11/15/2020

PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

 

DOS ANOS QUARENTA AOS DIAS ATUAIS

O Abastecimento D´água da Cidade

Por - Nelson Oliveira e Silva

Antes do aparecimento em nosso Estado, primeiro, com o título de IAE - Instituto de Águas e Esgotos e, posteriormente, com o de AGESPISA - Águas e Esgotos do Piauí S/A, Floriano já dispunha do seu próprio serviço de abastecimento d´água, como todas as outras localidades à margem do rio Parnaiba.


Antigo abastecimento d´água
da cidade

O instrumento principal para o serviço, era constituído por um jumento, uma cangalha, duas âncoretas com um furo na parte superior da dita e um, em cada uma, na parte que ficava para a parte de trás do jumento, um funil grande e uma lata de 20 litros com pedaço de madeira atravessado na abertura; no furo da parte de trás da ancoreta, em cada uma, era usada uma tampa feita de talo de buriti, omesmo acontecendo com os furos superiores da ancoreta. 

Colocado tudo isso no animal, dava-se início ao trabalho fazendo o jumento se aproximar do rio e com o passar do tempo ficavam acostumados e permaneciam dentro d´água. Feito isso, o condutor do jegue pegava a lata, enchia, colocava o funil no furo superior da ancoreta e por ele depositava a água da lata e aí estava pronto o produto para ser comercializado por aqueles que eram chamados de "cargueiro d´água" e que se transformou um meio de vida naquele tempo. Os abastados ( os ricos ) tinham os seus empregados para fazer o serviço, além de outros.

Ao chegar na casa que estava necessitando de água, a dona da residência colocava na boca do pote, um pano, que servia de filtro e era chamado de coador, onde ficavam depositados os detritos que existiam na água. Isso, comumente, acontecia na casa das pessoas mais pobres, porque na casa dos ricos existia um filtro lavrado na própria pedra (1), por onde penetrava a água e era depositado num pote colocado em baixo do referido filtro, aos pingos, em cujo vasilhame havia uma tampa com um pequeno buraco, para a passagem do líquido precioso. Om filtro tinha o seu próprio móvel que o sustentava. Apesar de se tratar de um produto totalmente artesanal, a água, por mais suja que fosse, era realmente filtrada e pura.

A bem da verdade, ao se ver o velho monge, morrendo asfixiado pelos detritos nele colocados por um povo sem o mínimo princípio de educação, sentimos vontade de chorar. Quem não se lembra daquele tempo em que suas águas límpidas e sua margem, mesmo na zona urbana, limpa, por onde caminhava para um banho puro e saudável. Infelizmente, isso tudo é uma verdade terrível e para combatê-la precisamos ser "livres e de bons costumes".

Mas voltando ao abastecimento propriamente dito a demanda do produto era tão grande à medida em que a cidade crescia, que havia, na época, tropas de jumentos com a té dez de um só dono.

Continuemos pedindo a Deus, para que a empresa responsável pelo serviço cumpra a sua difícil missão, pensando também no esgoto sanitário sem o que o velho rio não sobreviverá e certamente o acompanharemos.

NOTA EXPLICATIVA COMPLEMENTAR:

(1) A fábrica dos filtros aqui tratados ficava nas proximidades do Paracati.

Desenho: beloalvorecer.blogspot.com

9/29/2020

RETRATOS de Floriano

 Depoimento: Pedro Gaudêncio de Castro

[29/9 05:59] P G Castro: Pela mae do Adalberto do Valle que trabalhava na Casa de Saude Dr Sebastião Martins, mas sera um novo capítulo que marcou a minha passagem pelo Rio de Janeiro de 1956 a 1961. Parece que ja contei essa historia na 4a Edição do Livro da Fundação Floriano Clube do Teodoro Sobral esse grande contador de causos.
Pedro Castro.
Recife.
[29/9 05:59] P G Castro: É,  Nelson Goncalves foi o cantor das multidões  gostaria de recordar da primeira vez que o vi pessoalmente no ap de Dona Izabel na Praia de Copacabana. Em 1956 quando fui morar no Rio de Janeiro o sr Salomão Mazuad para levar um grande peru vivo para o nat de sua esposa Izabel. Eu não podia negar ao meu bom amigo e fui falar com o José Balão que era o Gerente da transportadora.  Ele achou estravagante o pedido mas terminou cedendo então me aconselhou a comprar um saco de estopa para por ali o peru enorme.  Naquele tempo não existia a Sadia.  Então havia voo direto Floriano / Rio. Cheguei no Santos Dumond às 5 horas da madrugada e ali estava esperando Dona Izabel e foi logo.dizendo: Pedra Salomão é  maluco mas obrigado. Na minha festa os convidados seriam apenas mulheres e.outro homem que apresentareim Esteja lá em casa as 19 00 hs
Quando la cheguei foi uma animação da mulherada. Logo depois desceu Nelson Goncalves que residia no belo edificio. Ai Dona Izabel me apresentou e nos colocou numa sala. Eu não bebia ainda mas tive a excelsa alegria de ouvir só para mim as belas canções que conhecem. Foi momento inesquecivel na minha chegada ao Rio de Janeiro
Nao foi somente o peru vivo que levei mas tambem um suculente peru assado mandad
[29/9 06:00] P G Castro: É,  Nelson Goncalves foi o cantor das multidões  gostaria de recordar da primeira vez que o vi pessoalmente no ap de Dona Izabel na Praia de Copacabana. Em 1956 quando fui morar no Rio de Janeiro o sr Salomão Mazuad para levar um grande peru vivo para o nat de sua esposa Izabel. Eu não podia negar ao meu bom amigo e fui falar com o José Balão que era o Gerente da transportadora.  Ele achou estravagante o pedido mas terminou cedendo então me aconselhou a comprar um saco de estopa para por ali o peru enorme.  Naquele tempo não existia a Sadia.  Então havia voo direto Floriano / Rio. Cheguei no Santos Dumond às 5 horas da madrugada e ali estava esperando Dona Izabel e foi logo.dizendo: Pedra Salomão é  maluco mas obrigado. Na minha festa os convidados seriam apenas mulheres e.outro homem que apresentareim Esteja lá em casa as 19 00 hs
Quando la cheguei foi uma animação da mulherada. Logo depois desceu Nelson Goncalves que residia no belo edificio. Ai Dona Izabel me apresentou e nos colocou numa sala. Eu não bebia ainda mas tive a excelsa alegria de ouvir só para mim as belas canções que conhecem. Foi momento inesquecivel na minha chegada ao Rio 



Enviado do meu smartphone Samsung Galaxy.


9/24/2020

Dispersão Poética

 


Aquelas tuas calçadas, poeta, eram sublimes; pão diário e tua fortaleza; quando havia muita harmonia; e todos viviam felizes todo dia.

9/18/2020

Retratos de Floriano

 CARO JANCLERQUES MARINHO DE MELO


Eu venho acompanhando as suas publicações no Portal de Floriano com muito interesse, pois, todas são contando a história de Floriano.  

Neste artigo no Portal de Floriano de 07/08/2017 abordando o tema " A ERA DE OURO DE FLORIANO, ANTIGA (Colonia São Pedro de Alcântara) baseada no livro - CRISTINO CASTRO - Empresário Pioneiro em Floriano e na Região do Gurgueia, em homenagem ao seu centenário), escrito por meu primo Francisco Ferreira de Castro, na qual, além da história fantástica do desbravador Cristino Castro, ele teve a gentileza de  publicar uma carta que lhe dirigi desculpando-me por não ter participado do grande evento em Cristino Castro, quando o seu pai e meu tio completaria 100 anos de existência, região em que ele e meu pai Agrippino Castro levaram o progresso com a implantação de comércio e industria do algodão e arroz, ligando Nova Lapa a Floriano, nos seus 360 quilômetros de estrada feita por eles e com a ajuda do Estado.   

Na publicação feita por Teodoro, Luis Paulo, Cristóvão Augusto e Rosenilta em seis edições maravilhosas,  divulgando a história de florianenses e filhos adotados de Floriano, eu contei na sua quarta edição, uma viagem fantástica quando tinha cinco anos de idade, onde logo após a Ladeira do Angico Branco uma onça pintada, ofuscada pela luz do Chevrolet Gigante que nos conduzia a Nova Lapa foi semi atropelada e que o José Garapa que trabalhava na Empresa Cristino Castro e Irmão tomou o rifle que um dos soldados que conduziam um preso e acabou com a danada.  Aquele momento ficou indelevelmente marcado na minha memória e veja - isso correu em 1936. Apesar do tempo eu ainda lembro de alguns aspectos da cidade de Cristino Castro. 

Quero agradecer em nome da família CASTRO essa sua iniciativa que somente orgulho traz a todos nós.  

Pretendo ir a Floriano no próximo aniversário da cidade, quando Teodoro e a sua equipe pretende reinaugurar o Floriano Clube, que tive o prazer de presidir, oportunidade em que, se estiver lá, conhecê-lo pessoalmente. 

Quanto citação do meu nome entre outras lideranças políticas, registro apenas a minha participação como candidato à prefeitura de Floriano nos idos de 1966, quando tive a excelsa honra de ter sido escolhido como candidato do MDB, numa eleição de apenas 33 dias, do lançamento da candidatura ao dia das eleições, primeiro, tendo  como adversário o comerciante Arudá Bucar e depois, a Arena, sentindo uma derrota iminente, substituiu a chapa que passou a ser comandada por Tibério Nunes, ex-prefeito, médico e saindo do Governo do Estado passando o Arudá como Vice-Prefeito, uma chapa duríssima. 

Perdi por poucos votos.  

Foi uma eleição inesquecível, onde dei a minha participação inequívoca em favor da redemocratização do pais. 

Pedro Gaudêncio de Castro.

Recife / PE

9/09/2020

Retratos de Floriano


FLAGRANTES DE UMA CIDADE

Crônica dos anos de 1990

Segundo nos conta o professor Luiz Paulo, em seus belos flagrantes, esse momento foi feitono Museu desta cidade, e focaliza uma cadeira antiga, feita em couro, e uma escrivaninha também antiga e que serviram a Francisco Pereira de Araújo, o primeiro Prefeito (Intendente Municipal) na sede da Independência de Floriano em 1892.

Mesmo sendo uma Vila, naquele ano Floriano já tinha foros de povoação emancipada, cinco anos antes de ser elevada à categoria de cidade. Os dois objetos, embora simples, a cadeira é em estilo colonial e também a escrivaninha, ambos uma lembrança do passado distante e representaram um pouco da nossa História.

Esse registro e esse flagrante são feito no momento em que a nossa cidade comemora 98 anos de elevação à cidade. Os dois objetos foram o acervo do Museu e foram adquiridos pelo inesquecível professor Luiz Paulo Lopes junto a familiares do citado Intendente Municipal (Prefeito) como eram designados os mandatários dos municípios na época.

Sentado nessa cadeira e diante dessa mesa, muitas das decisões sobre a vida de Floriano foram tomadas nesses quase cem anos de cidade que estamos prestes a completar.

Fonte Flagrantes de uma cidade 1997

9/05/2020

Retratos de Floriano

FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL ( PARTE I )

( Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993

Floriano, ex-colônia de São Pedro de Alcântara, elevada à categoria de cidade com a denominação de " Cidade de Floriano ", pela Lei nº 93 de 18 de julho de 1896.

Situada à margem direita do rio Parnaíba, o qual divide o Piauí, do Maranhão, tem nesse Estado, como vizinha, a atual cidade de Barão de Grajaú.

Floriano, cognominada de " Princesa do Sul ", teve seus dias de glória e de acentuado progresso econômico nas décadas de 1930 e de 1940, quando considerada a terceira cidade do Piauí. Dista da Capital do Estado 250 quilômetros, servida por estrada asfaltada. Outrora, este trajeto era feito eficientemente por via fluvial. A navegação no rio Parnaíba constituia-se de ótimos barcos a vapor, chamados de vapores e de lanchas próprias para transportes de mercadorias, as quais conduziam grandes barcaças com a finalidade específica citada.

Esse transporte fluvial era contínuo e ininterrupto em qualquer época do ano. Os vapores chamavam-se Europa, América, Manoel Thomaz, 15 de Novembro, Joaquim Cruz, Chile e Afonso Nogueira. As lanchas eram Parnaibana, Nazira e Albatroz.

Foi uma grande perda para o Piauí, especialmente, Parnaíba e Floriano a extinção desse comércio fluvial. Também, a Capital e pequenas cidades ribeirinhas do rio Parnaíba, perderam muito com isso.

Antes da inauguração em 14 de junho de 1934 do Campo de Aviação, por um pequeno avião do " Correio Aéreo Militar ", a cidade era servida por aeronaves do " Sindicato Condor " e " Panair  do Brasil ", as quais baixavam no rio Parnaiba. Ambas as companhias, que muito serviram ao País, foram extintas há muito tempo.

9/01/2020

Retratos de Floriano


Depoimento: De fala Atem

Foi em 1980. 

A AFES, associação florianense de estudantes de segundo grau, promoveu o FMPBFLOPI, festival da música popular brasileira de Floriano (Pi), na ocasião, capitaneada por Janclarques Marinho..

A música era Enchente Danada, de autoria do meu querido Arnaldo Pereira.

Éramos apenas cinco jovens, cheios de sonhos e expectativas.. a eliminatória, aconteceu no Salão Paroquial. Fomos classificados, para a grande final, que aconteceria na quadra do Colégio Industrial..

Ia até esquecendo os componentes, do Grupo Sambaíba.. rsrs ..   Violão e voz, eu e Arnaldo, Guitarra, Pedro Guida, bateria Zé Neto e teclado Antônio José Barros..Que coisa bacana.. GANHAMOS O FESTIVAL!!!... foi assim de uma alegria, inesquecível..

O tema da música, era a enchente que aconteceu na época, na nossa cidade.. grandes lembranças. Caso vivesse, 100 anos,não esqueceria  deste momento tão peculiar...

Que saudade.

Boa tarde Navegantes.

8/28/2020

Retratos de Floriano

Dácio Borges de Melo
As Rapa Cuias

Por - Dacio Borges de Melo (*)

Quem anunciava a chegada do inverno eram as rapa-cuias. Pequenas pererecas de olhos esbugalhados, ágeis no pular e muito simpáticas. Seu cantar parecia o raspar de uma cuia. Daí o nome. Era uma graça, vê-las pulando de parede a parede. Tinha por elas um enorme carinho. 

Aos primeiros cantos das rapa-cuias, todos diziam: ó, a chuva tá chegando. 

Um dia perguntei pra Mamãe: Como é que ela faz tanta zoada ?

E ela disse: É que elas tão raspando a cuia.

E pra que? - Perguntei, admirado.

É pra guardarem água da chuva.

Eu disse: e é?

É, pra depois, quando a chuva passar, elas ficarem tomando banho de cuia.

E quando a cuia secar? - Perguntei.

Aí ela torna a cantar pra chuva voltar.
E eu ali de olhos arregalados, admirado na minha inocência. 

Ainda procurei por um tempo, por entre telhas e paredes a cuia das rapa-cuias. Nunca encontrei nenhuma.

A meninada já se preparava para os primeiros banhos de chuva. Lá em casa havia um bequinho que recebia toda água do telhado e jogava a mesma quintal abaixo. A gente fazia fila pra tomar banho na bica do bequinho. 

Mas o bom mesmo era correr pelas ruas, todo mundo saudando a chuva gostosa que chegava. 

Todos disputando alguns instantes nas biqueiras das casas vizinhas.

Depois saíamos pulando e gritando de rua em rua feito um bando de doidos. 

Depois, passada a chuva, a meninada, batendo queixo,  abraçavam a si mesmos como a se protegerem do frio. 

E a água a escorrer pela rua, corríamos a fazer açudes. O melhor local pra se fazer os mesmos, era no canto da quinta do Pai  Vieira e, mais à frente, diante da casa de seu Benedito, ainda beirando a cerca da quinta.

Fazíamos eu, Divaldo, Danunzio e Antônio dos Reis, enfim, a turma toda, enormes açudes, todos com sangradouro que eram talos de mamão enfiados na barreira do açude pra não acumular água demais. 

Ali cada um confeccionava e botava seus barquinhos de papel e ficava empurrando-os  pra lá e pra cá. Era uma viagem! 

Quando tudo passava, que o sol se abria, passado o frio, íamos aguardar a quebra das barreiras daqueles enormes açudes. 

Só os mais velhos faziam isso. Cada um de olho em seus barquinhos. 

Rompido o açude todos saiam alegres acompanhando a trajetória de seus barcos. 

Aquela enorme enchurrada às vezes ia até a casa de seu João Guerra, às vezes menos, em frente ao curral de seu Benedito. 

Acabada a festa, era esperar outra vez, o cantar da Rapa cuias. 

(*) Dácio Borges de Melo é florianense, filho do saudoso Mestre Walter. Atualmente Dácio mora em São Luís.

8/22/2020

Crônica - O primeiro avião de Floriano


Extraído do Jornal O Popular, edição de 17 de junho de 1934

Floriano, 13 de junho de 1934
Eleutério Rezende

Ao reboarem os estampidos de foguetões denunciadores do proximoappaericimento no céu de Floriano do primeiro aeroplano, a sua população, numa onda de enthusiasmo, começou a despejar-se apressadamente por diversas vias rumo ao campo de aviação. Estando eu na fronteira da Villa Maranhense e supondo não haver tempo para transportar-me ao local da aterrissagem do apparelho, dirige-me com algumas creanças ao Morro de PaeDominguinho afim de apreciarmos melhor as evoluções da machinavoadora.

            Encontramos alli uma senhorita com outras creanças. Espernado, conversávamos a contemplar o panorama soberbo que dalli descortina: - a leste, norte e oeste amatta verde e os lucidos reflexos das aguas do Parnahyba que,tortuoso, coleante, semelha monstruosa serpente prateada a deslisar, lenta por entre as arvores viçosas; ao sul o agrupamento confuso e abranquejadoda casaria da cidade; a sudoeste, um pouco além, o campo apinhado de pontinhos claros que se adivinhava serem pessoas.

            De repente um lenhador que trabalhava no sorbé do morro, interrompendo a labuta, exclamou: - Estou ouvindo uma zuada! ... É o avião! ... Prestamos attenção e ouvimos effectivamete o zumbido da helice ao longe. Immediatementeum dos meninos exclama: apontando para o norte: - Lá vem! ... mais augmentava rapidamente e dentro de poucos instantes aproximava-se de nós. As creanças, não podendo conter as manifestações da admiração que lhes empolgava, gritavam, saltando a gesticular desordenamente; e presas do enthusiasmo, fizemos côro com a criançada quando o aparelho majestoso, sereno passou celebre, sobre as nossas cabeças, desenhando a sua silhueta no azul, como uma afirmação victoriosa da capacidade creadora do homem, como uma promessa imensa para o futuro...

            E elevando o pensamento, justifiquei aquela loucura: - Aquillo era relamentebello e era um pedaço de nós mesmos, era a amostra da nossa grandeza, da nossa preponderância, da gloria do Brasil no concerto universal! ...

            Gloria!!!... exclamei, lembrando-me do genial brasileiro que consumira toda a sua existência por aquella concretização; que passara tantas noites num trabalho intelectual exaustivo, com o cérebro quente a solucionar no seu gabinete, problemas incalculáveis, emquanto outros gosavam as delicias do repouso.

            Mas, oh! ... uma tristeza amarga prepassou-me, pela mente: compreendi a sua imensa desilusão, a sua grande dor:  Em vez da grande invenção,

- Traço vivo de união- Tornando em rápida fuzão. A terra uma só nação, Creara, sem perceber, da guerra um novo poder.

Ouvi seus gritos de agonia, os seus lamentos protestando com toda a grandeza de seu coração de brasileiro, perante todos os povos cultos, contra o aproveitamento de sua invenção como arma de guerra, para destruir em vez de construir.

Vislumbrei-o depois a definhar lentamente, desatendido e despresado por todos, até o dia da horrível tragédia final da sua vida de sofredor moral, narrada por Mattos Pimenta; Sobre o céu límpido e brando daquele majestoso dia de julho, voavam dois aviões da Marinha.

.... ao longe o Forte  de Itaipus espreitava o oceano. Na orla do litoral, tropas paulistas moviam-se vigilantes, em atitude belicosa.

Era constrangedor á nossa consciência o espectaculodaquelles elementos de guerra e de extermínio, mobilisados para uma luta encarniçada entre irmãos.

Foi certamente uma visão compungente, daquellas que levou Santos Dumont a desertar da vida, pendendo o corpo em uma gravata, no Hotel de Guarujá. Sobre sua mesa, escripta de seu próprio punho, encontrou-se a mensagem que ele dirigira pouco antes ao poso brasileiro e que assim terminava: ... Apello de quem, tendo sempre visado a gloria de sua pátria dentro do progresso harmônico da humanidade, julga poder dirigir-se em geral a todos os seus patrícios, como um crente sincero em que os problemas de ordem politica e economia que ora se debatem, somente dentro da lei magna, de forma a conduzir nossa pátria á superior finalidade de seus altos destinos.

Ao digno interventor Landry Salles, devemos agradecer por esse acontecimento prenunciador de progresso em nossa terra e tambem ao honrado prefeito dr. Theodoro Sobral, ao qual lembramos, sem que nos possam acoimar de intrometidos, o nome do glorioso inventor para o novel campo de aterrissagem, ao menos como uma das raras homenagens deste pais ingrato que tão pouco o tem glorificado e ao quelelle tanto elevou perante os olhos do mundo culto.
 
Apoio e Pesquisa: Centro Cultutal Laboratório Sobral - Sempre resgatando a Memória de Floriano

8/17/2020

CRÔNICAS FLUTUANTES

(LABIRITO DA SAUDADE)


Estamos desenvolvendo uma campanha de Pré-Venda e Lançamento do nosso mais novo trabalho - o CRÔNICAS FLUTUANTES (Labirinto da Saudade).

Nesse momento de pandemia que assola o mundo todo, tivemos a idéia de lançar esse trabalho no formato de arquivo PDF, onde você (usuários e amigos) podem contribuir a partir de 20 reais com a aquisição através de e-mail nesse formato e onde você poderá se deleitar lendo boas histórias do nosso passado em Floriano.

Para a sua contribuição, acesse a nossa conta do BANCO DO BRASIL, AGENCIA 44-2, CONTA 114.424-3, VARIAÇÃO 51 (POUPANÇA), CPF 133.332.083-34.

Informe o seu e-mail para envio do arquivo em PDF.

Para mais contato, acesse o nosso Watsapp: (86) 9.9925-0833 (Janclerques)


Comentários:

Carlos Jorge  

Vale a pena conferir. Marinho traz na sua prosa uma linguagem acessível que resgata curiosidades, fatos e personagens de sua lembrança passada na Princesa do Sul.

Eu diria que há um retrato de água e de quebranto que do fundo rompeu desta memória.


E tudo quanto é rio abre no canto.


Que conta do retrato a velha história.

8/09/2020

Retratos de Floriano

 

Ferroviário Atletico Clube

Ferroviário da década de 1950

 

Esse é o famoso time do Ferroviário Atlético clube, quando disputava uma jornada esportiva no dia 6 de julho de 1953, época em que o futebol florianense despertava grandes emoções.

Com relação à escalação, da esquerda para direita, observamos os atletas Sérgio, o goleiro Nelson Oliveira ( já flecido), Balduíno, Binda, Genério e Chico Martins;

Agachados, temos os jogadores Batista, Lauro, o centroavante Fenelon Brasileiro, o craque Vilmar e Nenê na esquerda.

O nosso amigo Fenelon (também ja falecido), o centroavante da foto, fora abordado pelo professor Djalma Nunes Filho e nos presenteou com essa pérola do futebol românico da Princesa do Sul.

8/06/2020

Retratos de FLORIANO


ROSA DE OURO

CONSTRUÍDA POR UM EMPREENDEDOR
KAMEL FERREIRA (SEU CAMILO)

Fotografias podem revelar histórias jamais imagináveis – vejam, por exemplo – a nossa famosa ROSA DE OURO, nome diferente que fora trazida de longe, São Paulo, por um pintor de Floriano, conhecido por Cícero , que viu este belo nome numa lanchonete, passando a idéia ao empreendedor Kamel Ferreira, mais conhecido como seu Camilo, nasceu em Fortaleza - CE em 12 de agosto de 1924, casado com a senhora Ariene Santos Ferreira, pais do engenheiro civil, doutor Nonato Ferreira, que atualmente exerce o cargo de Secretário de Obras do Município; Angélica Farisa, Chico da Padaria Ipiranga e Kamel Filho.

Perguntamos ao senhor Camilo de como surgiu a idéia de construir um dos mais belos e importantes prédios da Princesa do Sul, pelo seu valor cultural na época. Sua resposta foi emocionada:

" Começou quando fui de Fortaleza para Teresina no dia 02 de agosto de 1952, data que jamais esquecerei, pois cheguei no ano do centenário da cidade verde. Como funcionário do DER-PI, fui transferido para Floriano, chegando em 09 de maio de 1957.

A primeira Rosa de Ouro era um QUIOSQUE de madeira. Mais tarde, comecei a articular com Fauzer Bucar, vice-prefeito de Chico Reis e o vereador e compadre Manoel Jaca a viabilidade de construir um prédio, com uma bonita planta do Engenheiro Civil do DER doutor José Carlos Castelo Branco.

ROSA DE OURO

Foi uma luta ferrenha, muito difícil, pois alguns vereadores dificultaram a aprovação do requerimento, pois pretendiam passar para alguém de posse e na época eu era considerado um forasteiro, não seria bom para cidade, segundo alguns vereadores.


Mas com a intervenção forte do vice-prefeito e de dois vereadores, conseguimos a aprovação do projeto. Foi uma revolução. Concluída a obra, parecia um sonho. A transformação foi um marco, o prédio era funcional, se não vejamos: na parte da frente da avenida Getúlio Vargas, funcionava a Banca de Revistas, as pessoas ficavam maravilhadas com aquela novidade, surgia ali oportunidade raríssima da leitura, tão carente na época, ficava mais fácil de se atualizar com as notícias do Brasil e do mundo e, por outro lado, existia o romantismo dos jovens que iam pra lá trocar revistas e figurinhas de álbuns.

Ao lado da banca tinha um balcão que eram fabricados os picolés, era um sucesso, nesse período já fazíamos picolés com cobertura de chocolate, hoje não é novidade para mim. No prédio tínhamos mais uma importante opção, ficava localizado na parte de trás, uma lanchonete, moderna, limpa, dava gosto a pessoa freqüentar, realmente era uma coisa inédita."

Detalhe, a energia da Rosa de Ouro era fornecida por outro empreendedor, Bento Leão, que falaremos numa outra oportunidade.

O atual prédio da Rosa de Ouro pertence ao Senhor Kamel Ferreira.

Pesquisa: César Augusto

O Retrato do Descaso


Parte de casarão histórico desaba no centro de Floriano




Parte de um prédio histórico da cidade de Floriano desabou ontem, em um acidente já previsto, dada a situação de abandono da construção, localizada na Rua São Pedro. É um casarão construído por Salomão Mazuad, segundo fontes da própria cidade, no qual moraram tradicionais famílias de Floriano até tornar-se sede de uma agência do Banco do Brasil.

O desabamento ocorreu ontem à noite e, felizmente, ninguém se machucou. O que aconteceu nesta terça-feira em Floriano é o triste retrato do descaso com o patrimônio histórico e arquitetônico das nossas cidades, entregues tão somente à ação corrosiva do tempo.

O desabamento registrado lá poderia ter ocorrido aqui também em Teresina, onde muitos prédios antigos, sobretudo no centro comercial, estão abandonados, sem qualquer manutenção, em visível processo de deterioração. Alguns, inclusive, já vieram ao chão; outros, foram demolidos impiedosamente para transformarem-se em estacionamentos de veículos.

Não se veem ações de preservação do patrimônio histórico das cidades piauienses. Prédios de significativo valor histórico e arquitetônico estão em processo de total degradação, apagando, aos poucos, a memória urbana, que vai cedendo espaço a caixotes de cimento e vidro muito semelhantes entre si. Uma pena!

Fonte cidadeverde.com

8/04/2020

PRÉ-VENDA DO LIVRO CRÔNICAS FLUTUANTES (LABIRITO DA SAUDADE)

Pré-Venda em PDF
Estamos desenvolvendo uma campanha de Pré-Venda e Lançamento do nosso mais novo trabalho - o CRÔNICAS FLUTUANTES (Labirinto da Saudade).

Nesse momento de pandemia que assola o mundo todo, tivemos a idéia de lançar esse trabalho no formato de arquivo PDF, onde você (usuários e amigos) podem contribuir a partir de 20 reais com a aquisição através de e-mail nesse formato e onde você poderá se deleitar lendo boas histórias do nosso passado em Floriano.

Para a sua contribuição, acesse a nossa conta do BANCO DO BRASIL, AGENCIA 44-2, CONTA 114.424-3, VARIAÇÃO 51 (POUPANÇA), CPF 133.332.083-34.

Informe o seu e-mail para envio do arquivo em PDF.

Para mais contato, acesse o nosso Watsapp: (86) 9.9925-0833 (Janclerques)



Comentários:

Carlos Jorge  

Vale a pena conferir. Marinho traz na sua prosa uma linguagem acessível que resgata curiosidades, fatos e personagens de sua lembrança passada na Princesa do Sul.

Eu diria que há um retrato de água e de quebranto que do fundo rompeu desta memória.

 
E tudo quanto é rio abre no canto.

 
Que conta do retrato a velha história.

7/31/2020

Retratos de Floriano


Casarao Salomao Mazuad

Materia editada em 2006

Hoje, lamentavelmente, pode tombar a qualquer momento.

Olha só o que o nosso repórter César conseguiu: um verdadeiro absurdo. Parece que querem descaracterizar o prédio da antiga Loja do Michel. Temos que coibir ou fiscalizar, denunciar e promover campanhas contra esse tipo de abuso. E onde estão as autoridades competentes?

O Casarão do calçadão São Pedro, próximo ao Floriano Clube, onde há poucos anos era a LOJA DO MICHEL, sempre sortida, tinha de tudo, até bainha para foice (brincadeira!). Quando os clientes entravam, eram recebidos com aquele atendimento diferenciado, alegre e com a devida atenção. Michel Demes era um exímio vendedor, por vocação, conquistava as pessoas com a maior naturalidade e poucos clientes saiam da loja sem comprar alguma coisa. Era um verdadeiro fenômeno!

Nesse Casarão morou na parte de cima (sobrado, como era chamado antigamente), por muito tempo, Fozzy Attem, um conhecedor profundo das famílias árabes que residem e que residiam em Floriano. Este casarão, que hoje comerciantes (barraqueiros) utilizam a área do calçadão São Pedro para encostar as armações das suas barracas na parede deste prédio, ele foi construído para a realização do casamento do árabe Salomão Mazuad no início do século XX, pela sua importância na história de Floriano.

É fundamental e salutar que a Secretaria de Cultura do Município chegasse a orientar e exigir um maior zelo pelo nosso patrimônio.

VAMOS ZELAR PELOS NOSSOS CASARÕES!

7/26/2020

Retratos de Floriano

A Praça de Antes
Ainda sondamos, com saudades, dos passeios, dos arvoredos, dos bambuais, do bar Sertã, do coreto e dos contornos da praça doutor Sebastião Martins, que hoje encontra-se transformada num objeto de desejo dos tempos modernos.

Não sentamos mais nos bancos para jogar conversa fora, não há mais a poesia de outrora e nem aquela cervejinha saborosa; não há mais os mesmos jardins; há, apenas, detalhes estranhos que se cruzam no vai e vem da rotina da cidade.

Estou com febre. A poesia, agora, é outra. O Clube do Rum não existe mais e os Malandros não botam o seu bloco na rua. Os incautos tomam de conta das novas tendências.

Não sei se serei mais feliz!

7/20/2020

Retratos de Floriano

Floriano Clube em 1966

Retratos de Floriano

Iê, Iê, Iê no Floriano Clube

Segundo o nosso amigo Teodoro Sobral, a foto em pauta é julho de 1966 no palco do Floriano clube.

"Eu tinha 15 anos e foi a primeira vez que foi dançado o Iê, Iê,Iê em Floriano. O meu par foi a carioca Aparecida Silveira, que pela primeira vez usou uma mini saia na Princesa do Sul.

Posteriormente, outras garotas até usaram outras bem mais curtas. O outro casal que dançou junto conosco foi o Marcos Caboré (falecido muito jovem aos 31 anos, em 1980, era piloto de avião desde os 16 anos) com a Eleonora Demes.

Estava no auge a música Do Roberto Carlos "Quero que vá tudo pro inferno"; do Renato e Seus Blue Caps, "Feche os Olhos"; do Jerry Adriani, "Querida".

Velhos e bons tempos das festas no Floriano Clube, e lá se vão mais de 50 anos", conclui Teodoro.

Teodoro lembra ainda que estava de calça e botinha Calhambeque, modas lançadas pelo Roberto Carlos, que ganhou muito dinheiro com essa Grife.

A Jovem Guarda estava no auge, era um programa de Musicas na TV Record de São Paulo. Além dela, só era transmitido para o Rio de Janeiro. Depois foi aos poucos para outras capitais.

"Eu estudava em Salvador, mas lá não passava esse programa, tanto lá como Aqui em Floriano, agente só conhecia através das Revistas Intervalo, que era especialista em musicas".

A Globo tinha só dois anos de funcionamento, além da Record, quem comandavam os programas era a Tupi e a TV Rio", finalizou Teodoro.

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