Paulo Rios Ribeiro
Cine Natal, anos de 1950 |
Nascido e criado nas margens do outrora imponente Rio Parnaíba, na divisa entre Barão de Grajaú (MA) e Floriano (PI), relembro-me com saudade da minha inserção e predileção pela “sétima arte”, esta centenária denominação criada pelo italiano Ricciotto Canuto em 1912.
Camaradas, desde a minha inserção na diretoria da cinqüentenária Associação Florianense dos Estudantes Secundaristas (AFES) em 1977, quando nossa entidade, através da "Polícia Estudantil", ficou com a incumbência de “fiscalizar” e garantir o direito dos estudantes florianenses de usufruir o benefício da meia-entrada no também cinqüentenário Cine Natal, ali, ao lado do antigo Supermercado Triunfo, na Avenida Getúlio Vargas.
Tempos imemoriais que marcaram profundamente a nossa adolescência e a amizade perene, nas matinês com muito kung-fu, faroeste e, para os maiores de idade, muita pornochanchada, gêneros cinematográficos típicos dessa época.
O Cine Natal, sem dúvida alguma, tornou-se a melhor experiência cultural para nós, estudantes do também cinqüentenário “Colégio Estadual Osvaldo da Costa e Silva”, do “Colégio Industrial São Francisco de Assis”, dentre outras escolas florianenses. Destas escolas, onde estudávamos, saíamos em bandos na direção do cinema para curtir os filmes em cartazes e, no meu caso, descia celeremente a Rua Castro Alves, ansioso para chegar.
Muitos camaradas queridos, cuja amizade prezo até os dias de hoje, vivenciaram essa experiência única ao ter acesso à cultura e ao entretenimento numa cidade considerada, naquela época, como a terceira mais importante do estado do Piauí.
Reverencio aqui os meus “conspiradores” do BAPA (jornal publicado no segundo ano do 2º Grau, em 1978) veículo provocativo e crítico no contexto do final dos anos 70 em Floriano. Dentre eles, Pinto Neto, Bodão, Astrobaldo, Edom e tantos outros queridos e saudosos amigos.
O fato é que essa experiência cinematográfica numa cidade do interior do Nordeste brasileiro marcou todos nós que vivemos essa época, época da distensão lenta, gradual e segura, oferecida por Geisel e pela transição que se inicia em 1979, sob o jugo de Figueiredo. Para nós, um ano mágico, quando chegávamos à conclusão do segundo grau, nos despedíamos do velho Cine Natal e vislumbrávamos o futuro, de olho na universidade, conscientes de todos os enormes desafios que haveríamos de enfrentar.
Camaradas, pretendo, paulatinamente, oferecer algumas dicas cinematográficas neste espaço virtual de modo que eu possa – humildemente – contribuir com o debate sobre inúmeras questões e temas fundamentais para que possamos compreender melhor o mundo e a humanidade através de películas de primeira grandeza.
Em tempo:
Veja uma de suas entrevistas no endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=1L_u-ulYA3I
Em tempo:
Veja uma de suas entrevistas no endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=1L_u-ulYA3I
2 comentários:
Brasília,DF, em 11 de setembro de 2015
Meu estimado amigo J E A N C L E R Q U E,
Como sempre, leio as suas oportunas e saudosas lembranças da nossa Princesa do Sul. Neste caso, a do CINE NATAL, que na Década de 60 e início da de 70, tive a honra de exercer a função de FISCAL DE MENORES, tinha até Policial Militar à minha disposição para manter o ordem. Nunca precisou ser usada essa força, pois os amigos sempre se dispuseram a colaborar. Essa atividade de Fiscal de Menores se aplicava pelas sempre divertidas e mais saudosas ainda noitadas.
J A N C L E R Q U E S, suas MENSAGENS nos trazem muitas recordações...
Abraços do amigo,
JOSÉ SILVA
Brasília - D F
Acredito que durante as décadas de 50, 60 e 70, o cinema, principalmente nas pequenas cidades do interior do Brasil, exerceu um papel muito importante.Para muitos, era o único meio de diversão de um final de semana.Aqui na minha cidade também foi assim.Três Barras - SC em toda sua história teve apenas um cinema que funcionou até 1980.Para mim, que sou de 1960, acompanhei nos anos 60 e 70, quando as sessões aconteciam somente nos finais de semana.O filme vinha pelo trem.Era uma alegria geral.
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