1/18/2024

Vapor Chile

VAPOR CHILE, ancorado em Floriano no ano de 193). Segundo o professor Luís Paulo, ele foi lembrado, hoje, pela ilustre doutora  Helena Barros Heluy.

 "Meu pai está nesta foto. Era o Comandante do vapor Chile que durante muito tempo fez a rota Floriano-Teresina. Muito glamour nessas viagens. O Chile foi o mais famoso e charmoso do rio Parnaíba." - nos revela o arquiteto Nilson Coelho.

"Andei nele, Nilson, com minha mãe. Era uma viagem de sonhos: redes no convés, o cheiro da cozinha lá em baixo, o sino para alertar o foguista, o apito na curva do rio, a travessia dos Caldeirões ... O tempo passou e não vimos ...Viajei, também, no Brasil, Parnaíba. Meu pai foi imediato num desses vapores. O senhor João o conhecia" - É o que comenta, novamente, o nosso historiados Luís Paulo.

Já o nosso amigo Edilberto Rocha, revela que seu também pai viajou muito no vapôr do Afonso Nougueira. "A rampa de acesso era ali no lugar do Flutuante" - Disse.

São reminiscências que o tempo não apaga.

1/17/2024

BECO DAS ALMAS

 

Conto - Dácio Borges de Melo

 O certo é que Danúnzio, Divaldo e nego Cléber foram a uma tertúlia que sempre ocorria naqueles fins de semana. 

Terminada a festa, Divaldo e nego Cléber resolveram esticar a noite e Danúnzio tava escalado, por dona Lourdes, pra fazer a feira bem cedo, por isso rumou mais cedo pra casa. 

Alta noite, no caminho de casa, tinha que encurtar estrada passando pelo Beco das Almas. Caminho estreito, cercado de mato, escuro que nem breu. 

Antes de chegar no beco, bateu a mão no bolso e tirou o único cigarro Gaivota que tinha, todo amassado, bateu outra vez a mão no bolsos atrás de fósforo, em vão. 

Enfrentar o beco tenebroso sem um cigarro para iludir o medo era fogo. Mas foi o jeito, entrou nas trevas das almas, com o cigarrinho na mão, no ponto de qualquer barulho sair correndo a mais de mil. 

O efeito da cachaça é que ainda lhe dava um rasgo de coragem. A passos rápidos, em meio a trevas totais, seguiu beco a dentro. 

Na outra entrada beco, avistou uma pequena brasa dançar no ar, o que fez todo seu cabelo levantar! Logo a seguir se acalmou quando ouviu alguém assoviar  uma música de Roberto Carlos comum na época. 

Certamente pra espantar o medo do afamado beco. Sem ninguém enxergar ninguém, ao se aproximar um do outro, Danúnzio perguntou com a voz arrastada..."tem fogo aí, meu amigo!". 

Danúnzio não viu, mas sentiu o cara jogar algumas coisas para cima e com uma voz rouca gritar e disparar noite a dentro. 

De manhã cedo já no rumo da feira, Danúnzio resolveu passar pelo beco para ver o que resultara da noite assombrosa. Encontrou um pau de travessa, um cofo com peixes e outros espalhados, vara de pescar e outras coisas mais. 

Filhos, netos e bisnetos, certamente ouviram muitas estórias de assombração.

Ah, rá, rá rá!...

1/16/2024

Carnaval de Floriano 2024


Vem aí o Carnaval de Floriano 2024!

O maior, e mais versátil evento de Carnaval do Estado de Piauí.

Com boas atrações, desde bandas locais a artistas de renome nacional, o Carnaval florianense promete agradar moradores da cidade e turistas.

Para garantir que florianenses e turistas curtam o Carnaval do início ao fim com qualidade, está sendo preparada uma grande programação e grandes shows que prometem atrair também muitos turistas para a cidade.

Uma experiência vibrante que une a alegria do carnaval tradicional com as mais diferentes manifestações culturais num só evento. Aguarde!

Carnaval de Floriano 2024!

É pra ser Feliz!

Fonte: prefeitura municipal de floriano

Rosa de Ouro

ROSA DE OURO - CONSTRUÍDA POR UM EMPREENDEDOR
KAMEL FERREIRA (SEU CAMILO)

Fotografias podem revelar histórias jamais imagináveis – vejam, por exemplo – a nossa famosa ROSA DE OURO, nome diferente que fora trazida de longe, São Paulo, por um pintor de Floriano, conhecido por Cícero , que viu este belo nome numa lanchonete, passando a idéia ao empreendedor Kamel Ferreira, mais conhecido como seu Camilo, nasceu em Fortaleza - CE em 12 de agosto de 1924, casado com a senhora Ariene Santos Ferreira, pais do engenheiro civil, doutor Nonato Ferreira, que atualmente exerce o cargo de Secretário de Obras do Município; Angélica Farisa, Chico da Padaria Ipiranga e Kamel Filho.

Perguntamos ao senhor Camilo de como surgiu a idéia de construir um dos mais belos e importantes prédios da Princesa do Sul, pelo seu valor cultural na época. Sua resposta foi emocionada:

" Começou quando fui de Fortaleza para Teresina no dia 02 de agosto de 1952, data que jamais esquecerei, pois cheguei no ano do centenário da cidade verde. Como funcionário do DER-PI, fui transferido para Floriano, chegando em 09 de maio de 1957.

A primeira Rosa de Ouro era um QUIOSQUE de madeira. Mais tarde, comecei a articular com Fauzer Bucar, vice-prefeito de Chico Reis e o vereador e compadre Manoel Jaca a viabilidade de construir um prédio, com uma bonita planta do Engenheiro Civil do DER doutor José Carlos Castelo Branco.

Foi uma luta ferrenha, muito difícil, pois alguns vereadores dificultaram a aprovação do requerimento, pois pretendiam passar para alguém de posse e na época eu era considerado um forasteiro, não seria bom para cidade, segundo alguns vereadores.

Mas com a intervenção forte do vice-prefeito e de dois vereadores, conseguimos a aprovação do projeto. Foi uma revolução. Concluída a obra, parecia um sonho. A transformação foi um marco, o prédio era funcional, se não vejamos: na parte da frente da avenida Getúlio Vargas, funcionava a Banca de Revistas, as pessoas ficavam maravilhadas com aquela novidade, surgia ali oportunidade raríssima da leitura, tão carente na época, ficava mais fácil de se atualizar com as notícias do Brasil e do mundo e, por outro lado, existia o romantismo dos jovens que iam pra lá trocar revistas e figurinhas de álbuns.

Ao lado da banca tinha um balcão que eram fabricados os picolés, era um sucesso, nesse período já fazíamos picolés com cobertura de chocolate, hoje não é novidade para mim. No prédio tínhamos mais uma importante opção, ficava localizado na parte de trás, uma lanchonete, moderna, limpa, dava gosto a pessoa freqüentar, realmente era uma coisa inédita."

Detalhe, a energia da Rosa de Ouro era fornecida por outro empreendedor, Bento Leão, que falaremos numa outra oportunidade.

O atual prédio da Rosa de Ouro pertence ao Senhor Kamel Ferreira.
(Pesquisa: César Augusto)

1/15/2024

O Carnaval de Demerval Neiva


DEMERVAL NEIVA - "Seu Dema" - O MAIOR FOLIÃO DE TODOS OS TEMPOS!

Resgate do carnaval da Princesa!

Demerval Neiva de Sousa ( In Memorian ), filho de Antonio Neiva de Souza e de Maria Mendes Soares, nasceu em Nova Iorque-MA, em 17 de abril de 1914. Naquela época a navegação fluvial era o único meio de transporte. Aos 11 anos de idade deixou sua terra natal e veio residir em Floriano com a finalidade estudar e trabalhar.

Desde criança / adolescente já evidenciava o guerreiro lutador e ousado que veria ser no futuro. No ano de 1938 encontrou a jovem bonita, Luiza Siqueira ( Beijinha ) com quem casou-se. Foi uma união de muitos anos de felicidade.

Do enlace tiveram 6 filhos: Antonio Neiva, Lélia, Carlota, Maria, Luiza Maria, Robson e Demerval Filho. Os filhos lhe deram 19 netos e 13 bisnetos. Deixou uma família unida ao longos dos seus 86 anos.Considerou a cidade de Floriano, a sua terra natal, nela conquistou grandes amizades, fazendo parte da grande sociedade florianense. Sempre foi uma pessoa alegre e comunicativa.

VEREADOR POR TRÊS MANDATOS

Como político, foi eleito para 3 mandatos de vereador, nas gestões dos prefeitos: Dr. Sebastião Martins e Tibério Barbosa Nunes(duas vezes). Atuou na área do comércio, chegou a ser presidente da Associação Comercial Sul do Piauí – 1937 a 1938.

CARNAVAL UMA PAIXÃO!

O carnaval para Demerval Neiva, era considerado a diversão de sua preferência. Desde jovem até a idade adulta participava de forma ativa, sendo considerado pelos florianenses um carnavalesco animadíssimo e muito feliz.

FOLIÃO DE RUA E DE SALÃO

Participou dos blocos de rua e de salão no Floriano Clube e Comércio Esporte Clube com a mesma desenvoltura e resistência invejável, com um detalhe se tivesse bloco ele brincava e sem bloco também, um fenômeno da animação, por isso tinha o eterno título de “O FOLIÃO Nº 1”. Um espetáculo à parte!

LATINHA DE CERVEJA E UM PAUZINHO – SUA MARCA REGISTRADA!

Usava uma lata de cerveja (vazia) na qual batia um pauzinho. Esse era o seu instrumento. Batia na lata e cantava a música “A Capital do Equador é Sempre Quito”.

UNIFORME PREDILETO

Outra marca registrada dele era o sapato preto e as meias que usava no meio da canela e o apelido que todos adoravam pronunciar: "SEU DEMA" Colaboração: Sgtº HÉLIO

SEU ÚLTIMO CARNAVAL!

No último carnaval que brincou, no ano de 1998, usou uma camisa com o slogan “ADEUS CARNAVAL”. Essa camisa foi idealizada e pintada por sua querida filha Lélia Neiva, que continua, no carnaval, sambando, vibrando substituindo o seu pai, o velho guerreiro!
Colaboração:

Jany Neiva – ( nora Demerval Neiva ) e esposa de Antonio Neiva Lélia Neiva – Filha de Demerval Neiva; Demerval Neiva Neto – “Beterraba” – Neto de Demerval Neiva; Francisco Neiva - "XICO PIPIRA" - Neto de Demerval Neiva.

Fonte: florianoemdia

1/11/2024

Os Águias 1940

 

Numa das páginas de seus flagrantes, o professor Luiz Paulo destaca à sua maneira poética, a passagem dos ÁGUIAS nos anos de 1940, saindo nas ruas da cidade movimentado os foliões em sua grandiosa harmonia.

Os Águias era formado por figuras expressivas da sociedade florianense, segundo nos conta o professor, e dele, Floriano guarda a mais sensível e imorredoura lembrança. .

Na foto acima observa-se da esquerda para a direita na primeira fila José Araújo, Antonio Ribeiro, Antonio Xavier Neto, João de Sá Martins, Rafael Rocha (estandarte), Antonio Nivaldo e Antonio José Medeiros.

Na segunda fila ajoelhados Jorge Manpetit, JoãoLuiz Guimarães, Ezer Frejat, Raimundo Costa, Alcides Carneiro, Guilherme Noleto e Janai Alves da Silva.

Abaixo, sentados, Antonio Boson e Otacílio Paixão.

Depois de relembrar aqueles bons tempos, o professor encerra com a mão direita apertada no coração em desabafo saudoso: "chega de saudade..."

1/09/2024

O brilho do Porto

 

"O POR DO SOL é lá no cais; eu vejo a lua, surgindo atrás da torre... do cais".

Esse é o trecho inicial da linda canção do grupo VIAZUL, que fez sucesso nas décadas de setenta e oitenta e que traduz a beleza e a poesia do cais, o ponto de encontro mais aconchegante da cidade.

O Flutuante, ali, impecável e manso, mantendo um prazer tradicional de várias décadas e gerações. O Parnaiba, caudaloso, inspirando poetas e itinerantes. Vejo à noite, reluzente, a bela Barão, espelhada nas águas do rio. Mas já não existem mais os antigos pontões e canoas à vela. O progresso nos trouxe as pontes, lanchas e motores. As balsas e as regatas de julho perderam-se no tempo. E por onde andam os pescadores?

O tempo passou. O futuro chegou como que sorrateiro. Não se escuta mais os borás. Os trios elétricos já habitam em nossos carnavais. Os foliões, agora, são outros. Plantaram-se novas árvores e pontos turísticos. Os jets-skis, fazendo suas manobras radicais. A Maria Bonita agora é um belo museu. Os novos cantos são baianos. As bicicletas agora são de marchas e já não existe mais o bar de nosso amigo Passim. Os meninos recolheram-se aos games, não tiram mais saltos mortais e já não descem o rio. Os remansos desapareceram. O cais do porto absorve outras naves e concorrentes. A poesia mudou e a burguesia sumiu.

Saudoso, chego ali de mansinho a sondar a nova paisagem. Soturno, ando a passos lentos e solitários à procura de um tempo em que não volta mais. No entanto, o conforto da minha presença ali satisfaz o meu ego. E os tambores, que ouço na madrugada lenta e fria, são os únicos companheiros que trafegam por ali ecoando noite a dentro a compartilhar de meus pensamentos em busca de um novo tempo.

Se viver, verei!

37º Aniversário do Cine Natal 1974