8/14/2006

DANUNZIO


Outro piolho de bola que surgiu no passado do futebol amador florianense, quando as águas rolavam para o mar, foi o atacante Danúnzio, filho do senhor Antonio de Melo Sobrinho e de dona Maria de Lourdes Batista de Melo, proprietários da antiga Escola Progresso de Dactilografia da rua São João.
Começando pelos campinhos tradicionais da Princesa, Danúnzio foi mostrando sua habilidade e estilo, chegando a fazer sucesso no Flamengo de Tiberinho.
Disputou muitos campeonatos e brilhou, principalmente, no Campo do Artista, onde foi campeão pelo São Paulo de Carlos Sá (filho de Geraldo Teles).
O menino só queria saber de futebol. Suas características principais eram o drible e os lançamentos precisos para os seus companheiros fazerem os gols. E os cabeceios certeiros. Poderíamos classificá-lo como o nosso Zico desse período romântico.
Sem os incentivos necessários, Danúnzio teve que ir embora para vencer na vida. Formou-se em Direito, casou com Raimunda Caminha de Melo da cidade de Pinheiros, Maranhão, onde tiveram quatro belas filhas, todas formadas: Java Valéria (Administração); Liliane (Pedagogia); Cecília (psicóloga); e Ana Cláudia (Ciências Contábeis) em São Luís do Maranhão, a Ilha do Amor.
Danúnzio faleceu ainda novo com cinquenta e um anos de idade, quando estava no auge de sua carreira profissional, mas acreditamos que a sua passagem pelo esporte amador florianense, contribuiu, decisivamente, para o desenvolvimento do desporto da Princesa, deixandro registros líricos na memória dos que o viram jogar.

8/11/2006

PULUCA



A década de sessenta fora, necessariamente, a grande fase do futebol amador florianense. Vários craques estavam despontando-se para o futuro. Esse período romântico, caracterizou-se, efetivamente, pela virtude de seus dirigentes que, à época, trabalhavam por vocação. As emoções eram fortes e tudo fluia naturalmente, fazendo a alegria do povão.

Poderíamos, desta forma, enfocar, efetivamente, a seriedade do futebol de Apolinário Pereira (economista), mais conhecido como Puluca, grande piolho de bola. Passando por vários times de elite da cidade, Puluca se sobressaiu, tacitamente, como um atacante perigoso e obsessivo pelo gol.

Inicou sua caminhada jogando pelo Gaúcho no começo da década de sessenta. Mais tarde, passou pelo Fluminense e São Paulo de Carlos Sá (foto). Depois de conquistar vários torneios, fora requisitado pelo Grêmio de Galdino e Reno de José Amâncio, onde também brilhou.

Puluca também consagrou-se no futebol de salão da Princesa, jogando pelo Botafogo de Julimar, jogando junto com Gilmar, Roberto Holanda, Gilson e Naldim. No Square de Ieié atuou com Gilmar, Gilson, Roberto Holanda, Gildécio e José Demes.

Disputou, ainda, campeontos pelo Regatas, Comércio e o Vingança do artilheiro Cléber. Tinha, também, o Acauã, em que jogavam Gilmar, Negro Hélio, Quinto, Cléber e Aluísio.

E quem não se lembra daquela famosa partida de futebol de salão entre a seleção florianense e o time do Banespa de Teresina, campeão do Nordeste nas quadras do Comércio Esporte Clube? A nossa seleção dera um baile ganhando de três tentos a um. A Seleção Florianense jogou com Arnaldo no gol, Paulão, Tim, Puluca, Cléber e Antonio Luiz Bolo Doce. O juiz do encontro foi o nosso conhecido Rafael do BEP com atuação impecável.

Puluca, calmo mas tinhoso, tinha a melhor visão de jogo. Seus lançamentos deixavam os atacantes posicionados para fazerem os gols. Sua passagem pelo esporte bretão da Princesa deixou um marco diferenciado e salvo pelo gongo.
Atualmente, ainda veterano, joga pelo time da Caixa Econômica Federal, instituição onde hoje é funcionário concursado na cidade de Teresina.
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Na foto acima, do São Paulo de Carlos Sá - 1964, Puluca é o quarto agachado da esquerda para a direita no Campo do Artista em decisão de torneio amador.

8/10/2006

REENCONTRO


Este foi o reencontro dos amigos de fé e irmãos camaradas do famoso Cruzeiro no final dos anos setenta num desses carnavais.
Relembrávamos, com bravura e descontração, das nossas traquinagens de infância e dos anos dourados da Princesa.
A casa aí é de Pauloínho (ainda mora em Floriano), filho do senhor Lourenção que, todo dia, tomava o seu cafezinho de manhã na antiga Mascote.
Da esquerda para a direita, observamos o famoso Pauloínho, Antonio Filho, Joaquim de Pierre, Eulálio, Luiz Banana (filho de Joãozinho Guarda) e Julimar de João Alves, saboreando um velho rum.
Hoje, os tempos são outros, mas estamos esperançosos de que no futuro essa realidade possa nos trazer de volta a alegria de nossas traquinagens, através de nossos belos filhos, mesmo dentro desse novo contexto de consumo em que vivemos hoje.

8/09/2006

TIME DE BOTÃO

Ainda era tempo de brincadeiras: de preso, de rodas, de lacoxia, chicote queimado, boca de forno, de papagaio e as férias eram um prato cheio para as nossas traquinagens pelas esquinas das ruas e becos.
Tomar banho de chuva nas bicas das casas nos levavam ao delírio dentro do contexto lírico de um momento em que vivíamos felizes, sem a preocupação com o consumo que os shoppings e os games de hoje nos impõem.
Tudo bem. Além dos filmes do Cine Natal, dos circos de arena no Campo do Artista, dos banhos do Parnaiba e dos passeios e pequeniques que nos envolviam, havia, entretanto, umas das brincadeiras que nos tiravam do sério. Era o tempo dos times de botão. Haviam as disputas entre ruas e times de grande tradição.
O Flamengo de Tiberinho era um timaço: só botão de paletó, bailheiros e lentes com cheiro de talco gessy. Tiberinho era tão piolho, que muitas vezes, quando se interessava por um botão bom, fazia de tudo para comprar e, enquanto você não se decidisse, ele não saía do pé.
Havia os torneios tradicionais, como os da Rua Sete, o campeonato da rua José Coriolano e de outros quintais. Nessa fase romântica, as traves eram feitas de buriti e a bola era uma esfera de bicicleta (capsulana). Havia muita discussão, ninguém queria perder, tinha que ter juiz e tudo. Cada gol era uma vibração total. Quem perdia, saía revoltado e era um tormento mesmo.
Um dos casos mais pitoresco desse período, foi quando Tiberinho botou em cima de um botão bailheiro de Danúnzio (dono do time do Ríver):
- Quer vender?
- Necolino!
- Eu dou o que tu quiser: queijo, maçã, requeijão, uva...
- Nesse caso, vou pensar!
Tiberinho conseguia, enfim, mais uma vez, conquistar mais um craque para o seu antigo Flamenguinho de botão.

8/08/2006

REPRESENTAÇÃO FEDERAL

O primeiro político de Floriano a ser eleito para o Congresso Nacional foi Eurípedes Clementino de Aguiar para o Senado da República.
Antonio Ribeiro Gonçalves e Pedro Borges da Silva foram eleitos posteriormente deputados federais.
O primeiro filho de Floriano a ser eleito para o Congresso Nacional, representando o Estado do Piauí, foi Esmaragdo de Freitas, suplente que veio a exercer o mandato de Senador da República.
Doutor Teodoro Ferreira Sobral como suplente assumiu o cargo de Deputado Federal no período de 21 de novembro de 1947 a 08 de junho de 1948; de 02 de junho de 1949 a 30 de novembro de 1949; de 16 de agosto de 1950 a 06 de novembro de 1950.
Posteriormente, Francisco Ferreira de Castro foi eleito primeiro suplente de Deputado Federal em 1958, tendo assumido por pouco tempo em 1960.
Nas eleições de 1982, o florianense João Calixto Lobo foi eleito Senador por uma sublegenda do então PDS. Em 1986, dois florianenses foram eleitos para o Congresso Nacional: o Deputado Mussa de jesus Demes e Jofran Frejat (Deputado Federal pelo Distrito Federal).
João Lobo não se recandidatou em 1990; Mussa e Jofran foram reeleitos em 1990 e em 1994.
Em 1982 foi eleito pelo Rio de Janeiro para Deputado Federal José Frejat, que é também de Floriano.
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Fonte: Floriano de hoje e de ontem / Theodoro Ferreira Sobral Neto

8/07/2006

FIGURAS QUE MARCARAM ÉPOCA

ROBERTO CARLOS
Tratava-se de um rapaz meio retardado, baixinho, galego que, aproveitando a fama do grande cantor, se auto intitulava como seu imitador, e tão bonito quanto ele, apesar de ser muito feio (só perdia para Tiberinho).
Gostava de galantear as meninas, que faziam gozações com ele. Ia muito para as praças e não perdia um filme e nem uma tertúlia nas décadas de setenta e oitenta. Sumiu de Floriano e, segundo dizem, pro rumo de São Raimundo Nonato, onde chegara a falecer.
Gostava, também, de tomar banho no Parnaiba, de descer o rio até o Restaurante Flutuante, mergulhando por baixo (ninguém sabe bem o que ele fazia debaixo do Flutuante), jogava o cabelo para trás com um giro rápido da cabeça, tirava taínha, pulava do antigo trampolim fazendo pose e era meio agitado.
Certa vez, na Ibiapaba, numa tertúlia, meio tomadão, queria varar a festa. Entrou de supetão e o porteiro logo o abordou:
- Cadê o ingresso, Roberto!
Roberto Carlos, vaidoso todo, retrucou cheio de moral:
- Meu amigo, eu já paguei! O negócio é que eu tinha ido deixar uma menina ali no Catumbi! Tu tá falando aqui é com Roberto Carlos, tá sabendo?
O porteiro deixou prá lá e deixou "inimitável" entrar e evitar maiores problemas. Coisas de nossa época romântica, que os anos não trazem mais.

8/04/2006

GRÊMIO DE GALDINO II


Esta também foi, sem dúvida alguma, uma das melhores formações do Grêmio de Galdino, quando o futebol de Floriano estava tomando um novo rumo, depois do período romântico.
Observamos, então, na foto (FLORIANO EM DIA), por exemplo, os craques, da esquerda para a direita, Gilson (grande lateral), Dias (providencial), Pedrão (zagueiraço), Joaquim José (in memorian), Antonio Ulisses (esse não alisava ninguém) e Galdino.
Agachados, os piolhos Chico, Neto, Gonzaga, Mocó e Jeremias pousando no famoso estádio Mário Bezerra nos anos setenta.
É claro que a partir dos anos oitenta, o futebol florianense sofreu um processo de decadência terrível, os estádios esvaziaram-se, principalmente quando a televisão começou a transmitir jogos ao vivo. Mais tarde, entretanto, nos anos noventa, o nosso querido Cori-Sabbá resgata essa pagina virada de nosso futebol, sagrando-se campeão piauiense, onde o atacante Walberto fora o destaque principal.
Precisamos repensar o nosso esporte e promover a volta dos bons tempos. Ainda há tempo.

8/03/2006

ARTESANATO

Floriano, com seus filhos, sempre muito criativos e trabalhadores, produziu belas peças de artesanato, tais como - espanadores de penas de ema, feitos e comercializados pelo senhor Pedro Roque da rua São joão; rendas e bicos feitos na almofada e bilros por dona dulce Neiva também da famosa rua São João; redes de linha, tecidas no tear por dona Maria Mendes Soares e dona Maria dos Anjos.
Essas redes estão espalhadas por todo o Brasil. Além de comporem o enxoval de quase todas as noivas da cidade, eram objetos de luxo com que se presenteava amigos e visitantes.
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Fonte: Floriano de hoje e de ontem / Theodoro Ferreira Sobral Neto

COMERCIO ESPORTE CLUBE


Estamos observando a famosa equipe do Comércio Esporte Clube do ano de 1967. Time da elite florianense, que exerceu uma liderança marcante na epopéia romântica de nosso futebol, ganhando vários campeonatos.
Na foto (do FLORIANO EM DIA), em pé, da esquerda para a direita, temos os piolhos de bola João Rato, Antonio Guarda (não alisava ninguém), Ué Macaco; Miguel da Véia Bela, Brahim e Bagana (romântico).
Agrachados, na mesma sequência, Petrônio (cracasso), Osmar, Antonio Luis Bolo Doce (in memorian), Sadica (genial) e Chicolé (estilista).
Chicolé, que chegou a jogar em vários times da Capital piauiense, hoje aposentado do Banco do Estado do Piauí, mora em Teresina e argumentou para a nossa reportagem, que "esse período foi um dos melhores de sua vida como jogador de futebol".
Época romântica, que os anos não trazem mais. Quem viveu, viu!

8/02/2006

DE VOLTA PARA O FUTURO


Não tínhamos pressa. Na verdade, estávamos dando um belo giro pela Barão, revendo lugares, pescando, tomando uma caipirinha e tomando aquele banho no cais do porto.
De repente, observamos uma canoa à vela vindo de mansinho. Aproveitamos esse momento para registrar a passagem de uma das últimas delas, com o velho pescador Zé Rubal (in memorian), que sabia onde os piaus estavam.
A paisagem nos trazem um sentimento lírico, nos engrandecendo a vaidade; emoções fortes no trajeto de um rio que ainda permanece caudaloso, feito cobra grande, mas que as nossas autoridades não têm interesse em desenvolver e revitalizar essa nossa grande riqueza.
Mas o importante é que há um futuro. E ainda podemos tirar proveito disso. Se quizermos.

Histórias do nosso futebol

  SURGIMENTO DO TIME DE FUTEBOL “O GAÚCHO”  Fonte: Antonio Rolim (Advogado) No ano de 1.963, tinha chegado de Belém/PA, onde fiz o terceiro ...