8/29/2018

Retratos de Floriano


PARA O RESGATE DA MEMÓRIA DA CIDADE
UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM HISTÓRIA
DOS ANOS DE 1940 AOS DIAS ATUAIS
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O PASSEIO EM FRENTE AO CINE NATAL

Fonte: Nelson Oliveira

O título dessa página foi uma prática adotada durante muitas décadas, sempre aos domingos, a partir das sete horas da noite.

O Cine Natal exibia, diariamente, em duas sessões, uma às 18 horas e, a outra, às 20:30 horas; e aos domingos às 19 horas. Costumeiramente, era iniciado o referido passeio, protagonizado pelas senhoritas da época, da elite, e consistia de inúmeras pessoas de braços dados , percorriam o espaço compreendido entre a esquina com a rua Fernando Marques até onde esteve funcionando, por muitas décadas, o Supermercado Triunfo e atualmenteestá estabelecido o Avistão, especialista na comercialização de calçados, num moovimento constante na mais perfeita ordem, onde durante o dito movimento, elas conversavam entre si, abordado diversos assuntos relativos a cada qual.
Passeio do Cine Natal

Às 20:30 horas, momento da segunda sessão do cinema, o movimento enfraquecia e, às 21 horas já tinha se extinguido o referido movimento naquele palco que eraq constituído de uma ampla calçada de mais ou menos cinco metros de largura delicadamente mosaicada pelo proprietário do cinema o senhor Bento Leão (seu Binú).

Enquanto as belas senhoritas daquele tempo desfilavam, os pretensos e os namorados, os primeiros, através de flertes (o olhar) com os já namorados, permaneciam à beira da calçada, esperando as conquistas do momento e das já conquistadas.

Alguns, na hora da segunda sessão do cinema, ingressavam no local para se deleitarem dos bons filmes da época e os demais, que já tinham conquistado alguém, saíam em busca da casa da nova conquista.

Aquele local foi, sem dúvida nenhuma, responsável por muitos romances que resultaram em felizes casamentos que apesar da tão falada modernidade pregada por alguns, ainda persistem em nossa sociedade, com netos, filhos e até bisnetos, numa demonstração de que o amor, em todos os tempos, é o mesmo, com a diferença de que existiu o respeito recíproco entre o homem  e a mulher, atributos aqueles que atingiam, que vinham depois.

Infelizmente, hoje, isso não ocorre em nossa sociedade, onde se constata a inversão de valores com a roda grande, querendo passar por dentro da pequena e se isso acontecer, certamente, veremos SODOMA E GOMORRA renascendo.

Falemos também da outra classe social que se reunia na calçada defronte; ali onde é a sede da Quinta Região Fiscal, também havia ajuntamento, por volta dos anos de 1950, de pessoas, da classe operária, sem contudo, o clássico passeio.

No prédio citado, existia a Confeitaria São Jorge de propriedade do senhor Abdias Pereira, que naquele tempo desempenhava o papel das hoje lanchonetes, servindo todo tipo d merenda e alguns tipos de bebida.
A frequência, aos domingos, com excelente frequência até as nove horas da noite, logo após o início da sessão do cinema com todos retornando as suas casas ou se dirigindo para outro local de diversão.

Se não me falha a memória, na gestão do Prefeito Francisco Antão Reis (Chico Reis), na década de 1960, houve melhoramento na praça doutor Sebastião Martins, visando a transferência para aquele logradouro, daquele movimento em frente ao Cine Natal, que na verdade se iniciou, entretanto, nunca com o entusiasmo que havia no primeiro e que por isso teve uma efêmera duração, apesar da modernidade da praça, onde existia até uma fonte luminosa e de maior espaço.

Mas é assim, o povo é que é o dono da verdade.

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