12/20/2018

Reflexões Poéticas

Esperando o novo Flutuante
Espera, poeta, essa tua nave; esse teu novo FLUTUANTE; porque o tempo passa; e essa revolução, mesmo distante; faz parte de teus sonhos ondulantes.

12/19/2018

Retratos de Floriano

Clovis Ramos, grande carnavalesco do passado

 Fonte: Flagrantes de uma cidade/Luiz Paulo

OS BRAVOS - SURGE UM EXTRAORDINÁRIO CONJUNTO MUSICAL


Os Bravos 1968 - FlorianoPI
Uma multidão aguardava com ansiedade o lançamento do conjunto OS BRAVOS, logo após o famoso show do cantor da jovem guarda - Jerry Adriani no inesquecível 19 de outubro de 1968 às oito horas da noite.

Quando os garotos chegaram no Salão Paroquial, ficaram admirados com o comparecimento em peso do público; era tanta gente que não foi possível entrar pela porta principal, os quatro rapazes tiveram que pular o muro. O apresentador da Rádio Difusora de Floriano, Pedro de Alcântara Ramos, anunciou: “senhoras e senhores, com vocês - OS BRAVOS...”; foi de arrepiar, as cortinas se abriram e surgiram os quatros ídolos, com a faixa etária entre 14 e 16 anos, pulando e tocando a música de entrada, foi um delírio total. E, para abrilhantar o grande show, em seguida, entrou em cena o badalado Jerry Adriani.

Nessa mesma noite o conjunto seguiu para tocar no tradicional Floriano Clube, e outra surpresa, uma multidão os esperava, os organizadores da festa tiveram que fechar as portas do famoso clube, pois não havia mais espaço.

Os Bravos eram formados pelo baixista Irapuam Leal, o guitarrista solo Antonio Alberto (que tinha dois apelidos: pimentão e rádio globo), o guitarrista base Fábio de Jesus (mora hoje em Teresina) e pelo baterista Raimundo Neiva (Neivinha); depois, numa segunda etapa, o baterista passou a ser Levindo Sipaúba.

Tudo começou com a influência da jovem guarda. E Floriano, como uma cidade de vanguarda, também participou ativamente dessa fase romântica. Os jovens Irapuam, Marcone (filho de seu Florentino e irmão de Piruca), Pedro Bispo, Ozires (de Barão de Grajaú) e Zé Bruno Filho - “ficávamos horas e horas treinando e ensaiando os sucessos da época e quando um de nós conseguia imitar os acordes e os cantores dos conjuntos famosos, corríamos para casa de um e de outro para mostrar, era um barato, mora!” – conta, comovente, Irapuam.

Fatos pitorescos: com o intuito de buscar reconhecimento do público e ao mesmo tempo um padrinho forte para patrociná-los a turma, equipada com violões, fazia apresentações nas entidades como o Lions Club e Câmara Júnior. Os instrumentos musicais foram comprados pelo dinâmico Vicente Rodrigues (desportista), um entusiasta do grupo. Os ensaios eram realizados em dois locais, na rua Sete de Setembro, na residência do sogro de Antonio de Pádua, conhecido como Mata Sete (in memorian) e na rua Padre Uchôa, no quarto da esquina da casa de Neno Leonias (um grande incentivador do conjunto), filho de seu José Leonias; O adolescente José Demes (Ieié) era considerado o mascote, pois estava sempre por perto aprendendo os acordes, e pouco tempo depois passou a integrar o famoso grupo Viazul. Outros que acompanhavam, Dílson Barbosa, Genison (conhecido por priquito de ovelha). O nome da banda surgiu de uma longa lista, que teve entre vários nomes: THE BIRDS. Nos shows em Barão de Grajaú, os integrantes e os equipamentos do conjunto atravessavam de pontão (que fama, hein!).

OS BRAVOS tiveram uma passagem meteórica. Sua primeira etapa durou apenas de outubro de 1968 a maio de 1969, porém, pelo pouco tempo em cartaz, todos os seus shows eram lotados, os garotos fizeram apresentações no Floriano Clube, Salão Paroquial, Bar Carnaúba, Brotolândia, inauguraram as Casas Daher e o Posto São Cristóvão. O conjunto acompanhou vários cantores famosos, tipo Jerry Adriani, Zé Roberto, Lindomar Castilho, George Fredman e outras feras da jovem guarda.

Com o sucesso do grupo surgiram convites para fazer shows em São João dos Patos, Sucupira do Riachão, Barão de Grajaú, Guadalupe, Itaueira e em outras paragens. Na cidade de Barão de Grajaú, por exemplo, aconteceu um fenômeno, conta Irapuam - “o clube, local do show, estava tão lotado, que a gente tocava uma música, parava para afastar a multidão, voltava a tocar, parava, afastava a multidão e tocava, foi assim durante toda a apresentação”.

Perguntamos, então, a Irapuam, um dos idealizadores e fundadores do grupo, sobre algum fato que lhe marcou. Irapuam, hoje professor na UNED – de Floriano, foi categórico:

“Foram articulados uns shows nas cidades de Guadalupe e São João dos Patos para arrecadar fundos para construção do Convento das Irmãs no Colégio Industrial; como era impossível convencer o pessoal de casa para liberar-me, tive que fazer uma traquinagem: na sexta-feira saí de casa fardado como aluno Ginásio 1º de Maio e, numa sacola, escondido, o uniforme do conjunto para tocar no final de semana, foi um sucesso total, tanto nas apresentações quanto em casa, meus pais não tiveram outra alternativa, mandou-me, de prima, para Fortaleza. Época boa e romântica, que os anos não trazem mais!”

LEGENDA DA FOTO - OS BRAVOS NA ANTIGA RESIDÊNCIA DO EX-SENADOR JOÃO LOBO NA AVENIDA JOÃO LUIZ FERREIRA E ONDE FINCIONOU O INPS NO ANO DE 1976

Colaboração: IRAPUAM, integrante e um dos fundadores do conjunto “Os Bravos”, hoje, professor da UNED de Floriano-PI; e César Augusto (filho de Antonio Sobrinho)

FIGURAS ILÚSTRES DE FLORIANO

PADRE ACELINO

Foi vigário de Floriano na décad de 20, oportunidade em que construiu o majestoso templo religioso que orna nossa cidade em honra a São pedro de Alcântara.

AFONSO NOGUEIRA

Natural do Ceará, comerciante, dono de embarcações a vapor construídas aqui mesmo em Floriano: ROSICLER, que antes se chamava NAZIRA (de propriedade do senhor Bucar Amado Bucar de Balsas - Maranhão) e AFONSO NOGUEIRA. Os motores vieram da Inglaterra.

ALBERTO DRUMOND

Cidadão de invejáveis dotes morais e chefe de família exemplar. Foi o primeiro titular do Cartório Civil e do Cartório de Primeiro Ofício. Verador.

ALFREDO ESTRELA

Comerciante com loja à rua que hoje tem o seu nome. Intendente Municipal, realizou algumas obras de interesse público.

ALUÍSIO RIBEIRO

Jovem, culto, poliglota, falava francês e árabe. De tradicional família piauiense.


Fonte: Floriano de hoje e de ontem / Theodoro Ferreira S. Neto

12/15/2018

FOLCLORE ÁRABE FLORIANENSE


HONESTIDADE ACIMA DE TUDO

Por: Salomão Cury – Rad Oka

Viveram em Floriano dois irmãos originários da cidade de Khabab, Síria. Chamavam-se Moisés e José Knaer. Ambos vieram muito jovens, tentar a vida junto de patrícios já estabelecidos no Brasil. Moisés veio da Síria, casado com uma moça da família Lobo, chamada Carminha, mas José veio solteiro.

Em terras brasileiras, Moisés colocou um movimentado e luxuoso cassino num dos salões do Edifício Calisto Lobo Matos na esquina da Avenida Álvaro Mendes ( hoje, Getúlio Vargas ) com a rua Alfredo Estrela. Este é o último casarão de Floriano com pórtico escrito em árabe.

José era uma figura mais tímida. Começou a mascatear até se casar com uma jovem chamada Maroquinha Frejat, oriunda de uma família de personalidades inteligentes e de boa casta. Algum tempo depois da lua de mel, estabeleceu-se com uma pequena loja na movimentada rua São Pedro, fazendo-a prosperar e crescer razoavelmente.

No tempo em que mascateou, usou, para transporte das mercadorias, do auxílio de uma larga carroça de madeira, puxada por um jumento branco que tinha o sugestivo nome de “ Massári “ ( do árabe: dinheiro ). Iam com esse burrinho para várias regiões do meio norte, incluindo no itinerário cidades como Jerumenha, Guadalupe, Nova Iorque, São João dos Patos, Amarante, São Francisco e Flores.

Assim que se casou, José ainda chegou a levar a esposa em algumas dessas andanças. Apesar do sofrimento da viagem, a jovem Maroquinha adorava a companhia do marido carcamano como ela. Na última dessas viagens, acompanhado da esposa, a carroça ia abarrotada das mais diversas mercadorias e o pobre asinino já estava estafado. No limite de suas forças, subindo uma ladeira razoavelmente íngreme, o pobre massári meteu uma das patas num buraco fundo o suficiente para quebrá-la e o casal não teve outra alternativa, senão sacrificar o animal.

O desespero chegou na mente do laborioso Knaer. Como resolver aquela situação? No pé de uma ladeira, com a carroça cheia, sem jumento, longe de casa e acompanhado da esposa. Pensou em pedir ajuda ao irmão Moisés, mas naqueles tempos, não se dispunha de telefonia. Se pelo menos o seu Milad Kalume estivesse ali para consertar o pé do animal, não seria necessário sacrificá-lo. Ainda cogitou a hipótese de vendê-lo, mas não acharia comprador pra tanto charque.

A solução para um problema tão sério seria pedir emprestado um jumento para continuar a viagem. Acontece, porém, que o matuto típico daquelas paragens já estava ficando por demais sabido e ninguém se prontificou a “ emprestar “ um animal. A grande maioria só queria vender ou trocar pela mercadoria do carcamano. Ora, a mercadoria valia muito mais que 30 ou 40 burrinhos, e o carcamano, apesar de não ter dinheiro ainda, por estar no começo da viagem, achou por bem comprar um animal novo assim que fizesse suas primeiras vendas naquele lugarejo.

A notícia de que o árabe estava precisando de um jumento correu rápido na cidade e seus habitantes entraram em combinação de não comprarem nem mesmo uma agulha na mão do carcamano, para forçá-lo a um mau negócio. Das duas uma: ou ele trocaria a mercadoria inteira com alguém, ou faria um queima, vendendo tudo a preço de custo.

Não tendo alternativa, José Knaer já ia fazer uma liquidação, mas foi abordado pelo padre da cidade antes. O vigário lhe disse:
- É você o carcamano que está sem jumento?

- Sim, senhor padre, sou eu mesmo. Sua paróquia está se aproveitando da minha situação, me obrigando a vender minha mercadoria em condições que terei um prejuízo enorme! Sou recém casado e esta é minha esposa. Como poderei dar-lhe conforto se estou a ser explorado na sua cidade?

E o padre respondeu:

- É realmente muito errado o que os fies da minha igreja estão fazendo com o senhor. Jesus nos deixou a parábola do bom samaritano, onde aprendemos que se deve ajudar até os inimigos, se estes necessitarem. Pois bem, carcamano: hoje você é meu próximo. Tenho um jumento que uso para alcançar as famílias que moram mais distantes da igreja. É um animal velhinho, mas que estimo muito e, certamente, vai poder lhe levar até um lugar onde você possa resolver o seu problema ou até mesmo de volta para casa. Mas fique sabendo que quero sua palavra de honra que em breve o terei de volta são e salvo.

- Logicamente o senhor a tem, padre. Palavra de honra! Juro pela cruz! – e puxou um crucifixo de ouro do pescoço e o beijou.
Pegou o burrinho pelo cabresto e o atrelou à carroça. Pôs a mulher encima e começou a tocar o animal, que ia, num esforço hercúleo, puxando a pesada carga.

No fim do caminho de volta para casa, porém, o casal foi atacado por um enxame das perigosas abelhas africanas, que começou a picar-lhes em todas as partes descobertas. José apressou-se em auxiliar o jumento em detrimento da mulher, que estava em verdadeiro desespero encima da carroça. A cara da carcamana estava literalmente preta de abelhas e ela gritava feito louca todo tipo de algaravia com a língua enrolada, enquanto José soltava o burrico do padre e dava-lhe umas chibatadas pra que pudesse correr livre.

Só então é que socorreu a mulher, que a essa altura, já estava desmaiada. O rosto estava irreconhecível, mas José pegou-a no colo, desceu carroça apressadamente gritando por alguém que pudesse acudir-lhes. Passava pela estrada um senhor com uma charrete que lhes rendeu os primeiros socorros e os conduziu para o Hospital Miguel Couto, onde foram devidamente recebidos. O tratamento da mulher foi difícil. Disseram a Kanaer que se tratava de uma doença chamada choque anafilático e que era grave sua condição. José gastou mundos e fundos para salvá-la, mas conseguiu.

Quando o susto passou e a mulher teve alta, o irmão de José, que se chamava Moisés foi visitá-los. Na oportunidade, disse ao irmão:
- Mas, José, como é que tu socorres primeiro o jumento e deixa tua mulher ser comida pelas abelhas? Tu ta doido? Repara, agora, a despesa que fizeste…

José nem titubeou. Arrematou o assunto com a seguinte máxima:

- Acontece, Moisés, que somos gente muito honesta! Fique sabendo que o jumento era emprestado e a mulher é minha!

Fonte: Jornal a Voz de Floriano

Em tempo:

Comentário(s):

 Esta historia sobre o floclore árabe, me fez lembrar um "causo" atribuído ao velho Salamão Mazuad, grande comerciante do passado estabelecido na Princesa do Sul.

    Na década de 60, Salomão estava ampliando suas instalações comerciais, daí que tinham muitos operários na construção da obra.


    Um deles era Expedito, pedreiro morador do bairro manguinha, que carregava os seus instrumentos de trabalho em um cofo.


    Certo dia, Expedito chegou para começar a sua jornada na construção de Sr. Salomão, e este desconfiado de poder ser furtado por Expedito, de forma diplomática, assim se pronunciou:


    "amiga, tu é honesta, más cofa tua é ladrona, deixa cofa fora".


    Como se observa, o velho carcamano era uma figura ímpar.


    Fraterno abraço.


    Gilberto Lima, São Luís-MA.

12/14/2018

Educação abre matrículas na rede Municipal de Ensino em Floriano

Educação abre matrículas 
na rede Municipal de 
Ensino em Floriano
A Secretaria Municipal de Educação abriu nesta segunda-feira (10), as matrículas nas escolas municipais, que atendem desde o maternal até o ensino fundamental maior.

O processo de matrícula para os novos alunos vai até o dia 31 de janeiro. As aulas tem início no dia 11 de fevereiro e vão até o dia 21 de dezembro de 2019, nas zonas urbana e rural.

Ao comparecer na escola desejada, para efetuar a matrícula, é necessário apresentar os  documentos pessoais do responsável, a certidão de nascimento e cartão SUS do aluno.

Segundo o secretário da pasta, Joab Curvina, são 50 escolas com matrículas abertas, sendo 30 na zona urbana e 20, na zona rural. 

Os alunos que permanecerão nas mesmas escolas, tem a matrícula realizada automaticamente, no entanto, os pais ou responsáveis, devem comparecer à escola até o dia 21 se dezembro de 2018, para assinatura do comprovante de matrícula. Para 2019, 8.600 vagas foram disponibilizadas para toda a rede municipal.

12/13/2018

Em recomeço, Sarah Menezes luta seletiva por vaga na seleção brasileira

Fotos: 
Staff Images / Flamengo
Quando foi a melhor piauiense na seletiva da seleção brasileira de judô para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, Sarah Menezes nem era maior de idade. Ficou na reserva, atrás de Daniela Polzin. No ano seguinte, já foi titular nos Jogos Olímpicos de Pequim, na China. Quatro anos mais tarde, com o ouro em Londres, se firmou na categoria ligeiro (até 48kg). 

Além da concorrência com Daniela Polzin no início de sua carreira na seleção, Sarah Menezes viu Nathalia Brígida virar sua sombra no ciclo olímpico para a Rio 2016. Foi o máximo que se chegou a ameaçar a titularidade da judoca piauiense com o quimono brasileiro em uma década. 

O jogo virou quando a própria Sarah tentou mudar para a categoria meio-leve (até 52kg) em 2017, e desistiu da mudança para voltar ao peso no qual se consagrou. Quando regressou, encontrou outras adversárias no cenário nacional e internacional. E um caminho a percorrer novamente. 

Nesta quinta-feira (13), em Lauro de Freitas (BA), Sarah Menezes terá de seguir o mesmo caminho que outras judocas na tentativa de ser titular da seleção brasileira. Antes poupada da seletiva por sua condição de campeã olímpica, ou sua posição no ranking mundial, a judoca hoje não conta com resultados suficientes para ser agraciada com a dispensa do torneio. Na frieza do regulamento, é apenas mais uma em busca de um lugar ao sol. 

O segundo e último dia de seletiva começa as 10h (horário do Nordeste), com finais disputadas a partir das 16h - estas com transmissão dos canais pagos ESPN e Sportv.

Com 1.224 pontos, Sarah Menezes é apenas a terceira brasileira no ranking mundial, com o 34º lugar. A posição é resultado da ausência na categoria por um ano, somada ao período fora dos tatames por uma cirurgia no cotovelo, e a pouca presença no pódio nas competições internacionais que disputou - no mês passado, no Grand Prix de Haia, na Holanda, acabou eliminada nas oitavas de final. 

Hoje atleta do Flamengo (RJ), Sarah Menezes representará seu clube e fará a estreia na seletiva contra Ana Paula Nobre, que defende a Associação de Pais e Amigos do Judô e da Dança, de Itajaí (SC). 

Se vencer as duas primeiras lutas, Sarah Menezes já estará na fase final, que terá outras três judocas se enfrentando em rodízio. Das quatro finalistas, duas estarão na seleção brasileira em 2019 -  e consequentemente mais perto de uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. 

Para disputar a que pode ser sua última Olimpíada, Sarah Menezes terá de voltar ao começo de tudo e provar, no tatame, que está entre as melhores do país na atualidade.

Fonte: cidadeverde.com

37º Aniversário do Cine Natal 1974