Pular para o conteúdo principal

HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA


CANGATI
RIFIRI – É DURO APANHAR, JAMÉ!
CANGATI é um fenômeno, vem ano, passa ano e ele continua a mesma coisa: nem diminui nem cresce, mas deixou de beber. Detalhe: agora, ele anda numa bicicleta proporcional a sua altura, parece um menino, mas deixa pra lá, pois não somos da pastoral da criança para estarmos medindo as pessoas.
Cangati no futebol já foi de tudo, dono de time, treinador, roupeiro, bandeirinha e, por último, rifiri que por sinal dos bons.
Uma passagem interessante desse famoso piolho na epopéia do estádio Mário Bezerra, quando Cangati era escalado para apitar, alguns jogadores mais desaforados, por serem maiores que ele, aproveitavam algumas deixas e o agrediam com pontapés (pensando que era um saco de lutador de boxe).
Alguns torcedores, porém, invocados com aquele procedimento inadequado por parte de alguns atletas, decidiram fazer uma vaquinha e compraram um peixeirinha de 2 polegadas (só servia para tirar escama de peixe), e deram para o nosso herói, orientando-o:
- Se partirem para lhe agredir, seja homi, puxe a bicha e enfrente que dá certo, tu vai ver!
- Vixe! Será que dá certo, véi?
- Dáááá, sim! Num se preocupe! Qualquer coisa, estamos lá enriba da arquibancada.
- Rapaz, daqui que vocês desçam pra me ajudar já muito tempo tô lascado!
Abre-se as cortinas e começa o espetáculo, bola vai, bola vem, de repente, num lance, Cangati marca falta, um dos famosos agressores, partira para cima. Cangati, num pulo de gato, quase que mortal, meteu a mão no cós do calção e puxara de uma bainha novinha feito especial para a peixeirinha, dizendo:
- Vem, cabra da peste, se tu é homi (O cabra saiu em disparada no rumo do matadouro, espantando até os urubus ali existentes, forçando os mesmos alçarem vôo de emergência!).
Moral da história: nunca mais agrediram o nosso querido e atuante rifiri.
Cangati, obrigado pela sua importante participação no futebol florianense!
.......................................................................................................
Pesquisa: César / Colaboração: Lauro Cronemberger

Comentários

Anônimo disse…
Greets to the webmaster of this wonderful site! Keep up the good work. Thanks.
»

Postagens mais visitadas deste blog

FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE

ATITUDE SUSPEITA Salomão Cury-Rad Oka Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizavam por sua exigência em selecionar os freqüentadores. Nos idos daquele tempo, fazer parte da seleta casta freqüentadora de agremiações como o Rotary Club de Floriano, Clube de Regatas, Maçonaria e o tradicional Floriano Clube ( foto ) demandava coleguismo, filantropia, caráter e, naturalmente, contatos sociais e dinheiro. Na boa e democrática Floriano de hoje, basta interesse em servir ou em aparecer. Aliás, atualmente, ter o “perfil” de rotariano ou de maçom é mais importante que ter dinheiro ou posição social. Durante um grande período do século XX, ser de origem árabe também era um fator importante a ser considerado ( talvez, por causa do enorme montante de valores que circulava nas mãos dos carcamanos ). Obviamente, existiam importantes famílias brasileiras que também eram partícipes dos movimentos sociais em Floriano. Assim, pode-se dizer que ...

Tempos de Natal

  Fonte: Dácio Melo (filho de Mestre Walter)   Véspera de Natal. Os mais velhos sentados na porta, todos animados conversando e os meninos ao redor sentados na calçada. E o Papai falou bem alto pra " todos ouvirem": - Ô, Inhá, é verdade que Papai Noel num visita minino  que dorme tarde na noite de Natal?  - E mamãe disse  "eu ouço isso desde que era pequena. É verdade" . Num demorou muito a molecada foi se levantando, passando as mãos  no fundo das calças e saindo de mansinho pra estebungar no fundo da rede. De manhã cedinho, era todo mundo revirando a cabeça pra debaixo da rede. Todo mundo ansioso pra saber o que Papai Noel deixara pra gente!  A rua amanhecia cheia de minino! Uns chutando bolas zeradas, outros puxando carrinhos pelas calçadas, alguns sentados  na calçada estirando as pernas pra mostrar os chinelos novos e os tiros de revolver de espoletas. Tudo isto ao som das notas amalucadas do violão do Tete! Ahhh, tempinho Bom!

Natal Retrô

Colaboração: Dácio Melo No início do mês de dezembro o clima mudava, o tempo mudava, no ar a expectativa pelo aniversário de Jesus!  As pessoas tornavam- se mais fraternas e mais alegres. E a meninada ansiosas pelas festas, bolos, bombons, refrigerantes, q-sucos supercoloridos, mas os brinquedos, ah os brinquedos! Eram o motivo maior da ansiedade.  Nossos sonhos giravam em torno da chegada do Papai Noel. O que será que ele vai trazer pra mim..... nas rodas de conversas todos falavam de suas preferências.......ah se ele me desse uma bola, daquelas boas que duram bastante.....eu queria um revolver de espoleta..... já eu queria uma caçamba, que aguenta carregar barro, areia e pedra.....eu me contento com uma havaiana amarela.  No dia 25 todo mundo acordava bem cedo e virava a cabeça por baixo da rede com o coração disparado de emoção pra ver a surpresa que Papai Noel deixara para nós! Fosse o que fosse, todos saiam a mostrar uns para os outros o que o bom velinho tinha nos d...