Pular para o conteúdo principal

Retratos do nosso carnaval

HOMENAGEM AO BLOCO DE RUA
FOLIÕES EM DESFILE
Na minha tradicional caminhada pelas ruas e avenidas de Floriano-PI, encontrei um dos fundadores do Bloco de Rua OS FOLIÕES EM DESFILE, Sr.  “Luiz de Lodonho”, seu nome Luiz Gonzaga Feitosa, nasceu na rua São José, e há 42 anos mora na Beira do Rio Parnaíba, local privilegiado pela bela vista da Ponte que liga Floriano-PI ao Barão de Grajaú-MA e do Velho Monge, simplesmente deslumbrante! Sr. “Luiz de Lodonho” é pai dos cidadãos: Nilson Feitosa, radialista e descobridor de talentos principalmente musicais, Luzimar Feitosa, empresário do ramo da comunicação e Lucimar Feitosa, premiado desportista da Escolinha Atletas do Futuro, sinceramente cada um melhor que o outro.
 
Num bate papo inesquecível com Sr. Luiz de Lodonho, encantador, parece um sonho encontrar pessoas desse naipe.
 
- Sr. Luiz, como surgiu o bloco de Rua Foliões em Desfile?
 
- Na década de 50, Eu na cuíca, Cícero Binga, tocava todos os instrumentos, impressionante, Nozinho no Estandarte, Lisboa no Piston, Antonio Cunha no tamborim, João Paulo no Piston e mais uns 35 companheiros solicitamos o Sr.  Alcebíades  Costa, Presidente da Proletária, o espaço do clube para ensaiar e servia de ponto de partida rumo a Av. Getúlio Vargas, Praça Dr. Sebastião Martins, e os bares e restaurantes: Sertã, Carnaúba e São Pedro. 
 
- Os Foliões chegavam que horas na Av. Getúlio Vargas?
 
- Após a concentração na Proletária, fazíamos visitas as residências: recordo da casa do ex-Senador João Lobo, Dr. Tibério e outras, que por sinal  nos recebiam muito bem. Às 17h00 descia no rumo da Avenida, que já estava lotada e o povo vibrando com o nosso batuque, na Praça da Matriz, nosso bloco se encontrava com Os Piratas e Os Malandros era um momento bonito.
 
- O Senhor tem uma memória privilegiada, lembra de cada detalhe.
 
- Dia 29 agosto vou completar 91 anos, sou de 1929.
 
- Que história é essa seu Luiz!!! O senhor trabalhava em que?
 
- Comecei a trabalhar aos 14 anos com mestre Aluízio Ferreira, era um ferreiro de mão cheia, certo dia Seu Zé Caboré, pai de Raimundinho Caboré, visitando o mestre Aluízio, me viu trabalhando e pediu-me para ir trabalhar na Usina Elétrica Maria Bonita, Sr. Alúízio na botou obstáculo, viu que eu estava em boas mãos.
 
- Pera aí Sr. Luiz... Que história interessante...  O que o Senhor fazia na Usina?
 
- O chefe da Usina Maria Bonita era o  Sr. Zé Caboré, uma verdadeira escola na arte de ferreiro, aprendi muito. 
 
Eu era responsável para ligar o motor da Usina, todos os dias às 18h00 ia até meia noite, mas quando tinha festa no Floriano Clube, eles pagavam horas extras, pois as festas de lá passava das duas da manhã. Trabalhei 4 anos como aprendiz e 12 anos como profissional. Nossa equipe eram 6 jovens  na Usina Maria Bonita.
 
- Quando o Sr. Saiu da Usina, foi trabalhar em que ramo?
 
- Fui sapateiro com Sr. Otacílio na Belas Artes. Sabe outra coisa que eu gostava de fazer?
- Sr. Luiz, me conte, estou encantado com sua história de vida.
 
- Fiz dois times de futebol na Sambaíba, onde eu revelava craques como Antonio Ulisses e outros, mas o Comércio Esporte Clube, levava os melhores, engraçado sempre existiu essa esperteza dos times grandes.
 
- O Sr. Jogava em qual posição?
 
- Não jogava, gostava de formar times, meu melhor time foi o Corinthians, gastava muito dinheiro, as vezes tinha que alugar carro para ir buscar jogadores... Kiakaaaa! 
 
Rapazzz, além de aprender muiiiiiiiitooooooo... Me serviram um cafezinho de cair o queixo.
 
Coisas de Deus!
 
Floriano-PI, 21 de fevereiro de 2020
 
Pesquisa: César Augusto de Antônio Sobrinho dos Piratas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FOLCLORE ÁRABE - FLORIANENSE

ATITUDE SUSPEITA Salomão Cury-Rad Oka Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizavam por sua exigência em selecionar os freqüentadores. Nos idos daquele tempo, fazer parte da seleta casta freqüentadora de agremiações como o Rotary Club de Floriano, Clube de Regatas, Maçonaria e o tradicional Floriano Clube ( foto ) demandava coleguismo, filantropia, caráter e, naturalmente, contatos sociais e dinheiro. Na boa e democrática Floriano de hoje, basta interesse em servir ou em aparecer. Aliás, atualmente, ter o “perfil” de rotariano ou de maçom é mais importante que ter dinheiro ou posição social. Durante um grande período do século XX, ser de origem árabe também era um fator importante a ser considerado ( talvez, por causa do enorme montante de valores que circulava nas mãos dos carcamanos ). Obviamente, existiam importantes famílias brasileiras que também eram partícipes dos movimentos sociais em Floriano. Assim, pode-se dizer que ...

Tempos de Natal

  Fonte: Dácio Melo (filho de Mestre Walter)   Véspera de Natal. Os mais velhos sentados na porta, todos animados conversando e os meninos ao redor sentados na calçada. E o Papai falou bem alto pra " todos ouvirem": - Ô, Inhá, é verdade que Papai Noel num visita minino  que dorme tarde na noite de Natal?  - E mamãe disse  "eu ouço isso desde que era pequena. É verdade" . Num demorou muito a molecada foi se levantando, passando as mãos  no fundo das calças e saindo de mansinho pra estebungar no fundo da rede. De manhã cedinho, era todo mundo revirando a cabeça pra debaixo da rede. Todo mundo ansioso pra saber o que Papai Noel deixara pra gente!  A rua amanhecia cheia de minino! Uns chutando bolas zeradas, outros puxando carrinhos pelas calçadas, alguns sentados  na calçada estirando as pernas pra mostrar os chinelos novos e os tiros de revolver de espoletas. Tudo isto ao som das notas amalucadas do violão do Tete! Ahhh, tempinho Bom!

Natal Retrô

Colaboração: Dácio Melo No início do mês de dezembro o clima mudava, o tempo mudava, no ar a expectativa pelo aniversário de Jesus!  As pessoas tornavam- se mais fraternas e mais alegres. E a meninada ansiosas pelas festas, bolos, bombons, refrigerantes, q-sucos supercoloridos, mas os brinquedos, ah os brinquedos! Eram o motivo maior da ansiedade.  Nossos sonhos giravam em torno da chegada do Papai Noel. O que será que ele vai trazer pra mim..... nas rodas de conversas todos falavam de suas preferências.......ah se ele me desse uma bola, daquelas boas que duram bastante.....eu queria um revolver de espoleta..... já eu queria uma caçamba, que aguenta carregar barro, areia e pedra.....eu me contento com uma havaiana amarela.  No dia 25 todo mundo acordava bem cedo e virava a cabeça por baixo da rede com o coração disparado de emoção pra ver a surpresa que Papai Noel deixara para nós! Fosse o que fosse, todos saiam a mostrar uns para os outros o que o bom velinho tinha nos d...