Orquestra de Rabecas |
A rabeca é
um instrumento de cordas friccionadas, semelhante ao violino, tocada a mais de
300 anos na cidade de Bom Jesus. Até sábado (11), a cidade é a capital da
rabeca, unindo mestres rabequeiros que aprenderam a tocar sozinhos, e a nova
geração, que também produz o instrumento. A abertura oficial do 8º Festival de
Rabecas de Bom Jesus aconteceu na noite desta quinta-feira (10), no palco
Mestre Joaquim Carlota, com apresentação da Orquestra de Rabecas, mestres
rabequeiros e o Trio Gavião, da cidade de Goiânia, Goiás.
A Orquestra
de Rabecas de Bom Jesus abriu as apresentações ao lado dos mestres rabequeiros
Valdeci Araújo, Mestre Erondino, Pedro da rabeca, Mundico Silva e Joaquim
Carlota, acompanhados de Jeferson Leite e o Trio Gavião.
“Qualquer
interior do Brasil tem uma rabeca escondida e são poucas as iniciativas como
essa, de fazer um festival, isso é o máximo. A rabeca é mais antiga que o
violino e podemos dizer que o violino é uma rebeca aristocrática”, explica o
músico Jeferson Leite, que também faz pesquisa sobre o instrumento.
O mestre que
dá nome à orquestra de novos rabequeiros, ao palco principal do evento e que
inspirou a realização do Festival de Rabecas, Mestre Joaquim Carlota, tem 76
anos e desde os 12 toca o instrumento que aprendeu sozinho.
“Eu aprendi
a tocar rabeca só vendo os outros tocando, quando eles largavam aí eu pegava e
começava a tocar. A rabeca é muito importante na minha vida e graças a Deus
tenho a felicidade de ser homenageado aqui”, afirma Mestre Joaquim
Carlota.
O Festival
de Rabecas, além de fazer um intercâmbio cultural, unindo rabequeiros de
diferentes regiões do Brasil, ainda é uma oportunidade de mostrar o resultado
de oficinas realizadas na cidade, como a oficina de dança e a de confecção do
instrumento. Mestre Valdeci Araújo, além de tocar, ministra oficinas de
confecção da rabeca. Foi ele, inclusive, quem fez os 20 instrumentos que estão
sendo utilizados pela orquestra de Bom Jesus.
“Até sábado
Bom Jesus é a capital da rabeca e essa 8ª edição consolida uma marca que não é
só de Bom Jesus. Aqui temos rabequeiros de todo o Brasil e também estamos
trazendo atrações internacionais. Vamos aproveitar o festival. Vida longa à
rabeca”, afirma o secretário estadual de Cultura, Fábio Novo, idealizador do
evento.
Na noite de
ontem (10) ainda passaram pelo palco principal Vagner Ribeiro e o grupo Valor
de PI, o Duo Recanto, de Portugal, Lene Alves e o Forró de todos os tempos, a
Banda Encatus e Dally Samba. A programação de hoje segue com apresentação da
Orquestra de Rabecas e mestres rabequeiros, Puxadores de Incelença da
comunidade quilombola Custaneira, de Paquetá do Piauí, Lilia Diniz, As Fulô do
Sertão, Mara Pavanelly e Voo Livre.
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