.

J. R. P. de Carvalho, mais conhecido por Zezinho Carvalho ou Zezinho Macaxeira, foi um dos comerciantes mais importantes de sua época e aplicou parte de sua fortuna em dolar. Floriano obteve muitos melhoramentos, com o que ele e seu ilústre irmão Hermando Brandão (12) construíram em Floriano - o Cine Teatro Politeama (13) - uma das mais belas e suntuosas casa de diversão do Estado. Zezinho Carvalho deve ter abandonado Floriano pela revolta de 1925 e em Teresina, seguindo suas próprias pegadas, edificou um dos mais imponentes prédio da época na rua Teodoro Pacheco em frente ao C. R. - prédio superior em tudo ao que pertencia ao poderoso senador Felix Pacheoco, situado a um quarteirão abaixo.

Na década de 1930, foi implantada a mais importante indústria de quantas funcionavam em Floriano: trata-se da Usina Itaueira (14). Esta usina foi uma doação do Governo Federal, que adquiriu três delas na Alemanha, e as destinou a três estados nordestinos, com a finalidade de ajudar a minorar os efeitos da terrível seca de 32. Uma delas, doada ao Piauí, foi carreada para Floriano, graças ao prestígio do operoso prefeito Teodoro Sobral.

O maquinário era o que havia de mais moderno e se constituiu atração turística, para os visitantes. A usina pertencia à municipalidade e seu primeiro administrador foi o dinâmico Juca Carvalho (15).

Natural do Ceará, Juca Carvalho aqui desenvolveu inúmeras e competentes atividades, condizentes com a sua personalidade de homem abastado, dinâmico e empreendedor. Foi representante nesta cidade, de uma das mais poderosas firmas alemãs sediadas em nosso País, a Hosbach do Brasil, cujo destino se deveu à ascensão do nazismo. Foi ainda Gerente do "Sindical Condor", empresa também alemã de transportes aéreos, cujos aparelhos (hidroavião) baixavam à beira do rio Parnaiba.

A partir da sua condição de chefe da firma J. V. Carvalho e Filhos, Juca Carvalho foi, talvez, a única individualidade a exercer administrativamente tantos e tão mibilitantes encargos. Foi o mais atuante presidente que a Associação Comercial já conheceu, conferindo-lhe um prestígio só igualado por sua congênere de Parnaiba. Foi ainda tesoureiro da Loja Maçônica (16), administrador da Usina Itaueira e memboro do Cobnselho Executivo Municipal.

Conselho criado pelo prefeito Teodoro Sobral e composto por respeitáveis cidadãos José Francisco Dutra (17), Frutuoso Pacheco (18), Leônidas Leão (19), Cristino Castro (20) e Juca Carvalho, pode ser definido como uma espécie de Secretariado Honorário e tinha por objetivo assessorar o prefeito, não obstante este contar com o concurso de dois excelentes auxiliares, como Tertuliano Ramos e Sátiro de Castro.

Juca Carvalho foi incansável nestas atividades e, dentro de pouco tempo, Teodoro sobral implantava uma série de melhoramentos e obras à "Colônia Agrícola Dr. Sampaio" (21) e o campo de pouso ( a aviões ) na Taboca.

Gozando de patente e prestígio junto ao então Interventor, Landri Sales, seu amigo e conterrâneo, Juca Carvalho conseguiu carrear muitos benefícios para Floriano.

em 1937, já no ocaso de suas atividdes, emprestou o seu sólido prestígio na instalação de uma agência do Banco do Brasil.

Homem de hábitos simples e elegantes, foi uma das quatro primeiras pessoas a possuir um automóvel nesta cidade (22).

Juca Carvalho deixou, além do aprazível bairro Sambaíba, que ornamenta Floriano (23), a marca indelével da sua passagem por aqui.

NOTAS EXPLICATIVAS E COMPLEMENTARES

Por - Nelson Oliveira e Silva ( texto de 2008 )

1 - Uma árvore da qual se extraía um leite pegajoso, que depois, devidamente cozinhado, surgia a borracha em estado bruto;

2 - Empresa fundada em 1849 e que, por várias décadas, manteve uma filial em nossa cidade no prédio de sua propriedade, que posteriormente, foi vendido ao senhor Oacy Alves Pereira da Rocha. Na época, junto a Roland Jacob, Moraes &  Cia, Ranulfo Torres Raposo, eram grandes empresas em nosso Estado. Distribuidores para os estados do Piauí, Maranhão, Ceará e Pará, dos mais diversos produtos importados, dentre os quais era destaques, a Willys Overland, fabricantes do jeep, da rural e da pick-up; Caterpillar, fabricante dos tratores e motoniveladoras do mesmo nome; camkinhões FNM, já nacionalizado, praticamente, além de mercadorias gerais, as mais variadas e mantinha em todo o Estado uma seleta e enorme freguesia. Representavam, também, na época, a Standard Oil, hoje com o título de Esso do Brasil. Entre aqueles que lhe prestigiaram com seus serviços, aprendendo, ainda nos lembramos do senhor Clóvis melo ( gerente ), sua família reside no Rio de Janeiro; o senhor Brito Melo, sogro do senhro Agostinho Monteiro, gerente da Conab; Pedro Alves da Silva, pai do doutor Luiz Rosendo; Lourival Caminha, José Ramos de Freitas, além de outros que também já foram para o além. Dentre os vivos ainda nos lembramos de Adelmar Moreira Rosado, residente em Teresina; Juracy Garcez de Souza, Eduardo Feitosa, ambos do Rio de Janeiro; Edson Lobão, o Senador, em Brasília; Sátiro de Castro Ferraz, Antonio de Melo Sobrinho ( proprietário da antiga Escola Progresso de Dactilografia ), Nelson Oliveira e Silva e outros a quem desejamos longa vida, apesar da maioria seja já, sexagenária. Era, sob todos os aspectos, uma grande casa comericial e tinha o senhor Septimus James Frederick Clark como presidente; Septimus James Frederick Clark , diretor administrativo; José Bruce Clark, João Batista Cerqueira, este casado com uma florianense, filha do senhor Agripino Raimundo de Castro;

3 - E a Casa Inglesa torneou-se no Estado uma especialista em cera de carnaúba e foi uma das grandes casas comerciais que se destacaram como imbatíveis exportadores do produto, para a Inglaterra, Estados Unidos etc e a filiak de Floriano possuía uma enorme gama de fornecedores na região;

4 - Na época, era um excelente produto de exportação, principalmente no tempo da segunda grande guerra de 1938 a 1945;

5 - Tio do senhor Gabriel Zarur, que se constituiu no primeiro sírio que chegou em Floriano. Gabriel Zarur era pai da dona Socorro Sazur, Maria José, Abdala e Jamil;

6 - Proprietário da Casa situada à antiga rua jerumenha, onde aqui se instalou, em 1908, a Loja Malçônica Igualdade Florianense no dia 12 de outubro daquele ano de quem se tornou membro;

7 - Foi, em diversas administrações, membro da Loja Maçônica acima citada, demonstrando, apesar da sua excelente condição financeira, a sua himildade no seio da Ordem;

8 - Avô do senhor Luiz Brandão;

9 - Hoje, denominado apenas de Itaueira e que, como Piripiri, era município de Floriano;

10 - Com o passar do tempo, terminou se iniciando na Maçonaria supra menmcionada;

11 - E prestaram seus serviços a diversos colégios da cidade, na época, e a jornais que existiam. O professor Alceu também foi iniciado na Maçonaria ( na mesma Loja ) e depois mudou-se para Teresina, onde deve ter prestado bons serviços, porque lá existia uma rua com seu nome;

12 - Avô dos doutores Herbrand, João Carlos e dona Maria Alice Ribeiro Gonçalves e que também foi Maçom e Venerável da referida Oficina já citada;

13 - Que foi edificado no lugar onde funcionou o Armazém Narciso e no momento abriga a firma A Credinorte, especialista na venda de móveis e eletrodomésticos na avenida Getúlio Vrgas, que naquele tempo chamava-se avenida Álvaro Mendes. Por baixo, passa o tradicional riacho do Gato;

14 - Hoje onde está fincado o prédio do INSS, ali, por muitos anos, manteve-se silenciosa a famosa Usina Itaueira, tendo no seu interior as mais modernas máquinas de procedência alemã, para o beneficiamento do algodão da nossa região. Somente nos anos 50/60, é que o florianense ouviu o gemido das mencionadas máquinas colocadas em funcionamento por uma firma da Bahia, denominada Lucaia, inicialmente, dirigida por um cidadão de nome que não me recordo, mas me lembro que ele atropelou, em frente à Farmácia Rocha, o nosso conterrâneo Arlindo Pinheiro, que residia na rua Defala Attem. Depois, esteve por aqui, gerenciando o referido empreendimento, o senhor Gonçalo Nunes, pai do doutor Alfredo Nunes, esposo da professora dona Teresinha e que morava numa casa do senhor Zé Demes, em frente à Igreja Batista e era auxiliar do seu genitor. O destino das máquinas? Não sei;

15 - Cujo nome legítimo era João Viana de Carvalho, casado com dona Dorinha Carvalho, de cuja união nasceram dona Dolores, a única filha mulher, professora de educação física da Escola Normal; Francisco e Raimundo, ambos funcionários do Banco do Brasil; o Viana, político aguerrido, eleito vereador ( salvo engano ), tendo disputado uma eleição para vice-prefeito da cidade; e o João Viana Filho, o Joca ( in memorian ), comerciante do ramo de artigos domésticos e foi o pioneiro na distribuição de gás de cozinha na nossa região, durante muitos anos e era casado com a prendada dona Magnólia, que deu a luz a João, José e muitas moças ( hoje, já com o título de senhoras, cujos nomes fogem da nossa mente;

16 - Da Loja Maçônica Igualdade Florianense, tendo desempenhado outros cargos, onde demonstrou sempre o seu dinamismo e a sua influência junto às autoridades constituídas;

17 - Naquela época, era gerente da Roland Jacob, guarda-livros competente, Venerável da já mencionada Loja Maçônica, músico e um verddeiro incentivador das artes emnossa cidade. Morreu em outubro de 1936, vítima de uma infecção no nariz, gerada por uma espinha;

18 - Também Maçom, como Juca Carvalhjo e José Dutra e também dirigente competente à Loja em que foi iniciado;

19 - Influente comerciante, pai de Heitor, Orfila e Valentim e tinha o seu estabelecimento na avenida João Luiz Ferreira, esquina com a Bento Leão em frente, hoje, à Casa do Ferro;

20 - Outro influente comerciante da nossa cidade. No seu tempo, o seu estabelecimento ocupava o espaço onde foi ocupado pela Casa Inglesa, na praça doutor Sebastião Martins e posteriormente pela Farmácia Santa Adelaide. Cristino Castro foi um dos fundadores da Associação Comercial do Sul do Piauí, se não me falaha a memória, em 1925, talvez até com Juca Carvalho. Cristino Castro residia naquele casarão na esquina da avenida Eurípedes de Aguiar, foi um verdadeiro desbravador da região sul do Estado, inclusive com a construção de estradas, entre Floriano e Nova Lapa ( hoje Cristino Castro , por onde deveria trafegar os seus caminhões que transportariam os produtos da sua usina de beneficiamento de algodão, naquela localidade. Deixou no nosso meio um exemplo de força de vontade para alcançar o seu objetivo;

21 - Assunto está explícito nas memórias do professor Djalma Silva, intitulada Nas Águas do Canindé, mas que vamos repetir. O referido campo que situava-se próximo ao lugar Boqueirão, era destinado a experiências agrícolas e teve como administradores que conhecemos nos anos 50/60 os doutores Agostinho Reis, irmão do médico Antonio Reis e Itamar da Costa Ferreira, que depois mudou-se para Teresina;

22 - Os outros três foram o senhor Leônidas Leão ( citado no ítem 19), o senhor Afonso Nogueira, o homem que construiu um vapor em nossa cidade, avô do doutor Ataliba, engenheiro do DNER, hoje DENIT e por último o famoso dlegado Carlino Nunes, o famoso delegado, tio do nosso prezado conterrâneo, proprietário do fusquinha ano 1966 por todos conhecidos;

23 - Hoje, um bairro populoso e que por isso foi dividido em dois: a Sambaíba Nova e a Sambaíba Velha, que demonstra toda a pujança do seu povo e para lá estão convergindo grandes empresas em busca de espaços.

EXPLICAÇÕES SOBRE AS PESSOAS E LOCAIS QUE CONSTAM DESSE RELATO

1) A MANIÇOBA - Uma árvore que ao sorver um tipo de corte em seu tronco, expele um tipo de leite, que devidamente processado no fogo se transforma em borracha, com a qual são fabricados pneus para veículos, tratores, aviões e vários outros tipos de máquinas. Nos anos de 1940, o estado do Amazonas tornou-se um dos principais produtores da maniçoba e que por isso, para lá convergiam gente de todo o Brasil, inclusive do nosso Estado. Muitos foram e poucos voltaram, vítimas da terrível febre amarela, que assolava aquele Estado, naquela época;

2) A CASA INGLESA - O nome fantasia de uma filial dos Estabelecimentos James Frederick Clarck S/A, uma das grandes empresas do nosso Estado, fundada em 1849, cuja matriz era em Parnaiba e os seus proprietários eram de origem inglesa. A instalação da dita filial em nosso município, deu-se nos anos de 1930 na antiga praça João pessoa, atualmente doutor Sebastião Martins, emcujo local estiveram instaladas a firma Cristino Castro & Irmão, a Casa Inglesa e nos anos de 1960 a Farmácia Santa Adelaide, que se tornou proprietária daquele local, atualmente, já bastante dividido,com outros estabelecimentos;

3) A CERA DE CARNAÚBA - Um dos principais produtos de exportação produzido em nosso Estado e que durante mais de um século e meio foi um grande meio de melhoramento da nossa economia. Hoje, ainda existe uma grande produção da cera de carnaúba, porém jamais atingirá o passado, principalmente porque os nossos carnaubais, que são nativos em nosso Estado, vem sofrendo uma quase total devastação;

4) A ANÁLISE DO PRODUTO - Em sua viagem a Londres, o senhor James Clarck conseguiu num laboratório inglês uma análise do nosso produto, cujo resultado positivo valeu uma grande valorização;

5) ANTUN ZARUR - Tio do senhor Gabriel Zarur, pai da dona Socorro, dona Maria do Carmo, senhor Abdala e senhor Jamil Zarur, este, um dos maiores ponta esquerda do nosso futebol;

6) ARTUR FERREIRA - Proprietário de uma antiga casinha na rua Jerumenha, onde em 12 de outubro de 1908 instalou-se a Loja Maçônica Igualdade Florianense, da qual fazia parte o senhor Artur, incljusive comodirigente;

7) JOSÉ RODRIGUES P. DE CARVALHO - Homem de posse financeira, porém possuidor de de grande humildade, era chamado carinhosamente por Zezinho Carvalho ou Zezinho Macaxeira, a exemplo do senhor Artur Ferreira, nos anos de 1920, desempenhou diversos cargos nas diretorias da Igualdade Florianense. Naquele tempo foi o responsável pela construção de um cine teatro, com a denominação de POLITEAMA, onde foram exibidos grandes filmes ainda sem som e eram apresentados importantes espetáculos teatrais, inclusive com peças de gente da cidade. Referida casa foi edificada onde esteve o Armazém Narciso e hoje a empresa A Credinorte.O primeiro prédio ali ficou até por volta dos anos de 1960, sem contudo abrigar qualquer tipo de gente viciada, como acontece nos dias de hoje em prédios abandonados. Depois o nosso ficalizado mudou-se para Teresina, onde continuou fazendo investimentos da contrução de edifícios;

8) NILO BRANDÃO - ( continua ... );

9) PIRIPIRI DO ITAUEIRA - Hoje com a denominação de Itaueira;

11) HOSTERNES E ALCEU BRANDÃO - Ambos tios do senhor Luiz Brandão, dedicados ao magistério, tendo aqui desempenhados as suas funções, tendo o segundo se iniciado na Loja Maçônica acima citada, mudando-se depois para Teresina, onde se destacou na sua profissão e empresta o seu nome a uma importante rua da nossa Capital;

12) HERMANO BRANDÃO - Parente próximo do senhor José Rodrigues Pereira de Carvalho e Zezinho Macaxeira, ao qual ajudaram na construção do já citado Cine Teatro Politeama;

14) A USINA ITAUEIRA - A sua sede era edificada onde hoje está o prédio da Previdência Social - INSS, que sofreu uma grande reforma;

15) JUCA CARVALHO - Cujo nome legítimo era João Viana de Carvalho, casado com dona Dorinha, pai dentre outoros de Joca Carvalho, Francisco, Raimundo e a professora Dolores. Juca Carvalho foi um cidadão de grande influência em nossa cidade como comerciante representante de várias firmas alemãs, membro de conselhos municipais na gestão Teodoro Ferreira Sobral, um dos fundadores da Associação Comercial do Sul do Piauí, responsável pela instalação nos anos de 1920 em nossa cidade da agência do Banco do Brasil, além de membro ativo da Loja Maçônica Igualdade Florianense, onde ocupou os mais variados cargos. com muitos encargos. Era avô dos senhores João e José Viana, bem como de algumas senhoras. Sua firma era denominada de J. V. Carvalho;

17, 18, 19, 20 - OS MEMBROS DO CONSELHO MUNICIPAL - José Francisco Dutra, Juca Carvalho, Francisco Pacheco Soares, todos membros da Loja Maçônica Igualdade Florianense e Leônidas Leão e Cristino Castro, ambros importantes figuras do nosso comércio;

21 - A COLÔNIA AGRÍCOLA DOUTOR SAMPAIO - Foi instalada na estrada Floriano / Nazaré, próximo ao lugar Boqueirão, como um campo experimental para desenvolvimento da nossa agricultura. Salvo melhor juízo, ainda deve existir, porém sem nenhuma utilidade, principalmente para o fim a que se destinava.

FREI ANTONIO CURCIO, O GRANDE MESTRE!


Frei Antonio Cúrcio
 Por - Élio Ferreira ( Natural de Floriano/PI, Professor de Literatura na UESPI, Doutor em Letras pela UFPE )

 Mestre, soube da notícia à noite, no mesmo dia do seu passamento. Não lhe falei do carinho, do respeito, da veneração que sempre tive pelo senhor. Julgo que não seria necessário confessar-lhe esse sentimento, embora sinta uma vontade incontrolável de declarar-me. A última vez que nos encontramos, foi no Teresina Shopping, aqui em Teresina, há três ou quatro anos, se não me engano. O senhor estava na companhia da estimada Professora Rubenita e de outras pessoas conhecidas. Foi grande a emoção. Abracei-lhe fortemente. Beijei-lhe a testa. Ah! Aquele encontro foi um dos mais emocionantes da minha vida. Uma sensação de filho pródigo tomou conta do meu coração, do meu corpo inteiro. Deveria tê-lo visitado mais vezes. Mas não o fiz. Foram infinitas as vontades que senti de ir à sua casa, ao Colégio Industrial São Francisco de Assis, em Floriano, para um reencontro, um abraço amigo. Há coisas que não se deixam para amanhã. O senhor sabe muito bem disso e sempre nos alertou acerca das obrigações e tarefas escolares. “Tempo é ouro, não percam tempo, meninos. Estudem”. Todos serão profissionais no futuro. O bom profissional não negligencia seus compromissos. O senhor nos encantava com as lições de vida, os relatos de experiência, os inventos de eletrônica, com sua perseverança e sonhos inabaláveis. Tenho um poema para o senhor, recriado das suas aulas de eletricidade e eletrônica. Nunca lhe mostrei. Escrevi-o em Brasília, em 1976:
Prezado

Eu sou o elétron,
Que se despreendeu da eletrosfera,
E desgarrado,
E triste,
E perdido,
Precipitou-se,
No vácuo que existe,
Para o além das camadas eletromagnéticas.

Agora, Frei Antônio, um amigo me telefona e diz que o senhor partiu. Faltam-me as pernas. Mantenho-me em silêncio. O amigo me consola do outro lado da linha. A vida é assim mesmo... Um dia partimos. Na manhã seguinte, pego a BR, dirijo meu carro sozinho na direção de Parnaíba, no sentido  oposta a Floriano, onde jaz. Minha mulher e a minha filha me dizem que é perigoso dirigir sozinho na estrada. Mas não negligencio os meus compromissos. Dediquei ao senhor minha palestra sobre Literatura Afrodescendente: a narrativa escrita de escravos negros do Brasil, Estados Unidos e Cuba, no IV Fórum Internacional de Pedagogia em Paraíba. Enquanto dirijo, ouço música e penso o tempo todo, meus olhos ficam cheios d’água. Há tempos não me sentia assim. Prezado Mestre, o senhor deixou o seu país para trás, a sua terra natal, num certo lugar da Itália, pais, irmãos, parentes, amigos. Não sei se ainda lembra quando nos conhecemos. Eu era criança. O senhor foi à oficina de ferreiro do meu pai, Aluízio Ferreira, para que fossem feitas as tesouras, as armações de ferro para a sustentação do teto do seu tão sonhado e querido Colégio Industrial, que estava em construção. Isso por volta dos últimos meses ou dias de 1968. No início do ano seguinte, iniciaram-se as aulas com duas turmas de quinta série, inaugurando-se uma nova história no cenário da educação de Floriano. Eu era menino, o puxador de fole para o ferreiro esquentar o ferro na forja da oficina. Este ferreiro era o meu pai, que falava do sonho de me fazer doutor. Ele também era o meu sábio contador de histórias. Frei Antônio, os seus olhos brilhavam, o senhor falava como quem fosse “um encantador de serpentes”, tal qual, hoje, digo – um griot africano narrando histórias e eventos de sua aldeia. Fui encantado pelas suas palavras ali mesmo na oficina. No ano seguinte, tornava-me aluno-fundador da sua escola. Deve lembrar que, logo no primeiro ano, nós, alunos, fizemos o campinho de futebol. Fiz parte da banda musical, do coral, do jornal escolar. Aprendemos a fazer o nosso rádio com fone de ouvir. Éramos mais ou menos entre sessenta a setenta alunos e alunas, uma irmandade. Pobres de dinheiro e ricos de coragem, solidários. Depois, o Industrial cresceu, afirmou-se como ensino de qualidade incontestável, sobretudo, com a boa performance dos alunos egressos nos exames de vestibulares e como profissionais dentro das fronteiras ou além-fronteiras do Piauí. Prezado Mestre, foram quarenta e quatro anos, quase meio século de dedicação ao ensino e à vida da cidade de Floriano. São tantos professores, advogados, engenheiros, jornalistas, médicos/as, enfermeiros/as, mestres, doutores/as, poetas, escritores, profissionais, pessoas de bem que receberam essa dádiva, o legado da sua coragem, os seus ensinamentos e sabedoria. Por último, quero dizê-lo que a árvore que o senhor plantou é como o Baobá, perdurará séculos. Da semente daquele Baobá, germinaram muitos outros Baobás amigos. Frei Antônio, muito obrigado por tudo! Descanse em paz.

Teresina, 03 de julho de 2012.





7/03/2012

REENCONTRO

Sábado último, dia 30, no famoso restaurante Carneiro na Brasa, em Teresina, fizemos o nosso tradicional Reencontro, com a presença de ilústres Florianenses, que gostam de reviver, relembrar o passado da época de ouro da Princesa do Sul.

Apesar da concorrência com as convensões partidárias do ano em curso, conseguimos reunir um bom grupo de florianenses da gema. Participaram, desta vez, os irmãos Benedito e José Reis Alves da Silva ( filhos de dona Joaninha, que recentemente completou 100 anos de idade ), o Puluca, Ubaldo e o Janclerques.

Fizemos uma retrospectiva dos velhos tempos, dos cabarés, do rio, das tetúlias, do cinema e da movimentação das praças, lugares, pessoas e carnavais e, claro, também o futebol do passado, quando Floriano brilhava nas quatro linhas.

O José Reis, que se encontra de férias em Floriano, veio especialmente para o nosso reencontro, disse que esses momentos são de grande valia, para que registros significativos de nossa história sejam preservados para as futuras gerações tomarem conhecimento.

O próximo reencontro será na AABB de Teresina, no último sábado do mês de julho. Vamos tentar reunir o máximo de amigos que amam a Princesa do Sul, comemorar a vida enquanto é tempo ainda.

7/02/2012

Lançamento Coleção FLORIANENSES

Convite
Foto: Marcelo Guimarães
A Fundação Floriano Clube fará o lançamento, dia 7 de julho, às 18 horas, do Volume Nº 01 da Coleção FLORIANENSES no Auditório do Centro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Piauí - SEBRAE/PI.

Esta primeira etapa, estarão sendo homenageados Francisco Parentes, Padre Pedro da Silva Oliveira, Mundiquinha Drumond, Sebastião Martins de Araújo Costa, Tibério Barbosa Nunes, Filadelfo Freire de Castro, Amilcar Ferreira Sobral, Arudá Bucar, Abílio Neiva de Sousa e Jorge Batista da Silva.

No total, serão 10 volumes, que falarão de florianenses e de outros cidadãos que por aqui viveram e que prestaram importantes serviços à comunidade local; portanto, de parabéns a cidade de Floriano e a Fundação Floriano Clube, que começa seus trabalhos com iniciativas de suma impotância para o conhecimento de todos que amam a Princesa do Sul.

7/01/2012

Missão cumprida com louvor

Frei Antonio Cúrcio
Por - Jalinson Rodrigues

Morre o homem, mas ficam os ensinamentos. Foi assim, com essa compreensão que busquei a conformação quando soube, através da internet, da morte de Frei Antônio Curcio. Uma pessoa marcante pelo esforço que dedicava em construir uma áurea permanente de conhecimentos e saber em tudo que se disponibilizava a fazer. Italiano da cidade de Montefalcone di Val Fortore, Frei Antonio foi um religioso com forte estigma de cientista e que estava anos a frente do seu tempo.
Felizmente no início da década de 1970 tive a grata felicidade de estudar no Colégio Industrial São Francisco de Assis e conviver por quase uma década com este sábio educador. Lembro-me com precisão das imagens da minha querida escola nos primeiros anos de existência. Chequei no Industrial, precisamente, no ano de 1974, egresso da Unidade Escolar Fernando Marques. Nesta época o Colégio São Francisco de Assis era restrito a algumas salas de aulas, um campo para práticas esportivas e uma oficina de marcenaria e eletrônica, onde o Frei Antônio exercitava sua vocação inventiva.
Repousa na minha lembrança ele apresentando para nós alunos equipamentos de amplificação de som e ensinando que se tratava do um sistema acústico, que se diferenciava dos demais existentes na cidade pela qualidade do som propagado. O comportamento vanguardista do padre era tão notório que naquela época ele já usava microfone sem fio, o que causava muita curiosidade entre os alunos e convidados para os eventos realizados no Colégio Industrial.
Outra doce recordação é a fase de construção da quadra do Colégio, quando o Frei realizava preleções sobre a necessidade da prática esportiva e de um espaço para a realização das atividades sócio educativas e culturais como as celebrações cívicas e comemorativas.   Para conseguir o seu intento, o diretor Frei Antonio coordenou várias campanhas de donativos entre os alunos, pais de alunos e a sociedade florianense. Também, guardo as imagens dos ensaios e apresentações do coral da escola, que Frei Antonio regeu com a simplicidade de quem dominava o conhecimento musical. Neste turbilhão de memórias estão colegas contemporâneos, o Frei Vicente Cardone e a figura da professora Rubenita Ferreira, como fundamental auxiliar e coadjuvante deste projeto vitorioso.


No exercício da atribuição de diretor do Colégio Industrial, Frei Antonio era um educador rigoroso e defensor dos bons méritos e virtudes. Como religioso, foi um franciscano na verdadeira acepção do termo e pregava a existência de Deus na explicação para a exuberância da natureza.


Chegou a vez do mestre prestar contas com Deus, mas vai deixando a certeza de missão cumprida.

6/30/2012

REENCONTRO

Velha Guarda de Floriano
Hoje, a partir das 11 horas, estaremos reunindo a galera da velha guarda de Floriano no Restaurante Carneiro na Brasa na rua Ríver, próximo e por trás da antiga Churrascaria Escândalo no bairro São Cristóvão.

Esse nosso atual reencontro estava marcado para ser realizado no Clube da Caixa Econômica, APCEF, mas como vai haver uma conversão partidária por lá, tivemos que alterar o nosso calendário.

Presenças Marcantes dos irmãos Benedito e José Reis Alves da Silva, filhos de dona Joaninha ( que recentemente festejou, nada mais nada menos, do que os seus 100 anos de vida! ), do Puluca, Iran, Cristóvão, Ubaldo, Janclerques, Chicolé, Kanguri e outros que poderão aparecer por lá.

Portanto, quem for florianense e quizer participar, é só dar uma chegada por lá, que vai reencontrar velhos amigos, para desenvolver um papo agradável e reviver aqueles bons tempos do passado romântico de nossa Princesa do Sul.

Um grande abraço a todos aqueles que amam a nossa Terra!

6/29/2012

FLAGRANTES DE UMA CIDADE

Francisco Parentes
Por - Professor Luiz Paulo de Oliveira

Dia 08 de julho, quando completará 115 anos de cidade, temos que nos lembrar que tudo começou do sonho e da vontade e determinação desse jovem ( foto ) - Francisco Parentes.

Nascido em Barras, Piauí, ( Sítio Anajá ), em 10 de junho de 1839, desde muito jovem desejou estudar. Envidou todos os esforços e, com a ajuda de muitos - inclusive com a subscrição que fizeram para que pudesse estudar, Francisco Parentes chegou a ir para a França e lá estudou agronomia, um sonho que acalentava desde criança. Queria ser agrônomo para servir melhor ao Piauí.

Em 19 de junho de 1871, Francisco Parentes recebe o grau em agronomia, dado pelo Institute Meully de Grand Jouan. A 10 de agosto do mesmo ano chega a Teresina.

Procurando as autoridades, lança a idéia de criar no Piauí uma Colônia Agrícola. Com o consentimento de D. Pedro II e a ajuda do Barão do Rio Branco, Francisco Parentes é autorizado a voltar ao Piauí, pois haviaido ao Rio de Janeiro apresentar seu projeoto e dar início à construção da Colônia.

No dia 10 de agosto de 1874, lança a pedra fundamental da Colônica Rural São Pedro D´Alcântara. Estava realizado, em parte, o seu sonho.

Infelizmente, vitimado por uma febre maligna, morre em Amarante, aos 37 anos de idade no dia 16 de junho de 1896.

Francisco Parentes, o primeiro Agrônomo do Piauí, não morreu em vão. Seu sonho se concretizou e a Colônia, havendo prosperado, se transformou nesta cidade de FLORIANO, que vai comemorar festivamente os seus 115 anos.

Francisco Parentes é parte desta festa, pois somos filhos do seu sonho de grandeza.

Fonte: Flagrantes de uma cidade

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

CHUVA, CHUVA!

Djalma Silva ( o professor e suas memórias )

O inverno ia geralmente de dezembro a abril. As chuvas amiudadas ou intermitentes caindo, correndo pelas bicas e biqueiras das casas, encharcando a areia grossa das ruas ou fazendo lama nos terrenos compactos. Nas ruas em declive aconteciam as enxurradas, onde os meninos soltos brincavam. Os vegetais vivificados, estuantes de seiva.

Mas chegava o mês de maio. Os noturnos tinham-se ido. O tempo agora era claro. Bonito. Árvores e ervas floridas, alegrando os campos. No firmamento azulado, núvens leves e brancas como flocos de algodão. No primeiro dia nos tempos recuados de minha infância, as janelas amanheciam enfloradas. Um costume muito bonito, muito agradável, muito gentil, que foi desaparecendo com o passar dos anos. Irrompiam os ventos gerais.

Era então a chegada à época de empinar papagaios ( pipa ). E de dia os céus se estrelavam de várias cores e tipos.

A temperatura amena, à noite, ia até julho. Chega agosto e, então, era, como disse Veras de Holanda: "TRINTA E DOIS, o sol dardeja e queima. O sol fuzila. Num bárbaro calor que as almas aniquila."

Setembro era a mesma coisa. A quentura torrando a vegetação, secando as flores e pondo modorra nas pessoas e nos animais. Mas vinha a chuva dos cajús. As florescências dos cajueiros se transformavam em frutos. E estes logo amadureciam, pintalgando as árvores de amarelo e vermelho. Uma beleza. Nos domingos, muita gente e principalmente muitomenino ia para os matos buscar cajús e brincar.

A partir de outubro, trovões e relâmpagos a par de algumas precipitaçõies pluviosas, punham no povo as esperanças de um bom inverno, de fartura, de bem estar.

Se em vez disso o céu continuava profundamente azul, isento de núvens pronunciadoras de chuvas, o vento balançando as copas das árvores, sibilando nos telhados sem forro nas casas, arrepiando a cobertura das palhoças e varrendo o chão, levantando núvens de poeira, o povo começava a preocupar-se.

Nos encontros de ruas, na conversa das varandas ou nas portas das casas à noite, a tônica era uma só. O prolongado verão e a expectativa de dificuldades e até de fome.

No silêncio das alcovas as famílias oravam implorando a proteção dos seus santos. Nos subúrbios a gente humilde, em procissão, saía à tardinha pelos matos com garrafas de água na cabeça rogando a Deus nos seus cânticos: Chuva! Chuva!. Chuva com abundância!

COMENTÁRIO EXPLICATIVO SOBRE O TEXTO

Por - Nelson Oliveira e Silva

Com respeito aos papagaios, ou pipas, que eram empinados, o palco era a praça da Igreja, hoje Sebastião Martins, pelo espaço que possuía uma vasta área, visto que ali só existia mesmo a nossa Catedral e se tornava palco dos demais variados tipos de papagaios/pipas e terminava se transformando numa grande festa promovida pelos jovens da época. Dependendo da condição fionanceira dos empinadores, existiam papagaios de vários tamanhos e cores, embelezando os céus da cidade; os instrumentos eram fabricados com pedaços de buriti e papel de seda, com tamanho de 1 metro de altura por 1 de largura e o seu fabricante era um filho do senhor Celino Miranda, que residia próximo à Igreja Batista, mais precisamente onde está o cosultório do doutor Odilon e que atendia pelo apelido de "barata descascada", em virtyude de sua pele muito branca.

Como naquele tempo, a criança e o jovem pela educação que recebiam dos pais tinham ciência dos seus limites e não eram contaminados pela modernidade do mundo de hoje e o papagaio era, sem dúvida, uma brincadeira sadia que não trazia nenhum prejuízo.

Dentre aqueles que tomavam parte da brincadeira, alguns estão no nosso meio, como o Chico Pereira e seu irmão Zé Wilson, Fozi Attem, Zeca Demes, residente em Goiás, Carlos Martins e muitos outros.

O poema intitulaodo TRINTA E DOIS, de autoria de Veras de holanda, nascido em Caxias, Maranhão, tinha relação com a seca de 32, que assolou o nosso Estado; além de poeta renomado, era professor de vários colégios, inclusive o seu, que era situado na rua Fernando Marques, antes da casa do senhor Abrão Freitas e inspetor de ensino. Veras de Holanda possuía uma vasta cabeleira, como a de Castero Alves, era casado com a professora de nome Conceição e salvo engano, era irmã da dona Noeme Melo ( in memorian ), mãe dodoutor Adelmar, Aevan, Adeval, Aldezita, Fátima e outros.


6/27/2012

Evento empresarial acontece amanhã em Floriano


A transportadora Geralog realiza, nesta quinta, 28 de junho, no hotel Rio Parnaíba, em Floriano, um coquetel de confraternização da empresa com os empreendedores da região. O objetivo é apresentar as modificações estruturais que estão acontecendo na filial da cidade e anunciar a construção da nova sede local.

O proprietário, Flávio Leal, está otimista com o evento. “Convidamos grandes empresários da cidade, para que possamos apresentar uma série de soluções em transportes para os diferentes segmentos”, disse.

A Geralog atua no mercado de transporte de cargas com uma equipe formada por profissionais com experiência de mais de 20 anos no segmento. Composta por quatro sócios, a transportadora possui uma frota de mais de 50 caminhões, equipados com sistema de rastreamento, que permite aos seus clientes ainda mais segurança. Em sua carteira de clientes, encontram-se grandes empresas como as do grupo Carvalho, grupo Jorge Batista, entre outros.

Floriano está de luto: morre Frei Antônio Curcio


Frei Antonio Cúrcio

Faleceu nas primeiras horas desta quarta-feira (27/06), em Floriano, Frei Antônio Curcio. Fundador da Ordem Franciscana de Floriano e do Colégio Industrial, Frei Antônio Curcio é um dos principais personagens de Floriano nas últimas décadas.
Faleceu nas primeiras horas desta quarta-feira (27/06), em Floriano, Frei Antônio Curcio.

Fundador da Ordem Franciscana de Floriano e do Colégio Industrial São Francisco de Assis, Frei Antônio Curcio é um dos principais personagens de Floriano nas últimas décadas.
Ele estava doente há vários meses. 
DADOS BIOGRÁFICOS DE FREI ANTÔNIO: 
Nasceu na Itália, na cidadezinha de Montefalcone di Val Fortore, no dia 10 de julho de 1920, de um casal muito querido: ele, Michele (Miguel) Curcio, respeitado pela sua justiça; ela, Genoveffa (Genoveva) Valénzio Curcio, pela sua inteligência e sua liderança na comunidade.
A partir dos 7 anos (regulamentares na Itália naquela época) freqüentou a escola primária e no ano de 1931 entrou no Seminário Franciscano (denominado Colégio Seráfico) para cursar o ginásio.
Desde o ano de 1936 tinha começado uma intensa preparação para o Sacerdócio cursando Filosofia e Teologia na cidade de Benevento. Foi necessária muita garra e muita força de vontade, pois os tempos eram difíceis por causa da 2ª guerra mundial. E, em 19 de março de 1943, em plena guerra, tendo terminado seus estudos com 6 meses de antecipação, foi ordenado Sacerdote na Capela particular do Arcebispado de Benevento.
Logo depois da Ordenação Sacerdotal, enviaram-no à cidade de Paduli, como Mestre , no mesmo Colégio Seráfico onde ele foi acolhido em 1931. O Colégio era o início da 1ª etapa da preparação dos adolescentes que pretendiam entrar na Ordem Franciscana: preparação cultural (freqüentando o curso ginasial), preparação social e preparação religiosa. Poucos anos depois o Colégio foi transferido para a cidade de Airola e ele seguiu junto. Dedicou-se com afinco à sua tarefa como Mestre, em seguida como Vice-Diretor e por fim como Diretor. Sua tarefa era de bastante responsabilidade, pois precisava cuidar da administração, da alimentação (muito difícil porque era tempo da 2ª guerra mundial), do acompanhamento espiritual e do ensino. Assumiu para si o ensino de várias disciplinas, nas quais estava bem preparado: latim, grego, francês, matemática, história, geografia, música e canto.
Após o curso ginasial no Colégio e o ano de experiência no Noviciado, os jovens freqüentavam, numa segunda etapa, o liceu (correspondente ao nosso ensino médio atual) em outro centro de estudos na cidade de San Martino Valle Caudina, distante cerca de 14 Km. Deslocando-se 3 vezes por semana, partindo de Airola, ensinou física, química e biologia aos Franciscanos que ali estudavam em preparação ao Sacerdócio.
Ao longo destes anos o Frei Antonio mostrava, além da sua cultura, grande capacidade de organização. Os superiores então requisitaram-no para um cargo de maior confiança: confiaram-lhe a Secretaria da Província. Durante 9 meses teve sob sua responsabilidade a organização, o arquivo e a comunicação da Província Religiosa Franciscana de Nª Sª. das Graças de Benevento.
No ano de 1960, com 40 anos de idade, acolhendo o chamado de Deus para as Missões, embarcou para o Brasil.
Na confluência dos rios Tocantins e Araguaia estava sediada a Prelazia (isto é: Diocese em formação) de Tocantinópolis, confiada aos Padres Orionitas. O Frei Antonio ficou emprestado ao Bispo Dom Cornélio Chizzini para auxiliá-lo nos trabalhos pastorais.
A menos de 40 Km da cidade de Tocantinópolis, sede da Prelazia, estava localizada uma tribo de índios Apinajés, com cerca de 90 habitantes, aos cuidados do SPI (Serviço de Proteção aos Índios, a FUNAI da época). O Frei Antonio se aproximou deles, visitando-os constantemente, ajudando-os em suas necessidades, estudando sua organização tribal e social, sua religião, sua maneira de pensar e agir, suas expressões culturais, especialmente as danças, que marcam o dia a dia e os acontecimentos anuais. Ficou encantado com tanta riqueza. Estimulava-os a não perder sua identidade, seu folclore, sua organização tribal, sua maneira de viver sem descuidar das melhorias especialmente quanto à saúde. Como reconhecimento de sua amizade e seu trabalho os índios, num ato que não acontecia na aldeia havia 30 anos, resolveram dar-lhe o nome, isto é, o adotaram como integrante efetivo (e não apenas honorário) da tribo, recebendo o nome de Kangutchú Tulgaplé ´Nguklúa. A partir daquele dia nunca mais o chamaram de Frei Antonio e sim Kangutchú.
O território da Prelazia de Tocantinópolis era muito extenso e compreendia vários municípios distantes entre si. Pesquisando a situação social, religiosa, educacional, especialmente do povo do interior, o Frei Antonio ficou pasmo. Percebeu que era necessário e urgente fazer algo. Perguntou-se: haveria a possibilidade de fazer algo para melhorar a situação? Resolveu elaborar um projeto pioneiro na época: o ensino a distância pelo rádio. Discutiu o projeto com o Sr. Bispo, que deu total apoio. Mas não havia rádio na cidade.
Por conhecer profundamente a eletrônica, assumiu a tarefa da construção da emissora da cidade, destinada ao ensino a nível primário e ginasial, à comunicação, ao esporte e ao noticiário local, nacional e internacional. Por não possuir nada a não ser terreno para a construção do prédio, tijolos e cal, lançou uma campanha de arrecadação do necessário para a realização do prédio: piso, forro, telhado, portas, janelas, tintas, etc. Claro que o indispensável era o material eletro-eletrônico para a construção do transmissor, da console dos estúdios, microfones, toca–discos profissionais, receptores de comunicação, de uma reserva de resistores, condensadores, etc. A campanha foi totalmente realizada em São Paulo, visitando firmas, indústrias e lojas, graças ao considerável relacionamento e amizades de seu irmão maior Nicola, que morava na cidade de São Paulo desde o ano de 1926. Muitas vezes literalmente chorou frente a aceitação e disponibilidade dos habitantes de São Paulo.
Conseguiu totalizar 14,5 toneladas de materiais. Mas como transportar tudo até Tocantinópolis, a mais de 2000 km de distância pela BR 14, a estrada Belém-Brasília, estrada apenas rasgada no terreno e na floresta , cheia de buracos e muitos Km de areal perigoso.
O milagre aconteceu: a Força Aérea Brasileira colocou a disposição um avião C 30 (o famoso Hércules da 2ª guerra mundial!) que efetuou o transporte.
Em 1966 a Província Franciscana de Benevento, situada na Itália, assumiu com o Bispo de Oeiras, Dom Edilberto Dinkelborg, o compromisso de abrir uma Fundação Missionária na Diocese de Oeiras-PI.
Para manter os primeiros contatos, em 1966 o Frei Antonio acompanhou o Superior Provincial Frei Querubim que veio da Itália para conhecer o lugar e estabelecer os primeiros entendimentos.
A partir deste momento a vontade de Deus se manifestou claramente e mudou completamente o futuro do Frei Antonio. O Frei Querubim, como Superior Provincial do qual o Frei Antonio dependia, mandou que ele se transferisse de Tocantinópolis a Floriano para iniciar a construção do Convento Franciscano da Ibiapaba, sede da futura Fundação Missionária. Argumentou, com propriedade, que era uma bênção de Deus dispor de alguém que já conhecia a língua, o povo, as dificuldades e as facilidades do lugar. Era necessário dispor de um ponto de apoio para poder mandar os primeiros missionários com um mínimo de segurança e não ao Deus-dará.
Foi um momento de prova para o Frei Antonio: deixar a realização da Rádio Tocantinópolis, projeto ao qual tinha dedicado sua vida, logo na hora final e conclusiva. Ele meditou muito mas o voto de obediência falou mais alto: comunicou ao Sr. Bispo Dom Cornélio a decisão do seu superior e sugeriu que, como já estava quase tudo pronto, outro técnico experiente poderia completar a montagem.
O Frei Antonio chegou em Floriano em fevereiro de 1967 e imediatamente iniciou a construção do Convento. Desenhou a planta, vestiu o macacão, juntou-se aos pedreiros e, após um ano, em 1968, as primeiras dependências estavam prontas e ele, cheio de emoção, acolheu os primeiros Confrades que chegaram da Itália: Frei Vicente, Frei Mariano, Frei Generoso, Frei Antonio Carmelo que logo se engajaram no trabalho pastoral paroquial. A Fundação Missionária Nª Sª das Graças tornou-se realidade!
O Frei Antonio tinha e tem a educação no sangue. Durante o ano de 1967, enquanto estava construindo o Convento da Ibiapaba, efetuou uma pesquisa abrangendo a evolução de Floriano no período de 1940 a 1960, focalizando especialmente a educação. O resultado da pesquisa o convenceu a criar um centro que mudasse o tipo de educação vigente naquela época. Era necessário olhar a criança e o jovem como pessoa, tendo como base a família, a sociedade, a religião e uma sólida cultura, desenvolvendo as potencialidades e habilidades de cada um. Fundou assim o Colégio Industrial São Francisco de Assis e iniciou as aulas no mês de abril de 1969. A aceitação por parte da comunidade foi grande e os órgãos educacionais do Piauí: a Delegacia Regional do Ensino, o Conselho Estadual, a Secretaria de Educação, se manifestaram dando o maior apoio à filosofia educacional preconizada pelo Colégio Industrial.
O acompanhamento do aluno e preparação como cidadão é esmerada. O nível cultural é alto. Os resultados vão muito além do normal. Na comunidade de Floriano e de outros municípios são muitos os ex-alunos que atuam como médicos, engenheiros civis e eletrônicos, arquitetos, geólogos, cientistas, professores, enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas, psicólogos, jornalistas, juízes, líderes políticos, bioquímicos, advogados, contadores, economistas, agrônomos, administradores de empresas, farmacêuticos, nutricionistas, biólogos, padres.
Pesquisa e texto: Mª Umbelina Marçal Gadêlha
Fonte: noticiasdefloriano.com.br

Entrevista com Gonzaga

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