3/10/2020

Floriano: margens do Rio Parnaíba recebem 50 mudas de plantas

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental marcaram o fim da tarde desta sexta-feira (6) às margens do Rio Parnaíba em Floriano. 

Com intuito de diminuir a degradação do principal patrimônio ambiental do município, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais realizou o plantio de 50 mudas de plantas na Avenida Frei Antônio Cúrcio, também conhecida como Avenida Beira Rio. 

As mudas foram disponibilizadas numa importante parceria com o IFPI-Campus Floriano, através do Projeto Adote Uma Árvore, que esteve na ação. Além da instituição, também estiveram presentes o vice-prefeito, Antônio Reis; a secretária de Meio Ambiente, Manuela Simplício; e representantes do Conselho Ambiental, Rotary Club, OAB, Floriano Verde, EcoCats e membros da comunidade em geral. 

Novas mudas
As equipes colocaram a mão na massa e, segundo Manuela Simplício, o poder público espera contar com esta integração também na conservação das mudas. "Nós estamos fazendo a nossa parte. Essa ação é importante principalmente depois do grande episódio de queimadas recentes que ocorreram. Sabemos da importância que estas árvores tem para a conservação da mata ciliar e do rio Parnaíba e por isso contamos com a população para que continuemos na missão de cuidar dos recursos naturais da nossa Princesa", disse. (SECOM).

3/08/2020

Retratos de Floriano

Entrevista com Jeremias

JOSÉ NEVES DA COSTA (Jeremias) – Década de 50 trabalhou com Zé Caboré na Usina Elétrica Maria Bonita 
“Jeremias Lateral do Grêmio de Galdino”

“Jeremias” (assim era chamado por causa do nome do seu inesquecível pai), nasceu em Floriano-PI, 28.10.1937, 82 anos, dono de memória privilegiada lembra com detalhes seu tempo de criança e adolescente na beira do Rio Parnaíba, onde morava e trabalhava.
Seu pai Jeremias era embarcado no Vapor que fazia travessia – Uruçuí-PI (levava: óleos de coco, tucuns, couros, mandiçoba) para Parnaíba-PI (trazia: sal, querosene, tecidos, calçados, miudezas). 
Em 1950 “Jeremias”  trabalhava na Usina Elétrica Maria Bonita, cujo chefe era Sr. Zé Caboré pai do piloto de avião Raimundinho Caboré, que certa vez fazendo piruetas ao passar por baixo do cabo dos pontões de Floriano – Barão, o avião bateu no cabo e caiu no Rio Parnaíba.
Na Usina Maria Bonita tinha 4 funcionários da Prefeitura (Zé Caboré e mais 3 funcionários) e 8 aprendizes (adolescentes de 12 a 14 anos), que aprendiam o oficio de fundição na Usina. Zé Caboré era um habilidoso armeiro, reparava armas, principalmente revolveres, fundidor (forneiro)  de peças para trabalho na construção (alavanca, inchada, pás) e campo (foice, facão).
A Usina era colocada em funcionamento as 18horas que se estendia às 23horas, o combustível era carvão e o resfriamento feito com água do Rio Parnaíba. Um detalhe importante não existia caís, a margem era ribanceira alta dificultando o trabalho dos 8 adolescentes que carregavam os cambos (2 latas de 20 litros penduradas numa vara), piorando o sofrimento nos dias de festas no Floriano Clube, que se estendia até as 02 horas , eram carregados 200 cambos (400 latas) por pessoa, segundo Jeremias até hoje sente dores, a agua trazida era colocada na caixa d’água existente até hoje próximo ao prédio da Maria Bonita, como a caixa d’água é alta o carregador amarrava numa corda que era içada para o serem derramadas no depósito.
No quarteirão que abrange os restaurantes Velho Monge ao Zé do Flutuante existiam 5 frondosas tamarineiras, era uma das imagens mais lindas que eu vi na vida, lembra “Jeremias”!
O Tiro de Guerra fez no Bosque um campo de futebol situado na Barra da Onça, onde desemboca três riachos, na altura da ridícula “Praça de Eventos”, o local passou a ser chamado de Bosque Santa Teresinha porque uma jovem viu entre árvores uma imagem de Santa Teresinha.
Na altura da Oficina do Julinho até a Garagem da Princesa do Sul, existia um campo de futebol!
Fonte: José Neves da Costa – “Jeremias”.
OBS-1: Carlos Aberto de Araújo Costa, Engenheiro Civil, florianense construtor do cais, quando  dirigia no Piauí o Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis – DNPVN; 
OBS-2: O início do Caís do Porto – Administração do Prefeito Chico Reis (31.01.1959 – 31.01.1963). Fonte: Floriano: Sua História, Sua Gente – Profª Josefina Demes.
Floriano-PI, 14 de julho de 2019

Pesquisa de Adm.: César Augusto de Antônio Sobrinho

3/06/2020

Retratos do nosso futebol

Torneio do Campo dos artistas


ERAM, ainda, os idos dos saudosos anos sessenta. Como sempre tenho abordado, o Campo do Artista era o palco dos campeonatos amadores de Floriano, o qual tinha como pano de fundo um frondoso cajueiro, onde se agrupavam atletas, cartolas, enfim, todos aqueles que, de certa forma, ajudavam ou atrapalhavam os espetáculos futebolísticos.

Pois bem, chegara, então, o dia do torneio início daquela temporada, torneio esse que preambulava o campeonato de amadores. Campo do Artista - 1964.

Para a realização de tal evento, o Gusto, dono do time do Botafogo, e seu presidente, e também como membro da liga organizadora do campeonato, encomendara ao senhor Raimundo Beirão, renomado carpinteiro da cidade, as traves que seriam postadas no estádio.

Como combinado, tudo foi feito. Confeccionadas as traves, foram estas cuidadosamente fincadas nos extremos do campo, nos seus mínimos detalhes, como exigido nas regras do futebol.

O campo estava uma beleza e o dia maravilhoso para a prática do futebol, dado que até São Pedro mandara uma boa rajada de chuva par sedimentar o areão.

Dada a magnitude do evento, outro não poderia deixar de ser, o árbitro da partida, senão o famoso Vicente Xeba.

Tabela pronta, time equipados, disputariam a primeira partida o Santos de Pulu e o Botafogo de Gusto, sendo que todas as equipes, São Paulo de Carlos Sá, Caiçara, Flamengo de Tiberinho, Bangu do Bosque e outras, já encontravam-se equipadas e aquecidas para os embates.

Tudo bem, não fosse o incidente surgido naquela ocasião, em virtude de o dinheiro arrecadado pelo Gusto não ter sido suficiente para ocorrer como pagamento ao artífice Raimundo Beirão.

Ante esse fato, incontinenti, o seu Beirão, com a ajuda de seu auxiliar de serviços, arrancou as traves e levou-as de volta para a sua oficina, não obstante os apelos e as promessas de todos os que ali se encontravam de que a grana não demoraria.

Sem traves, restou aos cartolas a discussão sobre a realização, ou não, do torneio, muito embora soubessem que esta realização, em última instância, seria decidida pelo grande Xeba.

Assim sendo, dirigiram-se todos até o famoso rifiri, sendo que este, de dedo em riste, bradava:


“num quero nem saber; num quero choro; vai ter jogo; faz as trave de talo de coco; num precisa travessão; num precisa dizer que gol só vale rasteiro...”

Dito isso, apitando bem alto e forte, Vicente Xeba adentrou o campo, numa corrida cadenciada, em marcha a ré, concitando, com as mãos, alternadas, e cadenciadamente, a entrada dos alvinegros ao centro do belo areal.

Foto:
A foto acima é o time do São Paulo de Carlos Sá, filho do senhor Geraldo Teles. A crônica acima foi extraída do meu livro - PINGA NA ÁREA.

3/04/2020

Retratos de Floriano

FUTEBOL DE SALÃO

Em Floriano o futebol é uma das práticas esportivas mais comuns entre jovens e adultos. É tanto que são inúmeras as escolinhas de futebol espalhadas pela cidade, essas escolinhas são verdadeiras fontes de talento.

Mas a novidade esta na modalidade, até agora todas as escolinhas preparavam apenas jogadores de campo, e um grupo de desportistas pretendem apostar no Futsal – o futebol de salão.

A nova escolinha de futebol é "Craques do Amanhã", organizada pelos jogadores Cipó, José Ribamar e Carlos Júnior. Essa é a primeira escolinha de futsal de Floriano.
De acordo com a direção, setenta garotos com idade entre 08 e 17 anos já estão participando das aulas ministradas em duas quadras do município – Praça da Bandeira (enfrente a Escola Normal) e Praça do Fauzer Bucar.

As aulas são realizadas nos dias de terça-feira e quinta-feira das 8h as 10h da manhã na Praça da Bandeira e aos sábados e domingos das 8h as 11h da manhã na quadra do Fauzer Bucar.

Os diretores também são os monitores dos alunos. Eles incentivam a prática esportiva, ensinam técnicas, jogadas e estimulam o talento dos jovens, mas para fazer parte da equipe é preciso estudar.

A exigência é a permanência na escola e boas notas, além do comportamento. A idéia do projeto é incentivar a prática esportiva e ao mesmo tempo formar cidadãos conscientes.

Em tempo:

Na foto acima, os bons tempos do período romântico de nosso antigo futebol de salão ( hoje, chamado de futsal ), mostrando o time do Square, campeão da temporada de 1971 no Comércio Esporte Clube.

3/03/2020

RETRATOS DE FLORIANO

VISTA AÉREA DO ANTIGO MERCADO PÚBLICO DE FLORIANO LOCALIZADO NA PRAÇA CORONEL BORGES


Ao centro o mercado e as bancas de hortifrutigranjeiros

3/02/2020

Solenidade marca abertura do ano letivo 2020


Foi realizada na manhã desta segunda-feira (2), a solenidade oficial do ano letivo das escolas da Rede Municipal de Ensino de Floriano. O evento reuniu alunos, professores, coordenadores, diretores e autoridades municipais na quadra da Escola Municipal Francisco Dutra, no bairro Manguinha. As aulas terão início nesta terça-feira, 3 de março.

O prefeito Joel Rodrigues compareceu a solenidade e destacou que a educação tem sido uma prioridade da gestão. “Estamos dando início a mais um período letivo com muita responsabilidade, garantindo o transporte e a merenda escolar, além de uma equipe de professores motivados e preparados para dar o melhor em sala”, afirmou Joel.

Nesta terça, cerca de 7.300 alunos retornarão às salas de aula, do Ensino Fundamental e Educação Infantil, nas 52 escolas da rede municipal, incluindo as zonas urbana e rural. De acordo com o secretário de Educação, Joab Curvina, 570 professores iniciam o ano letivo com piso salarial reajustado, além do reforço de 45 professores nomeados no último concurso público.


“Iniciamos o ano letivo com muita motivação e dedicação. Desejamos sucesso a todos os alunos e as famílias que acompanham e tem um grande papel nesse processo”, completou Joab. (Secom).

Esperança Garcia, uma escrava culta e corajosa



Domingo (27), estivemos na nossa querida cidade de Nazaré do Piauí, acompanhados de grandes vultos acadêmicos da ALBEARTES: escritor Adrião Neto, José Paraguassu, Tomaz Gomes Campelo e tantos outros. Fomos levar uma idéia aos vereadores da cidade para que seja criado a LAUREA DO MÉRITO LEGISLATIVO ESPERANÇA GARCIA.


Essa comenda deverá ser apresentada por Lei Municipal para condecorar as pessoas que muito contribuíram com a história e com o progresso da cidade de Nazaré do Piauí. Uma sugestão apresentada em abril de 2005, que fosse criada uma medalha em nome da escrava guerreira e, entregue aos homenageados em data de 21-12-2005 Jubileu de Ouro (50) anos de emancipação política.

Estamos confiantes que agora vai dar tudo certo, pois o Presidente da Câmara Municipal vereador Carlos Pinheiro, e os vereadores Gezim, Eufrásio Pinto e Mauricio Cotta se mostram otimistas com a idéia trazida. Presente também o Prof. Ildamar que foi presenteado por uma das obras do escritor Adrião, bem como a Dra. Márcia Pinheiro.

Os vereadores irão apresentar o projeto de lei e, acreditamos que será aprovada, diga-se de passagem, por unanimidade. E assim sendo os homenageados serão informados para em sessão a ser realizada em data de 06 de setembro, pois a data que foi escrita a carta, data que foi criado o dia da CONSCIÊNCIA NEGRA. Um dos filhos de Nazaré do Piauí Dr. José Messias Leal foi quem primeiro localizou o livro de autoria do escritor Luiz Mott com a historia da escrava Esperança Garcia. Veja um pouco sobre sua história e o teor da carta.

Esperança Garcia viveu na região entre Oeiras e Floriano na fazenda de Algodões, a mais ou menos 300 km de Teresina, essa fazenda juntamente a outras dezenas de estâncias pertenciam à inspeção de Nazaré, onde é hoje o município de Nazaré do Piauí. Apesar de sua importância histórica, não se sabe quase nada sobre sua vida, esse descaso da sociedade é conseqüência principalmente de sua condição de negra escravizada. Porém ela se destaca por ter sido corajosa a ponto de escrever uma carta ao governador do Piauí, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, denunciando os maus tratos sofridos por ela, seus filhos e companheiras. A carta é datada de 06 de setembro de 1770.

Afirma-se que a carta original está em Portugal, e uma cópia foi descoberta no arquivo público do Piauí pelo pesquisador e historiador Luiz Mott em 1979:“Outra minha importante descoberta arquivística foi um pequeno documento, uma única página escrita a mão, todo cheia de garranchos com muitos erros de português: trata-se de uma petição escrita em 1770, por uma escrava do Piauí, Esperança Garcia. Trata-se do documento mais antigo de reivindicação de uma escrava a uma autoridade. Documento insólito! Primeiro por vir assinado por uma mulher, já que mulher escrever antigamente era uma raridade. As mulheres eram vítimas da estratégia de seus pais, mantê-las distante das letras, a fim de evitar que elas escrevessem bilhetinhos para os seus namorados. Segundo, por se tratar de uma petição escrita por uma mulher negra.”(Mott).

Esse documento serviu de inspiração para diversas manifestações contemporâneas como o grupo de mulheres que trabalham pela cidadania da mulher negra piauiense, e recebe o nome de Esperança Garcia assim como a maternidade de Nazaré do Piauí e a data desta carta é o dia estadual da consciência negra no Piauí desde 1999.

Segue abaixo o modelo original da carta e sua versão atualizada:

CARTA:

"Eu sou hua escrava de V. Sa. administração de Capam. Antº Vieira de Couto, cazada. Desde que o Capam. lá foi adeministrar, q. me tirou da fazenda dos algodois, aonde vevia com meu marido, para ser cozinheira de sua caza, onde nella passo mto mal. A primeira hé q. ha grandes trovoadas de pancadas em hum filho nem sendo uhã criança q. lhe fez estrair sangue pella boca, em mim não poço esplicar q. sou hu colcham de pancadas, tanto q. cahy huã vez do sobrado abaccho peiada, por mezericordia de Ds. esCapei. A segunda estou eu e mais minhas parceiras por confeçar a tres annos. E huã criança minha e duas mais por batizar. Pello q. Peço a V.S. pello amor de Ds. e do seu Valimto. ponha aos olhos em mim ordinando digo mandar a Procurador que mande p. a fazda. aonde elle me tirou pa eu viver com meu marido e batizar minha filha q.

De V.Sa. sua escrava Esperança Garcia”

CARTA TRADUZIDA:

"Eu sou uma escrava de V.S.a administração de Capitão Antonio Vieira de Couto, casada. Desde que o Capitão lá foi administrar, que me tirou da Fazenda dos Algodões, aonde vivia com meu marido, para ser cozinheira de sua casa, onde nela passo tão mal. A primeira é que há grandes trovoadas de pancadas em um filho nem, sendo uma criança que lhe fez extrair sangue pela boca; em mim não poço explicar que sou um colchão de pancadas, tanto que caí uma vez do sobrado abaixo, peada, por misericórdia de Deus escapei. A segunda estou eu e mais minhas parceiras por confessar a três anos. E uma criança minha e duas mais por batizar. Pelo que peço a V.S. pelo amor de Deus e do seu valimento, ponha aos olhos em mim, ordenando ao Procurador que mande para a fazenda aonde ele me tirou para eu viver com meu marido e batizar minha filha.

De V.Sa. sua escrava, Esperança Garcia"

Fonte: Blog Tio Borges

O Silêncio de um homem

    (Crônica dos Anos de 1990) Extraído do livro: Flagrantes de uma Cidade (Luís Paulo de Oliveira Lopes. Quem é esse homem? De onde veio? Q...