7/07/2006

A PRAÇA

O cenário é romântico. Perambulávamos pelos arredores centrais da cidade, colhendo lugares, paisagens e ruas da Princesa. A nossa paixão fez com que exaltássemos esse momento, nesse instante, dos contornos da praça doutor Sebastião martins.

O tempo nublado, numa bela manhã do mês de março do ano de 1984, andávamos silenciosamente a procurar uma empatia para sentirmos felizes. Os contornos da praça ainda eram os mesmos numa exuberância lírica, que nos envaidecia. Procuramos, necessariamente, eternizar esse momento para comprovar o grande amor que sentimos pela Princesa.

O rio já não é mais o mesmo, mas as águas ainda correm em seu leito devagar. A praça doutor Sebastião Martins já não é mais a mesma, mas o bar Sertã ainda nos dá a sensação épica de um bem querer com os velhos carnavais que os anos não trazem mais.

FIGURAS QUE MARCARAM ÉPOCA

FREITINHAS
João Pena Fortes, mais conhecido como Freitinhas, foi porteiro do Comércio Esporte Clube. No entanto, sua profissão era cobrador e foi nesta modalidade que ficou famoso por várias histórias. Sendo as mais conhecidas: a história que cobrou uma conta de Padre Pedro no confessionário da igreja (porque não conseguiu encontrá-lo em nenhum lugar).
- Conte seus pecados, meu filho! - Disse-lhe Padre Pedro, quando Freitinhas ajoelhou-se.
- Não tenho pecados, seu padre! Estou aqui é para cobrar-lhe uma conta!
Padre Pedro não teve outra saída a não ser pagar a conta.
Há, também, aquela história da dentadura que Freitinhas tomou de uma senhora, já que a mesma não pagava os serviços dentários executados pelo doutor José Paraguassu. Com a dentadura dentro de um saco plástico, Freitinhas exclamou para o dentista:
- Comprdre, o dinheiro eu não consegui receber, mas tomeu a mercadoria!
Estarrecido, doutor Paraguassu mandou que ele devolvesse a dentadura para a senhora que estava banguela. Mais tarde recebeu a conta de seu marido, quando o mesmo chegou de Boa Esperança, onde trabalhava.
A outra história, dá conta de que Freitinhas na noite de lua de mel "transou" foi com a sua sogra e não com a sua esposa. O pior é que no escuro não desconfiou de nada. Mais tarde, seu sogro foi também "transar" e a velha exclamou:
- De novo, você acabou de sair daqui!
- Eu, não! Então, foi o nosso genro!
Freitinhas foi, então, expulso da casa dos sogros e só quando alugou uma casa é que pôde finalmente transar com a sua esposa.
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Fonte: Floriano de hoje e de ontem / Theodoro Ferreira Sobral Neto

FAUSTO CARROCEIRO


SEU FAUSTO CARROCEIRO - Pontualidade e respeito com o cliente...


Fausto Luiz Gonzaga da Silva, ou simplesmente seu FAUSTO CARROCEIRO (In memorian), nasceu no ano de1913 em Floriano no bairro Manguinha. Casado com dona Antonia Francisca de Jesus Silva, que continua forte e resistente com seus 93 anos bem vividos.

Seu Fausto criou a família com dignidade, pois a sua profissão não permitia luxo, mas nunca deixou faltar nada para família. Na cidade, como as demais, não havia carros disponíveis, a sua profissão era muito valorizada e respeitada. Tocava o trabalho buscando sempre atender da melhor maneira a sua clientela, com cortesia, pontualidade e bom preço, apreciava manter e fidelizar seus clientes, levando as mercadorias e deixando nas casas dos amigos, como exigia seus clientes.

Tinha um hábito de “bater um bom papo” para colocar em dia os assuntos que ele observava no dia-a-dia no mercado público na praça Coronel Borges, (próximo da casa de doutor Milad Kalume) com o seu cliente e dileto amigo seu Vicente Roque, afirma sua filha - “Dona IA”.

Seu Fausto Carroceiro, irmão de seu Romão, é tio do nosso amigo Julimar da Silva, eletricista. Seus filhos(as): Luis Gonzaga da Silva (in memorian), Maria Luiza da Silva, conhecida como “Dona IA”, Maria dos Remédios (funcionária da Prefeitura de Floriano), Maria do Carmo Carvalho da Silva, Jezuito da Silva e Antonio José.

Perguntado a “Dona IA”, sobre o legado que “Seu” Fausto Carroceiro deixou, a resposta foi imediata e sincera:

“Nosso pai parecia ser fechado, mas era uma pessoa bastante agradável, gostava de contar histórias, piadas, mas somente para os amigos, e deixou exemplos como honestidade, pontualidade, educação, respeito, atenção e principalmente amizades, sentimos muito sua falta”.

Contou dona IA, bastante emocionada.
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Matéria – César Augusto

7/05/2006

VIAZUL


Logo depois do tremendo sucesso do conjunto - OS BRAVOS, no período romântico da Jovem Guarda, outras feras foram aparecendo dentro do contexto da música florianense no início dos anos setenta. Época revolucionária e, acima de tudo, lírica.
O conjunto VIAZUL, liderado pelo nosso amigo José Demes (Ieié), começa a aparecer no cenário local como um grupo de vanguarda, mostrando muita criatividade e irreverência.
Temos, portanto, na sua primeira formação, José Demes (vocalista), Irapuã Leal (baixo e ex-BRAVOS), Neivinha (bateria) e Nilson Coelho (guitarrista).
Observamos, na foto, Ieié (de costas), Genisson (p... de ovelha), Dilson e Irapuan em uma apresentação na famosa BR em grande estilo.
Precisamos promover o retorno dessa velha guarda para preenchermos lacunas extremamente irreversíveis no tocante à cultura da Princesa do Sul.
Ainda há tempo!

7/03/2006

OS BRAVOS II


Na foto ao lado, no famoso Floriano Clube, numa festa de arromba, observamos o baixista Irapuan Leal do conjunto - OS BRAVOS, que revolucionou a cultura florianense no período romântico da jovem guarda.
Essa maravilhosa relíquia foi extraída das mãos e das idéias inspiradoras do nosso mais tradicional fotógrafo Leuter Epamonindas (in memorian), que sempre fazia a cobertura fotográfica de nossas atividaes sócio-culturais.
Ao fundo, vê-se o locutor Aldênio Nunes, que também fazia parte do contexto cultural da Princesa do Sul.
Seria de suma importância que o pessoal da cultural local promovesse a volta, o retorno desse grupo, que contagiou as nossas emoções no passado; além disso, teria também a possibilidade de juntar outros fenômenos de sucesso, que bem poderíamos exaltar, tipo o conjunto VIAZUL e o famoso JOHN JÚNIOR, numa data festiva. Vamos promover a volta e o resgate de nossos grandes sucessos.
Alguém teria que tomar a iniciativa.

6/29/2006

A REGRA É CLARA

Tratava-se, evidentemente, de uma disputa acirradíssima, dentro do contexto lírico de nosso futebol. O Estádio Mário Bezerra recebia, como de sempre, um público afobado de torcedores, totalmente inspirado para mais uma jornada esportiva do campeonato florianense de futebol de poeira.
A partida era extremamente decisiva, espetacular e envolvia, necessariamente, o brio dos tradicionais dirigentes esportivos da Princesa do Sul. No entanto, Cangati, o árbitro da partida, vaidoso, não queria saber de confusão nem de discussões para apitar o ponta pé inicial da grande peleja.
Um fato inusitado, porém, seria motivo de um verdadeiro flagrante para o comandante do encontro. Cangati, num cochicho isolado, fora avisado de que o atleta Zequinha Futuca estaria tomando umas doses de uisques antes da partida, acintosamente. Imediatamente, com o sangue quente, o apitador da partida, com as suas pernas cambotas, sai correndo em direção a Zeca e, corajosamente, Cangati apontara o famoso cartão vermelho para Zequinha, expulsado-o da grande decisão.
- Cangati, que negócio é esse de tu me expulsar antes do jogo! Onde já se viu isso? Qualé a tua? - Indagara Zequinha Futuca, com as mãos nas cadeiras, nervosíssimo, puto das calças.
Cangati, imponente, usando categoricamente a sua moral e autoridade de árbitro do encontro, não quizera nem saber e resolve exaltar seu desabafo:
- Meu amigo, aqui quem manda sou eu! A regra é clara!
Restara a Zeca Futuca, portanto, ser consolado pelos seus companheiros e a partida tem o seu início dentro de um clima de protestos e discussões, naquela tarde quente de domingo, quando o nosso futebol exaltava sua epopéia romântica.

6/26/2006

OS BRAVOS



OS BRAVOS - SURGE UM EXTRAORDINÁRIO CONJUNTO MUSICAL
Uma multidão aguardava com ansiedade o lançamento do conjunto OS BRAVOS, logo após o famoso show do cantor da jovem guarda - Jerry Adriani no inesquecível 19 de outubro de 1968 às oito horas da noite.
Quando os garotos chegaram no Salão Paroquial, ficaram admirados com o comparecimento em peso do público; era tanta gente que não foi possível entrar pela porta principal, os quatro rapazes tiveram que pular o muro. O apresentador da Rádio Difusora de Floriano, Pedro de Alcântara Ramos, anunciou: “senhoras e senhores, com vocês - OS BRAVOS...”; foi de arrepiar, as cortinas se abriram e surgiram os quatros ídolos, com a faixa etária entre 14 e 16 anos, pulando e tocando a música de entrada, foi um delírio total. E, para abrilhantar o grande show, em seguida, entrou em cena o badalado Jerry Adriani.
Nessa mesma noite o conjunto seguiu para tocar no tradicional Floriano Clube, e outra surpresa, uma multidão os esperava, os organizadores da festa tiveram que fechar as portas do famoso clube, pois não havia mais espaço.

Os Bravos eram formados pelo baixista Irapuam Leal, o guitarrista solo Antonio Alberto (que tinha dois apelidos: pimentão e rádio globo), o guitarrista base Fábio de Jesus (mora hoje em Teresina) e pelo baterista Raimundo Neiva (Neivinha); depois, numa segunda etapa, o baterista passou a ser Levindo Sipaúba.

Tudo começou com a influência da jovem guarda. E Floriano, como uma cidade de vanguarda, também participou ativamente dessa fase romântica. Os jovens Irapuam, Marcone (filho de seu Florentino e irmão de Piruca), Pedro Bispo, Ozires (de Barão de Grajaú) e Zé Bruno Filho - “ficávamos horas e horas treinando e ensaiando os sucessos da época e quando um de nós conseguia imitar os acordes e os cantores dos conjuntos famosos, corríamos para casa de um e de outro para mostrar, era um barato, mora!” – conta, comovente, Irapuam.

Fatos pitorescos: com o intuito de buscar reconhecimento do público e ao mesmo tempo um padrinho forte para patrociná-los a turma, equipada com violões, fazia apresentações nas entidades como o Lions Club e Câmara Júnior. Os instrumentos musicais foram comprados pelo dinâmico Vicente Rodrigues (desportista), um entusiasta do grupo. Os ensaios eram realizados em dois locais, na rua Sete de Setembro, na residência do sogro de Antonio de Pádua, conhecido como Mata Sete (in memorian) e na rua Padre Uchôa, no quarto da esquina da casa de Neno Leonias (um grande incentivador do conjunto), filho de seu José Leonias; O adolescente José Demes (Ieié) era considerado o mascote, pois estava sempre por perto aprendendo os acordes, e pouco tempo depois passou a integrar o famoso grupo Viazul. Outros que acompanhavam, Dílson Barbosa, Genison (conhecido por priquito de ovelha). O nome da banda surgiu de uma longa lista, que teve entre vários nomes: THE BIRDS. Nos shows em Barão de Grajaú, os integrantes e os equipamentos do conjunto atravessavam de pontão (que fama, hein!).

OS BRAVOS tiveram uma passagem meteórica. Sua primeira etapa durou apenas de outubro de 1968 a maio de 1969, porém, pelo pouco tempo em cartaz, todos os seus shows eram lotados, os garotos fizeram apresentações no Floriano Clube, Salão Paroquial, Bar Carnaúba, Brotolândia, inauguraram as Casas Daher e o Posto São Cristóvão. O conjunto acompanhou vários cantores famosos, tipo Jerry Adriani, Zé Roberto, Lindomar Castilho, George Fredman e outras feras da jovem guarda.
Com o sucesso do grupo surgiram convites para fazer shows em São João dos Patos, Sucupira do Riachão, Barão de Grajaú, Guadalupe, Itaueira e em outras paragens. Na cidade de Barão de Grajaú, por exemplo, aconteceu um fenômeno, conta Irapuam - “o clube, local do show, estava tão lotado, que a gente tocava uma música, parava para afastar a multidão, voltava a tocar, parava, afastava a multidão e tocava, foi assim durante toda a apresentação”.

Perguntamos, então, a Irapuam, um dos idealizadores e fundadores do grupo, sobre algum fato que lhe marcou. Irapuam, hoje professor na UNED – de Floriano, foi categórico:

“Foram articulados uns shows nas cidades de Guadalupe e São João dos Patos para arrecadar fundos para construção do Convento das Irmãs no Colégio Industrial; como era impossível convencer o pessoal de casa para liberar-me, tive que fazer uma traquinagem: na sexta-feira saí de casa fardado como aluno Ginásio 1º de Maio e, numa sacola, escondido, o uniforme do conjunto para tocar no final de semana, foi um sucesso total, tanto nas apresentações quanto em casa, meus pais não tiveram outra alternativa, mandou-me, de prima, para Fortaleza. Época boa e romântica, que os anos não trazem mais!”
LEGENDA DA FOTO - OS BRAVOS NA ANTIGA RESIDÊNCIA DO EX-SENADOR JOÃO LOBO NA AVENIDA JOÃO LUIZ FERREIRA E ONDE FINCIONOU O INPS NO ANO DE 1976
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Colaboração: IRAPUAM, integrante e um dos fundadores do conjunto “Os Bravos”, hoje, professor da UNED de Floriano-PI; e César Augusto (filho de Antonio Sobrinho)

Tragédia da aviação piauiense, que tirou a vida de Raimundinho Caboré

O aeroporto de Cangapara era pequeno para o intenso movimento de aviões que nele pousavam e decolavam no ano de 1964 e, mais intensamente, e...