Floriano, inverno de 1955.
Segundo narração de Dona Inhá (minha mãe) e vovó Serva (Maria Serva de melo).
Numa certa madrugada fria, bateram à nossa porta o voluntariado e funcionários da prefeitura a procura de papai que também era um voluntário.
O Velho Monge começava a subir ameaçando a população ribeirinha.
O voluntariado tinha por missão fazer esse translado de todos os ribeirinhos, de suas casas até aos locais onde pudessem abrigados até o passar do inverno. Geralmente eram colégios públicos, salões paroquiais, clubes ou outros espaços dependendo da dimensão do inverno.
Depois de toda essa arrumação, corria o voluntariado em busca suprimentos, roupas, colchões e cobertores pra ajudar os desabrigados. Era um trabalhão!
No correr dos dias, meses, ficavam todos a rezar esperançosos para que o Velho Monge recolhesse suas vastas e longas barbas ao leito natural do rio.
E quando isto ocorria era outra agonia, as famílias corriam a reparar e preparar suas casas e trazerem de volta todos os móveis e utensílios.
Era outra canseira do voluntariado, servindo-se de carroças e às vezes caminhões deslocavam todos os ribeirinhos às residências.
E foi no final de uma dessas missões que meu pai, mestre Walter, desceu até à beira do rio ainda vermelho da lama invernal, e olhando o rio, se pôs a pensar e meditar sobre todo aquele drama.
Foi então que perdido em seus pensamentos ele viu se aproximar e enroscar entre seus pés um tronco de porte médio e ele notou que mais parecia uma escultura. Abaixou-se e colocou entre as mãos e viu então que mais parecia a imagem de um santo. Não conseguindo identificar a imagem correu os olhos no pedestal e estava ali escrito, meio apagado o nome do santo.
Sto. Dacio e ele pensou: " oxente, mas eu nunca ouvi falar desse santo!
Minha mãe estava grávida do seu quarto filho e ele então conclui que Deus enviara pelas águas do rio o nome do seu próximo filho. Obrigado Senhor, deve ter dito mestre Walter, cansado porém feliz e realizado!
E foi assim que nos dias 30 de maio daquele ano eu vim ao mundo: Dacio Borges de Melo.
Devo, portanto ao Velho Monge o meu santo nome.
Em tempo, a antiga Faço a, era uma nação bárbara situada entre a atual Romênia e parte da Hungria. A duras penas foi conquistada por Roma e onde a Igreja Católica enviou o bispo e futuro santo Dacio para converter seus próprios irmãos, já que ele filho daquela nação.
Autor - Dácio Borges de melo
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