5/23/2006

CASARÃO DO MICHEL DEMES

OLHEM só o que o nosso repórter César conseguiu: um verdadeiro absurdo. Parece que querem descaracterizar o prédio da antiga Loja do Michel. Temos que coibir ou fiscalizar, denunciar e promover campanhas contra esse tipo de abuso. E onde estão as autoridades competentes?
O Casarão do calçadão São Pedro, próximo ao Floriano Clube, onde há poucos anos era a LOJA DO MICHEL, sempre sortida, tinha de tudo, até bainha para foice (brincadeira!). Quando os clientes entravam, eram recebidos com aquele atendimento diferenciado, alegre e com a devida atenção. Michel Demes era um exímio vendedor, por vocação, conquistava as pessoas com a maior naturalidade e poucos clientes saiam da loja sem comprar alguma coisa. Era um verdadeiro fenômeno!
Nesse Casarão morou na parte de cima (sobrado, como era chamado antigamente), por muito tempo, Fozzy Attem, um conhecedor profundo das famílias árabes que residem e que residiam em Floriano. Este casarão, que hoje comerciantes (barraqueiros) utilizam a área do calçadão São Pedro para encostar as armações das suas barracas na parede deste prédio, ele foi construído para a realização do casamento do árabe Salomão Mazuad no início do século XX, pela sua importância na história de Floriano.
É fundamental e salutar que a Secretaria de Cultura do Município chegasse a orientar e exigir um maior zelo pelo nosso patrimônio.
VAMOS ZELAR PELOS NOSSOS CASARÕES!

5/22/2006

CINE NATAL II


O nosso repórter César Augusto tem muita sorte: quando da sua incansável busca por notícias, no momento em que estava fotografando o Cine Natal, eis quem aparece no meio: o famoso Cangati, o maior bandeirinha que já apitou no futebol florianense.
Gostava de assistir filme no Cine Natal e de pentear o seu famoso balula se admirando no velho espelho do cinema, para depois ir abafar no Vinte e Um de Março.
Recentemente, gosta de frequentar a barbearia de Galdino, discutir futebol. Trata-se, evidentemente, de um ícone do folclore do futebol da Princesa, que precisa ser valorizado.
Floriano tem muita história!

ARMAZENS NARCISO


Esse prédio encontra-se meio que descaracterizado, moderno, sem os padrões do que era no passado, mas representa uma grande tradição, dentro do contexto comercial de Floriano.
O seu proprietário, grande desportista e famoso por ser um dos melhores goleiros do futebol de salão local, Guilherme era fundamental defendendo a equipe do Narcisão nos torneios que disputara no período romântico nas quadras do Comércio Esporte Clube.
Sua passagem pelo esporte da Princesa deixou um legado muito bom, principalmente por que o seu filho, Guilherme Júnior, abafava na ponta esquerda defendendo vários times de Floriano, principalmente o famoso Cori-Sabbá.
Precisamos repetir o passado, mas procurando evoluir e superar as dificuldades. Floriano precisa reconquistar o seu grande apogeu.

GINÁSIO PRIMEIRO DE MAIO


O belo hino de um dos mais queridos colégio de nossa cidade, o GINÁSIO 1º DE MAIO, começa assim: “Nosso Ginásio 1º de Maio.....”, que comemorou este ano 49 anos de fundação, muito próximo do Jubileu de Ouro no próximo ano.
Falar do 1º de Maio, por exemplo, é lembrar da inesquecível diretora MARIA HELENA SIQUEIRA, que muito nos ensinou, com sua simplicidade. Tinha espírito de liderança dos mais incontestáveis.
Grande parte da nata da sociedade florianense estudara no Primeiro de Maio; existe, até, quadros demonstrativos das turmas do passado, com fotografias, expostos nas salas principais dessa tradicional instituição de ensino.
Nos anos sessenta, esses festejos eram realizados no famoso Campo do Artista, com muita barraquinha, vendendo de tudo: alfinim, pirulito, quebra-queixo, chapéu-de-couro, algodão-doce, frito, passoca, castanha, tudo cazeiro. Era uma festa!
Nos aniversário do colégio, tinha que se ensaiar com bastante antecedência, era uma festa. A turma se reunia no pátio e ficava aquela algazarra: gritos, brincadeiras, um empurra-empurra, coisas de estudante, mas quando alguém avistava a sua aproximação para fazer a chamada era um espetáculo, todos paravam de fazer barulho e ficávamos inertes, como uma presa fácil. Aquele ritual era encantador, mas havia um momento hilário. Quando chegava na chamada do 4º ano do ginásio (hoje, 8ª série), tinha um aluno que todos esperavam dona Maria Helena o chamar pelo nome de batismo e ele, quebrando aquele gelo, respondia bem alto: CAÇULA; parecia combinado, mas não era; ele conquistou aquele espaço perante a autoridade, era um momento de êxtase, e até, principalmente a diretora, sorria; era uma festa!
Havia, também, o famoso Pau-de-Sebo: o sujeito quando conseguia subir na ponta para apanhar a grana, pega o cacho de banana, jogava distante, para enganar a negrada e, depos, pernas pra que te quero: se mandava com o dinheiro.
Jamais esqueceremos!
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Foto do Colégio tirada a partir da inspiração de nosso repórter César Augusto

ENTREVISTA COM LUIZ ORLANDO


O nosso grande repórter Cesar Sobrinho nos surpreendeu mais uma vez, numa dessas suas cruzadas em busca do resgate de nossa cultura, entrevistando o famoso meio de Campo Luiz Orlando, grande jogador de bola do período romântico de Floriano. Vejam a entrevista na íntegra: o seu desabafo, suas revelações e suas grandes paixões de um dos maiores ícones do futebol da Princesa, hoje morando em Floriano.
Luiz Orlando Rodrigues, nasceu em Floriano, 16.05.1952 (54 anos), filho de Orlando Rodrigues, “Mestre Orlando” e Dona Claudina Amorim, conhecida como “Dona Coló”. A família era composta de craques, os irmãos homens todos jogavam bola, o mais velho, Francisco de Paula Rodrigues (56 anos) – “Boi Bufallo”, zaqueiro central, seguro, habilidoso com a perna esquerda, jogou no Reno – 1967, Cruzeiro – 1970 e Vila Nova; já José Wilson Rodrigues, 52 anos, jogava de volante, estilo Clodoaldo, garra e preparo físico, não se entregava, persistente; José Henrique Rodrigues, 51 anos, meia armador, craque, chute forte e certeiro, era a preocupação dos goleiros adversários, participou de um dos melhores meio de campo do futebol amador de Floriano composto por: César Augusto, José Henrique e Naldinho Gonçalves, o mais novo dos homens; e Sebastião Tarso Rodrigues, conhecido como Tião de Coló, 49 anos, zagueiro central, duro não brincava em serviço, xingava até o vento que tocasse nele, boca porca. Luiz tem duas irmãs: Lindaura Maria Rodrigues e Yolanda Maria Rodrigues, seus pais deixaram um legado, a família unida, e composta de pessoas de respeito e amigos.
Perguntamos ao Luiz Orlando sobre seus pontos fortes no futebol e respondeu sem titubear; eram três: primeiro, a habilidade - "eu tinha uma flexibilidade mental muito forte, antes da boa chegar para mim, já tinha duas, três jogas premeditada para fazer, ficava impressionado com este detalhe, o chute certeiro sem muita força, porém com efeito, e usava um artifício, quando chutava a bola eu gemia “HUUUU” como o Guga, tenista faz hoje nos arremesso das suas bolas, esse truque, atrapalhava os adversários, principalmente os goleiros, fiz muitos gols usando esta malandragem", continuou Luiz Orlando - "meu segundo ponto era o drible curto e rápido, e engraçado, o esporte que me ajudou nessa habilidade não foi o futsal, foi o voley ball, na época havia uma disputa acirrada entre os Ginásios 1º de Maio e Santa Teresinha, era o que havia de melhor no voley, foram três anos (1967, 1968 e 1969) de muita rivalidade: sinto-me feliz em poder contar esta ligeira passagem, pois são poucas pessoas que sabem disso: o time do 1º de Maio era formado por: Gilmar (crente), Zé Manoel (de Barão), Jolimar, Luiz Orlando (levantador – armava o time, como era baixo eu tinha que me virar para ser o melhor e isso me ajudou no futebol), Raimundo (madame Tatá), Pequenoti (apelido era um contraste ele era o mais alto quase 2,00 metros de altura – o florianense gosta dessa brincadeiras), na reserva desse time tínhamos ainda, Neivinha, Quinto e Chico Ivone, era muito luxo ter um banco desse. Já o timaço de voley do Santa Teresinha: Zé Nery, Davi Miranda, Raimundo Carvalho (era o craque da época, dava gosto vê-lo jogar), Zé Carvalho, Nerivaldo e Zé Afonso. Bons tempos! Meu terceiro ponto mais forte era a catimba, vou contar só uma passagem do que aconteceu no Campo dos Artistas, um jogo disputadíssimo: Botafogo de Gusto contra o nosso maior rival Flamengo de Tiberim (perder pra eles era uma trauma), até hoje é conhecido como o GOL REPLAY, sem TV, pode? Mas você vai vê como pode, começou o jogo, logo aos 20 minutos, Flamengo de Tiberim fez 1 X 0, encerrou 1º tempo, intervalo, conversamos o que poderíamos fazer, o jeito era ir pra cima, não podíamos de maneira alguma perder, bola rolando no segundo tempo, na metade do tempo, falta próximo da grande área, Flamengo compôs a barreira, Janjão lançou a bola e eu entrei impedido entrei de cabeça e gol, foi aquela alegria, quando olhamos para o juiz Vicente XEBA, estava anulando o gol, corri pra cima dele, e comecei a dialogar mostrando várias saída para resolver o impasse , quando de repente propus: pois repita a falta, ele gostou da idéia e colocou a bola para ser cobrado a falta, engraçado foi do mesmo jeito, Janjão correu lançou a bola eu entrei de cabeça e fiz o gol, foi o replay do primeiro gol, os torcedores foram a loucura! Empatamos o jogo, e, no final todos ficaram felizes, inclusive Vicente XEBA. Além do Botafogo de Gusto, joguei Santos de Luis Parnaíba (1964), Palmeirinha e flamengo de Divino. Fui artilheiro pelo Santos (1964) e pelo Botafogo de Gusto (1967)".
Luiz Orlando lembrara de um fato pitoresco: os campeonatos amadores de Floriano eram organizados pelos próprios jogadores, não existia uma pessoa para organizar: e a sequência do futebol tinha um ritual interessante uma espécie de mudança decategoria , frisou Orlando, os adolescentes começavam jogar da seguinte maneira: 1ª etapa no Campo do Odorico, a 2ª etapa era no Campinho da Xica Pereira, os times eram: Bangu do Fabrício, Fluminense de Carlos Sá, Benfica de Albenício, Vasco do Bosque e Plameirinha. 3ª etapa era no Campo dos Artistas, campeonatos acirrados: Flamengo de Tiberim, tinha os seguintes atletas: Nego Cleber Ramos, bom de bola, artilheiro, futebol alegre, Siqueira, Zé Filho, Chiquinho. O Botafogo de Gusto: Manoel Antonio, Luiz Orlando, Janjão, Danunzio (cracasso), Mundeiro, Bago, Honório, Pedro Taboqueiro. O Brasil de cizé, filho de dona Sinésia, Galo Mago, o time do Santos de Luis Paraíba, tinha os altletas: Abdom, João de Filó, Chinês (Cap. Penha). A 4ª e última etapa eram nos Campos do Ferroviário e do Comércio, os jogadores começam a usar chuteiras, eram semi-profissionais, os times que participavam eram: RENO de Zé Amâncio, os craques eram: João Martins, Boi Bufallo, Jolimar, Trinta, Carlito, Soleta, Selvu, o Corinthians de Joel, tinha os atletas: Bagana, Antonio Guarda, Antonio Ulisses (Pelado), o Ferroviário de Pompéia, composto de Pompéia, Luiz Orlando, Janjão, Mundeiro, Gonzaga, Zeca Zunidor (um relâmpago o endiabrado), Zeca Futuca; já o Comércio tinha também um timaço: Luizão, Pepedro, Antonio Luiz Bolo Doce (um dos maiores jogadores de Floriano), Petrônio, Brahim, Sadica (um espetáculo, fenomenal, só alegria vê-lo jogar).
Perguntado sobre o melhor time que ele jogou: Luiz Orlando mudou de posição na cadeira e, disse firme, foi o CUZEIRO, veja a formação: Galo magro, Boi Bufallo, Bagana, Siqueira, Parnaibano, Pedro Taboqueiro, Chico Ivone, Cleber e Quinto. Tínhamos um banco de luxo: Zeca Futuca, Tim do Bruno e Janjão, dava gosto jogar e ver o time jogar, e finalizou a entrevista dizendo: "era um show, dá uma saudade"!
Na saída Luiz Orlando contou uma presepada de ZECA FUTUCA: Jogo em São João dos Patos-MA, Botafogo de São João dos Patos X Cruzeiro (Timaço). O jogo começou e com apenas 5 minutos o zaqueirão JULIÃO, negão forte 1,85 de altura uns 2 de largura (brincadeira), entrou forte em Zeca Futuca, quebrou seu Zeca, infelizmente teve que ser substituído, meu amigo Zeca ficou fora só resmungando, tem revanche, tem revanche, vou te deixar branco negão, tu vai ver, vou descontar. Todos ficaram admirados, como machucar aquele atleta se ele é grande em qualquer lugar da terra; no entanto, com Zequinha ninguém pode vacilar. E, veio o jogo de volta, no Campo do Comércio CRUZEIRO X BOTAFOGO de São João dos Patos-Ma, no ato da escalação, o técnico não colocora Zeca Futuca e ele ficou feliz, chamou um bocado de menino e deu pedra para no momento que o JULIÃO, o negão de São João dos Patos, passasse a turma jogasse pedra no Zagueiro, não é que a turma acertou o negão e, ele teve que ser substituído. Zequinha não deixou barato, passou pelo negão e disse: "bem que avisei... DESCONTEI GORILA"! - Coisas de Zeca Futuca.
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Na foto acima, vê-se Luiz Orlando, hoje, na rua João Chico, na esquina do antigo estádio José Meireles na Manguinha.

5/20/2006

CINE NATAL I


O velho Cine Natal era Situado na avenida Álvaro Mendes, hoje avenida Getúlio Vargas, onde atualmente funciona o Mercadão das Malhas.
Era de propriedade da firma Bento Leão & Cia, que tinha como sócios os senhores Bento Leão e Costa e Honorato Drumond de Carvalho.
Fora inaugurado já com filmes falados em 15 de junho de 1937 com a película - AMO TODAS AS MULHERES, com Marlene Dietrich.
O primeiro projecionista (operador) do velho Cine Natal fora o senhor José Barreto, que também montara as máquinas. Por quarenta anos tivemos outro operador, o senhor José Maria de Araújo (Zé Pequeno), até o seu fechamento.
Em 1952 houvera uma reforma completa, vindo a máquina da cidade maranhense de Carolina, quando então fazia sucesso a marca cinemascope.
O Cine Natal funcionara até o dia 31 de dezembro de 1988 e a última película projetada fora um lemantável pornô brasileiro.
Hoje, esse prédio encontra-se totalmente descaracterizado, ridículo, horroroso e sem a mínima inspiração criativa, desrespeitando, até, as suas antigas características e detalhes.
Seria de suma importância se o proprietário atual pudesse rever, mudar, alterar, resgatar a frente desse belo monumento arquitetônico de nossa cidade, que em outrora fazia a alegria dos amantes do cinema.
Chega de tanto consumo!
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Fonte: Floriano de hoje e de ontem / Teodoro Sobral Neto

5/19/2006

CAJUEIRO


ACREDITEM! Vejam só o que o nosso amigo César Augusto nos apronta: nos enviou uma foto recente do velho cajueiro do famoso campo do artista e, impressionante, ainda mais com a presença do arqueiro Pompéia (de voadas fantásticas no Ferrim dos anos sessenta).
Como sabemos, era à sombra desse saudoso cajueiro que se discutia tudo sobre as partidas acirradas que lá se disputavam: muita confusão, juiz sendo chingado, foi gol, não foi, foi impedimento, etc e tal.
O folclore mais comentado do período romântico, fora quando o nosso amigo Caçula, filho de dona Tintô, apitava uma partida decisiva e marcara um pênalti meio duvidoso. Disseram que iriam pegar ele lá fora. Temendo represálias, Caçula fora astuto: faltando um minuto para encerrar o jogo, subiu no muro, abriu os braços, apitara o final da peleja e disparou na tubada no rumo de casa.
Deveriam, pelo menos, aproveitar esse pequeno espaço do Campo do Artista e construir uma quadra poliesportiva para as novas gerações

HISTÓRIAS DE FLORIANO

  FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE ATITUDE SUSPEITA Salomão Cury-Rad Oka Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os cl...