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FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL ( PARTE VII )

Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993
INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Por absoluta falta de energia elétrica, mola mestra no funcionamento de indústria, estas eram quase inexistentes em Floriano. Artezanalmente existiam em nossa cidade pequenas fabriquetas, especialmente nos ramos de calçados e artefatos de couros, destacando-se as Sapatarias Lima e Universal, às quais supriam a população local e de algumas cidades circunvizinhas, inclusive do Estado do Maranhão. Funcionava também um pequeno curtume de couros e peles de propriedade do senhor Nicolau Waquim.

Existia uma fábrica de gelo; uma outra de vinagre, denominada "Merceeiro" do senhor Raimundo Vieira de Sá; marcenarias com pessoal habilitado na confecção de móveis etc.

Na confecção de redes de tapuirana, destacaam-se as senhoras Marica Camarço e Maria dos Anjos Raújo, cujos trabalhos eram primorosos e de grande aceitação, sendo vendidas até para outrs estados. Também faziam-se com bilros, rendas e bicos com bom acabamento.

Lembramos aqui que a Usina Elétrica de então, foi inaugurada em 1924 e o motor de capacidade limitada funcionava a óleo diesel no período de 18 às 23 horas. com o crescimento e expansão da cidade, ofornecimento de luz tornou-se quase que ineficiente e ás vezes carente de todo, pois não aguentava o motor a carga ora distribuída.

Na indústria do vestuário, marcaram época grandes alfaiates como os senhores Manuel Conrado de Castro, Abílio Pacheco, João Elias Batista, José Rocha e José Olegário Correa, entre outros.

Na confecção de moda feminina, destacamos as senhoras Lucrécia Oliveira, Raimunda Elias, Diolinda Pacheco, Elzira Ataíde, dentre as demais existentes.

No que se refere ao comércio de um modo geral, este era bastante desenvolvido, encontrando-se à venda tudo de necessário e útil ao desejo dos compradores, podendo-se afirmar com certeza, que o comércio de Floriano era mopvimentadíssimo, não existindo nada a desejar.

Além desse comércio fabuloso existiam, ainda, grandes firmas especialistas na importação de produtos estrangeiros, e as exportadoras em grande escala de gêneros, como: cera de carnaúba, coco babaçu, oiticica, couros de boi, peles silvestres e de cabra etc.

A grande maioria de firmas comerciais de então pertenciam à Colônia Sírio-Libanesa. Destacamos: Casa Said, de Assad Kalume & Filhos; Casa Salomão, de Salomão Issa mazuad; Casa Demes, de José Demes; Casa Lobo, de Calixto Lobo; Casa Attem, de Adala Attem, e outras menores.

De comerciantes brasileiros, citamos: Leônidas Leão & Filhos, Affonso de Macedo Nogueira, Raimundo Mamede de Castro, Ribeiro & Cia, Rodrigues & Silva, João Viana de Carvalgho, João de Deus neto e mais algumas filiais de firmas de Parnaiba, como a Casa Marc Jacob, a Casa Inglesa, Morais & Cia, dentre outras. No ramo exclusivamente de tecidos a tradicional Casas Pernambucanas e a LOoja Rianil, esta já extinta.

Muitas firmas comerciais existentes até o ano de 1943 não estão mais no ramo, em razão do desaparecimento de seus fundadores, ou por dissolução social. Enumeramos: Antonio Neto &  Filho, Benjamim Freitas, Bento Leão e Costa, Cirilo Martins & Irmão, Cristino Castro & Irmão, Deocleciano Ribeiro, Elisiário Fernandes de Souza, Fernando Alves da Silva, Florêncio Teixeira de Miranda, Francisco Raimundo de Castro, Gabriel Gomes Ferreira & Filho, Hermano Brandãi, Jorge Tajra & Filho, José Álvaro dos Santos, José Conrado de Andrade Sobrinho, José Lavrador, Luiz Fernandes Ribeiro Gonçalves, P. J. da Silva, Pedro Antonio Neto, Raimundo Alves Fonseca & Irmão, Raimundo Neves de Ataíde, Tyrso Ribeiro Gonçalves, Almir Nóbrega Passarinho e Martinho Rocha.

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