10/05/2006

ODORICO CASTELO BRANCO

A bela tomada foi extraída de nossa inspiração, ainda nos anos oitenta, quando passeávamos num roteiro de férias, eu e o meu primo Dácio, que mora hoje em São Luis.

Estudávamos no Colégio Odorico Castelo Branco nos anos sessenta e precisávamos documentar o que ainda restava do velho Odorico, quando brincávamos de lambretas feita de tábua.

Dácio, que é filho de mestre Valter (in memorian), faz pose na sala onde estudou com a professora Lourdinha da rua do Cruzeiro.

São traços harmônicos, que nos envaidece. Hoje, esse colégio já foi reformado e não há mais a poesia de outrora; no entanto, precisamos desabafar essa ternura para o alívio de nossos corações.

Haja corações!

ABDORAL E O PESO DA CAMISA 9


ABDORAL E O PESO DA CAMISA 9
Na foto, Abdoral no comando do Palmeiras em 1965. É o último em pé à direita.

O nosso grande amigo Abdoral Alves do Nascimento, professor e jogador de futebol de poeira, era piolho e obteve uma boa oportunidade de mostrar seu potencial no famoso Grêmio de Galdino e, segundo este: - “Abdoral gostava muito de jogar, mas o Grêmio era um timaço, não dava pra ele ser titular, e num certo dia ele se zangou, saiu do Grêmio e formou a sua própria equipe, um time para ele jogar, a famosa camisa nº 9, e logo no seu primeiro jogo, contra o Grêmio, vejam só, ele ficou em marcação cerrada pela dupla - “BATIA E ARREPIAVA” - (Bagana e Antonio Guarda).

A dupla dava de pau e Abdoral só agüentou até aos 35 minutos do primeiro tempo, e aí o jeito foi pedir arrego. Chamou os dois zagueiros: Bagana e Antonio Guarda e, languidamente, desabafara:

- “Meus amigos, pelo amor de Deus, eu tenho mulher e filhos pra criar, não me matem, me ajudem!”

A dupla caiu na gargalhada e atendeu o seu pedido. Maneirou! Dá pra acreditar que maneirou?!"

10/04/2006

GOL REPLAY


LUIZ ORLANDO

Um dos pontos mais fortes de Luiz Orlando (foto), grande craque de bola do passado do futebol amador florianense, era a catimba e, inclusive, ele destaca um lance engraçado, que ele conta com saudades:

“tratava-se de uma partida disputadíssima, acirrada no Campo dos Artistas, por volta de sessenta e sete. Botafogo de Gusto contra o nosso maior rival, o Flamengo de Tiberinho (perder pra eles era um trauma terrível), até hoje esse lance é conhecido como o GOL REPLAY, sem televisão, pode?

Mas você vai perceber como pode. Começa o jogo e, logo aos vinte minutos, o Flamengo de Tiberinho faz 1 a 0. Encerrado o primeiro tempo, no intervalo, conversamos o que poderíamos fazer, o jeito era ir pra cima, para o ataque, não podíamos de maneira alguma perder essa grande decisão.

Bola rolando na segunda etapa e, logo na metade do tempo, há uma falta a nosso favor, próximo da grande área. O Flamengo compôs a barreira, Janjão lançou a bola e eu entrei impedido de cabeça e ... golaço, foi aquela alegria, mas quando olhamos para o juiz Vicente XEBA, estava anulando o gol, corri pra cima dele com atitude e comecei, então, a dialogar com o velho mestre do apito, mostrando várias saídas para resolver o impasse, quando, de repente, propus: pois repita a falta. O homem gostou da idéia e colocou a bola para ser cobrada a falta novamente e, engraçado, foi do mesmo jeito, Janjão correu, lançou a bola eu entrei de cabeça, fazendo o gol, foi o replay do primeiro gol, os torcedores foram à loucura!

Empatamos o jogo e, no final, todos ficaram felizes, inclusive Vicente XEBA, que tinha moral e categoria.

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Fonte - www.florianoemdia.com

MEMÓRIA DO FUTEBOL FLORIANENSE


ZECA ZINIDOR – PÉROLA NEGRA DO FUTEBOL FLORIANENSE ( SUA PARTIDA MAIS IMPORTANTE )

DECISÃO - BOTAFOGO 2 X 1 FLUMINENSE

Dentro do contexto romântico do futebol amador florianense, nos anos sessenta, Zeca Zinidor (que certa vez fora comprado por uma carteira de cigarro de marca Minister pelo Flamengo de Tiberinho), narra com saudades um de seus jogos mais importantes dos quais participou, quando jogava pelo Botafogo de Gusto, na trajetória dos torneios amadores da Princesa. Vejam só:

”Dois detalhes: o primeiro, o Fluminense jogava pelo empate e começou ganhando de 1 a 0; e o segundo, é que eu estava com um problema no pé direito e não podia jogar, fiquei em casa, não ia agüentar ver o jogo do lado de fora, num jogo de decisão, jogo duro e logo no primeiro tempo, o Fluminense ganhando; foi aí que João Batista Araújo de Vicente Roque, fã de nosso time, tomou a iniciativa de ir lá em casa me pegar, mesmo doente.


Cheguei no campo, ajeitaram meu pé, colocaram mastruz sem leite com um pano enrolado, e disseram: Zeca, fica dentro de campo, se der certo, tudo bem, mas só a sua presença já amedronta.


Dito e feito, rapaz, como eu adorava jogar, consegui incendiar o jogo, mudei completamente o panorama da partida, um espetáculo, fico até arrepiado em lembrar, o sangue foi esquentando, o pé já não doía tanto; cara, com pouco mais de 15 minutos, consegui empatar, de pé esquerdo, a torcida endiabrada (no Campo dos Artistas dava mais público do que hoje no Tiberão).


Taboqueiro fez um lançamento de trivela, rasante, (quando eu me lembro, dá vontade de sair correndo), bicho, eu dominei o pneu (bola) e eu tinha um sesto de ficar sassaricando com a bola, dava um currupio, era um espetáculo à parte, o zagueiro ficava doido e a torcida mais ainda, é como se estivesse ouvindo os gritos da galera.


E essa bagaceira toda foi aos 30 minutos do segundo tempo, passei pelo zagueiro, e na entrada da grande área a bola foi pro pé direito, nem lembrei do pé machucado, embrulhei, paáááááááááááááááááááááááááá´, goooalllll, aiaiaiaiai, goooaall, aiaiai!, loucura, eu pulava, eu pulava, e a torcida pensando que era só de alegria, também, mas era mais dor, rapaz, conseguimos virar o jogo, só escutava a zuada e a voz do Batista de Vicente Roque, pense numa zoeira, quando o jogo terminou, foi uma loucura, ganhei muitos presentes!


Até hoje Batista foba com esse gol. Interessante no Campo dos Artistas, cada jogador tinha uma espécie de fã clube, 30 a 40 torcedores, chegavam ao ponto de, por exemplo, se o torcedor do Botafogo do Gusto fosse pro campo e chegando por lá não visse o jogador que ele admirava e não fosse jogar, ele automaticamente ia embora!

Pesquisa: César Sobrinho


10/02/2006

TIBERÃO DE AÇO


O ex-prefeito de Floriano, José Bruno dos Santos do MDB, segundo ele, tinha por norma não assistir comícios de seus adversários, para não escutar a baixaria contra suas idéias, de forma que, certa vez, fazendo uma visita à Ibiapaba, estava acontecendo uma concentração da antiga ARENA e o doutor Tibério Barbosa Nunes, o famoso Tiberão de Aço, se fazia presente.

Zé Bruno, então, percebera que o prefeito Tibério estava desferindo-lhe algumas farpas, que ouvia através de um sistema de som, dentre as quais, Tibério Nunes desferia suas críticas duríssimas contra a oposição:

"anda por aí um sujeito fantasiado de negro. Tenham cuidado com ele. Que negro é esse, meus senhores, que calça sapatos de veludo, usa gravata italiana, camisa poliéster, terno branco de linho S-120 e desliza no salões do famoso Comércio Esporte Clube, o clube mais grã-fino da região? Isso não é negro: é um verdadeiro enrolão. Negro é o nosso Sadica (in memorian), um dos jogadores mais importantes do Ferroviário Atlético Clube, que com os seus dribles sensacionais marca os seus gols e levanta a nossa torcida. Daí a minha recomendação: vamos eleger Nazareno Araújo, deputado estadual, advogado brilhante, filho da terra, homem da sociedade."

No entanto, o velho Bruno surpreendera a todos, com o seu carisma, ganhando as eleições daquele período romântico da política florianense.
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Fonte: Crônicas para a história / José Bruno dos Santos

9/29/2006

CLEBER RAMOS (IN MEMORIAN)


Ainda preservamos a vontade irreprimível de desafiar o desconhecido. Aplicamos isto ao nosso GRANDE amigo Cleber, que não morreu, mas sim, reconheceu os ângulos e partiu para o universo paralelo, ficando por aqui a essência, a amizade, o carisma de bom amigo, excelente chefe de família. E porque não?

O melhor jogador de futebol que conhecemos. Na adolescência, lembro-me de situações engraçadas, como o dia em que eu, Cleber, Carlos e Quinto fomos pescar no rio parnaíba. Como local da pesca nos instalamos ao lado de um barco atracado no cais de Floriano, servindo a uma missão evangélica americana.
Começamos a pescar, brincar, pular e quando a algazarra estava boa, o chefe da embarcação não gostou, fazendo gestos, gritando, nos expulsando do local. Cleber não se intimidou, falou que o local era público, estávamos corretos, nossa brincadeira não prejudicava coisa alguma e não sairíamos.

O americano ficou mais exaltado, determinando que nos afastássemos definitivamente. Cleber correu, avisando que ia chamar seu pai. Momentos depois, chega o senhor Valter Ramos, com um revolver na cintura, esbravejando: "onde está o gringo que molestou meus filhos? Aparece!!"

O louco do americano apareceu no alto do barco, se desculpando:

- Senhor, eu só estar mandando!

- Gringo nojento, aqui você não manda em nada!!

E, apontando a arma, mandou ver:

- Tira logo o barco deste local porque, agora, eu e meus filhos vamos pescar aqui. Some, desgruda, senão!...
Pois não é que o sujeito obedeceu! Ficamos pescando à vantade, até o anoitecer, quando o por do sol do velho monge delineava o horizonte.

No dia seguinte, estávamos saboreando os peixes na residência de seu Valter, preparados com o tempero de Dona Mirosa. O barco do americano, por algum tempo, ficou ancorado no lado do Barão de Grajaú.
Na foto acima, Cléber com Zeca Futuca num desses carnavais de Floriano.
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Colaboração Arruda.Bernardo@ig.com.br

PELADA SANGRENTA


Estávamos, realmente, animados para a pelada daquele sábado no famoso campinho de seu Lourenção no cruzamento das ruas João Chico com a São João.

O areião era famoso, muitos times iam jogar ali. A rivalidade era grande durante o período romântico dos anos setenta.

Desta feita, disputavam a partida o time dos gladiadores contra os Invencíveis. Nelson Júnior (Juninho) apitava corajosamente aquele encontro de grande rivalidade dos piolhos de bola.

Os gladiadores jogavam com Zé Guará no gol, Judesmar, Juca, Pateta, Alvinho, Vevé, Zeca, Mancada e Pimenta no ataque. Já os invencíveis desfilavam com Ivan na meta, Chico Lista, Kebinha (dono do time), Gungadim, Miranda, Chicão do Cruzeiro, Deda e Mané João.

Tratava-se de um jogo acirrado, difícil, todo mundo atento e munido para o ataque e defesa, de forma que a partida estava praticamente empatada, quando nos minutos finais o centroavante Zeca dos gladiadores apanha um cruzamento de Fernando da direita, a pelota empinando no areião, mas quando o atacante vai definir o lance, chuta sem perceber um toco de pau enterrado. O grito de dor do piolho de bola foi uma loucura. O seu pé direito, na altura do dedão, pega um corte violento e o sangue começa a jorrar. Um Deus nos acuda.

- Leva logo pro hospital! - Disseram.

Como tínhamos medo de pegar ponto no hospital, Zeca foi logo disparando o bocão de medo:

- Nada de hospital! Me leva prá casa, mesmo, que lá o papai bota verniz prá parar o sangue.

São marcas e cicatrizes que ainda hoje a gente leva com bastante saudade, apesar dos traumas causados, mas que nos ensinavam muito para a o nosso aprendizado e amadurecimento para o nosso futuro.
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Observamos, na foto acima, alguns piolhos da época romântica: Duy Allan, Gilson, Joaquim de Pierre, Eulálio e Roberto em pé. Abaixo, Marinho, Darlan (in memorian), Brandão (hoje, morando em Belo Horizonte), Luiz Banana, Adalto e Erivaldo (funcionário dos correios em Canto do Buriti).

Semana da Consciência Negra

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