5/10/2013

RETRATOS

Esse postal, da década de setenta, se não me falha a memória, mostra e sintetiza bem o nosso Cais do Porto, quando relembramos daquelas antigas manhãs de domingo.

As férias, os banhistas, as lavadeiras, os pescadores, o vai e vem de transeuntes, as antigas Regatas de Julho eram uma maravilha. A movimentação era natural, sem tumulto e todos se interagiam com galhardia.

Hoje, observamos uma certa vazão, um silêncio mórbido, sem mais aquelas antigas agitações de outrora. Há uma nova música, os computadores, a internete está escondendo o nosso verdadeiro universo. Estamos, atualmente, mais preso à tecnologia e aos shoppings, apartamentos e aos muros.

Não há mais aquela liberdade de ir e vir, não conseguimos mais sermos libertários. Há uma pressão, uma nova forma de viver e as coisas estão se tornando cada vez mais difíceis, quando de repente, percebemos esse dia a dia massacrante revela que só quem tem vez é quem está na ponta o iceberg.



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