10/24/2006

A NOVA PRINCESA


Floriano passa por um processo de crescimento decisivo. Novas ruas, praças e monumentos. O cais do porto, hoje, com um novo visual, é o ponto de encontro mais aconchegante.

As autoridades competentes precisam investir mais, realizar parcerias, envolver a comunidade. As escolas são de suma importância nessa caminhada educativa.

O esporte, por exemplo, pode resgatar a nossa época de ouro, quando éramos campeões em tudo. O futebol precisa de incentivos: mais torneios amadores, juvenís, como no tempo do campo dos artistas.

Cadê o Flamenguinho de Tiberinho, o América de Bezerra, o Botafogo de Gusto e o São Paulo de Carlos Sá?

Ainda há tempo de brotar uma nova história para a Princesa!

10/20/2006

MATRIZ

Igreja de São Pedro de Alcântara, matriz da cidade de Floriano, um dos mais atraentes templos do Piauí, exaltando seus contornos e encantos nos anos trinta.

Ainda podia-se contemplar os casarões e a praça. Os passaredos ainda sobrevoavam a Princesa. Os meninos brincavam de esconde-esconde e a cidade em seu romantismo expressando seu estado de graça.

Hoje, os encantos são outros. As auroras de antigamente deram lugar para os axés e forrós eletrônicos. Os carnavais, agora, são outros e a folia mudou de lugar.

A noite já não é mais sossegada. Os madrugadores estão soltos por aí dançando às escuras. Estamos caminhando para um extremo galático, que só suportaremos porque há um limite, mas com uma certa esperança: a de alcançarmos a salvação divina.
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Foto: Teodorinho Sobral

10/17/2006

RIO DOS ENTARDECERES


As águas rolam sem pressa no cantarolar da passarada, ecoando com o vento soturno; o sol escalda a Princesa nas tardes flutuantes de nossas andanças no vai e vem de nossas travessias.

A saudade pula saltitante do meu peito; o silêncio do rio e das canoas enaltece o Pateta na calmaria e das pescarias passadas; ainda vêem-se nados rasantes e taínhas traquinas; os meninos afogam-se no banho "fogoso das coroas".

A torre de branco exalta momentos de puras lembranças; ainda consigo sentir as Regatas de Julho e o sobe-desce das bananeiras e dos buritís; mas as lanchas e os motores já não mais trafegam rio acima como dantes.

O Parnaiba, ululante, ainda cria seus peixes na matança da fome, quando os mandís "aguanizam nos anzóis seu último nado..."

10/16/2006

CAMPEONATO DE AMADORES


( Foto dos irmãos GUSTO dono do Botafogo e Fabrício dono do Bangu )

Segundo o grande craque de bola do passado do futebol romântico de Floriano, Luiz Orlando, os campeonatos amadores de Floriano eram organizados pelos próprios jogadores.

"Não havia uma pessoa para organizar e a sequência do futebol tinha um ritual interessante, uma espécie de mudança de categoria", frisou Orlando, "os adolescentes começavam jogar da seguinte maneira:

Na 1ª etapa os jogos eram realizados no Campo do Odorico; a 2ª etapa era no Campinho de João Justino e os times eram: Bangu do Fabrício, Fluminense de Carlos Sá, Benfica de Albenício, Vasco do Bosque e Palmeirinha.

Para a 3ª etapa, as peladas eram no Campo dos Artistas, campeonatos mais acirrados: Flamengo de Tiberim, que tinha os seguintes atletas: Nego Cleber Ramos, bom de bola, artilheiro, futebol alegre, Siqueira, Zé Filho, Chiquinho.

O Botafogo de Gusto: Manoel Antonio, Luiz Orlando, Gilmarinho, Bento, Janjão, Danunzio, Mundeiro, Bago, Honório, Pedro Taboqueiro, Zeca Zinidor.

O Brasil de Cizé, filho de dona Sinésia, tinha Galo Mago, o time do Santos de Luis Paraíba, tinha os atletas: Abdom, João de Filó, Chinês ( Capitão Penha ).

A 4ª e última etapa era nos Campos do Ferroviário e do Comércio, os jogadores começam a usar chuteiras, eram semi-profissionais.
Os times que participavam eram: RENO de Zé Amâncio, os craques eram: João Martins, Boi Bufallo, Jolimar, Trinta, Carlito, Soleta, Selvu, o Corinthians de Joel, tinha os atletas: Bagana, Antonio Guarda, Antonio Ulisses (Pelado).

O Ferroviário de Pompéia, composto de Pompéia, Luiz Orlando, Janjão, Mundeiro, Gonzaga, Zeca Zinidor , Zeca Futuca; já o Comércio tinha também um timaço: Luizão, Pepedro, Antonio Luiz Bolo Doce, Petrônio, Brahim, Sádica, Chicolé, João Rato.

Floriano viveu bons momentos. Quem participou da fase romântica, tem muitas histórias belas ainda para contar. E o que poderíamos contar no futuro para os nossos netos dos dias que estamos vivendo hoje?

Quem viver, contará (!?)
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Fonte: www.florianoemdias.com

10/11/2006

CARNAVAL



CARNAVAL:
OS PIRATAS DE ANTONIO SOBRINHO

( Fotografia do Bloco OS PIRATAS no carnaval de 1957 - Antonio Sobrinho, Clóvis Ramos, Expedito Leal, Adauto Perna de Gato, Pedro Atem, Vicente da Mangueira e uma Legião de amigos )

ENSAIOS PRÍIIIIII, PRÍIIII - os treinamentos aconteciam na residência de Antonio Sobrinho, mais conhecido como “Decente” na avenida Eurípides de Aguiar ( hoje funciona uma capotaria ), ficava no centro da sala, com uma prancheta na mão e um apito na boca, comandando os ensaios, gesticulava muito, era só príiiiii pra lá, priííí pra cá, ouvido apurado, percepção, conhecimento, sabia quem estava tocando errado e com um olhar orientava o companheiro para se enquadrar.

MARACÁ DE “H” SEM PEDRAS - tinha os que queriam brincar, mas não conseguiam acompanhar o ritmo, pois o grupo entendia do riscado, afinadíssimo, mas não tinha problema, “Decente” arrumava um jeito: pegava o maracá tirava as pedras e falava – agora, faça sucesso “homi”, arrebenta. O componente ficava só fazendo o agá, como que estivesse batendo e, com o dedo polegar em sinal de positivo, “Decente”, malaca e aliviado, deixava o folião feliz. É mole! Já existia isso! Caramba! Deixa pra lá!

ESQUENTANDOS OS TAMBORINS – havia um detalhe importante e curioso nos ensaios. Como os tambores eram de couro de cobra, bode, boi e outros animais, os foliões muito exigentes e querendo fazer uma bonita exibição, acendiam várias fogueiras para esquentar e afinar o som dos tamborins, tambores, um espetáculo a parte.

ESTANDARTE - Antonio Sobrinho foi um dos maiores carnaalescos do Carnaval de Floriano dos anos 50/60, período romântico, com o seu bloco “Os Piratas”. E como folião, alegrou muita vezes o carnaval de rua da Princesa, com os seus sons e batuques, com a sua maneira diferente de dançar conduzindo o Estandarte nas mãos, levando a sério e parecia mestre sala de escola de samba do Rio de Janeiro. Dava show e arrancava muitos aplausos na Avenida Presidente Vargas e nas ruas onde o seu Bloco passava. FANTASIA DIFERENTE TODA DE SEDA - Era gostoso ver as cores da fantasia em seda: a bandana-vermelha usada na cabeça, a blusa-preta com uma caveira cravada no bolso do lado esquerdo, a calça-amarela, o tapa-olho preto em todos componentes do bloco Os Piratas.

MENINO NÃO ENTRA - Nos ensaios os meninos não entravam, os amigos de Júnior: Chico Cangury, Chicolé, Tadeu... pegavam o bigu, para depois dos ensaios a garotada ia guardar os instrumentos, claro imitando os artistas da batucada, fazendo aquela zueira!

IMITAÇÃO DO BLOCO “OS PIRATAS” - Quando terminava o carnaval, Júnior, César ( era pequeno ), Chico Cangury, Chicolé e outros colegas nossos, pegavam alguns instrumentos, pedaços de ferro, madeira, latas, panelas de alumínio, tudo que pudesse emitir som, formavam o nosso bloco e saia rua acima e rua abaixo, puxando o ritmo de samba e éramos, até, aplaudidos.

MÚSICAS INESQUECÍVEIS: Maracangalha, O Que Estou Aqui Na Terra, Vem Chegando A Madrugada, Madalena, Tenha Pena De Mim, Recordar É Viver.

JERUMENHA NO SÁBADO DE CARNAVAL – Várias vezes o bloco “Os Piratas” foram convidados para brincar o carnaval na cidade Jerumenha, sempre aos sábados. A viagem era feita de caminhão e o bloco era aguardado por uma multidão!

VISITAS AGUARDADAS COMO TROFÉUS - Às 15 horas “Os Piratas” iam visitar e alegrar as residências da sociedade: Tiago Roque, Sólon Miranda, Edmundo Gonçalves, Mestre EuGênio, Arudá Bucar, Fauzer Bucar, pai da Cordélia ( Juiz ). Antonio Anísio Ribeiro Gonçalves, Bernardino Viana.

MOMENTO MÁGICO! INIMITÁVEL!

ENCONTROS DE GIGANTES - no final da tarde o desfile dos blocos na avenida Getúlio Vargas e praça doutor Sebastião Martins, no centro de Floriano. Um momento de rara beleza! O encontro de todos os blocos na altura dos bares: São Pedro, Sertã, Churrascaria Carnaúba.

“OS PIRATAS”, componentes sob a batuta do líder e fundador Antonio Sobrinho ( maior mestre do Estandarte, segundo o barbeiro Zé Venâncio ) - Clóvis Ramos (mestre do Estandarte, depois comandou o bloco “Os Malandros”), Pedro Atem, Expedito Leal, Adauto Perna de Gato, Arnaldo Pé de Pão, Alcides Garcia “Del Bueno”, Chico Perna Santa, Mário Anselmo, Geraldino, Ieié (Miguel Borges), Pedro Demes, Pedro Neiva, Antonio Pereira Filho, Chico Pereira, Antonio José Boquinha, João Alfredo, José Anésio Batista, Jofran Frejat, Bernardino Feitosa ( Seu Dino ), José Soares da Pernambucana, Engrácio Neto, Luis Paraibano, Vicente Rodrigues de Araújo ( participou com apenas 14 anos na época, hoje comandando a Escola de Samba Mangueira ).

Depois que Antonio Sobrinho, o famoso “DECENTE” cansou de brincar com Os Piratas, ele adquiriu um Jeep, e nos carnavais colocava a moçada no veículo e participava do desfile de carros fazendo o percurso ( corso ) na avenida Getúlio Vargas, Praça Dr. Sebastião Martins, Av. Eurípedes de Aguiar, com a moçada esguichando com seringas coloridas água nas pessoas complementavam a beleza do evento arremessando serpentinas e confetes na multidão, que recebiam com aquela alegria estampada no rosto, contagiando a todos!
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Fonte:
www.florianoemdia.com

10/10/2006

ZECA ZINIDOR II - O GOL MAIS BONITO

- Zeca, qual o gol mais bonito que você fez?

Emocionando, Zinidor foi categórico, quando disse que fizera muitos gols sensacionais, “mas os dois que fiz dentro de seis minutos contra o Tiradentes de Teresina, foram de placas, e parecidos, até, na rapidez. Foi num jogo no estádio Mário Bezerra, quando o Clube de Regatas Brasil do atacante Almeida ganhou de 4 a 2 do Tiradentes de Teresina.

No nosso time só havia jogadores do quilate de Mineiro, Eloneide, Evandro, Zeca Futuca, Zeca Zinidor e outros craques, um timaço, podia vir quem quizesse, a gente dava de pau, e nesse dia eu estava infernal, os zagueiros adversários não me conheciam, ficava sempre pela esquerda olhando para Eloneide e Almeida; os dois tinham uma jogada ensaiada comigo, eles ficavam trocando passes no meio de campo, aguardando a minha arrancada, e logo no início, o zagueiro não me conhecia e ficava a uns quatro metros de distância me marcando, um belo espaço para que tem velocidade, e foi o que aconteceu.

Almeida voltou a bola para Eloneide e, de primeira, me lançou para o lado esquerdo do ataque, liguei as turbinas (não motorzinho - ele disse - aí é fusca, minha velocidade era de avião!), e parti. No primeiro tapa (toque) que dei no pneu ( bola ), foi logo um de arrodeio no zagueiro; ele tentou me agarrar, me arranhou, arrancou um bocado de cabelo do meu peito (saí prá vi....), mas não teve jeito, deixei o zagueirão com a cara de bobão, pensando “que diabo foi isso, será que foi um raio que passou?”, peguei na frente e quando o goleiro acordou já era tarde, não deixei nem ele se aprontar para sair, chutei forte e colocado no canto, plá gooaall, um a zero com 3 minutos.

Não demoraria muito, foi pro lado direito experimentar o outro zagueiro, foi dito e feito, novamente Eloneide lançou, rapaz, fiz que dava um de arrodeio, o cabra abriu as canetas, joguei por baixo das pernas e o goleiro acordou mais cedo, passei pelo goleiro e toquei no gol, foi lindo o lance, até doutor Filadelfo veio me cumprimentar.

No intervalo, doutor Filadelfo me deu um presente. Nunca esqueci esse momento. Dá vontade de chorar. Se tivesse filmado, eu tava na seleção”.

Mas com certeza, Zeca!
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Fonte: http://www.florianoemdia.com

10/09/2006

CABEÇÃO DO FERROVIÁRIO


Essa resenha, quem nos conta é o nosso amigo João Siqueira, o famoso João Rato ( foto ao lado de Zé de Tila ), extraída do www.florianoemdia.com, que nos tranposta aos belos tempos românticos de nosso futebol. Vejam só. João Rato conta que:

"Certa vez, Cabeção, ponta direita do ferrim, o cara era habilidoso demais e gostava de fazer umas jogadas diferentes, cruzamentos de letra, dribles desconcertantes, cheio de firulas e a nossa zaga, formada por Brahim, Bagana, Antonio Guarda e João Rato ( não davam moleza ), não brincava em serviço, o respeito era fundamental e a jogada foi a seguinte.

Estádio Mário Bezerra, tinindo de gente, passaram a bola para Cabeção, na ponta direita, mas quando ele foi dominar o pneu ( pelota ), pensei, é agora, senão ele passa, entrei de carrinho, com as travas da chuteira à mostra, na maldade e por pouco não o pegou, mas o cabra foi rápido, largou a bola e deu um pulo do gato ( como eu tenho raiva de gato! ), quando ele sentiu que estava vivo ainda, não vacilou, tirou a camisa e disse: “pode botar outro em meu lugar, pois eu tenho filhos pra criar, vai matar o diabo, infeliz ..." E saiu do jogo resmungando e não voltou mais.

A gozação e o comentário foi geral.

Em tempo: por onde anda Cabeção? Alguns dizem que ele mora no rumo de Fortaleza.
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fonte:
www.florianoemdia.com

37º Aniversário do Cine Natal 1974