10/09/2006

CABEÇÃO DO FERROVIÁRIO


Essa resenha, quem nos conta é o nosso amigo João Siqueira, o famoso João Rato ( foto ao lado de Zé de Tila ), extraída do www.florianoemdia.com, que nos tranposta aos belos tempos românticos de nosso futebol. Vejam só. João Rato conta que:

"Certa vez, Cabeção, ponta direita do ferrim, o cara era habilidoso demais e gostava de fazer umas jogadas diferentes, cruzamentos de letra, dribles desconcertantes, cheio de firulas e a nossa zaga, formada por Brahim, Bagana, Antonio Guarda e João Rato ( não davam moleza ), não brincava em serviço, o respeito era fundamental e a jogada foi a seguinte.

Estádio Mário Bezerra, tinindo de gente, passaram a bola para Cabeção, na ponta direita, mas quando ele foi dominar o pneu ( pelota ), pensei, é agora, senão ele passa, entrei de carrinho, com as travas da chuteira à mostra, na maldade e por pouco não o pegou, mas o cabra foi rápido, largou a bola e deu um pulo do gato ( como eu tenho raiva de gato! ), quando ele sentiu que estava vivo ainda, não vacilou, tirou a camisa e disse: “pode botar outro em meu lugar, pois eu tenho filhos pra criar, vai matar o diabo, infeliz ..." E saiu do jogo resmungando e não voltou mais.

A gozação e o comentário foi geral.

Em tempo: por onde anda Cabeção? Alguns dizem que ele mora no rumo de Fortaleza.
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fonte:
www.florianoemdia.com

10/06/2006

RESENHAS DE CHICOLÉ I

AMOR À VIDA

ESTA É DO SEU ZÉ LEONIAS - CHAPÉU "SAVIOUR"!

CHICOLÉ de Floriano ( grande craque e piolho de bola ) era quem dizia prá gente - “Vocês sabem muito bem como fui criado, o meu pai foi muito rígido na criação dos filhos; lá em casa, tinha dia, que quando ele estava zangado, o único amigo que entrava lá e conseguia sair comigo pra jogar era Nego Chico Kangury ( foto ).

Mamãe gostava muito dele e o seu pai, seu Vicente Kangury era um dos amigos confidencial do meu pai, e o outro era o senhor Antonio Segundo, grande enfermeiro, que ajudava até a operar gente no Hospital. Pois bem, aconteceu de ter um jogo importante em Jerumenha. O papai em casa estava zangado, eu teria que ir escondido e voltar no mesmo dia. O Deoclecinho possuía uma caminhoneta e sempre era o encarregado de ir buscar-me e deixar em Floriano, quando acontecia este impedimento.

Distancia de Jerumenha para Floriano, 10 léguas e meia ( 67 km ). O Jogo naquela época começava às três e meia da tarde, porque era para terminar ainda com a claridade do dia.

A estrada era piçarrada e Deoclecinho gostava de pisar no acelerador, que se a gente olhasse pro lado via as arvores curvadas. Saímos de Floriano depois do almoço, só a mamãe sabia disso. Ao terminar o jogo, o Deoclecinho foi apanhar-me no campo e já chegou com o seu Zé Leonias de carona pra Floriano.

Ao sairmos de Jerumenha, uma senhora grávida, com dores de parto, pediu carona também, mas como a caminhoneta era de cabine simples, educadamente desci e dei o meu lugar para a senhora, mas o seu Zé Leonias disse, com toda a calma do mundo - “não, meu filho, não se preocupe, você está cansado, que eu vou na carroceria, pode deixar”.

Eu ainda ponderei, mas ele não aceitou e subiu na carroceria da caminhoneta. E o nosso amigo Deoclecinho saiu rasgando, só fiz o sinal da cruz e pronto. O que se ouvia era só o gemido da mulher e a preocupação do motorista para que ela não parisse na beira da estrada.

Quando estávamos passando no Papa – Pombo, já próximo de Floriano, o seu Zé Leonias de repente bateu na cabine pedindo parada. O Deoclecinho parou o veículo e perguntou o que foi, ele desceu e, calmamente, disse: "meu filho, o meu chapéu caiu lá atrás e eu vou voltar para procurar, pois é muito familiar, não se preocupe comigo, podem ir embora com a mulher, que chego em Floriano. Ai entramos num acordo, eu ficava com o seu Zé Leonias e Deoclecinho ia levar a mulher no hospital e voltava pra buscar a gente.

Quando ele saiu na camioneta, o seu Leonias disse pra mim: "meu filho, eu tenho amor à minha vida, o chapéu não caiu, não, eu mesmo joguei fora para ele poder parar e eu descer; olhe, meu filho, Deus me livre de andar mais com um homem desses.

Pegamos o chapéu e uma carona em um caminhão e, antes de chegarmos em Floriano, cruzamos com Deoclecinho, que já ia retornando para Jerumenha.

O senhor José Leonias era muito tranqüilo, gente boa, esposo da dona Joana, pai do Tadeu, Neno, Maria José, Budim, Daniel, Mario e muitos outros. Amigo do senhor Vicente Kangury, Antonio Sobrinho, Antonio Segundo, Chico Amorim e do meu pai Lourival Xavier.

Moral da resenha: cheguei em Floriano ainda com o tempo de justificar a demora.
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Fonte: www.florianoemdia.com

CAIS DO PORTO

Este é o novo e o atual visual do cais do porto. Os traços harmônicos do passado se misturam, hoje, com a arquitetura moderna.

Num dos pontos mais aconchegantes da Princesa, estávamos passeando pelas ruas e becos, revendo lugares e matando a saudade.

As autoridades competentes precisam olhar mais para esses pontos importantes. Preservá-los e conservá-los a contento. É o espelho da cidade.

Uma vistoria ou um levantamento desse painel todo merece uma certa avaliação, no sentido de transmitir aos visitantes uma boa impressão da cidade. Afinal de contas, a nossa Princesa precisa mostrar sua bela coroa aos apaixonados pela terra do melhor carnaval do Piauí.

10/05/2006

ODORICO CASTELO BRANCO

A bela tomada foi extraída de nossa inspiração, ainda nos anos oitenta, quando passeávamos num roteiro de férias, eu e o meu primo Dácio, que mora hoje em São Luis.

Estudávamos no Colégio Odorico Castelo Branco nos anos sessenta e precisávamos documentar o que ainda restava do velho Odorico, quando brincávamos de lambretas feita de tábua.

Dácio, que é filho de mestre Valter (in memorian), faz pose na sala onde estudou com a professora Lourdinha da rua do Cruzeiro.

São traços harmônicos, que nos envaidece. Hoje, esse colégio já foi reformado e não há mais a poesia de outrora; no entanto, precisamos desabafar essa ternura para o alívio de nossos corações.

Haja corações!

ABDORAL E O PESO DA CAMISA 9


ABDORAL E O PESO DA CAMISA 9
Na foto, Abdoral no comando do Palmeiras em 1965. É o último em pé à direita.

O nosso grande amigo Abdoral Alves do Nascimento, professor e jogador de futebol de poeira, era piolho e obteve uma boa oportunidade de mostrar seu potencial no famoso Grêmio de Galdino e, segundo este: - “Abdoral gostava muito de jogar, mas o Grêmio era um timaço, não dava pra ele ser titular, e num certo dia ele se zangou, saiu do Grêmio e formou a sua própria equipe, um time para ele jogar, a famosa camisa nº 9, e logo no seu primeiro jogo, contra o Grêmio, vejam só, ele ficou em marcação cerrada pela dupla - “BATIA E ARREPIAVA” - (Bagana e Antonio Guarda).

A dupla dava de pau e Abdoral só agüentou até aos 35 minutos do primeiro tempo, e aí o jeito foi pedir arrego. Chamou os dois zagueiros: Bagana e Antonio Guarda e, languidamente, desabafara:

- “Meus amigos, pelo amor de Deus, eu tenho mulher e filhos pra criar, não me matem, me ajudem!”

A dupla caiu na gargalhada e atendeu o seu pedido. Maneirou! Dá pra acreditar que maneirou?!"

10/04/2006

GOL REPLAY


LUIZ ORLANDO

Um dos pontos mais fortes de Luiz Orlando (foto), grande craque de bola do passado do futebol amador florianense, era a catimba e, inclusive, ele destaca um lance engraçado, que ele conta com saudades:

“tratava-se de uma partida disputadíssima, acirrada no Campo dos Artistas, por volta de sessenta e sete. Botafogo de Gusto contra o nosso maior rival, o Flamengo de Tiberinho (perder pra eles era um trauma terrível), até hoje esse lance é conhecido como o GOL REPLAY, sem televisão, pode?

Mas você vai perceber como pode. Começa o jogo e, logo aos vinte minutos, o Flamengo de Tiberinho faz 1 a 0. Encerrado o primeiro tempo, no intervalo, conversamos o que poderíamos fazer, o jeito era ir pra cima, para o ataque, não podíamos de maneira alguma perder essa grande decisão.

Bola rolando na segunda etapa e, logo na metade do tempo, há uma falta a nosso favor, próximo da grande área. O Flamengo compôs a barreira, Janjão lançou a bola e eu entrei impedido de cabeça e ... golaço, foi aquela alegria, mas quando olhamos para o juiz Vicente XEBA, estava anulando o gol, corri pra cima dele com atitude e comecei, então, a dialogar com o velho mestre do apito, mostrando várias saídas para resolver o impasse, quando, de repente, propus: pois repita a falta. O homem gostou da idéia e colocou a bola para ser cobrada a falta novamente e, engraçado, foi do mesmo jeito, Janjão correu, lançou a bola eu entrei de cabeça, fazendo o gol, foi o replay do primeiro gol, os torcedores foram à loucura!

Empatamos o jogo e, no final, todos ficaram felizes, inclusive Vicente XEBA, que tinha moral e categoria.

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Fonte - www.florianoemdia.com

MEMÓRIA DO FUTEBOL FLORIANENSE


ZECA ZINIDOR – PÉROLA NEGRA DO FUTEBOL FLORIANENSE ( SUA PARTIDA MAIS IMPORTANTE )

DECISÃO - BOTAFOGO 2 X 1 FLUMINENSE

Dentro do contexto romântico do futebol amador florianense, nos anos sessenta, Zeca Zinidor (que certa vez fora comprado por uma carteira de cigarro de marca Minister pelo Flamengo de Tiberinho), narra com saudades um de seus jogos mais importantes dos quais participou, quando jogava pelo Botafogo de Gusto, na trajetória dos torneios amadores da Princesa. Vejam só:

”Dois detalhes: o primeiro, o Fluminense jogava pelo empate e começou ganhando de 1 a 0; e o segundo, é que eu estava com um problema no pé direito e não podia jogar, fiquei em casa, não ia agüentar ver o jogo do lado de fora, num jogo de decisão, jogo duro e logo no primeiro tempo, o Fluminense ganhando; foi aí que João Batista Araújo de Vicente Roque, fã de nosso time, tomou a iniciativa de ir lá em casa me pegar, mesmo doente.


Cheguei no campo, ajeitaram meu pé, colocaram mastruz sem leite com um pano enrolado, e disseram: Zeca, fica dentro de campo, se der certo, tudo bem, mas só a sua presença já amedronta.


Dito e feito, rapaz, como eu adorava jogar, consegui incendiar o jogo, mudei completamente o panorama da partida, um espetáculo, fico até arrepiado em lembrar, o sangue foi esquentando, o pé já não doía tanto; cara, com pouco mais de 15 minutos, consegui empatar, de pé esquerdo, a torcida endiabrada (no Campo dos Artistas dava mais público do que hoje no Tiberão).


Taboqueiro fez um lançamento de trivela, rasante, (quando eu me lembro, dá vontade de sair correndo), bicho, eu dominei o pneu (bola) e eu tinha um sesto de ficar sassaricando com a bola, dava um currupio, era um espetáculo à parte, o zagueiro ficava doido e a torcida mais ainda, é como se estivesse ouvindo os gritos da galera.


E essa bagaceira toda foi aos 30 minutos do segundo tempo, passei pelo zagueiro, e na entrada da grande área a bola foi pro pé direito, nem lembrei do pé machucado, embrulhei, paáááááááááááááááááááááááááá´, goooalllll, aiaiaiaiai, goooaall, aiaiai!, loucura, eu pulava, eu pulava, e a torcida pensando que era só de alegria, também, mas era mais dor, rapaz, conseguimos virar o jogo, só escutava a zuada e a voz do Batista de Vicente Roque, pense numa zoeira, quando o jogo terminou, foi uma loucura, ganhei muitos presentes!


Até hoje Batista foba com esse gol. Interessante no Campo dos Artistas, cada jogador tinha uma espécie de fã clube, 30 a 40 torcedores, chegavam ao ponto de, por exemplo, se o torcedor do Botafogo do Gusto fosse pro campo e chegando por lá não visse o jogador que ele admirava e não fosse jogar, ele automaticamente ia embora!

Pesquisa: César Sobrinho


HISTÓRIAS DE FLORIANO

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