11/09/2023

Faleceu Nosso Amigo Luzeny

 

A cada ente querido e amigo que se vai, nos tornamos enfraquecidos, não por sermos pessoas fracas, mas por estarmos perdendo a raiz que nos prende à vida terrestre.

11/08/2023

FLORIANO - ESTADO DO PIAUI / BRASIL

Dados Sumários de 1925 a 1943 )

Por - Delmar Mendes dos Reis / Texto de Novembro de 1993

DIVERSÃO E ENTRETENIMENTO

Como não podia deixar de ser, em toda cidade interiorana que se preze, tem o seu espaço dedicado às suas horas de ócio e de lazer.




Floriano de então, e sendo a terceira cidade do Estado, também posuía lugares consignados para diversões - bares, cinemas, teatro ( este funcionando esporadicamente ), cabarés etc.

A elite social compunha-se de famílias das classes rica e média, ambas militantes do comércio de ummodo geral.

Antes da existência do "Floriano Clube", os bailes sociais da chamada época áurea, realizavam-se em residências particulares, dependendo do motivo a ser comemorado. Os convites pessoais eram feitos com antecedência, a fim de que os convidados se preparassem devidamente. As despesas decorrentes desses eventos corriam sempre por conta dos anfitriões.

Também, aconteciam nasdardes domingueiras, promovidas pela sociedade, soirés dançantes beneficentes com passeio fluvial de 12 às 18 horas, a bordo dos vapores "Europa" ou "Manoel Thomas", gentilmente cedidos pelos respectivos comandantes.

Os bailes carnavalescos, bem como os de caráter beneficente, realizavam-se no Teatro Politeama, adremente ornamentado para maior brilhantismo dos festejos citados.

As pessoas pertencentes a classe operária, com raras excessões, formavam um bloco à parte. Suas festas, de um modo geral, eram promovidas na sede da "União Operária".

CARNAVAL

Durante os festejos dedicados ao rei Momo, o chamado carnaval de rua era bastante fraco, com um ou outro bloco, arremessando confetes e serpentinas, bem como "cabacinhas de cera", contendo água colorida às pessoas presentes. Era o chmado "Entrudo". Nos bailes, formava-se blocos distintos, devidamente fantasiados de acordo.

CINE TEATRO POLITEAMA

Esta ex-casa de diversão foi construída na avenida Álvaro Mendes, sobre o riacho do "Gato", por iniciativa do coronel Hermando Brandão, a fim de servir o público na projeção de filmes cinematográficos, especialmente. Também, servia como teatro. Nele aconteceram representações de várias companhias teatrais do Rio de Janeiro. Ainda, promovidas pela sociedade local, aconteceram teatrinhos de variedades, bem como peças dramáticas da larca do senhor Eleutério Rezende, o qual também brilhava como ator. Tais récitas e dramas, quase sempre eram beneficentes.

A força e luz para funcionamento do cinema era própria. os filmes eram do tempo do cinema mudo e as projeções se faziam acompanhar de músicas executadas por orquestra contratada, sob a dereção do senhor Ranulfo Barros, exímio flautista.

CINE NATAL

Tempos depois, o senhor Bento Leão adaptou a sua residência em casa de divesão, inaugurando o cinema falado sob o título citado. Este funcionava com energia e luz próprias, pois este senhor possuía um motor para beneficiamento de arroz no qual foi adaptado um dínamo para energia elétrica.

Anexo ao cinema funcionava o Bar Natal de sua propriedade, passando este a ser o mais frequentado da cidade.

Passados alguns anos, surgiu outro cinema de propriedade do senhor Adala Attem, em prédio também adaptado, que este adquiriu de um patrício, o qual retornou à sua terr natal. ( o nome deste sírio não me ocorre, informe-se com seu mano Michel ).

AMPLIFICADORA DE SONS

Não possuindo Floriano estação de rádio-transmissora, foi criada no "Cine Natal", uma amplificadora para anunciar os filmes programados. Com o correr dos tempos, esta tornou-se um órgão de propaganda do comércio local, como também de informações, onde eram comentadas as notícias da cidade e do Estado de um modo geral. Nos intervalos das notícias eram transmitidas músicas orquestradas e cantadas, tornando-se, assim, mais um divertimento para o povo.

BARES E BOTEQUINS

O primeiro bar conhecido era de propriedade do senhor Doca Rocha, contendo além de bebidas e cigarros necessários ao bom funcionamento deste, salões para jogos de bilhar e sinuca, como também jogo de azar - carteado e outros.

Anos depois, referido bar foi adquirido pelo senhor Calixto Lobo para o senhor Moisés Kinahier, tornando-se um ponto de reunião frequente dos componentes da Colônia Sírio-Libanesa, especialmente. Estes eram conhecidos pela população piauiense pela alcunha de "carcamanos".

Também, o senhor José Cronemberger abriu um segundo bar, provido do necessário, tendo ainda amplo salão com sinucas e jogo de dominó etc. Não tinha jogo de azar. Seu estabelecimento era bastante frequentado por famílias da sociedade, destacadamente. O movimento maior era das 06 às 10 horas da noite. E nos domingos e feriados começava após a missa das 08 horas.

Outros bares - do senhor Genésio Nunes e do senhor Manuel Vieira dos Santos. Com o advento do "Bar Natal", os outros foram desaparecendo paulatinamente.

Os botequins ou tabernas funcionavam na zona boêmia, sendo os mais frequentados - o do senhor Anfilófio melo e o do senhor Francisco Gonçalves da Paixão.

BANDAS DE MÚSICA

A primeira banda de música pertencia ao saudoso professor de música - Manuel Martiniano da Costa. Depois a "União Operária" fundou a "Euterpe Florianense", sob a direção do senhor Joaquim Araújo. Este teve como sucessor o senhor João Francisco Dantas.

Anos após, e em decorrência da incrementação do futebol amador pelo comércio, surgiu uma terceira sob a direção do senhor João Martins. Este era saxofonista e procedia da cidade de Oeiras.

FUTEBOL

Este esporte bretão teve outrora grandes momentos de lazer para a sociedade e o povo em geral. Nas tardes domingueiras eram frequentes as partidas de futebol, entre os times amadoristas do comércio e do operariado.

O do comércio denominava-se "Comercial Futebol Clube", tendo como Presidente o senhor José Francisco Dutra, Gerente da firma Marc Jacob, e o da classe operária, tinha a denominação de "Artístico Fubebol Clube",cujo Presidente era o senhor Joaquim ( Quincas ) Araújo.

As torcidas de ambos vibravam com as atuações de seus times, chegando ao ponto de deiscriminação entre aqueles que militavam no comércio, e os operariados. As rivalidades eram notórias naquela época, daí o surgimento da banda de música acima referida.

Talvez, pelos motivos retro mencionados, o futebol amador tenha desaparecido de Floriano.

FOLCLORE

Nas épocas de junho, haviam congados e bumba-meu-boi e em dezembro pastorinhas e reizados, festas estas bastante animadas e apreciadas pela população. Também, em junho, faziam-se as tradicionais fogueiras, nas quais eram assadas batatas e macaxeiras, acompanhadas do célebre quentão ou gegibirra.

São tradições e eventos que estão quase desaparecendo neste País, o que é uma pena. Em contrapartida, a violência nas grandes cidades está crescendo assustadoramente.

RIO PARNAÍBA

Nos medes de verão, especialmente nos domingos, a juventude e a criançada realizavam neste rio momentos de entretenimento, não somente banhando-se nas águas e ainda, nadando e atravessando-o montados em talos de buritís, bananeiras para maior segurança de seu desiderato. Contudo, o rio Parnáiba não era apenas salutar para os banhistas. suas águas traiçoeiras, às vezes, conduziam os mais audazes às correntezas e fatalmente à morte. Recordamos com pesar os pranteados rapazinhos Alberto Drumond Neto, filho do senhor Honorato Drumond; José Crvalho, filho do senhor abdenago Ferreira de Carvalho; e Milton da Fopneca Rocha, filho do senhor Martinho Rocha. Este afogou-se, não souberam como, quando em viagem de Teresina para Floriano.

Grupo Viazul Show Vizagem 1979

 


Estamos observando um flagrante muito especial: trata-se de um momento musical com o famoso conjunto florianense - VIAZUL, liderado pelo nosso grande amigo José Demes (Ieié) no tradicional Centro Social Urbano na Ibiapaba..

Era o show - VISAGEM, realizado nas férias de julho do ano de 1979, lotando praticamente todo aquele centro cultural.

O Viazul foi um momento cultural revolucionário e um grande acontecimento na cidade, digamos assim, dentro do contexto social local e congregava a juventude a se identificar com o processo criativo da música florianense nos anos setenta e oitenta.

Na foto, a cantora Célia Reis, José Demes, Adelmar Neiva e Nilson Coelho, dando um banho de interpretação.

Devemos esclarecer que conseguimos gravar, em fita cassete, quase todos os shows do grupo e que hoje dispomos em arquivo MP3.

Ainda fazia parte da composição da banda o produtor Ricardo Xavier, responsável por letras, cenários e produção.


11/07/2023

O Riacho do Gato

 Nos anos em que as chuvas eram abundantes e cumpriam o seu ciclo, nas proximidades da hoje Praça Petrônio Portela, onde está edificada a Prefeitura do Município na gestão de Adelmar Pereira, era uma região fértil, que com o rigor das chuvas nas épocas do inverno, surgiram na região muitos olhos d´água, nascendo ali um manancial d´água que escorria no leito de uma grota existente ao lado de um terreno cercado com arame farpado e do lado direito onde hoje é o fundo do início de uma construção que serviria para a instalação do Ginásio Santa Teresinha que havia sido adquirido pelo Padre Pedro e outras pessoas ligadas à educação no município, o que terminou não acontecendo.

Diante de tal situação, apareceram outros interessados e adquiriram o acervo do mencionado Ginásio,, usando o seu nome, levando-o para as proximidades do Cemitério São Pedro de Alcântara, que ressurgiu com o nome de Ginásio Sobral neto, talvez em homenagem ao seu Fundador nos anos de 1930.
Salão Paroquial

Mas, voltemos à razão do presente texto. Aquele terreno correspondia com as casas dos filhos do senhor Francisco Antonio Nunes - , Pedro, João, José, Euclides, Olindo e Manoel que tinham a frente para a Praça da Pedreira e se estendiam desde as proximidades do Ginásio até a esquina com o Grupo Escolar Fernando Marques, próximo onde está situada a Secretaria Municipal de Educação, se eu não me engano, desde de um dos mandatos do senhor Manoel Simplício da Silva.

Naquele trecho, por onde escorria a água do do olho d´água, somente existia muitos pés de jatobás rasteiros. Casa ali era coisa raríssima, mas só me lembro do senhor Bodocó acima do olho d´água e uma um pouco abaixo por onde atualmente passa a rua Doca Araújo ao fundo do Educandário Santa Joana D´arc.

Com o correr do tempo e dependendo do inverso, o mencionado olho d´água terminou transformando-se numa forte correnteza, atingindo onde foi a antiga rua Benjamim Constant, hoje Raimundo Castro, ali já chegava como um riacho caudaloso.

Naquele tempo só existia uma casa, a residência do senhor Antonio Paraguassu de Souisa Martins, que era edificada na esquina com a hoje Elias Oka e nada mais - cuja água tomava toda a largura da futura via pública penetrando num terreno do senhor Doutor Sebastião Martins, onde é hoje a Casa de Saúde, saindo ao lado da igreja Batista, atravessando a arenosa avenida Eurípedes de Aguiar e penetrando, também, nos terrenos dosenhor Zé Demes, passando no fundo do prédio onde funcionou o Cine Itapoã, Loja Maçônica Igualdade Florianense, prédio onde funcionou o Banco do Brasil, por baixo do Floriano Clube, escorrendo pela rua São Pedro, entrando pelos fundos do antigo prédio da Prefeitura por baixo do bar do senhor Bento Leão, atravessando a avenida Álvaro Mendes (hoje Getúlio Vargas) e passava por baixo do então Cine Teatro Politeama (atualmente onde está a firma Credinorte), desaguando na rua Fernando Marques, onde num dos mandatos do senhor Manoel Simplício foi construída uma galeria de mais de 400 metros de cumprimento indo desaguar no rio Parnaiba e agora, segundo dizem, está conectada com o serviço feito pelo senhor José Leão que se destina a despoluição das águas que procuram o leito do Velho Monge.

A história do antigo riacho é como o animal que lhe empresta o nome: - tem sete fôlegos. Hoje a rua que ainda lhe serve de leito, é uma via calçada onde estão edificadas inúmeras residências, clínicas médicas, hospital (A Casa de Saúde doutor Sebastião Martins e está no coração da nossa Princesa do Sul.

Fonte: Nelson Oliveira e suas Crônicas

11/06/2023

Dispersão Poética

 

Para onde o corpo não vai, poeta, projeta-se um olhar.

Hospital Tibério Nunes ampliará sua capacidade com 148 novos leitos

 

Ampliação HTB

O Hospital Regional Tibério Nunes, referência em atendimento de saúde na região de Floriano, passa por um grande processo de expansão que visa aprimorar e ampliar os serviços de saúde oferecidos à comunidade local e regional. As obras de ampliação do hospital estão divididas em duas etapas que irão melhorar a infraestrutura e a capacidade de atendimento da unidade.

A primeira fase das obras conta com 80 novos leitos, incluindo 02 leitos de isolamento. Essa etapa tem previsão de conclusão para o mês de fevereiro de 2024. Com esses novos leitos, a unidade de saúde poderá acomodar um maior número de pacientes, garantindo um atendimento de alta qualidade e maior disponibilidade de recursos médicos.

A segunda etapa da expansão abrangerá a construção de mais 68 leitos no segundo pavimento, como explica o superintendente de Média e Alta Complexidade da Sesapi, Dirceu Campêlo.

"Assim como na primeira, a segunda etapa também contará com leitos de enfermaria, além de mais 02 leitos de isolamento. Quando essa fase for concluída, a capacidade total do hospital terá aumentado para 148 novos leitos, divididos em dois pavimentos", afirmou.

O diretor do hospital, Gabriel Silva, enfatizou que as reformas na unidade de saúde fortalecerão ainda mais Floriano como um polo de saúde na região e permitirão a alocação adequada de serviços médicos.

"A ampliação do Hospital Regional Tibério Nunes é um passo importante no fortalecimento da infraestrutura de saúde na macrorregião de Floriano, garantindo um atendimento mais abrangente e de alta qualidade para a população local”, finalizou o diretor.

Fonte: florianonews.com

11/03/2023

Retratos

 NO TEMPO DAS CALÇADAS


Dácio Melo (Filho de Mestre Walter)

Sintíamo-nos à vontade, todos sentados em suas cadeiras nas calçadas conversando os mais variados assuntos. O véu da noite nos encobre mansamente. 
No Tempo das Calçadas

Na rua a meninada brinca animada as mais variadas rodas, chicote queimado, bombaquim dentre outras. Lá na calçada de seu Binidito Tibério, Djalma, Zulmirina, Gracinha, Danunzio, Tonho dos Reis e outros fazem outra roda de bate-papo. 

Na porta D. Maria e seu Binidito conversa com algumas visitas. A Lua com sua luz dourada e romântica aquece o frescor da noite embebido pelo cheirinho gostoso do mato rasteiro da cerca de seu Joãozinho. 

A noite avança mansamente, as brincadeiras se aqueitam de vagar, as mães zelosas dizem às crianças, já chega, vão todos se lavarem! Diante daquelas advertência, os vizinhos se dão conta do adiantado da hora. 

Boa noite daqui, boa noite dali e vão ouvindo como repostas um, mas tá cedo Comade Joaquina, num vá não cumade Inhá. Já tá tarde, cumade Lurdes, amanhã a gente continua. Boa noite Melo, boa noite seu Walter. 

Até amanhã! De longe a turma de Tibério, Djalma, Zulmirina, Zezé... olhando os mais velhos se arrumando, se despedem e recolhem à casa e aos braços de Morfeu.  

37º Aniversário do Cine Natal 1974