Dados Sumários de 1925 a 1943 )
Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993
DIVERSÃO E ENTRETENIMENTO
Como não podia deixar de ser, em toda cidade interiorana que se preze, tem o seu espaço dedicado às suas horas de ócio e de lazer.
Floriano de então, e sendo a terceira cidade do Estado, também posuía lugares consignados para diversões - bares, cinemas, teatro ( este funcionando esporadicamente ), cabarés etc.
A elite social compunha-se de famílias das classes rica e média, ambas militantes do comércio de ummodo geral.
Antes da existência do "Floriano Clube", os bailes sociais da chamada época áurea, realizavam-se em residências particulares, dependendo do motivo a ser comemorado. Os convites pessoais eram feitos com antecedência, a fim de que os convidados se preparassem devidamente. As despesas decorrentes desses eventos corriam sempre por conta dos anfitriões.
Também, aconteciam nasdardes domingueiras, promovidas pela sociedade, soirés dançantes beneficentes com passeio fluvial de 12 às 18 horas, a bordo dos vapores "Europa" ou "Manoel Thomas", gentilmente cedidos pelos respectivos comandantes.
Os bailes carnavalescos, bem como os de caráter beneficente, realizavam-se no Teatro Politeama, adremente ornamentado para maior brilhantismo dos festejos citados.
As pessoas pertencentes a classe operária, com raras excessões, formavam um bloco à parte. Suas festas, de um modo geral, eram promovidas na sede da "União Operária".
CARNAVAL
Durante os festejos dedicados ao rei Momo, o chamado carnaval de rua era bastante fraco, com um ou outro bloco, arremessando confetes e serpentinas, bem como "cabacinhas de cera", contendo água colorida às pessoas presentes. Era o chmado "Entrudo". Nos bailes, formava-se blocos distintos, devidamente fantasiados de acordo.
CINE TEATRO POLITEAMA
Esta ex-casa de diversão foi construída na avenida Álvaro Mendes, sobre o riacho do "Gato", por iniciativa do coronel Hermando Brandão, a fim de servir o público na projeção de filmes cinematográficos, especialmente. Também, servia como teatro. Nele aconteceram representações de várias companhias teatrais do Rio de Janeiro. Ainda, promovidas pela sociedade local, aconteceram teatrinhos de variedades, bem como peças dramáticas da larca do senhor Eleutério Rezende, o qual também brilhava como ator. Tais récitas e dramas, quase sempre eram beneficentes.
A força e luz para funcionamento do cinema era própria. os filmes eram do tempo do cinema mudo e as projeções se faziam acompanhar de músicas executadas por orquestra contratada, sob a dereção do senhor Ranulfo Barros, exímio flautista.
CINE NATAL
Tempos depois, o senhor Bento Leão adaptou a sua residência em casa de divesão, inaugurando o cinema falado sob o título citado. Este funcionava com energia e luz próprias, pois este senhor possuía um motor para beneficiamento de arroz no qual foi adaptado um dínamo para energia elétrica.
Anexo ao cinema funcionava o Bar Natal de sua propriedade, passando este a ser o mais frequentado da cidade.
Passados alguns anos, surgiu outro cinema de propriedade do senhor Adala Attem, em prédio também adaptado, que este adquiriu de um patrício, o qual retornou à sua terr natal. ( o nome deste sírio não me ocorre, informe-se com seu mano Michel ).
AMPLIFICADORA DE SONS
Não possuindo Floriano estação de rádio-transmissora, foi criada no "Cine Natal", uma amplificadora para anunciar os filmes programados. Com o correr dos tempos, esta tornou-se um órgão de propaganda do comércio local, como também de informações, onde eram comentadas as notícias da cidade e do Estado de um modo geral. Nos intervalos das notícias eram transmitidas músicas orquestradas e cantadas, tornando-se, assim, mais um divertimento para o povo.
BARES E BOTEQUINS
O primeiro bar conhecido era de propriedade do senhor Doca Rocha, contendo além de bebidas e cigarros necessários ao bom funcionamento deste, salões para jogos de bilhar e sinuca, como também jogo de azar - carteado e outros.
Anos depois, referido bar foi adquirido pelo senhor Calixto Lobo para o senhor Moisés Kinahier, tornando-se um ponto de reunião frequente dos componentes da Colônia Sírio-Libanesa, especialmente. Estes eram conhecidos pela população piauiense pela alcunha de "carcamanos".
Também, o senhor José Cronemberger abriu um segundo bar, provido do necessário, tendo ainda amplo salão com sinucas e jogo de dominó etc. Não tinha jogo de azar. Seu estabelecimento era bastante frequentado por famílias da sociedade, destacadamente. O movimento maior era das 06 às 10 horas da noite. E nos domingos e feriados começava após a missa das 08 horas.
Outros bares - do senhor Genésio Nunes e do senhor Manuel Vieira dos Santos. Com o advento do "Bar Natal", os outros foram desaparecendo paulatinamente.
Os botequins ou tabernas funcionavam na zona boêmia, sendo os mais frequentados - o do senhor Anfilófio melo e o do senhor Francisco Gonçalves da Paixão.
BANDAS DE MÚSICA
A primeira banda de música pertencia ao saudoso professor de música - Manuel Martiniano da Costa. Depois a "União Operária" fundou a "Euterpe Florianense", sob a direção do senhor Joaquim Araújo. Este teve como sucessor o senhor João Francisco Dantas.
Anos após, e em decorrência da incrementação do futebol amador pelo comércio, surgiu uma terceira sob a direção do senhor João Martins. Este era saxofonista e procedia da cidade de Oeiras.
FUTEBOL
Este esporte bretão teve outrora grandes momentos de lazer para a sociedade e o povo em geral. Nas tardes domingueiras eram frequentes as partidas de futebol, entre os times amadoristas do comércio e do operariado.
O do comércio denominava-se "Comercial Futebol Clube", tendo como Presidente o senhor José Francisco Dutra, Gerente da firma Marc Jacob, e o da classe operária, tinha a denominação de "Artístico Fubebol Clube",cujo Presidente era o senhor Joaquim ( Quincas ) Araújo.
As torcidas de ambos vibravam com as atuações de seus times, chegando ao ponto de deiscriminação entre aqueles que militavam no comércio, e os operariados. As rivalidades eram notórias naquela época, daí o surgimento da banda de música acima referida.
Talvez, pelos motivos retro mencionados, o futebol amador tenha desaparecido de Floriano.
FOLCLORE
Nas épocas de junho, haviam congados e bumba-meu-boi e em dezembro pastorinhas e reizados, festas estas bastante animadas e apreciadas pela população. Também, em junho, faziam-se as tradicionais fogueiras, nas quais eram assadas batatas e macaxeiras, acompanhadas do célebre quentão ou gegibirra.
São tradições e eventos que estão quase desaparecendo neste País, o que é uma pena. Em contrapartida, a violência nas grandes cidades está crescendo assustadoramente.
RIO PARNAÍBA
Nos medes de verão, especialmente nos domingos, a juventude e a criançada realizavam neste rio momentos de entretenimento, não somente banhando-se nas águas e ainda, nadando e atravessando-o montados em talos de buritís, bananeiras para maior segurança de seu desiderato. Contudo, o rio Parnáiba não era apenas salutar para os banhistas. suas águas traiçoeiras, às vezes, conduziam os mais audazes às correntezas e fatalmente à morte. Recordamos com pesar os pranteados rapazinhos Alberto Drumond Neto, filho do senhor Honorato Drumond; José Crvalho, filho do senhor abdenago Ferreira de Carvalho; e Milton da Fopneca Rocha, filho do senhor Martinho Rocha. Este afogou-se, não souberam como, quando em viagem de Teresina para Floriano.
Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993
DIVERSÃO E ENTRETENIMENTO
Como não podia deixar de ser, em toda cidade interiorana que se preze, tem o seu espaço dedicado às suas horas de ócio e de lazer.
Floriano de então, e sendo a terceira cidade do Estado, também posuía lugares consignados para diversões - bares, cinemas, teatro ( este funcionando esporadicamente ), cabarés etc.
A elite social compunha-se de famílias das classes rica e média, ambas militantes do comércio de ummodo geral.
Antes da existência do "Floriano Clube", os bailes sociais da chamada época áurea, realizavam-se em residências particulares, dependendo do motivo a ser comemorado. Os convites pessoais eram feitos com antecedência, a fim de que os convidados se preparassem devidamente. As despesas decorrentes desses eventos corriam sempre por conta dos anfitriões.
Também, aconteciam nasdardes domingueiras, promovidas pela sociedade, soirés dançantes beneficentes com passeio fluvial de 12 às 18 horas, a bordo dos vapores "Europa" ou "Manoel Thomas", gentilmente cedidos pelos respectivos comandantes.
Os bailes carnavalescos, bem como os de caráter beneficente, realizavam-se no Teatro Politeama, adremente ornamentado para maior brilhantismo dos festejos citados.
As pessoas pertencentes a classe operária, com raras excessões, formavam um bloco à parte. Suas festas, de um modo geral, eram promovidas na sede da "União Operária".
CARNAVAL
Durante os festejos dedicados ao rei Momo, o chamado carnaval de rua era bastante fraco, com um ou outro bloco, arremessando confetes e serpentinas, bem como "cabacinhas de cera", contendo água colorida às pessoas presentes. Era o chmado "Entrudo". Nos bailes, formava-se blocos distintos, devidamente fantasiados de acordo.
CINE TEATRO POLITEAMA
Esta ex-casa de diversão foi construída na avenida Álvaro Mendes, sobre o riacho do "Gato", por iniciativa do coronel Hermando Brandão, a fim de servir o público na projeção de filmes cinematográficos, especialmente. Também, servia como teatro. Nele aconteceram representações de várias companhias teatrais do Rio de Janeiro. Ainda, promovidas pela sociedade local, aconteceram teatrinhos de variedades, bem como peças dramáticas da larca do senhor Eleutério Rezende, o qual também brilhava como ator. Tais récitas e dramas, quase sempre eram beneficentes.
A força e luz para funcionamento do cinema era própria. os filmes eram do tempo do cinema mudo e as projeções se faziam acompanhar de músicas executadas por orquestra contratada, sob a dereção do senhor Ranulfo Barros, exímio flautista.
CINE NATAL
Tempos depois, o senhor Bento Leão adaptou a sua residência em casa de divesão, inaugurando o cinema falado sob o título citado. Este funcionava com energia e luz próprias, pois este senhor possuía um motor para beneficiamento de arroz no qual foi adaptado um dínamo para energia elétrica.
Anexo ao cinema funcionava o Bar Natal de sua propriedade, passando este a ser o mais frequentado da cidade.
Passados alguns anos, surgiu outro cinema de propriedade do senhor Adala Attem, em prédio também adaptado, que este adquiriu de um patrício, o qual retornou à sua terr natal. ( o nome deste sírio não me ocorre, informe-se com seu mano Michel ).
AMPLIFICADORA DE SONS
Não possuindo Floriano estação de rádio-transmissora, foi criada no "Cine Natal", uma amplificadora para anunciar os filmes programados. Com o correr dos tempos, esta tornou-se um órgão de propaganda do comércio local, como também de informações, onde eram comentadas as notícias da cidade e do Estado de um modo geral. Nos intervalos das notícias eram transmitidas músicas orquestradas e cantadas, tornando-se, assim, mais um divertimento para o povo.
BARES E BOTEQUINS
O primeiro bar conhecido era de propriedade do senhor Doca Rocha, contendo além de bebidas e cigarros necessários ao bom funcionamento deste, salões para jogos de bilhar e sinuca, como também jogo de azar - carteado e outros.
Anos depois, referido bar foi adquirido pelo senhor Calixto Lobo para o senhor Moisés Kinahier, tornando-se um ponto de reunião frequente dos componentes da Colônia Sírio-Libanesa, especialmente. Estes eram conhecidos pela população piauiense pela alcunha de "carcamanos".
Também, o senhor José Cronemberger abriu um segundo bar, provido do necessário, tendo ainda amplo salão com sinucas e jogo de dominó etc. Não tinha jogo de azar. Seu estabelecimento era bastante frequentado por famílias da sociedade, destacadamente. O movimento maior era das 06 às 10 horas da noite. E nos domingos e feriados começava após a missa das 08 horas.
Outros bares - do senhor Genésio Nunes e do senhor Manuel Vieira dos Santos. Com o advento do "Bar Natal", os outros foram desaparecendo paulatinamente.
Os botequins ou tabernas funcionavam na zona boêmia, sendo os mais frequentados - o do senhor Anfilófio melo e o do senhor Francisco Gonçalves da Paixão.
BANDAS DE MÚSICA
A primeira banda de música pertencia ao saudoso professor de música - Manuel Martiniano da Costa. Depois a "União Operária" fundou a "Euterpe Florianense", sob a direção do senhor Joaquim Araújo. Este teve como sucessor o senhor João Francisco Dantas.
Anos após, e em decorrência da incrementação do futebol amador pelo comércio, surgiu uma terceira sob a direção do senhor João Martins. Este era saxofonista e procedia da cidade de Oeiras.
FUTEBOL
Este esporte bretão teve outrora grandes momentos de lazer para a sociedade e o povo em geral. Nas tardes domingueiras eram frequentes as partidas de futebol, entre os times amadoristas do comércio e do operariado.
O do comércio denominava-se "Comercial Futebol Clube", tendo como Presidente o senhor José Francisco Dutra, Gerente da firma Marc Jacob, e o da classe operária, tinha a denominação de "Artístico Fubebol Clube",cujo Presidente era o senhor Joaquim ( Quincas ) Araújo.
As torcidas de ambos vibravam com as atuações de seus times, chegando ao ponto de deiscriminação entre aqueles que militavam no comércio, e os operariados. As rivalidades eram notórias naquela época, daí o surgimento da banda de música acima referida.
Talvez, pelos motivos retro mencionados, o futebol amador tenha desaparecido de Floriano.
FOLCLORE
Nas épocas de junho, haviam congados e bumba-meu-boi e em dezembro pastorinhas e reizados, festas estas bastante animadas e apreciadas pela população. Também, em junho, faziam-se as tradicionais fogueiras, nas quais eram assadas batatas e macaxeiras, acompanhadas do célebre quentão ou gegibirra.
São tradições e eventos que estão quase desaparecendo neste País, o que é uma pena. Em contrapartida, a violência nas grandes cidades está crescendo assustadoramente.
RIO PARNAÍBA
Nos medes de verão, especialmente nos domingos, a juventude e a criançada realizavam neste rio momentos de entretenimento, não somente banhando-se nas águas e ainda, nadando e atravessando-o montados em talos de buritís, bananeiras para maior segurança de seu desiderato. Contudo, o rio Parnáiba não era apenas salutar para os banhistas. suas águas traiçoeiras, às vezes, conduziam os mais audazes às correntezas e fatalmente à morte. Recordamos com pesar os pranteados rapazinhos Alberto Drumond Neto, filho do senhor Honorato Drumond; José Crvalho, filho do senhor abdenago Ferreira de Carvalho; e Milton da Fopneca Rocha, filho do senhor Martinho Rocha. Este afogou-se, não souberam como, quando em viagem de Teresina para Floriano.