Profissionais do Sistema Meio Norte de Comunicação estiveram em Floriano na última semana para fazer matérias para a série "Novo Piaui".
Uma das reportagens mostrou para todo o Estado a extensão da influência árabe. Segue abaixo, matéria do jornalista Efrém Ribeiro que está no site meionorte.com. O título é "ÁRABES DE FLORIANO FORAM OS PRIMEIROS A VENDER NO CREDIÁRIO NO PIAUÍ"
"Os árabes chegaram a Floriano, cidade ao sul de Teresina, em duas grandes levas, em 1889, e em 1945, no período entre a 1a- e 2a- Guerras Mundiais, e influenciaram no comércio, na arquitetura e nos costumes da região. Os casarões de Salomão Mazuad, de Calixcto Lobo, pai do ex-senador João Lobo, das famílias Demes e Atem, no centro histórico de Floriano mostram essa influência.
O cirurgião-dentista Salomão Cury-Rad, que está escrevendo o livro "Esfirra com Cajuína", sobre episódios do folclore árabe, disse que nos casarões e sobrados existem arabescos, arcos de topo, sobrados, edificações e portais.
Mas foi no comércio que essa influência foi mais forte. Os árabes foram os primeiros a vender a crédito e a comercializar seus produtos para o cliente pagar depois de um ano.
"Inventaram um sistema de clientes no freguês, a tratar bem o freguês", afirmou Salomão Cury-Rad. O professor de Química da Universidade Federal do Piauí e historiador, autor da tese de mestrado "O Encontro com o Outro: os árabes em Floriano"", defendida na Universidade Federal do Ceará (UFCE), Oscar Siqueira Procópio, vice-prefeito do município, diz que no início os árabes encontraram dificuldades de adaptação por causa da língua e , por causa do sucesso nos negócios, chegaram a ser expulsos da cidade e foram para a cidade de Barão de Grajaú, no Maranhão.
Barão de Grajaú é uma cidade vizinha a Floriano, separada apenas pelo rio Parnaíba. Pouco depois, os árabes voltaram para Floriano.
A empresária Alda Oka Kreit, de 78 anos, conta que tinha 15 anos quando chegou no Brasil, na cidade de Quixadá, no Ceará, e veio de Cabab, na Síria. Ela mostra que com os 7 anos foi tatuada no punho direito e nos dedos da mão esquerda. São tatuagens culturais, que ela nunca soube o significado.
Ela lembra que com o marido, o empresário David Kreit, tinham duas lojas, onde vendiam seda da China, porcelana e tecidos importados da Inglaterra. O casal tinha uma loja de ferragens para vender equipamentos que os piauienses da região precisavam para seu cotidiano e lavouras.
"Os lavradores vinham de vários municípios da região, vendiam o milho, o feijão e a farinha e compravam os produtos em nossas lojas", falou Alda Oka Kreit, que diz ter casado por conveniência com David Kreit porque era um patrício, um árabe. "Mas foi uma vida de muito amor. Era um cidadão importante, digno e honesto. Foram 44 anos de sacamento, que só acabou quando fiquei viúva", falou Alda Oka Kreit.
Fonte: Meio Norte.com/www.noticiasdefloriano.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário