5/24/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

( DOS ANOS QUARENTA AOS DIAS ATUAIS )

O Pau Não Cessa

Por - Nelson Oliveira e Silva

Antiga zona do meretrício
 de Floriano
 Fevereiro de 2008

 Apesar do título um tanto estranho, ele tem a sua origem. Nos anos 30, até por volta dos anos 60 / 70, a movimentação do transporte fluvial, no rio Parnaiba, era muito intenso, porque por suas águas sangravam um grande número de vapores e lanchas, rebocando imensas barcaças abarrotadas de marcadorias e passageiros que saíam da Parnaiba e iam até Vitória do Alto Parnaiba ( hoje, Alto Parnaiba ), no Maranhão, fazendo escalas em diversas cidades ribeirinhas, onde deixavam passageiros ou cargas. Por isso, Floriano, por sua estrutura, terminou tornando-se um entreposto, onde as mercadorias destinadas ao centro e sul do Piauí eram desembarcadas aqui e seus proprietários as conduziam em lombo de animais.

Para movimentar essas embarcações era necessário uma acentuada quantidade de homens para mantê-las em pleno funcionamento e por isso, muitas vezes, demoravam vários dias no desembarque dos produtos que traziam. Eles passavam muito tempo embarcados e sempre que chegavam em Floriano, à noite, em suas folgas, dirigiam-se às casas do baixo meretrício, em busca de bebidas e mulheres livres para se divertirem. Alguns sabiam se comportar; outros, execediam-se na bebida e, daí, vinham as discussões, em consequência, as brigas. E isso só acontecia quando muitas embarcações encontravam-se à beira do velho monge.

Diante de tal situação, foi necessária a intervenção da polícia, para acalmar os ânimos, e aí foi que a coisa piorou: as discussões e os conflitos, somente entre eles, na base do murro, e com o surgimento da força policial, aí a batalha campal era entre os marinheiros, chamados também de "porcos d´água" e os defensores da segurança da cidade.

Os fatos eram constantes, porque existiam embarcações no porto e, quando o número aumentava e quando os mais experien tes viam tal situação, sempre vaticinavam: "hoje, o pau não cessa!"

Mas na verdade a divergência era muito grande entre a polícia e os "porcos d´água" que, ao terminarem a bagunça, corriam e penetravam na embarcação, onde se protegiam da perseguição policial. Muitos deles, no dia seguinte, tinham contas a prestar ao comandante, no caso de um vapor, ou ao mestre da barca, que eram pessoas de costumes diferentes dos subalternos.

O Pau Não Cessa, de saudosa memória, ficava localizado num trecho da rua Silva Jardim, a partir da rua Bento Leão e se estendia até onde está situada a futura Praça de Eventos, que está construída sobre o leito do Riacho da On ça, que desembocava no rio Parnaiba, local denominaodo pela molecada da época de Barra da Onça.

No espaço da rua acima citada, entre a rua Bento Leão e a rua Hermando Brandão, ficava o local das festas, que eram realizadas, sempre aos sábados, e era chamado "Baile do Rogério". As mulheres, algumas moravam nas proximidades ou em lugares distantes.

Os mais antigos moradores da nossa Princesa do Sul, nunca dizem na rua Silva Jardim, mas sempre falam: rua do PAU NÃO CESSA!

5/23/2012

CORI-SABBÁ HOMENAGEARÁ EX-FUNDADORES


Gilberto Duarte e Tony Ferreira,
serão homenageados

A equipe veterana do Cori-Sabbá treinou, ontem à tarde, terça-feira, visando uma partida de caráter amistoso, dia 26 próximo, sábado, contra a representação da cidade de Uruçuí a ser realizada no estádio Tiberão em Floriano.

A equipe vem sendo comandada pelo ex-jogador Corisabano Vanim, que já atuou em uma competição estadual como treinador e com o amigo Carlos Silva, também ex-jogador do Cori, que tiveram a iniciativa desse jogo festa, já que os jogadores que atuaram nas décadas de 80 e 90 estarão em campo. 


Duas homenagens serão prestadas após a partida, uma a um dos fundadores do Cori o desportista Tony Ferreira e a outra ao ex-presidente da equipe quando foi Campeão Estadual em 1995, hoje procurador Gilberto Duarte. 

A partida será na tarde de sábado e deverá ser iniciada ás 4:00h no Estádio Tiberão com entrada franca.

Fonte: piuainoticias.com

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

UMA CIDADE SEM MOMÓRIA É UM POVO SEM HISTÓRIA

( DOS ANOS QUARENTA AOS DIAS ATUAIS )

O Futebol da Cidade - Cori-Sabbá

Por - Nelson Oliveira e Silva / Texto de 2008

Cori-Sabbá - Campeão Piauiense
1995
O nosso Cori-Sabbá, apesar da difícil situação por que passa no momento, com o seu time profissional, participando do campeonato piauiense da categoria, já teve os seus dias de glória e merece registro pela sua longevidade e nunca ficou fora das disputas futebolísticas desde a época do amadorismo, quando em suas fileiras, com a camisa alvinegra, pontificava-se a figura carismática de Sabará, jogador valente e em alguns momentos até indisciplinado, mas dedicando-se ao Cori-Sabbá de que é símbolo.

Sabará, salvo engano, reside hoje na cidade de Itaueira, distante 100 quilômetros de Floriano, onde mantém uma bem montada marcenaria de onde tira o sustento de sua família, com a mesma dedicação e lisura como defendia a camisa branca e preta do Cori-Sabbá.

Desde 1995, como time profissional, disputa o campeonato piauiense da categoria, mesmo na segunda divisão onde se encontra, no momento, tem tentado, apesar das imensas dificuldades, resgatar o esporte rei na Princesa do Sul e poder repetir os seus grandes feitos, dentre os quais se destacam a grande vitória cosneguida diante do Botafogo Futebol e Regatas, em Teresina, jogo válido pela Copa do Brasil, com gol de Bitonho no estádio Albertão, memorável fato de que muito nos orgulhamos.


Cori-Sabbá - Campeão Florianense
de 1980


No tempo do amadorismo, o Cori-Sabbá conquistou a Taça cidade de Floriano de 1978 e o Campeonato Florianense de 1980, além de muitos outros títulos de menor expressão e teve como um dos seus dirigentes, o incansável Carlos Augusto Costa Ferreira, o Pompéia ( veja sua última entrevista em outro post de nosso portal ), de saudosa memória, que tinha, na sua cabeça, toda a história desse clube que, de alguma forma, tem tanto honrar o nosso futebol.

Cori-Sabbá, 1981

Infelizmente, se constata no futebol,piauiense, situações críticas que vem se desenrolando ao longo dos tempos, sem que se enxergue no fim do túnel uma luz cheia de esperanças em melhores dias para o nosso esporte rei.

Atualmente, na segunda divisão, as coisas a cada dia mais difíceis, trás sérios obstáculos para os dirigentes locais, que sentem impotentes para resolvê-los por falta de recursos financeiros, principalmente falando.

Zé Bruno, atual diretor do
 Cori-Sabbá
Ultimamente, o time do Corissabano tem contado com a obstinação do senhor José Bruto dos Santos Filho, o Zé Bruno ( foto ), mas como uma andorinha só não faz verão, os impecilhos só aumentam paa a nossa tristeza.

A Associação Atlética Cori-Sabbá foi fundada no dia 24 de maio de 1973 no bairro Manguinha e que pela sua condição de trintão, espera o aparecimento de outros obstinados como o doutor José Bruno, para revigorar a sua autoestima em busca de novas conquistas gloriosas que venham engrandecer o seu nome.





5/22/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

( DOS ANOS QUARENTA AOS DIAS ATUAIS )

Os Cinemas da Cidade


Cine Natal - Anos Cinquenta
 Por - Nelson Oliveira e Silva

Segundo se sabe, Floriano teve o seu primeiro contato com o cinema, graças a um laboratório que estentava o nome BAYER, cuja marca ainda existe, em várias partes do mundo, com o nome inscrito dentro de um círculo horizontal e verticalmente.


Valdemir - Foi projecionista
nos anos 60/70

Pelos idos de 1935, o referido laboratório apareceu por aqui, como um automóvel em cuja capota instalavam uma tela e exibiam filmes, na sua maioria, com propaganda dos produtos de sua fabricação. Lemboro, perfeitamente, que os filmes não tinham som e somente quando aparecia o nome do medicamento, alguém falava sobre o produto. O referido automóvel estacionava na principal praça da cidade e aqui, como não poderia deixar de ser, foi na praça da Igreja, como era denominada a hoje praça doutor Sebastião Martins, para onde muita gente acorria, mais por curiosidade paa aquela coisa fenomenal e que durava cerca de meia hora.

Logo em seguida, em 1937, o senhor Bento Leão, que já tinha um negócio de bar na antiga avenida Álvaro Mendes, hoje Getúlio Vargas, talvez levado ou influenciado pela presença do automóvel da Bayer na cidade, resolveu instalar o primeiro cinema da cidade e construiu a sala de exibição, anexo ao seu primeiro negócio, mas esquina da via pública que se chamava rua do Ouro, onde funcionou, por algum tempo, o Mercadão das Construções.

Cine Glória nos anos
60/70
Durante mais de três décadas, o velho cinema cumpriu a sua missão de oferecer aos seus espectadores bons filmes e depois de muito tempo, com as reformas ali introduzidas,com a construção de um palco para realização de programas de auditório realizados pelo Defala Attem e também pela Rádio Difusora de Floriano, bem como apresentações de cantores de renome, como Luiz Gonzaga, Caubi Peixoto ( no início de sua carreira ), Orlando Silva, Jackson do Pandeiro e muitos outros.

O Cine Natal, num determinado tempo, instalou até uma tela panorâmica para maior conforto e uma visão melhor. Nunca foi uma casa de luxo, mas atendia as necessidades do público, com a apresentação de filmes das mais afamadas produtoras americanas.

Durante a sua existência, o ambiente sofria constantes modificações, sempre no sentido de oferecer melhor conforto aos seus estimados frequentadores e que era uma questão do senhor Bento Leão, o seu proprietário.

Como colaboradores empregados, cita-se, na parte técnica, José Barreto, José Maria de Araújo ( o Zé Pequeno ), Valdemir ( foto acima ); na manutenção, Julimar e Edmilson Nogueira; na lanterninha, o João Paulo; na portaria, Agnelo e Floriano Preto e na bilheteria, o Elias, filho de João Alexandre e o senhor Albino Leão da Fonseca ( Binú ), sobrinho do senhor Bento.

Em 1955, por iniciativa do cidadão sírio Adala Attem, em prédio próprio, construido para esse fim, surgiu o Cine Itapoã,localizado na esquina da rua São Pedro com a praça doutor Sebastião Martins e que por razões não identificadas, com a morte do seu proprietário, a decadência dele se apossou o que levou o senhor Camilo Ferreira arrendá-lo, na tentativa de sua recuperação, pois era pessoa ligada ao ramo, visto que a sua família era arrendatária de um cinema na Capital, mantinha uma distribuidora de filmes que atendia todo o interior do Estado.

Os grandes filmes lançados no sul do País, pouco demoravam  para serem exibidos nos nossos cinemas, mesmo assim, a decadência continuava reinando no seio das duas casas exibidoras e, em consequência, a queda da frequ~encia, que crescia a cada dia, até que chegou a televisão, que contribuiu em muito para o fechamento das duas casas de espetáculos cinematográficos da cidade.

Talvez, o poder aquisitivo do nosso povotenha contribuído para o problema crescer, que ficou privado dos grandes filmes que por aqui passaram e deixando muita saudade.

5/21/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

( Floriano - Dos Anos Quarenta aos Dias Atuais )


Prédio atual da Rádio Difusora
Foto: florianonews
 Meios de Comunicação: Rádio Difusora de Floriano

Por - Nelson Oliveira

Naquele dia 19 de outubro de 1957, após a sagração de suas instalações, pelo respeitável Padre Pedro de Oliveira, exatamente às 12 horas daquele dia, consagrado ao padroeiro da cidade, São Pedro de Alcântara, pela primeira vez se ouvia a identificação da Rádio Difusora de Floriano, na voz do locutor Aldir Doudment, vindo de São Luís do Maranhão, que, por sua versatilidade, marcou época na nossa região, onde chegava o som da emissora, que aqui se instalou, após longas negociações entre o senhor Fauzer Bucar, comerciante em nossa cidade, com a família Bacelar, detentora do direito sobre o prefixo ZYG-20, da referida emissora.

Aquele dia 19 de outubro ficou marcado no calendário da nossa comuna, porque além de ser o dia do nosso Padroeiro, aqui instalava-se a primeira estação de rádio do Sul do Piauí, o que foi motivo de muita alegria para todos nós.

Apesar do fato ter sido marcante, muitos obstáculos, como a deficiência de energia elétrica, o principal fator, razão pela qual a emissora funcionou, por muitos anos com motor próprio, que com o passar do tempo, devido aos desgastes naturais, de vez em quando entrava em pane e havia interrupção das transmissões. Mesmo assim, com essas e outras inúmeras dificuldades, a emissora marchou a passos largos em busca do seu grande destino e conseguiu se firmar no cenceito do público de toda a região sul do Estado.

O primeiro Diretor Geral da emissora foi o senhor Fauzer Bucar, que como jáfoi dito, foi também o responsável pela sua implantação em nosso meio. Os prioneiros, comofuncionários, foram, além do locutor Aldir, tinha a Maria José e Elza, que também respondia pela programação, e como auxiliar administrativo, José Epaminondas Messias ( in memorian ).

O programa mais ouvido da cidade, na época, tinha o título de a REVISTA DA CIDADE, numa apresentação do senhor Fauzer Bucar e abordava importantes assuntos de Floriano, principalmente, os políticos. Na década de sessenta, quando da sua eleição para vice-prefeito, na chapa encabeçada pelo senhor Francisco Antão Reis ( Chico Reis ), no seu programa, foi incluída a divulgação do boletim financeiro da Prefeitura Municipal, que consistia da informação do saldo anterior, a arrecadação do dia, os pagamentos realizados e o saldo existente para o dia seguinte. isso durou até quando o relacionamento dos dois manátários se conciliou.

Em 1958, ano da Copa do Mundo da Suécia, com direção, redação e apresentação do senhor Nelson Oliveira e Silva, foi criado sem nenhum ônus para a emissora, o primeiro programa de esportes denominado DIFUSORA NOS ESPORTES, que apresar das dificuldades, as notícias eram captadas de ouvido, pois não existia a tecnologia de hoje, difundia com precisão todas as notícias do esporte, com todos os detalhes, como seja: formação dos times, renda, juiz e outros destaques, principalmente para os jogos da Taça Jules Rimet ( Copa do Mundo ), no máximo, nodia seguinte. O programa era apresentado após a REVISTA DA CIDADE, portanto, no horário nobre.

Para a época, pelos motivos expostos, o programa se revestiu de enorme sucesso e teve uma longa duração.

Na década de sessenta, a emissora enveredou pelo caminho do jornalismo, criando um jornal falado, com o título JORNAL DA DIFUSORA, apresentado diariamente, exceto aos domingos, às 21 horas, que tinha como diretor o Edson, um funcionário do DNER, em Barão de Grajaú, que obtinha as notícias através do morse da repartição em que trabalhava como telegrafista. Na redação tinha a colaboração da gentil senhora dona Tamina Oka Lobo e Nelson Oliveira e Silva, que com o Edson apresentavam o noticioso, que ainda alcançou a direção do senhor Almir Reis, que adquiriu a emissora e que não teve o seu prosseguimento, em virtude do Edson ter se ausentado da cidade, passando a residir em São Luís.

A esemplo do programa de esportes, também o jornal não era oneroso para a emissora. Aquilo, sim, era um prazer prestar tais serviços à comunidade, com total isenção. Foi um tempo que deixou saudade para muita gente boa.

Embora, sentindo a ausência do Edson, o noticioso ainda perdurou por alguns anos, contanto sempre com a colaboração de florianenses de boa vontade, como foram Fauzer Bucar e Almir Reis, separadamente, no tempo de cada um.

Como uma escola, por ali passaram, naquele tempo, cidadãos que na vida particular atingiram outro nível de vida ou profissão, como José Teles Reis, comerciante; Francisco Pedrosa da Silva, médico; Aldênio Nunes, bancário; José Lavínio, operário; e muitos outros que nos fogem da memória e mais alcebíades Costa, um dos pioneiros como locutor comercial.

Fauzer Bucar e Almir Reis foram dois desbravadores, porque naquela época tudo era difícil, principalmente no que tange à questão financeira, haja vista que a emissora, durante muito tempo, foi deficitária e aqueles diretores, cada um em seu tempo, é claro, tinham suporte econômico para superar tais dificuldades. os dois foram verdadeiros heróis, cada um em sua época e por isso eram respeitados.

A rádio teve o seu primeiro estúdio instaladfo no prédio Assad Kalume, 1º andar, localizado na rua são Pedro, esquina com a rua Fernando Marques, em frente ao antigo prédio da Prefeitura Municipal, mudandose depois de umlongo tempo, para o seu atual endereço, na rua Francisco Clementino ribeiro, no coração da cidade, em prédio próprio.

Certamente, que aqueles que "cuspiram os seus primeiros microfones" não foram só aqueles já citados, mas também, muitos outros, cujos nomes que a nossa memória se nega a nos revelar e que, uns mais e outros menos, também colaboraram com o desenvolvimento daemissora.

Com a mudança do Almir Reuis para o Recife, onde passou a residir, a Difusora passou a obedecer a direção do seu irmão, senhor José Antão do Vale Reis, quando, sem dúvida, atingiu um nível de crescimento excelente em todos os sentidos, tanto no aspecto comercial, funcional, tecnológico e social.

Ligada a ela, ainda encontram-se outras pessoas dedicadas, que ao longo de várias décadas, apresentaram programas populares do agrado do povo, dentre os quais se destacaram Emídio Nonato, José Roberto, Nilson Feitosa, Graça Costa e Silva, Fran Nunes, José Arnoldo, Parnaibano, João Pinto, Nilton Feitosa, Pedro Alcântara, Nazaré Silva e Jocy Astor, dentre outros.

A pessoa que escreveu essas mal traçadas linhas, não é historiador, nem escritor, mas se dispôs a fazer algo em que o florianense possa, de alguma forma, resgatar a memória da nossa cidade. Claro, que aqui não está tudo sobre o cinquentenária Rádio Difusora, mas alguns momentos da sua chegada ao noss meio, o seu crescimento, sem que nada desse pouco tenha sido anotado e é o resultado de suas lembranças que ia surgindo aos poucos ao sentar-se diante da máquina de escrever.

E se a velha emissora, chegou, apesar dos percalços, dificuldades, motivados, muitas vezes, por crises econômicas que constantemente assolavam em nosso áís, atingindo, consequentemente, os próprios instrumentos que gerava a nossa economia. No entanto, ela superou a tudo isso peça força daqueles que adirigiram, Fauzer, Almir e José Antão, cada um a seu modo, objetivando colocá-la num pedestal que ela fez por merecer. E é por isso que no mês de outubro passado, ela comemorou os seus cinquenta anos de existência com muita festa e alegria, manifestadas não só por aqueles que a viram nascer, mas também por outros que a conheceram depois e gostam deouvir quando os seus apresentadores bradam: RÁDIO DIFUSORA DE FLORIANO, UMA EMISSORA A SERVIÇO DO POVO, do qual os legítimos florianenses se orgulham.

Na década de sessenta e setenta, haviam programas de boa receptividade pelos ouvintes locais, como os programas A HORA DO BEM QUERER, UM PROGRAMA DE QUEM QUER BEM PARA QUEM QUER BEM, com a locução de Pedro Alcântara e LABIRINTO DA NOITE, com Defala Attem.

O seu primeiro transmissor foi instalado sobre uma pequena elevação, existente onde hoje está edificada a Prefeitura Municipal, com uma antena de madeira, junto a um quartinho com alvenaria e coberto com telhas, em cujo interior o responsável pela transmissão ( o transmissor ) e um motor próprio que fornecia a energia para o seu pleno funcionamento, hoje instalado e funcionando no bairro Sambaíba.

O seu primeiro representante na região São Paulo/Rio de Janeiro foi os senhores Pereira de Souza & Cia Ltda e que acredita-se continua sendo.

Fauzer, infelizmente, faleceu na década de sessenta; Almir mudou-se para Recife, é advogado, mas atingido pelo vírus da radiofonia, mantem uma emissora FM no município de Itamaracá, no Estado de Pernambuco e que ele afirmou ser uma de suas paixões. Como já foi dito, José Antão é o seu Diretor Geral, contando com a colaboração e supervisão do seu filho, Raimundo Paé Reis.

Repito: o que aqui foi escrito, é apenas um pouco, diante de sua infinita grandeza. Os erros constantes não devem ser levados em conta, porque não sou nenhum escritor ou historiador, comofoi dito no início. Esse trabalho é , comente, para se fazer um resgate da memória da nossa Princesa do Sul.

5/18/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

FLORIANO - Dos Anos Quarenta aos Dias Atuais

Meios de Comunicação - Amplificadora Florianense

Por - Nelson Oliveira e Silva

Defala Attem
 Com a inauguração do Cine Natal, o primeiro da cidade, em 1937, pelo senhor Bento Leão, mais tarde se tornaria a firma Bento Leão & Cia que, além do cinema, passou a explorar outras atividades, como bar, jogos de sinucas, fábrica de gelo, com energia elétrica própria e, posteriormente, torrefação de café.

A referida firma, além do senhor Bento Leão, tinha outros sócios, salvo engano: Honorato Drumond, Raimundo ( Mundico Spares ) e, depois, Albino Leão, havendo entre eles um grau de parentesco. Com a instalação do cinema, lá pela década de quarenta, eles sentiram a necessidade de instalar um instrumento de divulgasse os filmes e os demais artigos do seu comércio e resolveram, por isso, inaugurar um serviço de altofalante, o qual teve como seu primeiro locutor um cidadão de nome Luciano, originado da cidade de Oeiras, por determinado tempo.

Foi dado à referida amplificadora o título distintivo de " Amplificadora Florianense ", a voz líder  e potente da cidade e possuía um altofalante voltado para a praça Coronel Borges e zona sudoeste da cidade.


Nessa altura dos acontecimentos, com a ida do locutor Luciano para Teresina, assumiu a chefia da mencionada amplificadora o nosso conhecido Defala Attem, de saudosa memória, florianense autêntico e que amava o seu torrão.

Com Defala à sua frente, a amplificadora cresceu, os anúncios apareceram, graças ao seu empenho junto aos comerciantes da época, que o apoiaram firmemente, e aí houve um bom desenvolvimento em toda a sua estrutura.

Os programas eram em número de três, das 08 às 09 da manhã; das 17 às 18 horas, com a apresentação da Ave Maria às 18 horas e, a seguir, a sequência com " MELODIAS QUE O TEMPO NÃO APAGOU ", na qual era apresentado em cada dia um cantor de renome nacional, como Orlando Silva, Carlos Galhardo, Francisco Alves, Gilberto Alves, entre outros.

Durante o tempo do mencionado programa, pessoas apreciadoras da boa música espalhavam-se ao longo da avenida Getúlio Vargas e na praça doutor Sebastião Martins e que se estendia até às 18:30, voltando após a primeira sessão, prosseguindo até às 20:30 horas, na segunda sessão do cinema.

Nos anos cinquenta, surgiram outros serviços de altofalantes, como os da Casa Bringel e o do Cine Itapoã e, muito tempo depois, o do Pedro de Alcântara, que tinha o seu estúdio instalado na rua Areolino de Abreu.

Esses serviços, porém, nunca tolhiram os passos da velha florianense que, somente por volta dos anos 56 / 57, conseguiram calar sua voz, com a chegada da Rádio Difusora de Floriano, alegando os " chefes " políticos da época, que não poderia haver a uma distância de 100 metros um outro estúdio, no caso da amplificadora, na deistância acima, que é exatamente aquela da avenida Getúlio Vargas até a rua São Pedro, onde se instalou a referida emissora.

Houve uma certa resistência por parte dos outros
" chefes " políticos, que foram sufocados pelos primeiros e aí a velha amplificadora se calou.

Posteriormente, já em outra atividade, vítima de um acidente automobilístico, nas proximinades da cidade de São João dos Patos, aí foi a vez da voz do velho Defala se calar.




5/17/2012

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

DOS ANOS QUARENTA AOS DIAS ATUAIS

Pedro Apóstolo - O Cidadão

Foto: Jair Feitosa
( Transcrito do Jornal de Floriano, edição nº 446 de 01 a 07 de setembro de 1985 )

Pesquisa: Nelson Oliveira e Silva

Dentre as famílias florianenses de origem humilde, destacamos nesta oportunidade, a família Silva, cujos antepassados eram lavradores do nosso município, mas que pela força de vontade, lutaram para que seus filhos, netos e bisnetos viessem alcançar uma projeção intelectual e social.

Para isso, foi necessário a visão de futuro, fazendo com que o capitão Pedro José da Silva e sua esposa, dona isaura maria de Sousa e Silva, se deslocassem da fazenda Brejo, com 16 filhos para Floriano, onde a prole poderia estudar e progredir.

Seus sacrifícios não foram em vão e, ainda hoje, refletem como exemplo nos jovens dessa família.

Pedro Apóstolo de Carvalho, um dos neto do casal comerciário ( 1 ) em nossa cidade, pobre, mas antes de tudo um batalhador, formou, ontem, na Universidade da Paraíba, Campus de Campina Grande, em Engenharia Química, a sua caçula Ondina ( na foto acima ).

O casal Pedro Carvalho e Socorro tiveram seis filhos: José, Antonio Augusto, Paulo, Carlos, Pedero Filho e Ondina, os quais, aproveitaram o sacrifício dos pais e estão, hoje, formados, contando para isso com a colaboração de Raimundinha Carvalho, professora de tradição da nossa cidade ( 2 ).

Este fato é importante ser ressaltado, como exemplo de força de vontade e trabalho de uma família pobre, mas com visão de futuro. Serve, também, para que possamos entender a personalidade de Pedro, que apesar de mostrar uma aparência contestadora, é um homem que sempre acreditou no futuro de nossa terra, lutando contra os fatos que julga prejudiciais à comunidade.

Parabéns, Pedro e Socorro, pois vocês conseguiram vencer e este exemplo vai servir para que outras famílias reflitam melhor sobre seus filhos. Parabéns, Maria isaura da Silva ( 3 ), João Clímaco da Silva ( 4 ), os dois representantes da primeira geração do casal Pedro e Isaura, que testemunharam o início da luta dessa família. Parabéns, Floriano, pois te firmas como o berço da cultura nesta região, geradora de filhos que precisam fazer com que tu voltes a ser a verdadeira Princesa do Sul.

NOTAS EXPLICATIVAS, que complementam o texto original.

( 1 ) Salvo engano, foi dedicado funcionário da firma Machado & Trindade, da Parnaiba, estabelecida onde hoje é a sede da Caixa Econômica Fedeeral e que era gerenciada pelo senhor Tiago Roque de Araújo, pai do doutor Nazareno Soares de Araújo. Posteriormente, trabalhou por muitos anos na firma Fazendas Reunidas Raimundo de Castero S/A, que tem como comandante o nosso prezado contenrrâneo, doutor Filadelfo Freire de Castro, sempre demonstrando zelo por tudo aquilo que fazia. Apesar de mostrar uma aparência contestadora, como diz o texto, não o era. Foi Presidente do Comércio Esporte Clube, além de ter desempenhado outros cargos, usava o bomsenso em tudo aquilo que se propunha a realizar. E foi no seu tempo, sem dúvida, que aquele clube começou a evoluir e hoje aí está com uma estrutura de dar inveja a muita gente boa;

( 2 ) Além da sua tradição como professora competente, dona Raimundinha fundou também em nossa cidade um escola que funcionou durante muitos anos na Travessa entre a praça coronel Borges e a avenida Bucar Neto, no fundo do prédio do Hotel Brasil, com o título distintivo de " Imaculada conceição ", de quem por certo era devota calorosa pela sua condição de católica autêntica participante das grandes festas do nosso Padroeiro São Pedro de Alcântara, além de outras. Dona Raimundinha era irmã do nosso Pedro - O Cidadão;

( 3 ) Uma das destacadas funcionárias dos Correios em nossa cidade por mais de 40 anos, que por sua educação tratava a todos com respeito e carinho, e por isso era respeitada, não somente no seu trabalho, mas em toda a nossa sociedade. Morou por muitos anos na casa onde está instalada hoje a Funerária Floriano do nosso amigo Dario na rua Fernando Marques com a João Dantas. Se a nossa memória não estiver falhando, ela teve uma irmã de nome Júlia e que eu via a minha mãe chamá-la de dona Julinha. Na casa da dona Mariq Isaura viveram também Antonio Luiz do Monte, hoje conceituado advogado em nossa cidade e o Bergamini de cujo paradeiro não se tem notícia;

( 4 ) Velho lobo do rio Parnaiba, como comandante de vários vapores das empresas de transporte fluvial do senhor João Luiz da Silva e Petronio Oliveira, instrumentos importantes no transporte de mercadorias para todo o sul do Piauí e Maranhão e tinha a nossa cidade comoum entreposto de toda a carga, que era transportada por enormes barcaças puxadas pelos referidos vapores ou lanchas, que percorriam o trajeoto de Parnaiba a Vitória do Alto Parnaiba e atualmente denominada de apenas Alto Parnaiba no estado do Maranhão. Diante disso, João Clímaco da Silva, casado com dona Noeme, pai do doutor Airton, médico, doutor Nilson Coelho, arquiteto, Alboner, bom centroavante que saiu daqui para morar no estado do Pará, ou mais precisamente, em Belém, além de algumas senhoritas ou senhoras de cujos nomes não há jeito de recordá-los. A família João Clímaco, salvo erro ou engano, foi toda constituída onde hoje ainda mora a mãe de todos, dona Noeme.

EM TEMPO:


O texto principal dessa mensagem foi escrita pelo doutor Airton, sobrinho do homenageado, residente em Teresina e foi transcrita da edição de nº 446, do Jornal de Floriano, do dia 01 a 07 de setembro de 1985 - era um semanário - ficando restante das notas explicativas por conta do senhor Nelson Oliveira e Silva.





ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

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