Em Floriano a Fundação SESP nominava-se: Unidade Sanitária, localizada no prédio onde é hoje a Secretaria de Saúde Municipal e, depois, ao lado da Unidade Escolar Monsenhor Lindolfo Uchoa. Existia Laboratório, que realizava diversos tipos de exames, com a melhor qualidade e precisão possíveis. A farmácia era bem abastecida de medicamentos. O atendimento a crianças era um dos objetivos específicos. A assistência às gestantes era magnífica. No que se refere à hanseníase, os pacientes e as pessoas em risco eram bem tratados. Na área da tuberculose, os pacientes e as pessoas do grupo de risco eram bem cuidadas. Laudos ou exames emitidos pela Fsesp eram incontestáveis. O consultório odontológico, revezava-se a instalação de colégio para colégio, infantis, periodicamente, por ser um só consultório. O setor de saneamento trabalhava de forma eficiente, também na construção de fossas sépticas.Como se não bastasse, a Fsesp em Floriano, além da Unidade Sanitária, possuía uma Unidade Elementar, uma espécie de miniposto de saúde, no Bairro Juá.
Modelo SESP no Brasil. O Serviço Especial de Saúde Pública, conhecido como SESP, nasceu em um ano de guerra advinda das necessidades cruéis da 2ª Guerra Mundial, nos instantes em que as forças totalitárias tentavam esmagar as forças democráticas do mundo. Foi criado em 1942 por meio de convênio entre o Governo brasileiro e o americano. Sendo este último, representado pela Fundação Rockfeller. O convênio tinha como finalidade prevenir a saúde dos homens que precisavam de saúde para poder produzir e dos homens que necessitavam de saúde para se tornarem capazes de fornecer aos arsenais da democracia, o material necessário para a luta em defesa do bem-estar dos povos. Ou seja, atender a população que vivia e trabalhava em regiões onde havia extração de matéria prima utilizada pelos Estados Unidos na guerra. Momento em que a Amazônia e o Vale do Rio Doce apresentavam alta incidência da febre amarela e malária, o que justifica a implantação de serviços médico-sanitários.
No final dos anos 1940, o SESP começou a expandir suas atividades por meio de convênios com alguns estados brasileiros como a Bahia, Pernambuco e a Paraíba. A partir de então se iniciou um movimento de difusão e fortalecimento de seu modelo, concentrando-se nas regiões Norte e Nordeste do país. Mais tarde, expandindo-se para o Rio Grande do Sul com a missão de intensificar a melhoria dos serviços de saúde e saneamento da fronteira oeste daquele estado, bem como, formar técnicos especializados.
O SESP não fazia parte da estrutura normal do Ministério da Educação e Saúde, à época. Era um órgão especial, de emergência. Subordinado diretamente ao Ministro da referida pasta, com total autonomia. Outro aspecto importante que caracterizou o modelo do SESP foi sua crítica de caráter exclusivamente preventivo dado às unidades sanitárias existentes naquela época. Característica apontada como inadequada à realidade brasileira.
A lei nº 3.750 do ano de 1960 autorizou o Poder Executivo a transformar o SESP em Fundação denominada Fundação Serviços de Saúde Pública – Fsesp, vinculada ao Ministério da Saúde, com jurisdição em todo território nacional, sede e foro no Distrito Federal, assegurando a continuidade das ações desenvolvidas pelo ex-SESP. Tal continuidade defenderia uma prática abrangente por meio da interação medicina preventiva e curativa, procurando definir uma proposta mais avançada, e critica ao modelo dos centros de saúde.
A concentração de suas atividades continuara nas regiões mais carentes e mais pobres, inclusive privilegiando as áreas rurais. No bojo de seu processo de expansão criou um modelo de organização dos serviços adequando suas atividades sanitárias às ações a serem desenvolvidas, destinando aquelas mais complexas aos centros de saúde e unidades mistas (hospital local e centros de saúde), de acordo com a hierarquização das ações e mediante seus níveis de complexidade.
Concluindo, a qualidade do atendimento aos usuários obedecia a manual de cada área; a boletins de serviço, emitidos em Teresina, pela Coordenadoria Regional do Piauí, sede estadual; e a Boletins Internos, oriundos da Presidência da Fundação, no Rio de Janeiro, sede nacional. Depois da admissão do funcionário, o mesmo era submetido a longo treinamento por meio de estágio inicial e através de reciclagens temporárias, após, para operacionalização dos serviços com profundo conhecimento, domínio das tarefas e padronização. Preventivamente, havia auditoria anual e supervisões trimestrais aos setores. Com exceção do setor de laboratório, cuja supervisão era semestral. Além disto, a excelência da disciplina dos funcionários da Fundação SESP, Unidade Sanitária de Floriano, (cujo quadro era composto de Médicos, Odontólogo, Enfermeira, Visitadoras sanitárias, Atendentes, Auxiliares de Saneamento, Laboratoristas, Assistente de Administração, Ajudante de Administração e Serviços Gerais), era admirável. É só perguntar a alguém que conheceu a Fsesp.
( Por Antonio José Barros, Bacharel em Administração, Especializando em Gestão Pública pela UFPI, funcionário da Fundação SESP- Unidade Sanitária de Floriano entre 1981 e 1985 ).
Email: anjosebarros@yahoo.com.br
Fonte: piauinoticias.com
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