Artigo: Jalinson Rodrigues - poeta e jornalista
O carnaval florianense mantém a tradição de crescimento e conquista importância econômica na geração de oportunidade de renda.
O carnaval em Floriano sempre foi frenético, alegre e convidativo. Em todas as épocas conquistou posição de destaque entre as folias do Piauí. Com o passar dos anos se tornou referência para os roteiros de viagens de muitos brasileiros.
A história do carnaval é a saga da alegria. Este período de festas profanas existe desde o mundo cristão medieval. Nos primórdios, iniciava geralmente no dia de Reis e se estendia até a quarta-feira de cinzas, data que começavam os jejuns da Quaresma. Eram manifestações pela liberdade de atitudes críticas e eróticas. Outra origem para o carnaval está há mais de 2000 anos, quando na Europa, no mês de março, era comemorada a chegada de bons tempos para a agricultura. Como festa popular, o carnaval não tem uma origem exclusiva e durante a sua existência passou por muitas inovações.
As primeiras festas com características de carnaval, no Brasil, aconteceram no período colonial e foram chamadas de enduro. Era uma brincadeira grosseira, com a finalidade de atirar baldes d’água, misturas de bebidas, pó de cal e farinha entre os participantes. Este formato de carnaval agressivo estimulou as festas de salão, por volta de 1840, inspiradas nos bailes de mascaras europeus. Neste cenário surgem os confetes, rodelinhas multicores de papel, que atirados entre foliões representavam amabilidade e galanteio. Com a miscigenação étnica e a formação de uma cultura plural, o carnaval no Brasil escreve uma história com diferenças regionais.
Em Floriano, no Piauí, o surgimento do carnaval foi assim também: manifestações de rua, festas privadas, depois bailes em clubes. A expressão carnavalesca do florianense é tão histórica que em 1940 o bloco “Os Águias” participava da festa tocando pelas ruas marchinhas, com percussão e violão. Na década de 1960 o bloco “Os Malandros” teve bastante destaque com seus entrosados passistas e sambistas. Nas décadas seguintes, 70 e 80, foi mantida a efervescência da nossa folia de rua. Os imemoráveis bailes aconteciam no Comércio Esporte Clube, Floriano Clube e, posteriormente, também na AABB. Existia neste período o Bloco dos Sujos, que mesclava algumas características do enduro colonial com o carnaval moderno de flertes e paixões. Era um carnaval tão simples: bastava uma velha camisa, um calção e um tênis “já sambado”. A festa estava feita e o Reino de Momo instalado.
Nesta evolução de ritmos e ritos consumistas, os blocos se transformam em escolas de samba. Atualmente vivemos o carnaval das massas, quando milhares de pessoas ocupam a cidade gerando, assim, o turismo de eventos. A chegada dos blocos, com trios elétricos, difundindo a música baiana “axé music”, nos anos de 1990, trouxe para a nossa festa o folião turista.
O carnaval florianense mantém a tradição de crescimento e conquista importância econômica na geração de oportunidade de renda. São cinco dias de festa na maior tranqüilidade. Neste cenário, o Rio Parnaíba tem fundamental destaque. Possuímos ainda infra-estrutura limitada para uma atividade industrial do carnaval. Na minha singela opinião, as agências governamentais tratam o turismo como uma agenda de eventos e esquecem a qualidade de vida de quem vai chegar e de quem mora no local.
Na trajetória do carnaval daqui, a hospitalidade da cidade é marca registrada. Muitos jovens e famílias de florianenses, que residem em outras cidades, planejam as férias para Floriano no período do carnaval, oportunidade para encontros de gerações.
Contudo, o carnaval é a grande folia popular do florianense. É uma festa sem dono.
Fonte: www.noticiasdefloriano.com.br
3 comentários:
Se formatarem o carnaval de Floriano como ele merece, atualmente, com certeza a cidade poderá viver dias melhores; por outro lado, falar da nossa festa de momo, não podemos deixar de registrar as duas figuras aí na foto: o Pechincha e o Clovis Ramos
Ubaldo
Caro escritor:
Eu participei do carnaval de 1977. Tudo transcorria no Clube do Comércio, ao som das marchinhas gostosas. Naquele tempo já havia o "beija-beija" sem compromisso. Uma garota estava comigo e, de repente, falou que ia ao banheiro e nunca mais voltou. Eu a vi beijando outro. Carnaval é isso aí: nada de compromisso.
Ao raiar do dia íamos, ainda pulando ao som da banda, até o cais. Lá chegando pulávamos no rio com roupa e tudo.
Mais de vinte anos depois passei outros carnavais por lá, pois minha esposa é de lá. Juntos sempre vão nossos dois filhos que moram conosco. Pra mim é um carnaval meio sem graça, pois não tem mais marchinhas, fica o povo se "drogando" e se embriagando na beira do cais.Esse ritmo baiano nada tem a vê com o carnaval propriamente dito.
Sinto saudades do "bloco de sujos" de outrora, agora reavivado com o "arrastão". No próximo ano irei participar dele, pois nesse ficamos aqui em casa, em Teresina mesmo. A chuva não nos permitiu assistir a nada.
Heraldo Alves
OBS: Aguardo sua promessa de publicar meu livro "Memórias de um Vendedor".
PARABÉNS!!!
Tentei seu e-mail, mas foi devolvido.
Oi Marinho, tudo bem?
São exatamente 4:40h da "madruga" dessa terça-feira de carnaval. Como
não ficamos em Floriano e nem a chuva nos deixou sair, fui dormir
cedo. Acordei sem sono e vim "destribuchar" seu portal. Vi todas suas
fotos, inclusive você no Rio de Janeiro (morei por lá em 1975, em
Jacarepaguá). Você realmente ama sua terra. Esmiuçou tudo, rua por
rua. Tenho uma foto no sinal da esquina da praça Dr. Sebastião
Martins, antes do edifício do Joaquim (onde hoje tem uma
farmácia).Aparece também a farmácia Coelho.Vou dar-lhe de presente aí
no SEBRAE.
Apesar de eu não ser florianense (sou de Milagres-CE) tenho laços
fortes com essa cidade. Morei lá de agosto de 1976 a janeiro de 1978.
Alcançei a escola de datilografia do seu pai; o cine Natal (lá foi meu
primeiro encontro com minha atual esposa, em 1981); o campo dos
artistas (hoje Secretaria de Ação Social do Município, onde minha
esposa trabalha atualmente). Guardo boas lembranças de Floriano, pois
nunca mais consegui deixá-la. É minha segunda "terra natal".
Você que gosta tanto do futebol de Floriano, faça uma matéria com o
Mocó. Ele era nosso ídolo maior na década de 70/80 e ainda hoje é
nosso amigo. Quando lá morava, trabalhava com o "Afonsinho", irmão do
Mocó. Esse é outro grande amigo que tenho por lá, hoje casado com
minha amiga Gilza Brasil.
Meu cunhado Irapuan é outra figura folclórica de lá. Está reavivando
os musicais de antigamente, em uma banda que já existiu no passado.
Fale com ele e faça uma matéria sobre essa banda (tem o Neivinha, o
dentista;um ex-membro dos Iguais, e outros componentes da época
original).No que puder. vou lhe fornecer material.
Fiz um artigo em homenagem ao Epaminondas, "o milionário" (assim
ele chamava a nós todos).Sua esposa guardou com muito carinho.
Não esqueça do meu livro: "Memórias de um Vendedor". Ajude-me a
lança-lo em alguma feira.
Um abraço no mano Eulalio (o cabeça de alfinim).
Parabéns novamente pelo seu blog.
Heraldo Alves
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