Floriano situa-se na Zona Fisiográfica do Médio Parnaíba, à margem direita desse mesmo Rio, em frente à cidade de Barão de Grajaú, Maranhão. A cidade fica a 240 km da capital do estado do Piauí, Teresina. Suas coordenadas geográficas são: 06°46'01” de latitude sul, e 43°01'22” de longitude oeste em relação a Greenwich. Sua altitude: 140 metros. Clima: quente seco, no verão, e úmido na época das chuvas.
DADOS HISTÓRICOS OFICIAIS DO MUNICÍPIO DE FLORIANO
A região onde se localiza o Município de Floriano situa-se na área das sesmarias que, em 1676, a Coroa Lusa dava a Domingos Afonso Mafrense, Julião Afonso Serra, Francisco Dias D'Ávila, Bernardo Gago, arcediago Domingos de Oliveira Lima, Manoel Oliveira Porto, Catarina Fogaça, Pedro Vieira Lima e Manoel Ferreira, potentados baianos, que jamais se abalaram, a seguirem para o Piauí e viverem em suas terras.
Essas concessões se estendiam por dez léguas de terras em quadro, para cada um deles, nas margens do Rio Gurgueia. Algum tempo depois, os contemplados, anteriormente, junto com Francisco de Souza Fagundes, obtêm mais dez léguas de terras, em quadro, para o Parnaíba.
A criação de gado começava a se expandir com rebanhos vindos de Cabo Verde.
A criação de gado “vacum” ia se transformando, além da atividade agrícola, em fonte principal de riquezas e, com o passar do tempo, os currais se multiplicavam.
O Município de Floriano situa-se na área em que Domingos Afonso Mafrense fundou as primeiras fazendas de gado no Piauí. Elas formariam o centro da expansão da pecuária piauiense.
Com a morte de Mafrense em 1671, trinta de suas fazendas foram doadas aos Padres da Companhia de Jesus — os jesuítas. Com a administração das fazendas pelos padres da Companhia, observou-se grande progresso e desenvolvimento dessas fazendas; porém, em 1760, com a expulsão dos Padres Jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal, as referidas fazendas passaram para o poder do Estado do Piauí ou, na época, Província do Piauí.
O Governador daquela época, João Pereira Caldas, após a expulsão dos Jesuítas, promove o sequestro ou tomada das fazendas e faz o arrolamento dos bens das mesmas. Após isso, divide-as em três inspeções com nomes de Canindé, Nazaré e Piauí.
Passados alguns anos, já em 1873, desmembram-se, da inspeção de Nazaré, as fazendas: Guaribas, Serrinha, Matos, Algodões, Olho D'água e Fazenda Nova, para formarem a Colônia Rural de São Pedro de Alcântara, criada pelo Decreto Imperial nº 5.292, de 10 de setembro de 1873, a cuja frente do projeto da Colônia Rural se encontrava o ilustre e primeiro agrônomo do Piauí, formado na França, Francisco Parentes, que havia sido comissionado pelo Ministério da Agricultura do Brasil para estudar, minuciosamente, as condições de criação de gado bovino no Piauí, especialmente nas fazendas da Inspetoria de Nazaré.
A sede da colônia foi situada à margem direita do Rio Parnaíba, a 60 léguas acima da cidade de Teresina, na época, capital da Província do Piauí, e a 150 léguas do litoral, no lugar chamado “Chapada da Onça” As fazendas acima mencionada formariam o patrimônio da Colônia, e as mesmas foram consideradas pelo Ministério da Agricultura e da Fazenda, para o fim de formar a Colônia Rural, por aviso de 10 de junho de 1873. As fazendas, que pertenciam à Inspetoria de Nazaré, contavam de 21 léguas de comprimento por 20 de largura, em excelentes terras, com pastagens de boa qualidade e foram doadas com três casas, currais e gado bovino existentes, em número de 10.000 cabeças.
Após essas providências, Francisco Parentes, se encontrava no Rio de Janeiro, ultimando os entendimentos para o início dos trabalhos a partir de Teresina. A bordo do vapor “Piauhy”, seguido de grande comitiva, o governador do Piauí, na época chamado de Presidente da Província do Piauí, Adolpho Lamenha Lins, segue para o local da fundação, onde, no dia 10 do mesmo mês e ano, lança a pedra fundamental do edifício principal (atual Terminal Turístico de Floriano) A pedra continha a seguinte inscrição: “São Pedro d'Alcantara — Estabelecimento Rural, fundado por Decreto n° 5.392, pelo Agrônomo Piauiense Francisco Parentes, na presidência do Exmo. Senhor doutor Adolpho Lamenha Lins, 1874.” Quando as obras do grande edifício sede já estavam quase concluídas, Francisco Parentes contrai febre maligna. Levado às pressas em uma canoa, para Amarante, a procura de socorro médico, ali morre com 37 (trinta e sete) anos de idade, no dia 16 de junho de 1876. Com a morte de Parentes, contudo, a obra teve continuidade.
Na época de Parentes e após a sua morte, por algum tempo não era permitido construções de casas particulares na área do Estabelecimento, o que, de certa forma, impedia um desenvolvimento mais rápido da sede da Colônia. Foi na administração de Ricardo Ferreira de Carvalho diretor do Estabelecimento Rural São Pedro de Alcântara, que foi permitido, livremente, a edificação de casas na colônia, o que era facilitado pela direção do Estabelecimento.
No edifício sede funcionava uma escola para os filhos dos escravos (ambos os sexos), órfãos e libertos pela lei de 28 de setembro de 1871. A escola não ensinava somente as letras, mas o ofício de mecânico, técnicas agrícolas, arte de curtume, alfaiataria, fabricação de produtos de laticínios, além de estudo religioso, música, física e química. No lugar denominado Brejo havia um campo experimental agrícola mantido pelo Estabelecimento. Em 1884 recebeu tentativa de reforma por parte do Governo Imperial.
Em 1887, e com o aumento considerável da população, elevou-se, o povoado sede do Estabelecimento, a categoria de vila, com o nome de Vila da Colônia, por força da resolução nº 2, de 19 de junho 1890, transferindo para ela, a oficialidade da Vila da Manga. Por força da resolução mencionada, a nova Vila ficou pertencente à jurisdição civil e criminal da comarca de Jerumenha, sendo seu termo um distrito de paz. Poucos dias depois, a resolução nº 3, de 26 de junho de 1890, desmembrou o termo da Colônia da Comarca de Jerumenha, para a formação de uma nova comarca com denominação de Colônia, assim ficando até 1892, quando, pela lei 18, de 12 de dezembro do mesmo ano, foi cassada sua autonomia judiciária, passando a seu termo a integrar a comarca de Amarante. A lei nº 67, de 25 de setembro 1895, extinguiu a vila e o Município. Em 18 de junho de 1895 era restabelecida a autonomia da vila e do Município com os seus primitivos limites, voltando o termo judiciário, ainda, a pertencer á comarca de Amarante. A lei 144, de 08 de julho de 1897, elevou a Vila da Colônia a categoria de cidade, com a denominação de Cidade Floriano, homenagem ao “Marechal de Ferro” Floriano Peixoto. A lei foi assinada pelo governador da Província do Piauí, Raimundo Artur de Vasconcelos.
A lei n° 154, de 16 de junho de 1897, criava a Comarca de Floriano, de 1ª Entrância.