Jalinson Rodrigues
No município de Floriano, paróquia de São Pedro de Alcântara, todas as esferas do governo estão em débitos com as necessidades da população.
A cidade possui, hoje, uma lista de demandas acumuladas. Uma situação que atinge diretamente a qualidade de vida da população, que necessita de infra-estrutura para viabilizar suas atividades. O desenvolvimento, que traz a democratização das riquezas, também demora. O sofrimento das classes menos favorecidas e a dominação se perpetuam.
Por exemplo, o município de Floriano está entre os que não possuem rede de esgoto e não tratam o lixo. Uma questão que remete para a responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente e das Cidades visto o município ficar localizada a margem do maior curso de água natural, genuinamente nordestino, o Rio Parnaíba. Esta área deveria ser de fiscalização permanente. E o que acontece? A cidade está diariamente poluindo muita água, fundamental em vários projetos de desenvolvimento sustentável. Nesta discussão, tanto o governo do estado quanto a prefeitura nada fazem. Nestas plagas só chegam os manjados programas assistencialistas e quando desembarcam estão desgastados pela força dos preconceitos regionais.
Em todas as épocas, o desenvolvimento de obras estatais nas diversas regiões e localidades do país, do estado e das cidades é determinado pela força política. Este critério é excludente, mas no Brasil sempre funcionou assim. Se o Nordeste, se o Piauí, se Floriano passam por dificuldades insolúveis a explicação reside no poder político fragilizado.
Vamos refletir a nossa realidade mais objetiva. Nenhuma emenda parlamentar na Câmara Federal prever para Floriano a construção de um centro cultural, formado por uma biblioteca com 50 mil títulos, auditório, capela ecumênica, sala de dança e teatro. Isso é muito burocrático. No final recebemos pedras, em forma de calçamento. - Serve? – Sim.
Na relação com o Governo do Estado temos exposto um quadro de total falta de prestígio. Há mais de dez anos tentamos possuir uma rodoviária para ônibus interestaduais e regionais. A reforma do aeroporto se arrasta lenta. O atraso na conclusão do Conjunto Gabriel Kalume, no bairro Taboca, que foi prometida pelo governador, é uma perturbação social. Podemos citar neste baú de morosidades os encontros culturais anunciados, que não passaram dos lançamentos, regados a refrigerantes e frituras saturadas.
Na gestão municipal temos as malfadadas obras prometidas, paralisadas e embargadas. Para ilustrar, uma interrogação perene: e o matadouro público? Também assistimos ao desempenho de subserviência da Câmara dos Vereadores que nada fiscaliza. Nem a democracia! No mês passado a Justiça suspendeu o link de dois portais de informações e proibiu, juntamente com a PM, a realização de uma manifestação popular e nenhum parlamentar se manifestou. Omissão geral. Boca no saco.
A cena política atual é marcada por clientelismo (empreguismo), nepotismo (nomeação de familiares) e cooptação (neutralização) de representantes das entidades sociais. Comportamentos como estes corrompe a moral do político.
Tudo isso traduz que escolher uma boa representação política é o investimento primordial para o desenvolvimento com igualdade. O município de Floriano carece de uma geração de políticos engajados com a superação das necessidades coletivas.