6/02/2006

TIBERÃO DE AÇO

O ex-prefeito de Floriano, José Bruno dos Santos do MDB, segundo ele, tinha por norma não assistir comícios de seus adversários, para não escutar a baixaria contra suas idéias, de forma que, certa vez, fazendo uma visita à Ibiapaba, estava acontecendo uma concentração da antiga ARENA e o doutor Tibério Barbosa Nunes, o famoso Tiberão de Aço, se fazia presente.
Zé Bruno, então, percebera que o prefeito Tibério estava desferindo-lhe algumas farpas, que ouvia através de um sistema de som, dentre as quais, Tibério Nunes desferia suas críticas duríssimas contra a oposição:
"anda por aí um sujeito fantasiado de negro. Tenham cuidado com ele. Que negro é esse, meus senhores, que calça sapatos de veludo, usa gravata italiana, camisa poliéster, terno branco de linho S-120 e desliza no salões do famoso Comércio Esporte Clube, o clube mais grã-fino da região? Isso não é negro: é um verdadeiro enrolão. Negro é o nosso Sadica (in memorian), um dos jogadores mais importantes do Ferroviário Atlético Clube, que com os seus dribles sensacionais marca os seus gols e levanta a nossa torcida. Daí a minha recomendação: vamos eleger Nazareno Araújo, deputado estadual, advogado brilhante, filho da terra, homem da sociedade."
No entanto, o velho Bruno surpreendera a todos, com o seu carisma, ganhando as eleições daquele período romântico da política florianense.
....................................................................................
Fonte: Crônicas para a história / José Bruno dos Santos

HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA


CANGATI
RIFIRI – É DURO APANHAR, JAMÉ!
CANGATI é um fenômeno, vem ano, passa ano e ele continua a mesma coisa: nem diminui nem cresce, mas deixou de beber. Detalhe: agora, ele anda numa bicicleta proporcional a sua altura, parece um menino, mas deixa pra lá, pois não somos da pastoral da criança para estarmos medindo as pessoas.
Cangati no futebol já foi de tudo, dono de time, treinador, roupeiro, bandeirinha e, por último, rifiri que por sinal dos bons.
Uma passagem interessante desse famoso piolho na epopéia do estádio Mário Bezerra, quando Cangati era escalado para apitar, alguns jogadores mais desaforados, por serem maiores que ele, aproveitavam algumas deixas e o agrediam com pontapés (pensando que era um saco de lutador de boxe).
Alguns torcedores, porém, invocados com aquele procedimento inadequado por parte de alguns atletas, decidiram fazer uma vaquinha e compraram um peixeirinha de 2 polegadas (só servia para tirar escama de peixe), e deram para o nosso herói, orientando-o:
- Se partirem para lhe agredir, seja homi, puxe a bicha e enfrente que dá certo, tu vai ver!
- Vixe! Será que dá certo, véi?
- Dáááá, sim! Num se preocupe! Qualquer coisa, estamos lá enriba da arquibancada.
- Rapaz, daqui que vocês desçam pra me ajudar já muito tempo tô lascado!
Abre-se as cortinas e começa o espetáculo, bola vai, bola vem, de repente, num lance, Cangati marca falta, um dos famosos agressores, partira para cima. Cangati, num pulo de gato, quase que mortal, meteu a mão no cós do calção e puxara de uma bainha novinha feito especial para a peixeirinha, dizendo:
- Vem, cabra da peste, se tu é homi (O cabra saiu em disparada no rumo do matadouro, espantando até os urubus ali existentes, forçando os mesmos alçarem vôo de emergência!).
Moral da história: nunca mais agrediram o nosso querido e atuante rifiri.
Cangati, obrigado pela sua importante participação no futebol florianense!
.......................................................................................................
Pesquisa: César / Colaboração: Lauro Cronemberger

6/01/2006

BRAULINO DUQUE DE FRANÇA





PROFº BRAULINO DUQUE DE FRANÇA - EDUCAÇÃO, ENTUSIASMO E DISCIPLINA
“DISCIPLINA - INDISPENSÁVEL À EDUCAÇÃO ”
BRAULINO Duque de França nasceu em Floriano em 1932, Filho de José Duque de França e Maria Rodrigues de Miranda. Mais tarde, Maria Duque de França iniciou seus estudos com a tradicional Professora Neném Preá, disciplina era seu lema, utilizando muito o método da palmatória para despertar seus alunos, passando ainda pelas escolas, como Agrônomo Parentes e Ginásio Santa Teresinha.
Seus pais incentivaram sua ida para Fortaleza - CE aos dezoito anos e fez uma jogada de mestre: servir o Exército e, ainda, passando no vestibular para Direito. Na proporção que ia fazendo seu curso universitário, permanecia como militar e, ao se formar, já era Sargento do Exército, o qual pediu baixa para exercer a tão sonhada profissão de Advogado.
Para retribuir o que a universidade lhe proporcionara, tinha uma grande satisfação em atender a classe pobre, sem cobrar seus honorários e, em contrapartida, a classe operária tinha um respeito incomum com o novo líder que surgia na cidade.
Luis Pinto, Presidente da União Artística Operária Florianense o convidara, então, para fundar o Ginásio 1º de Maio, após um período conturbado na União Artística. O ilustre Advogado foi demitido, causando uma revolta sem precedente da classe operária.
Casou-se com Maria do Carmo Gazze Duque de França e tiveram os filhos Braulino Duque de França Filho e João Alberto Duque de França, ambos Advogados. Mas o marco “BRAULINO” foi como diretor do Colégio Estadual, período áureo para educação florianense, colégios e diretores de primeira linha, jamais visto. Floriano era um referencial, disputada palmo a palmo com cidades de grande porte.
Profº Braulino, como gostava de ser chamado, tinha várias características interessantes: exigente (carregava a pecha de autoritário), disciplinado, entusiasmado, participativo, de atitudes, na Semanada Pátria era aguardado com ansiedade pela comunidade, pois era sabido que os ensaios que antecedia o desfile de 7 de Setembro ele acompanhava de perto, seu entusiasmo era transmitido a todos envolvidos, alunos, professores, funcionários, familiares, pois o sonho era tornar realidade, encantar a platéia, com um desfile estrategicamente preparado para tudo dar certo, os alunos (as) nos pelotões pareciam príncipes e princesas com suas vestes (becas) e bandeiras impecáveis; a bateria era a menina dos olhos, o recrutamento dos craques da banda era cuidadosamente planejado, pois os membros tinham consciência da sua importante função e o compromisso de treinar, treinar e treinar diariamente para depois comemorar e ter algumas regalias junto ao líder.
Outra façanha que era admirado por todos, seus passos firmes acompanhando e orientando toda a Escola, eram mágicos e inolvidávio. Peculiaridade: sua avô Inês Luzia da Natividade o ajudara a carregar tijolos para a construção da Igreja Matriz São Pedro de Alcântara, conta orgulhoso, Raimundo Duque de França, irmão de Braulino e colaborador desta matéria. Ele era educador e, sobretudo, humano!!
...............................................................................................
Pesquisa: César Sobrinho

5/31/2006

JOSEFINA DEMES



JOSEFINA DEMES

Doutora Josefina Demes nasceu em Kabab, um distrito de Auran na Síria, localizada nas proximidades de Damasco em 10 de dezembro de 1920.

A terceira filha de auad José Demes e Sahda Attem Demes, onde também nasceram os irmãos Joseph e Michel Demes. O seu pai, que havia passado seis anos no Brasil e conseguiu fortuna, regressou ao seu país apenas para casar-se. Era pensamento seu regressar logo depois do casamento, mas veio a guerra e ele teve que ficar trabalhando e cuidando da família. Ao terminar a guerra, regressou, finalmente, ao Brasil direto para Floriano, deixando a família para vir depois pelos idos de 1925.

A família, residindo em Kabab, a sua esposa Sahda recebera um grande golpe: o seu filho Joseph fora atacado de miningite e falecera. Em seguida, enfrentando todas as dificuldades, Sahda embarca para o Brasil, trazendo Michel e Josefina. Do Rio de Janeiro, pegaram o navio para São Luís do Maranhão e, na passagem por Salvador, Josefina fora registrada. Já em Floriano, o casal recebeu Maria e José Demes.

Josefina Demes fizera seus estudos primários com a mestra Adelina Batista no Grupo Escolar Agrônomo Parentes, curso Normal no Colégio das Irmãs em Teresina. Ginasial no Liceu do Ceará. Clássico no Liceu Piauiense. Formara-se em Farmácia na Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, e Filosofia, incompleto.

Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí; da Academia de Letras e Belas Artes de Floriano e Vale do Parnaíba – ALBEARTES; diretora do Ginásio Estadual; diretora da Unidade Escolar Monsenhor Lindolfo Uchoa; diretora da Escola Técnica de Floriano por 28 anos; diretora do Centro Educacional Fernando Ferrari; professora de História Geral, História do Brasil, Geografia Humana e do Brasil, História Econômica e Administrativa do Brasil e OSPB. Obteve as honrarias: Biblioteca Escolar Josefina Demes no PREMEN; Escola Josefina Demes (Malhada de Pedra); Sala Josefina Demes (UESP); Medalha do Mérito do Renascensa (outorgada pelo Governador do Estado Moraes Souza) e inúmeras outras homenagens.

Brevemente será lançado um livro inédito de autoria da doutora Josefina Demes, onde faz um apanhado histórico de toda a sua trajetória de vida.

Durante o período do centenário de Floriano, numa entrevista, doutora Josefina dizia que o futuro de Floriano á chegou: “ não se poderia perder mais tempo; Floriano precisaria resgatar seus ideais dentro de um contexto libertário e atuante de todas as suas lideranças”.

Doutora Josefina Demes deixou um legado diferenciado, que jamais morrerá, mas que continuará vivo e que será disseminado por aqueles que tiveram a oportunidade de conviver com a sua atuante postura de mulher vencedora, que não costumava ser derrotada em seus argumentos sólidos e realistas.
...........................................................................................
Fonte: Crônicas para a história (José Bruno dos Santos)

MARIA HELENA - ANTES E DEPOIS




PROFª MESTRA MARIA HELENA SIQUEIRA
A DIRETORA INESQUECÍVEL
“A EDUCAÇÃO É UM BEM INDISPENSÁVEL A TODOS”
Maria Helena Siqueira Rodrigues, nasceu em 09.11.1936 na cidade de Regeneração. Filha de Raimundo Nonato de Siqueira e Maria de Carvalho Siqueira, teve uma infância simples e bonita ao lado de seus onze irmãos. Casou-se muito cedo com João Sabino Rodrigues, funcionário público federal(Departamento de Correios e Telégrafos, hoje Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) e dessa união nasceram cinco filhos: Jeanne Helena, Judite, Jandira, Fernando e Ricardo; a família foi aumentada com sete netos e uma bisneta.
A jovem Maria Helena trabalhava em Amarante, quando foi convidada pela Inspetora Seccional do Ministério da Educação e Cultura, Profª Raimunda Rodrigues, para dirigir os destinos do Ginásio 1º de Maio, uma grande escola de Floriano, mantida pela União Artística Operária Florianense, cujas "saudades são ainda vibrantes", lembra a grande Helena. Não resistiu e aceitou o convite. Começava, então, a abrir várias portas e diversos benefícios para os estudantes de Floriano e cidades circunvizinhas, inclusive do Maranhão.
Manter os adolescentes na sala de aula era fundamental, as letras e as artes eram indissociáveis. Essa bela visão era o diferencial. O período à frentedo Ginásio 1º de Maio foi algo marcante, o carisma da diretora era extraordinário e envolvia a todos; conhecia seus alunos e pais pelo nome, a comprometida equipe de professores, dificilmente faltava aot rabalho, o índice de formatura (nas mais diversas faculdades do país) dos alunos que passaram pelo seu acompanhamento foi impressionante.
Profissional de fácil diálogo, de grandes conhecimentos na área educacional, sabia ouvir, respeitar, usar quando necessário a sua autoridade e jamais era contestada, extremamente coerente, tinha atitudes firmes e nunca exageradas, o bom senso sempre lhe foi companheiro.
Falar de Dona Maria Helena é lembrar bons momentos, é reviver nossa infância e adolescência sadia, pura e alegre. O aniversário do Ginásio Primeiro de Maio era um acontecimento grandioso; os ensaios para o desfile aconteciam com bastante antecedência e a turma se reunia no pátio numa algazarra só (gritos, empurra-empurra, brincadeiras de estudantes), quando alguém gritava: “lá vem ela”, pronto, era mesmo que botar água em fervura. Fazia-se um silencio inacreditável, era um espetáculo.
A diretora chegava para fazer a “chamada”, começando pelo 4º ano do ginásio (hoje 8ªsérie) até chegar ao 1º ano (5ª série), não se ouvia um barulho sequer. Maria Helena nos ensinou muito, com sua simplicidade e espírito de liderança, nos preparou para a vida. Jamais esqueceremos!
Em 1973, após a prematura morte de seu marido (ocorrida em setembro de1968), mudou-se para Brasília (deixou um vazio jamais preenchido), onde hoje encontra-se radicada. Com a mudança aperfeiçoou-se em Administração de Recursos Humanos, diversificando, assim, suas funções. Além de ter lecionado por algum tempo nas Escolas do Governo do Distrito Federal, dedicou-se inteiramente a área de recursos humanos, inicialmente no Ministério da Educação e Cultura e, posteriormente, no Ministério da Cultura e na Secretaria de Administração Federal, onde aposentou-se no cargo de Analista Consultora.
Por ser uma pessoa dinâmica, continua trabalhando e ocupa, atualmente, o cargo em comissão de Gerente de Projetos, na Secretaria de Gestão do Ministério de Planejamento Orçamento e Gestão, no Programa de Valorização do Servidor.
Em 2006 estará comemorando 70 anos de total dedicação às duas paixões da sua vida: a família e a educação.
Obrigada, grande mestra !!
...................................................................................................
Pesquisa: César Agusto

5/30/2006

FESTIVAL DE CALOUROS


FESTIVAL DE CANTORES ESTUDANTIS


FLORIANO REVELANDO TALENTOS

Há 38 anos a Rádio Difusora de Floriano teve a idéia de criar e realizar seu “1º Concurso de Calouros” e aconteceu no Salão Paroquial na comemoração de seu 11º aniversário de fundação. Na ocasião, o título foi conquistado pelo talentoso artista, Jonh Júnior. A jovem guarda passou e com ela também o programa.
Nos anos 80, uma segunda edição do velho e bom programa reapareceu, agora, com outro título, o FESTIVAL DE CANTORES ESTUDANTIS, mas logo depois foi desativado e assim ficou por 8 anos.
A 3ªedição reproduz um desafio e voltou com força total, tendo a frente a dupla de comunicadores nota 10 do rádio, NILSON FEITOSA e RENATO COSTA. Dispostos a fazer história, perceberam a aceitação do público e reativaram o show, que passou a ser realizado no estádio Tiberão, com mais conforto e melhores acomodações para o público médio de 6.000 pessoas.
A repercussão do Festival atrai calouros de outras cidades, como Francisco Aires, Oeiras, Rio Grande do Piauí, Canto do Buriti, Guadalupe e Picos no Piauí, São João dos Patos e Barão de Grajaú, no Maranhão. Cantores como Tom Cleber e Francis Lopes, já conhecidos nacionalmente, iniciaram suas carreiras artísticas aqui no Festival de Cantores Estudantis, dizem os promotores do evento com grande orgulho.
Outras revelações também passaram pelo palco mostrando seus talentos, são eles: Amauri Barros, Cantor Casa Nova, Danielle, vocalista da Banda Paquera, Franz, Lindalva, a vocalista de Roberto e Banda, Zé Francisco da Banda Sedução e outros.
O evento é organizado com meses de antecedência, pois tem o período de visitação às escolas para fazer o convite e aconscientização da população estudantil, para a importância da participaçãode todos, visto que, trata-se de um manifestação cultural, com possibilidades de despontar futuros profissionais na arte musical.
Perguntando aos organizadores do Festival como está a expectativa para o grande dia 03 de junho, (data marcada para a realização do show – 2006, foram unânimes em dizer "muito grande, cada show é um desafio, pois envolve muita gente, ensaios, som, iluminação, enfim, uma série de ações que na hora tem de funcionar como uma orquestra, harmonicamente!" Perguntamos, ainda, quantos calouros estão inscritos e como está aceitação do público? "são 32 candidatos, estamos empenhados em realizar e comemorar o maior festival de todos os tempos, o apoio do público tem sido o diferencial e aparticipação dos astros promete um repertório bem eclético!"
Imperdível! Estamos aguardando com ansiedade o sucesso!
Em tempo:
Segundo Janclerques Marinho, nosso editor, que quando organizou o seu festival de canções inéditas, em 1980 - o FMPBFLOPI, patrocinado, inclusive, pela Rádio Difusora de Floriano (apoio - Nilson Feitosa e Nazaré Silva), também foi o maior sucesso à época e ainda tem gravado em CD-r as doze canções classificadas do famoso festival.
...............................................................................................
Reportagem: César Augusto

5/29/2006

MOCÓ - ANTES E DEPOIS





Falar em futebol piauiense, de prima, criatividade, piolho de bola, é falar do nosso eterno craque - RILMAR BARBOSA DE ARAÚJO, o famoso Mocó, florianense da gema; nasceu em 15.08.1957, levando o nome da nossa cidade para além das fronteiras: Teresina, São Luís, Belém e Santa Isabel, viram o que havia de mais refinado na arte da bola.
Casado com Euma Maria de Araújo Barbosa, seus filhos, sua inspiração e orgulho, o trio Iatagan (17 anos – zagueirão), Iatuana (15 anos) e Rilmar Júnior (12 anos). Filho de família humilde, mas de valores incontestáveis; seus pais, Otacílio Barbosa de Freitas e Maria José Araújo; seus irmãos, Luis Afonso Barbosa Araújo (Afonsinho), Gilberto Barbosa de Araújo e Iara Maria de Araújo Barbosa.
O futebol perdeu um grande craque, quando “Mocó” abandonou a carreira profissional com apenas 27 anos no Tiradentes de Teresina e não viu futuro no futebol profissional, mas comunidade ganhou, no entanto, um funcionário exemplar, criativo, educado e bem relacionado; ele é hoje Agente Administrativo da Agespisa, com passagens em várias cidades do interior, onde deixou sua marca de trabalho sério em parceria com a arte de fazer amizades que é o futebol.
Hoje, é estudante da Universidade Estadual do Piauí - UESPI, realizando o sonho de se formar em Administração de Empresas. Mocó morava na rua Padre Uchoa, próximo a vários campinhos de peladas, onde se formavam craques, tipo: Batatão (Ginásio Santa Teresinha), campinho de Xica Pereira, campo dos Artistas, estádio Mário Bezerra, quadra do Comércio Esporte Clube e outros.
Sua carreira futebolista cresceu em progressão geométrica; iniciou jogando no CRB - Clube de Regatas Brasil, 1970, Grêmio, 1972 e Ferroviário, 1975 e, aos 17 anos de idade, já era titular da Seleção Florianense de futebol de salão. Detalhe: era artilheiro nato em todos times que passava, um fenômeno, era espetáculo vê-lo jogar, criou seu próprio estilo, era dotado de todos os fundamentos no futebol (habilidade, chute certeiro com a bola parada ou aérea, visão de jogo, criatividade, deslocamento para receber a pelota, dribles curtos e desconcertantes, e diga-se de passagem, com a alegria em jogar, amava jogar; resumindo: era mesmo piolho de bola).
Em 1978, buscando novos horizontes e conhecimentos, transferiu-se para a capital piauiense, onde fora morar na Casa do Estudante e nos intervalos da escola ia treinar no River. O nosso saudosoTiberim (diretor de esporte do Piauí Esporte Clube à época), soube que Mocó estava em Teresina e marcou cerrado, não deu espaço, convidou o moço e o convenceu a ir jogar e morar na concentração do PEC. Ficara tudo acertado, à noite Tiberim o levaria para treinar na seleção piauiense de futsal, pois o time estava se preparando para jogar em São Luis-MA, com a seleção do Maranhão. No treino Mocó foi para o time reserva, começou o show de bola, aí não deu outra, o treinador logo percebeu que estava diante de um astro, de um artista da pelota, o colocou no time principal, foi só alegria, senão vejamos. Foram realizados dois jogos em São Luis, o primeiro Piauí 2 X 1 Maranhão, segundo Piauí 1 X 0 Maranhão, os três gols do selecionado piauiense foram marcados pelo craque Mocó. Os maranhenses ficaram boquiabertos, tamanho espetáculo proporcionado por aquele jovem de apenas 21anos, com 57 Kgs, endiabrado, com um tiro certeiro, jogadas mirabolantes, com variações jamais vistas, o assédio foi grande, para que sua transferência fosse concretizada para a capital maranhense.
Durante esse período Mocó jogava ao lado de feras: Emídio, Rato e Aníbal e o Piauí fora penta-campeão do campeonato de júnior de 1979; liderou a artilharia do campeonato piauiense de profissional no primeiro turno e parte do segundo, chegando no final como terceiro artilheiro. Recebeu o prêmio revelação do campeonato piauiense.
Em 1980, um integrante da diretoria do Isabelense do Pará veio contratar Maninho e Washington; entretanto, ao assistir o espetáculo proporcionado pelo craque Mocó, preferiu contratá-lo juntamente com Chicão. Logo no primeiro ano (1981), veio o retorno do investimento, o Isabelense da cidadede Santa Isabel- PA, chegou a final do campeonato paraense, fato inédito para o interior, nunca um time tinha chegado tão longe, o Isabelense tornou-se vice-campeão e Mocó mais uma vez conquistou o título de destaque do campeonato paraense.
Perguntado sobre em quem se inspirara no futebol, a resposta foi de prima: “inspirei-me no meu primeiro técnico, Alberino de Paula, (Seu Bero) e no ícone do futebol florianese, Antonio Luis Bolo Doce (in memorian), tanto em futsal quanto em campo”.
ALGUNS LANCES
Campeonato Paraense, estádio Mangueirão, tinindo de gente, 25.000 torcedores, pense numa zuada, o jogo foi todo especial, até o juiz era famoso, Dulcídio Wanderley Buschila; Reno (com jogadores famosos: Zé Mário, ex-Vasco, Afrânio e Peixoto, ex-Guarani), o escanteio cobrado pela direita, a bola quicou na marca do pênalti, dominei, dei um banho de cuia no zagueiro e bati sem pulo, estufando a rede (para visualizar melhor, foi igual ao gol que Roberto Dinamite do Vasco do Rio de Janeiro fez em cima do zagueiro Osmar do Botafogo do Rio), e foi o gol da vitória, Reno 2 X 3 Isabelense, desabafa com emoção o ex-craque florianense.
Outro jogo inesquecível, segundo Mocó, River 1 X 1 Piauí, estádio Albertão; bola cruzada pelo lateral Washington, a meio metro do chão, que peguei a bola de voleio, o goleiro ficou paradinho, paradinho e a rede estufada.
"Por último, estádio Tiberão, ainda com o piso de piçarra, o clássico entre os selecionados: Floriano X Amarante, Zé Ulisses cruzou da esquerda, matei no peito e peguei de prima no ângulo, onde a coruja dorme”, relata com saudade o grande artilheiro.
- E no futsal, qual o melhor time que você participou?
- Como é bom lembrar, era o time do Palácio dos Móveis: Careca, Mocó, Eloneide, Serjão e Ednaldo (Naldinho), era brincadeira, ganhamos tudo, fui artilheiro com 32 gols e Ednaldo vice com 28. Fui artilheiro de vários torneios de férias de futsal.
Como caso pitoresco, podemos relembrar, a propósito, que quando Mocó chegou no Piauí Esporte Clube, em Teresina, vindo da Casa do Estudante, era só o talo, mas ficou mal acostumado com a panelada do cardápio do clube, que de repente disparou a engordar.
Atualmente, Rilmar continua atuante, é treinador do Corisabbá, fazendo um trabalho de base, de conscientização dos atletas para o futuro e participa da organização do resgate do Futsal, torneio de férias na quadra da AABB.
Graças a Deus!
.............................................................................................
Colaboração: César Augusto

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...