6/07/2020

Retrato do passado


De volta para o futuro

Aquelas manhãs nasciam convidativas, ali, pelos arredores do riacho do Urubu, mas antes havia o passeio pelo Barro Alto ( foto ), passando pelo Poço Frio. Os arvoredos e o canto do passaredo nos envolvia riachos abaixo.

À beira do Gurguéia, ensaiávamos umas taínhas em suas águas turvas, vendos os tiús caindo da velha faveira da beirinha. O tempo ia passando, o riacho cheio, escondendo os escorrega bundas.

De repente, escutamos os borás do Moreira nos procurando, nos chamando para o almoço por ordem de nossa querida Margarida. A fome era tamanha, mas ainda atacávamos os pés de muta, Maria preta e os ingás, para amenizar o bucho.

O tempo passou, mas são pequenas recordações que nos fazem transportar ao mundo da inocência, onde a criançada se divertia sem medo na trajetória de nossos sertões queridos da velha Jerumenha.


6/06/2020

Histórias do nosso futebol

SOLETA – HOMENAGEM 

Soleta: "fiz o gol que Pelé não fez", Pedro de Alcântara Pereira, florianense do bairro Manguinha, se orgulha de ter nascido em 19.10.1949 às 09 horas da manhã na hora da missa dominical, coincidindo com padroeiro de Floriano, São Pedro de Alcântara. Esse ano completará 71 anos, casado com a flamenguista Dona Rosilda da Silva, dessa união nasceu os filhos: Rosivaldo e Rogério, carpinteiros e goleiros, jogam na posição oposta do pai, Rogério inclusive defendeu as cores do Corisabbá, e as filhas Rosilene e Rosileide ambas professoras. Soleta tem uma personalidade encantadora, está sempre usado o uniforme do Botafogo Futebol e Regatas do Rio de Janeiro-RJ, nas vitórias e nas derrotas, assim se tornou um ícone, conhecido em todos quadrantes de Floriano-PI.


Ao lado de Soleta tem o seu conhecido transporte - uma velha e boa bicicleta caloi cargueira: "é o seu ganha pão", é o seu orgulho, ele atende de um tijolo a tudo, quem manda são os clientes. 
- Quem te colocou o apelido de Soleta e o que significa?
- Foi um irmão meu adotivo, Valdemar, mas nem ele sabe o que significa. 
- Quais as suas características de atacante?
- Meu forte principal era o cabeceio, fiz muitos gols de cabeça, tinha uma grande impulsão, cabeceava de olhos abertos, vendo a movimentação dos goleiros, inclusive o comentarista Carlos Said, certa vez falou: “No Brasil tem dois cabeceadores natos, Dário do Atlético Mineiro e Soleta da Seleção Florianense de Futebol”! Como centro avante, chutava bem com os dois pés,  tinha uma arrancada e resistência, fazia a diferença. 

- Quais os times que você jogou? 
- Comércio, Ferroviário, Corintians de Joel da Ford,  Reno de Zé Amâncio joguei ao lados craques Jolimar, Chiquinho, Puluca, Janjão, Siqueira, Bonfim Futebol Clube da cidade Senhor do Bonfim - BA, o “Nego” Cleber Ramos me levou, joguei também no SBE de São Luís – MA ao lado de Tico de Chico Carão, no Corisabbá, em 1985, time ainda amador, em seguida nas Seleções de Floriano tinha como técnico o competente Rafael Ribeiro Gonçalves, de Amarante e de Regeneração. 
- Fato que marcou e chamou sua atenção? 
- Foram duas partidas em que fiz os gols, foi inusitado. 1º jogo Seleção de Regeneração X Água Branca, primeiro minuto de jogo, fiz um gol, tirou o centro com segundo minuto fiz outro gol. O fato se repetiu jogando pelo Brasil de Almeida, ou seja, primeiro minuto de jogo, fiz um gol, tirou o centro com segundo minuto fiz outro gol. 
- Você lembra do gol mais bonito que você fez? 
- Lembro, eu fiz o gol que o Rei Pelé não conseguiu, o lance foi igual a do jogo Brasil e Uruguai na Copa 70 no México, em que Tostão lança Pelé, e ele dá um drible de corpo no goleirão uruguaio Ladislao Mazurkiewicz Iglesias, e pega a bola pelo outro lado e chuta pra fora!! Infelizmente, o Rei não fez, tive mais sorte, foi um jogo entre as seleções de Floriano X Marcos Parente, o lance foi assim: Castilho lançou a bola, dei aquela arrancada lembrando dos velhos tempos, o goleiro saiu, fiz que pegava a bola e deixei a pelota passar, foi lindo! Peguei do lado e o filme passou pela minha cabeça, a Copa de 70, lembrei do negão Pelé, poxa, caramba, tenho que fazer, a impressão é que não acontecerá, chutei e fiquei aguardando a bola bater na rede, só aí vi o sonho, tornar realidade, foi uma explosão de alegria, todos correram para me abraçar, até os adversários me cumprimentaram. Quando lembro fico arrepiado! Às vezes fico pensando como Pelé deve ter sofrido por não ter conseguido fazer o mais belo gol da sua carreira. 
Depoimentos dessa natureza que nos deixa encantado!!!
- Mudando um pouco de assunto, você trabalhou como motorista de Caminhões?
- Sim, inclusive Eu tive um caminhão, trabalhei: na Construtora Mendes Júnior na construção da Barragem Boa Esperança em Guadalupe-PI, na construção da Ponte que une Floriano-PI ao Barão de Grajaú-MA, em 1976. Por falar em Caminhão, meu pai Joaquim Pereira, conhecido por “Seu Tunga”, além de ter um caminhão, ser motorista, era uma exímio carpinteiro, trabalhou muito para os Srs. Cristino Castro, Arudá Bucar, Filadelfo Castro e outros.

Floriano(PI), 06 de junho de 2020
Pesquisa: Adm.: César Augusto de Antônio Sobrinho


6/04/2020

Dispersão Poética


Retratos de Floriano


Retratos de Floriano

GINASIO SANTA TERESINHA

Voltando ao passado, uma revelação extraordinária enviada pelo Professor Djalma Nunes. o Ginásio Santa Teresina na segunda metade da década de cinquenta.

Floriano, à época, vivia intensamente uma revolução na parte da educação. O Ginásio Santa Teresinha tinha respaldo regional como um dos melhores centro de ensino e promovia um bem estar junto à comunidade florianense.

Com relação à fotografia em anexo, podemos observar no centro, de terno branco, o doutor Sobral Neto e na fila a esquerda dele, a  Doutora Amariles Borba.  

Na última fila (só o rosto), o Pedro Alcântara Ramos e, à esquerda, uma filha do Senhor  Gervásio Medeiros (gerente da Rianil), que se chamava Erice.

A foto em foco foi extraída  no antigo prédio no cruzamento da rua Assad Kalume com a avenida Eurípedes de Aguiar, onde  funciona  hoje o Armazem Paraiba, como bem sintetiza  o professor Djalma Nunes em seu comentário e onde retificamos o exato local da imagem  do ginásio, onde funcionava a diretoria.

5/31/2020

Retratos da Cidade


A energia elétrica em Floriano

Há exatos 90 anos, a cidade de Floriano, 238 km ao sul de Teresina, recebia os benefícios de uma obra que marcou época na vida do município.

Usando recursos da municipalidade e apoio financeiro de empréstimos tomados ao governo do Estado, então comandado pelo engenheiro João Luis Ferreira, e ao coronel Ângelo Acylino de Miranda, o prefeito Antônio Luis de Area Leão, que era médico, construiu um prédio e nele instalou caldeira, alimentada por lenha, que fornecia energia elétrica à zona urbana do município.

Um feito que mereceu destaque na edição de número 526, de 24 de fevereiro de 1924, do jornal O Popular, ali editado pelo professor e magistrado José Messias Cavalcanti. No entanto, como a geração de energia era de baixa potência, a iluminação, por ser fraca, levou o povo a classificar a obra de “Usina Lampião”, numa alusão ao arcaico utensílio que, alimentado por querosene, iluminava o interior de residências.

Décadas depois, devido ao prestígio político do médico Tibério Nunes, a cidade recebeu sistema de geração de energia mais moderno, levado de uma usina desativada em Teresina, fato que conduziu a população a batizá-la de “Maria Bonita”.

Assim, de revestrés, o emblemático casal do cangaço do início do século passado, entrou na história da cidade de Floriano.

João Luis Ferreira estava no último ano do seu mandato, também marcado pela obra de construção de estrada ligando Floriano ao município de Oeiras.

Por razões desconhecidas, o médico e prefeito Antônio Luis de Area Leão mudou-se para a cidade de Santo Anastácio, interior de São Paulo, não mais retornando ao Piauí.

Fonte: O passado manda lembrancas/Deoclecio Dantas

5/30/2020

Retratos de Floriano

Acervo: José  Firmino

A voz do estudante

A foto (acima) de 1965 mostra a redação de "A Voz do Estudante", programa semanal da classe estudantil que divulgava as ações dos Grêmios Humberto de Campos, Hugo Vitor Guimarães, AFES e Clube Juvenil que era o responsável pela elaboração do programa. Cada entidade informava suas atividades referentes à semana para a divulgação.

A redação ficava em uma casa vizinha a casa da Dona Filó Soares.

O programa era apresentado na Rádio Difusora que funcionava no primeiro andar do edifício Sayd Kalume.
Na foto vemos a equipe que elaborava o programa, no sentido horário: Cristovao Augusto, Zé Firmino, Bento Beserra e Djalma Nunes. Esta mesma equipe apresentava o programa na rádio.

Além das notícias estudantis, focalizavamos também um país com sua cultura.

Vizinho à casa da D. Filó Soares, morava o Pe. Djalma Rodrigues que era o orientador e conselheiro da classe estudantil e o organizador da Peregrinação Estudantil realizada anualmente em Floriano.

A Voz do estudante funcionou ainda no ano de 1966 e todos nós fomos estudar fora perdendo o contato com os novos líderes estudantis, não sabendo até quando funcionou o programa.

Restou esta foto para relembrar os bons tempos em Floriano até a primeira metade dos anos 60.

Colaboração: Professor Djalma Nunes

Depoimento de Bento Bezerra:

Janclerques,

Obrigado, mas acho  que a foto foi feita pelo Leuter Epaminondas e faz parte do arquivo do meu amigo José Firmino Nogueira Neto que está na foto e reside no Rio de Janeiro. O ambiente era a redaçao da voz do estudante que nessa época funcionava na casa de uma tia de Cristovao Augusto na rua marechal Pires Ferreira. Um abraço.


5/29/2020

Retratos de Floriano


Lago artificial, cascata e fonte liminosa da antiga praça doutor Sebastião Martins do período romântico, onde de noite podíamos contemplá-la, correr por entre os antigos bambuais e brincar na luminosidade da praça.

Pena que a revolução arquitetônica detonou os nossos belos contornos e temos que nos adaptar ao moderno.

São os novos tempos e as mudanças que chegaram e que são necessários, mas também impiedosos, nos tirando de cena, nos roubando a pureza e a poesia de outrora.

Ai de ti, Princesa!

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...