GEREMIAS - FIZ UM GOLAÇO DE AVIÃOZINHO!
José Neves da Costa, conhecido por
“GEREMIAS”, apelido herdado do seu pai, que se chamava Geremias. Nasceu
em Uruçuí, em 28 de outubro de1937, 69 anos. Chegou em Floriano em 1940 e
iniciou jogando sua pelada em 1945.
Perguntado sobre o seu primeiro time, Geremias respondeu de aviãozinho:
- Foi o Bonsucesso de Calistinha (Dr. Calisto Lobo), 1954 e fiz um gol na estréia.
- Qual o seu ponto forte no futebol?
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Jeremias com Amigos |
- Eram três coisas: preparo físico, pique e não desistia;
- Qual a sua posição dentro de campo?
- Lateral esquerdo, sempre fui fiel a essa posição.
- Você lembra de algum ponteiro que você achava difícil de marcar?
- Pelo amor de Deus, JANJÃO, hoje
“JJ”, agora é que ta difícil, o homem agora é forte demais. Sim, mas
voltando o assunto, Janjão, era rápido, driblava e chutava com os dois,
as jogadas variavam muito, ele nunca repetia as jogadas, quase me mata.
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Geremias do Ferroviário |
- Teve algum jogo que te marcou, que você jamais esquece?
- Tem um especial, foi Ferroviário 3
X 2 Comércio Esporte Clube (o time era da elite), com três gols de
SADICA, na sua estréia, pense numa figura endiabrada, o baixinho, fez a
alegria da galera, eu me lembro até da formação desse nosso timaço!
- Qual era a sua formação?
- Netinho(in memorian), Pulu,
Antonio Ulisses (In memorian), Zequinha da Bahia e Geremias (apelido
começou porque os amigos começaram a chama-lo de Zé de Geremias,
terminou em Geremias), Zequinha, Joãozinho e Américo, Mário Besta Braba
(In memorian), Sádica e Das Chagas de Parnaíba. O Presidente; Dr.
Tibério Nunes, treinador: Dr. Nazareno e diretor de Esporte: Merval
Lúcio (estrategista).
- Qual o gol mais importante ou o mais bonito que você fez?
- Calistinha, me dispensou do
Bonsucesso, aí fui jogar no América do Barão de Grajaú, e no jogo o
ponteiro direito cruzou a bola a meia altura e eu pulei de aviãozinho
(hoje peixinho), foi uma pintura, gol de placa.
- Teve algum time de Teresina ou de outra praça que lhe convidou para jogar?
- Sim, Tassú, do river queria me
levar, Erasmo de Deroa do Botafogo de Teresina, o Auto-esporte, mas como
sabemos é difícil jogar em Teresina, a gente tem pouca chance.
- Gemerias, você hoje está aposentado? Qual era a sua profissão?
- Sou aposentado, mas faço o meu
biquinho, acabei de matar um dinheiro, fico ali no Posto Santana de
Marcondes de Zé Fontes. Mas a minha profissão é Mecânico de Máquinas
Pesadas e Soldador.
- Na sua profissão qual o trabalho que você fez, e acha importante, deixou sua marca?
- Rapaz, que boa pergunta, nunca
ninguém me perguntou isso! Eu sou orgulhoso das estruturas de ferro dos
dois postos de Zé Fontes: Postos Santana e Tatu. Outra obra que eu fiz
foi: montagem da Usina de extração de Algodão da Usina CIDAL de José
Gomes Chaves, Paixinha de Canto do Buriti.
- Você lembra de mais algum detalhe da sua profissão?
- Sou soldador de caminhões, cantoneira, chassi, roda, inclusive passei um ano como Mecânico de Navio da marinha Mercante!
- Você lembra do nome do navio e algum episódio da sua passagem pela Marinha Mercante?
- Sim, O navio era Panamenho, e o
nome “PANTELES”, embarquei em Salvador-BA, 1961, passei um ano, mas
sofri um acidente, tive de retornar a Floriano, e quando recuperei, meus
pais não deixaram eu voltar e aí retornei para a manutenção das
máquinas de extração de babaçu.
- Você lembra o nome do seu Chefe de Máquinas no navio?
- Sim, Chefe Alonso! Uma capacidade,
aprendi muito com ele. Uma coisa que ele me admirava, quando ele nos
chamava pra resolver qualquer defeito o primeiro da fila era eu, sempre
fui disposto, não faço cara feia para o trabalho.
- Quanto filho(as) você tem?
- São três filhas, minhas pérolas,
adoro minhas filhas: Ana Maria Santos Costa, Assistente Social,
Administradora da Clínica dos Médicos, Rosana dos Santos Costa,
Enfermeira, trabalha em Teresina e a caçula, Giselda dos Santos Costa,
formada em Licenciatura em Letras/Inglês, leciona na UNED e no estado,
são três batalhadoras, tenho também três neto(as): Gustavo, João Pedro e
Camila, são lindos! Sou apaixonado por todos eles. Me dão assistência,
não deixam faltar nada, estão sempre do meu lado, é um orgulho, consegui
formar as três filhas, são meu corpo e minha alma!
- Qual a sua mensagem para o jovem que está começando a buscar uma profissão?
- Hoje ta difícil, pois os jovens,
não tem paciência, não querem aprender uma profissão, querem tudo de
imediato. Quando eu comecei passe i cinco anos para aprender, meu
professor era o Zé Caboré, pai de Raimundinho Caboré, o homem era duro,
mas ensinava como ninguém, mas não dava nada, um vintén, entretanto
liberava a oficina, para a gente fazer algumas peças, gancho para
panela, grelha, espeto etc, para vender e arrecadar fundos, com o
arrecadado, a gente ia ao Cine Natal, vê um “bang bang”, e alguns filmes
de amor, era bom demais.
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Reportagem: César de Antonio Sobrinho