Por - Dr. Irapuá
Elio Ferreira de Sousa,
Ou como preferir,
Professor Elio
Poeta Elio
Elio
Ou simplesmente “Seu Elio”
Filho mais novo de Aluísio e Inês Ferreira,
Ferreiro
Capoeirista
Professor
Poeta
Pai
O pai do Irapuá, da Egbara, do Ricarte;
Mas também, o pai/figura paterna de muitos parentes, sobrinhos,
alunos e amigos;
Tantos papéis o senhor exerceu de forma ímpar.
O senhor sempre tinha a palavra certa e se despediu nos dando
aula. Em mais de 4 anos de doença, nunca vi uma expressão de raiva. Sempre a
mesma paz, calma e serenidade. Uma positividade, espiritualidade e fé
inabaláveis. Algo sobrenatural, eu diria. Não à toa, vários amigos incrédulos
vieram perguntar ontem: “O Élio estava doente?”
O senhor foi uma referência e inspiração a várias
gerações. Um exemplo de ética e dono de uma dedicação inigualável, algo
sobre-humano. O seu exemplo mudou a minha vida e de muitos.
Nada representa mais o senhor do que essa cena. Poucas horas
antes de ir para UTI, com febre, disfunção renal e falta de ar,
participou de uma banca de doutorado na Universidade de Coimbra. Ao final,
deitou - se e riu como se tivesse cumprido mais uma missão. Um amigo que o
ajudou, estupefato com tamanha resiliência, disse que não sabia de onde tirava
tanta forças.
Tudo me faz lembrar o senhor, mas algumas nunca saem da minha
mente:
Por onde passou deixou amigos. Fazia amizade até durante um vôo
de poucas horas.
Andava sempre com um livro na mão. Tivesse que parar por alguns
minutos, já poderia produzir, como dizia.
A sua empatia, generosidade e humanidade eram marcantes. A
igualdade racial e social foram as lutas da sua vida. Lembro a primeira vez que
fui aos EUA estudar e o senhor ao telefone me disse que deveria ajudar os
mendigos perto da minha casa: “Meu filho, todo mendigo é universal. Você tem
que ajudar.”
Meu coração está dilacerado de dor, pois perdi uma parte do meu
ser. Ao mesmo tempo, uma PAZ e GRATIDÃO estão dentro de mim por Deus, pelo
Universo e Olorum terem permitido vir a esse mundo como seu filho. O senhor
cumpriu sua missão. A passagem foi breve mas o suficiente para deixar sua marca
por onde passou. A sua obra e legado o eternizarão.
“Abracadaba.Abra.Abracadabra”