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Aldênio Nunes |
ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA,
NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE!
A
radiodifusão de Floriano começou com o prefixo de uma emissora do
Maranhão na década de 50 e, logo - Almir Reis e Antão Reis fundaram a
Rádio Difusora de Floriano. Os primeiros anunciadores de programas,
foram: Audir Dutman, Pedro de Alcântara Ramos, Alcebíades Costa, um
revolucionário, que na época lançou o famoso BIG SHOW DOMINICAL,
realizado aos domingos no Cine Natal.
Assim,
Aldênio Nunes, filho de Floriano, iniciou nossa entrevista,
descontraída, no caís da beira rio, com um visual deslumbrante, e como
testemunha, à frente o velho Monge, com suas águas soturnas, em pequenas
marolas, limpa a deslizar rumo ao mar, as chalanas, o flutuante, o
farol e a co-irmã cidade Barão de Grajaú.
A
mais antiga emissora de Rádio, a Difusora de Floriano, fundada 1957,
uma quase cinquentona, mas com um corpinho de atlético, foi a sucessora
da AMPLIFICADORA FLORIANENSE, que ficava no prédio do Cine Natal, quando
Dafala Atem era o locutor oficial. À tarde/noite, mais precisamente às
seis horas da tarde abriam-se os auto-falantes, onde anunciavam-se os
filmes, artistas principais, bar do Binu e outros comerciais.
Segundo
Aldênio Nunes, a evolução do rádio florianense, com a inauguração da
Difusora, "foi algo extraordinário. Lembro-me que na época a cidade
despertou, pois apareceram fenômenos que estavam em fase latente
(oculto), pois o despertar da juventude foi imensurável e aí surgiu a
segunda fase de apresentadores, os talentosos: Pedro de Alcântara,
Nazaré Silva, Fran Nunes, Nice Lurdes, com sua crônica social – uma
coisa inédita na época".
Surge,
então, surpreendentemente, a figura do lourinho ALDÊNIO NUNES,
apresentando vários programas com os nomes de arrebentar e criativos:
Alegria, Alegria (homenagem à música de Caetano Veloso), que ia ao ar às
cinco horas da tarde. Aos domingos, Nunes e os companheiros de rádio,
surgiu com um programa diferente: BOSSA, BALANÇO E BROTOS, nome
sugestivo, pois à época aparecia o ritmo da bossa nova, o balanço da
jovem guarda e os jovens começaram a ser vistos de outra forma, com
respeito.
O
programa fazia gincanas na beira rio, com atividades educativas. No
programa de domingo, por exemplo, Aldênio Nunes lançou também a
participação dos ouvintes via telefone, as pessoas ficavam encantadas!
Como a emissora era no edifício SAID, na rua São Pedro, e ao lado tinha a
empresa telefônica, não foi difícil, o grande locutor resolveu fazer
uma parceria.
Perguntamos ao Nunes sobre o teatro que existia na época, em Floriano, comente alguma coisa.
A emoção tomou conta do espaço:
-
Foi uma época de ouro, o TEF – Teatro Experimental Florianense,
dirigido pelo competente Pedro de Alcântara Guimarães Ramos, rapaz ele
merece uma entrevista dessa, faça! O Pedro, estava à frente de todos, um
detalhe, os ensaios eram realizados na casa de seu Antonio Leitão e
Dona Socorro e tinha como participantes do TEF os artistas Pedro de
Alcântara Ramos, Aldênio Nunes, Teresinha Nogueira, Raquel Bonasser,
Lurdinha Borborema...
- E sobre a Rádio Novela, foi um mito ou existiu?
- Sim, existiu, veja a criatividade da moçada, a Rádio Novela, era produzida em cima das letras das músicas.
- Programas de esportes, quem participava e como eram feitos?
-
O programa de esporte era feito por mim (Aldênio) e Fran Nunes, os
jogos do campeonato de futebol, transmitíamos da cabine do estádio Mário
Bezerra e dos torneios de salão inverno e verão, a transmissão era
feita da quadra do Comércio Esporte Clube.
- Vocês lançaram algum artista?
-
O Jonh Júnior, a criação foi nossa, era um galeguinho, bela voz, surgiu
no Big Show Domincal, Zé Antão e Aldênio, foram com cantor fazer a
gravação no Recife.
- E a Mais Bela Voz do Parnaíba, é da sua época?
-
Foi a nossa equipe que criou, surgiram vários artistas, chegamos a
fazer umas cinco edições nas cidades vizinhas, o objetivo era garimpar
novos talentos, e deu certo.
- Essa revolução radiofônica, durou quanto tempo?
-
De 1965 a 1972, inesquecível, vou pesquisar e mandar para o SITE
FLORIANO EM DIA, um bom material para vocês documentarem. Muito obrigado
por poder reviver um período tão rico, que estava oculto.
Reportagem: César Sobrinho