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PELADAS DA NORMAL

Com a concorrência do campo dos artistas os outros piolhos de bola migravam para a quadra da escola Normal. No entanto, tínhamos de saber chegar, direitinho, senão o vigia João Durão metia o “rei” que carregava na cintura.

Os peladeiros chegavam tranqüilos para as habituais peladas que ali se desenvolviam. Era muita gente pra jogar, de forma que formavam-se vários times na base do tira-tira.

Nessa época, freqüentavam essas saudosas peladas os piolhos Bá, Deló, João Carvalho, Nisquita, Agenor, Tonhô, Carloínho, Miesse, Josair, Juvenal, Jotinha, Leal, Tifí, Chiquinho de Turene, Sapim, Valdenor, Gonzaga e outras feras ali dos arredores.

Lembro-me, certa vez, quando estávamos todos jogando bem pra valer numa empolgação sem tamanho. Todo mundo dando de tudo. De repente, chega o craque Mocó ( estava no auge ). Aí os caras diziam: “vixe, e agora...” O homem já chegava querendo jogar.

Todo mundo queria disputar o piolho: “ele vai jogar em nosso time, num quero nem saber...” Era uma confusão. Tinha que haver sorteio. Os times adversários penavam. Mocó saía driblando todo mundo numa rapidez incrível e fazia gols de todo jeito. Era uma loucura. O time dele não perdia uma partida.
A foto acima é de um piolho se mostrando nos anos setenta

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