7/15/2012

FLORIANA NOSSO AMOR

A região onde nasci no Maranhão é uma projeção da antiga freguesia de Nossa Senhora da Vitória da Vila da Mocha, depois Oeiras do Piauí. Passados dois séculos, erguida Floriano à barranca direita do Parnaíba, mais próxima, assumiria esta o papel de referência citadina maior sobre aqueles sertões dos “pastos bons”, dadivosos, repartidos em várias municipalidades muito distantes da capital, São Luís.


Do ponto de vista de sua formação, nada é diferente entre a vida sertaneja de um e do outro lado nesse Médio Parnaíba. E desde fins do século XIX, Amarante, e Floriano ainda mais, sob os impulsos da navegação a vapor, tornaram-se centros de comércio e civilidade, atraindo em sua dinâmica, sobretudo, todo o leste-sul maranhense e o sul piauiense.

Quando eu nasci e “me entendi”, Floriano era essa referência luminosa em nossas vidas. Mais: minha família – lado dos Fonseca, chegada à região por volta de 1822 – está entroncada na Passagem da Manga, nucleada nos hoje municípios de São Francisco do Maranhão e Barão de Grajaú, sendo a parte piauiense dela ramificada a partir do município histórico de Jerumenha. Muitos desses Fonseca, sobretudo os aquinhoados de terra, estão presentes na ação fundadora dos próprios municípios da Manga/Floriano (1864/1890), São Francisco (1870) e Barão (1904/11). Minha mãe nasceu a cinco léguas de Floriano, nos limites de São Francisco e Barão e conheceu Amarante e Floriano ainda na juventude.

Aos doze anos conheci Floriano, nos anos 60. Tinha um tio em Barão que me trazia de Passagem Franca para breves temporadas de férias. Era uma sensação andar pela “cidade-luz” da memória de minha mãe e de onde chegavam à Passagem os caminhões carregados disso e daquilo, os viajantes, médicos, ônibus (do Pedro Caetano) e o misto (do Cícero), livros e revistas. Onde iam estudar os filhos da aristocracia municipal passagense. No dia mesmo em que nasci, um médico florianense muito querido esteve em minha cidade “pegando” a filha do vice-prefeito que naquele dia, com muito sofrer, também viria ao mundo.

Em Floriano entrei pela primeira vez numa sala de cinema, Cine Natal: antessala com espelhos e porteiro impecavelmente vestido, bombons (tinha curiosidade de saber o que eram os “drops”), tela imensa, “cinemascope”. Na calçada do Cine, banquetas com livrinhos de bolso, “os fbis”, novos, e muitos deles usados e disponíveis para as troca, locação,etc. Ao lado uma sorveteria e picolés nos palitos. Numa outra esquina uma “farmácia” com todo tipo de garrafas, garrafões e tubos retorcidos com produtos coloridos. Vi ali pela vez primeira uma freira, em hábitos (mesmo traje das imagens de Santa Teresinha de Jesus existentes nas igrejas de São Pedro de Alcântara e de Santo Antonio –no Barão). Vi os “automóveis”, isto é, os “carros de passeio” que chamavam de “baratinha”, “rabo-de-peixe” e “cadilac”. Tinha curiosidade de saber como que era um “Banco”, Bomba de Gasolina e as casas que chamavam de “bangalô”: em Floriano vi tudo isso. E mais várias coisas de cidade grande.

No universo mental e das falas da minha “nesga de sertão”, sobretudo do povo do campo, a maioria, invocava-se a importante cidade piauiense (nossa metrópole) com a declinação feminina de “Floriana”: vou para...; comprei isso ou aquilo, em...; foi estudar... É um jeito ou traquejo de falar, assim como nas formas pretéritas, no sobrenome das mulheres não se escrevia, por exemplo, Veloso, mas sim, Velosa, Cardoso e sim Cardosa, Franca, Coelha, Brandoa, Granjeira.

Também o namoro na praça de Floriana dizia-se que era devasso; poucos pais se atreviam deixar as filhas por lá p. estudar. Até saiu um “romance” de cordel, proscrito, e de muito sucesso, chamado exatamente assim: “O namoro na praça de Floriano”. Mas disso falaremos noutras ocasiões. Agora, interessa parabenizar a “Cidade-Floriano”, razão da paráfrase do título. Afinal, minha menção de amor é à princesa e não ao marechal.

Fonseca Neto, professor da Ufpi
Fonte: acessepiaui.com.br

7/14/2012

NANICO


Nanico e sua arte
José Edilberto da Silva, conhecido como "Nanico", nasceu em 1º de novembro de 1960, tendo como pais adotivos o senhor José Monteiro de Carvalho e a senhora Maria da Conceição Lopes, vivendo toda a sua vida em Floriano.

            Estudou o Ensino Fundamental na U.E. “Fauzer Bucar” e no Ginásio “Santa Teresinha”. Cursou o Ensino Médio na Escola Normal “Osvaldo da Costa e Silva”. Recebeu o apelido de Nanico, devido a sua baixa estatura. E com este, foi consagrado como artista.

               Teve seus primeiros contatos com a marcenaria ainda no período colegial, iniciando sés trabalhos com a idade de 16 anos. Seu mestre foi o Sr. João Borges, porém Nanico, aprimorou-se na arte de talha em madeira. Além da talha, Nanico também trabalhava com pirogravura, esculturas em gesso, marcenaria em geral, e também desenhava caricaturas.
Acervo Particular

            Casado com Nereida de Freitas Martins Silva teve dois filhos, Karolynne e Gabriel.

            Participou de várias exposições de arte, sendo ganhador do 1º lugar no Salão de Arte Santeira, em Teresina, e terceiras colocações nos anos posteriores.

            Suas obras retratam o homem nordestino, o cotidiano do piauiense e também a arte sacra.

Em Floriano, existem várias obras suas espalhadas, por várias igrejas e residências.

 São seus os entalhes do Mosteiro e do Noviciado, no bairro de Nossa Senhora da Guia. Há também obras suas na Alemanha e na Itália, e, apesar de ser reconhecido regionalmente, não recebeu devidamente, em vida, o justo reconhecimento por seu indiscutível talento.

Faleceu muito jovem, no dia 12 de março de 2004, quando tinha apenas 43 anos, vitimado por complicações do diabetes.
A sua arte o imortalizou, mas não o enriqueceu. São suas palavras: “Tudo o que faço é o que gosto. Passo o que vejo e sinto para a madeira, para que os outros também vejam; é só isso”.

Algumas informações me foram passadas pelo próprio artista ainda em vida, outras foram complementadas por Dona Mariquinha, irmã do artista.

Fonte: Umbelarte

7/13/2012

FLAGRANTES

Salão Paroquial
SALÃO PAROQUIAL

O flagrante mostra o nosso tradicional Salão Paroquial. Ele foi construído nos anos de 1950. Seu idealizador, o Padre Pedro de Oliveira, adquiriu o terreno às suas custas do senhor Alexandre Almeida e, com muito esforço, iniciou a construção do prédio.

A finalidade do Salão Paroquial era de servir para a realização de reuniões, encontros e, também, para a prática de atividades artísticas sadias.

Foi no Salão Paroquial que a Catequese de Floriano sempre se reunia sob a orientação da professora Emília Martins. Foi também que o Teatro Experimental Florianense fez grandes apresentações nas pessoas de Pedro de Alcântara Ramos, Paulo Noleto, Edilberto Noleto, Iara Noleto, Raquel Bonasser, Filó Coelho e outros nomes que no momento fogem à memória.

No Salão Paroquial, Padre Djalma Rodrigues de Andrade reunia a juventude de Floriano para encontros, debates e pregações que culminavam com as inesquecíveis peregrinações. Foi nesse local que Frei Conrado iniciou o movimento dos Moços Católicos. O palco alto do Salão Paroquial serviu, por muito tempo, para programas de calouros, promovidos pela Rádio Difusora.

Nos últimos anos de seu funcionamento ainda abrigou as tão conhecidas "Semana Cultural de Floriano", shows do Conjunto Viazul e o Festival de música FMPBFLOPI, além de outros eventos significativos. Era um local movimentado e de grande serventia comunitária.

Hoje, porém, está desativado, um tanto depredado, sem nenhum serviço a prestar. Os florianenses, entretanto, ainda fazem boas referências do Salão Paroquial e o que ele representou para a cidade. Não haveria possibilidade de o mesmo ser revivido, reativado e voltar a servir ao povo desta cidade? O Salão Paroquial é um patrimônio da cidade e também um patrimônio da Diocese.

Fonte: Flagrantes de uma cidade / Luiz Paulo de Oliveira Lopes

PARA O RESTATE DA MEMÓRIA DA CIDADE

DOS ANOS QUARENTA AOS DIAS ATUAIS

A CHEGADA DO RÁDIO RECEPTOR NA CIDADE


Rádio Receptor

Por - Nelson Oliveira e Silva

Foi por volta de 1937/1938 que por aqui apareceram os primeiros aparelhos de rádio receptor e de maneira muito restrita, por dois motivos: primeiro, pela falta de estrutura para instalação do aparelho e, segundo, porque o poder aquisitivo do povo era muito pequeno e pala desconfiança do sucesso do referido aparelho e que terminou se constituindo naquele que apesar do desenvolvimento tecnológico da área das comunicações, é o único aparelho com o uso de pilhas, funciona e chega onde nenhum outro consegue chegar.

Sabe-se que o primeiro aparelho de rádio que chegou a nossa cidade, foi em 1938, adquirido pelo senhor João Pires Ferreira (1), exatamente no ano que eclodiu a segunda grande guerra mundial e para onde acorria os seus amigos, ávidos pelas notícias 92) do grande conflito, que se espalhou por toda a Europa.

A partir daí, alguns abastados adquiriram também os seus aparelhos, dentre os quais se destacou o senhor Bento Leão, que com grande tino comercial, também adquiriu um e instalou no bar de sua propriedade na avenida Getúlio Vargas, onde se fazia presente uma grande platéia, formada pelos que não possuiam o aparelho.

O movimento era muito grande e daquilo vinha o resultado comercial, porque de alguma forma, muita gente adquiriam produtos ali expostos, como cerveja, cigarro, cafezinho e muitos outros produtos. Embora o senhor Bento não dependesse da energia elétrica pública, porque ele possuía motor próprio, o movimento começava por volta das 7 horas da noite e varava pela madrugada, com todos ali presentes, interessados nas notícias, mesmo porque, somente das 11 horas era que a transmissão era captada com clareza. Sinais dos tempos.

A segunda grande guerra mundial, foi sem dúvida, instituída por um lunático chamado Adolf Hitler, nascido na Áustria e criou aquele conflito, como presidente da Alemanha, onde seres humanos foram sacrificados de maneira estúpida e covarde, buscando a superioridade da raça alemã sobre as demais raças, intenção que foi rebatida pelas forças aliadas, das quais o Brasil era parte integrante.

E o rádio foi o instrumento que levou para todos os cantos do mundo aqueles fatídicos acontecimentos, que enlutou a humanidde. E a Rádio Nacional, através do seu Reporter Esso, que foi levado ao ar por mais de tr~es décadas, foi a portadora da maioria das notícias daquela malfadada porfia internacional. Por isso tem a sua história e continua com o seu prestígio em alta.

Depois daquele conflito em que o rádio cumpriu o seu papel, como o meio de comunicação, nas lojas da cidade começaram, embora de forma acanhada, a vender o produto, a maioria importados, que funcionavam com energia elétrica, bateria de carros e posteriormente, com pilhas para lanternas, aí, sim, a coisa se desenvolveu de tal maneira, porque a maioria do povo teve acesso e adquiriu o instrumento, principalmente, quando a energia elétrica pública se estabilizou nas décadas de 70.

Hoje, a história é muito diferente em todo o Brasil, n aárea das comunicações, possuindo cerca de 130 milhões de celulares, quase um aparelho para cada habitante.

Apesar do estupendo desenvolvimento tecnológico dos nossos meios de comunicação, o aparelho de rádio que hoje existe nos mais variados tipos e modelos, continua levando a sua mensagem aos mil longíquos rincões da nossa Pátria, sempre chegando onde os outros não chegam.

NOTAS EXPLICATIVAS COMPLEMENTARES

1) Jornalista, maçom do quadro da Loja Maçônica Igualdade Florianense da qual foi o seu Venerável Mestre em 1922;

2) Onde se reuniam pessoas das maisvariadas classes sociais da nossa cidade.

TIMES ATUAIS DE FLORIANO

PROFISSIONAIS:

CORI-SABBÁ - Fundador: Carlos Augusto ( O Pompéia ), diretor atual: José Bruno dos Santos;

Time do Princesa do Sul, fundado
no ano de 2002
PRINCESA DO SUL - Fundado no ano de 2002 pelo desportista José Filho.

AMADORES:

ESPORTE CLUBE FLORIANO - Presidente: José Bruno dos Santos Filho ( O Zé Bruno );
FERROVIÁRIO - Barão de Grajaú;
RENO ESPORTE CLUBE - Fundado pelo desportista José Amâncio, Presidente atual: Francisquinho, time da Vereda Grande ( Zeca Zinidor );
MANGUINHA - Presidente: Vicente Rodrigues de Araújo;
GRÊMIO ESPORTIVO FLORIANENSE - Fundadores: Abdoral Alves do Nascimento e o jogador Almeida ( 1968 ), era presidente: Calisto Lobo Matos; presidente atual: Galdino dos Reis Oliveira;
VITÓRIA - Fundador e Presidente: José Carlos, time do Bairro Sambaíba;
BOTAFOGO - Fundador e Presidente: José Maria ( fotógrafo );
ATLÉTICO PIAUIEBNSE - Fundador e Presidente: Jorge Luís, time da rua 7 de setembro
ATLETAS DO FUTURO - Fundador: Carlos Augusto ( o Pompéia ), presidente atual: Antonio Ferreira;
CORINTHIANS - Fundador: Antonio Canut, time do bairro Mário Bezerra;
FLAMENGO - Fundador: Leonor, time do bairro Santa Rita;
NÁUTICO FUTEBOL CLUBE - Presidente: César Queiróz Ribeiro, time da cidade de Barão de Grajaú.

Fonte: Laboratório Sobral

7/12/2012

Estudante florianense participará do Parlamento Juvenil do Mercosul


Mª da Paz - Diretora

O projeto Parlamento Juvenil do MERCOSUL é uma ação contemplada dentro do Plano estratégico do setor educativo do MERCOSUL e elaborada para atingir o objetivo de contribuir para a integração regional, acordando e executando políticas educativas que promovam uma cidadania regional, uma cultura de paz e o respeito pela democracia, pelos direitos humanos e pelo meio ambiente.
Em entrevista, a diretora Maria da Paz, disse:

“Foi feito um diagnóstico sobre a vida do aluno, que apresentou uma proposta sobre o ensino médio. Então, realizamos um trabalho junto com a coordenação e professores, e foram avaliados esses projetos e enviados para Teresina".



O projeto é formado em conjunto pelos Ministérios de Educação do Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Bolívia e Colômbia. Seu objetivo principal é abrir espaços de participação, possibilitando que jovens possam debater e trocar ideias sobre temas atuais e importantes. O debate e a participação constituem práticas sumamente importantes para uma educação democrática, respeitosa dos direitos humanos e promotora de uma cidadania crítica.
Fonte: florianonews.com

ALBEARTES - 18 ANOS DE EXISTÊNCIA

Novo Livro de José Bruno
dos Santos
No último domingo (08), foi o aniversário de 115 da cidade de Floriano  e ainda com muito júbilo foi festejado os 18 anos de existência da Academia de Letras e Belas-Artes de Floriano e Vale do Parnaíba – ALBEARTES.

Compareceram muitos convidados e um grande número de Acadêmicos. Foi também o lançamento de mais uma obra do imortal José Bruno dos Santos que é Presidente da Albeartes, cujo trabalho leva o nome de COLETÂNEA DE CAUSOS E CASOS. De seus nove filhos compareceram seis, e compareceu um de seus netos que também é acadêmico da Albeartes.


A Acadêmica Cândida Goes fez uma saudação aos presentes e fez uma dissertação desde a fundação da Albeartes aos dias de hoje, inclusive citando nomes dos patronos e sócios honorários. Vários acadêmicos se pronunciaram em torno das festividades, inclusive Sebastião de Oliveira Rosal, pessoa simples que também tem dado sua parcela de contribuição para a cidade de Floriano.

A ALBEARTES foi fundada em 08 de julho de 1994 por iniciativa de um grupo de intelectuais, sob a inspeção de Herculano Morais Filho, José Milton de Deus Fonseca, Heitor Castelo Branco, José Fortes e João Carlos Ribeiro Gonçalves, que foi o primeiro presidente da Academia onde presidiu por 3 anos.
O atual presidente da Albeartes José Bruno dos Santos está muito satisfeito com o quadro de acadêmicos e falando sobre a festa de aniversario da entidade, disse que se sente muito feliz inclusive com o lançamento de seu novo trabalho. A Academia é composta por 40 acadêmicos, 78 sócios honorários e 18 sócios beneméritos.
Fonte: florianonews.com


HISTÓRIAS DE FLORIANO

  FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE ATITUDE SUSPEITA Salomão Cury-Rad Oka Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os cl...