1/15/2025

ENTREVISTA COM CRISTÓVÃO AUGUSTO

 Fonte: cabeçadecuia.com


Foto: Luiz Alberto Sanches -  
(Jornalista Deoclécio Dantas, filho de florianense 
e autor do prefácio do primeiro volume 
ao lado de Cristovão Augusto, coordenador
 do projeto)


Para saber mais detalhes da Coleção FLORIANENSES e sobre a Fundação Floriano Clube, o www.cabecadecuia.com conversou com o florianense Cristovão Augusto Soares de Araujo Costa, um dos organizadores do livro e da Fundação. Cristovão trabalhou por muitos anos em Brasília no Ministério da Educação, Ibama e no Senado, onde no Prodazem foi um dos quatro coordenadores da Constituinte e de várias CPIs,como as do Orçamento, Anões e Collor. Foi também chefe da assessoria especial do governo de Maria de Lurdes Abadia, no Distrto Federal.

cabecadecuia.com - Como e para que nasceu a Fundação Floriano Clube?

Cristovão Augusto - "O Floriano Clube foi fundado em 1938 mas estava abandonado há alguns anos. Então os sócios proprietários se reuniram e criaram a Fundação Floriano Club, uma entidade sem fins lucrativos e que trabalha para preservar, promover, desenvolver, incentivar e manter toda e qualquer manifestação cultural, além de promover a manutenção e recuperação de bens materiais e preservar o patrimônio histórico, arquitetônico e paisagístico da cidade de Floriano. A Fundação luta para preservar a história local, o folclore, a culinária e tudo o que venha a compor aspectos da tradição florianense. Nós já temos a projeto arquitetônico para o novo prédio, uma doação do Dr. Avelino Neiva. Inclusive toda a documentação já foi regularizada em cartório, em nome da Fundação. Estamos agora procurando meios e recursos para viabilizar essa construção."

"No ano passado, nessa epóca, durante as comemorações dos 115 anos de Floriano, nós lançamos o primeiro volume da "Coleção Florianenses", que objetiva recuperar e divulgar o perfil com dados biográficos, daquelas pessoas que contribuiram com a história da cidade. No primeiro volume nós trouxemos 10 pessoas. Já no próximo dia 07 de julho,nós faremos o lançamento do segundo volume com 23 pessoas. Além de trazer o perfil biográfico dessas personalidades homenageadas, o livro contém também a parte iconográfica, com fotografias. Para as próximas edições já temos relacionados 193 florianenses, e sabemos que há muitos mais a serem cadastrados."

cabecadecuia.com - Essa iniciativa recebe o apoio de quem?

Cristovão Augusto - "Essa iniciativa conta com o apoio dos florianenses, por enquanto. Ainda não conseguimos viabilizar outro tipo de apoio financeiro. Para esta segunda edição,solicitamos o apoio da Prefeitura de Floriano, mas ainda estamos aguardando uma resposta. Estamos propondo ao prefeito que nos ajude, comprando de 100 a 200 volumes de cada edição, para distribuir nas escolas, no município ou mesmo para presentear aos visitantes da cidade, enfim...Estamos ainda aguardando uma resposta da prefeitura."

"Quanto ao projeto arquitetônico da nova sede, iremos desenvolver um trabalho junto a orgãos do Estado, como a secretaria de Cultura, secretaria de Turismo, para sabermos como poderá ser viabilizada uma ajuda. Vamos buscar recursos também junto a orgãos federais como o Ministério da Cultura e Ministério do Turismo. Vamos também procurar os parlamentares piauienses, para tentarmos viabilizar algum tipo de verba, já que a Fundação não tem fins lucrativos e visa preservar o patrimônio histórico da cidade. No novo projeto arquitetônico, o salão de festas do antigo clube, por exemplo, será preservado. As novas instalações terão espaço para salas para escola de música, escola de dança, culinária e inclusão social. Haverá também um cinema, um mini-shopping com lojas e praça de alimentação, que serão alugados para ajudar na manutenção  do local.

cabecadecuia.com - Esta parece ser uma iniciativa pioneira no Estado. O senhor conhece algo parecido nos municípios piauienses?

Cristovão Augusto - Eu não conheço e algumas pessoas já me disseram que também não conhecem, principalmente esta iniciativa de ter livros publicados, com perfis biográficos de cidadãos que contribuiram para história da cidade.

cabecadecuia.com - De todo o material coletado até agora, muita coisa interessante e rara deve ter sido encontrada. O que o senhor destacaria como algo que foi recuperado para a história de Floriano?

Cristovão Augusto - "Eu destaco como raro, eu diria raríssimo e interessante, um bilhete do própio punho do ex-presidente Juscelino Kubitschek, datado de 17 de maio de 1955, quando esteve em Floriano em campanha para a presidência da República, e fez um bilhete para o então prefeito da cidade, Sebastião Martins Um outro bilhete, também de Juscelino, já eleito e também para o prefeito Sebastião Martins, onde ele pede que ele o represente num batizado de uma criança em Floriano."

"O lançamento da próxima edição acontecerá no próxmo dia 7 de julho, em Floriano, durante as comemorações dos 116 anos da cidade, no Espaço Cultural  Maria Bonita, um prédio que também tem um valor histórico muito grande para os florianenses, que foi inicialmente uma capela e depois passou abrigar a Usina Elétrica. O espaço ficou em ruínas, mas conseguimos recuperar no governo de Hugo Napoleão e do secretário Jesualdo Cavalcanti. Hoje o local funciona como se fosse um teatro."

cabecadecuia.com - Além de adquirir os exemplares das edições já lançadas, como o florianense poderá contribuir com a Fundação?

Cristovão Augusto - "O florianense pode participar de várias formas, mas o que mais nós queremos é o envolvimento das pessoas. Que os florianenses participassem mais e que não esperassem que a coisa acontecesse. Um documento valioso, uma informação... Sabemos que a ajuda financeira é dificil. O que queremos é a participação, o envolvimento. Se isso acontecer e o florianense se envolver de verdade... Isso é o que a gente busca. Existem outras pessoas que participam ativamente do projeto como o Luiz Paulo de Oliveira Lopes, a Rosenilta de Carvalho Attem, o Teodoro Ferreira Sobral Neto, o Avelino Neiva e que podem ser procuradas.

1/14/2025

Retratos de FLORIANO

 

Avenida Eurípedes de Aguiar na década de 40
Maravilhosa imagem da década de quarenta da nossa querida avenida Eurípedes de Aguiar na altura do cruzamento da rua Padre Uchoa.

À esquerda, na esquina, hoje funciona o Centro Cultural da família de Christino Castro. Observamos, ainda, a preocupação dos gestores da época com relação aos nossos arveredos no tocante ao clima da cidade.

Lamentavelmente, com o advento da tecnologia em todos os sentidos dos dias de hoje, Floriano também processa essas mudanças radicais. O asfalto, necessariamente, é uma questão de ordem, mas o clima torna-se cada vez mais quente.

O nosso rio Parnaiba alivia o calor, mas com a sua degradação, a situação tende a puiorar, se não tomarmos as medidas cabíveis. os nossos gestores atuais têm a obrigação de buscar alternativas no sentido recuperar o tempo perdido e apresentar soluções rápidas e ululantes.

Floriano precisa respirar um ar de moço bom, temos recursos para isso, mas cabe à sociedade e a quem está na linha de frente dos que comandam a cidade, o de reivindicar junto aos órgão federais e estaduais, os recursos a que temos direito.

Quem viver, verá!

1/10/2025

Retratos de FLORIANO

Bar TABU

O professor Luís Paulo conseguiu extrair essa bela fotografia do baú, para relembrarmos os bons tempos de Floriano.

Segundo o professor, " Somente para matar saudades: jovens florianenses no famoso Bar TABU, na Avenida Getúlio Vargas. 

Da esquerda para a direita: Tetê Attem, Leda Batista, Carlos Martins, José Anísio Ribeiro Gonçalves, Jofran Frejat e a inesquecível Vilma Pereira. 

Só lembranças, só saudades ... Isso era em 1953 ".

1/09/2025

Retratos de FLORIANO

 DEPOIMENTO 


Segundo Teodoro Sobral, "o prédio térreo ao lado  dos Demes era de uma das empresas de alguns dos irmãos Castro, Agripino e Cristino, depois foi vendido para a Casa  Inglesa (Estabelecimento James Frederick Clark S/A), cuja matriz era em Parnaíba, quando a mesma foi fechada na década de 1960.

Aqui em Floriano o farmacêutico Doutor Oaci Alves Pereira da Rocha comprou-o e lá abriu sua farmácia que funcionou até ele falecer. Hoje em uma das salas funciona o laboratório da filha dele Doutora Luiza Adelaide, onde era a Farmácia Santa Adelaide e está fechada com suas antigas prateleiras intactas.

A Casa Inglesa, onde o pai do Janclerques trabalhou, vendia os Jeep Whilys importados dos EUA e vinham embalados em caixões de madeira; lembro de quando adolescente os caixões sendo desmontados e em seguida eram entregues aos compradores" - relembra dentro de sua lembranças sobre Floriano antiga.

Retratos de FLORIANO

Hercília Barros Camarço

Brilhante professora e educadora por excelência, possuindo um colégio misto denominado "Santa Cecília". Quando da criação da Escola Normal de Floriano, foi sua Diretora por muitos anos até aposentar-se.

Exímia pianista, executava de cór mais de cem composições musicais. Foi em seu piano que o Tenente-Coronel revolucionário João Alberto Lins de Barros, quando de sua estada por Floriano, executou algumas peças musicais.

Muitos jovens, de ambos os sexos, devem a esta notável educadora os conhecimentos pré-primários e pré-ginasial. À ela, nossa homenagem!

Fonte: Delmar Mendes dos Reis

Retratos de FLORIANO

 Dados Sumários 



Colaboração - Delmar Mendes dos Reis/Novembro de 1993

PESSOAS E PERFÍS

Eleutério Rezende

Este notável e humilde alfaiate, maranhense de Barão de Grajaú, foi uma das poucas pessoas que contribuíram com a sua inteligência privilegiada, no desenvolvimento educacional de Floriano, especialmente como professor de música da Escola Normal local.

Não temos certeza se este brasileiro esquecido, estudante do antigo Colégio "24 de Fevereiro", concluiu o curso ginasial. Todavia, era um autodidata sem precedentes, entendendo de tudo, como: astronomia e música, especialmente. Foi poeta, escritor, dramaturgo e ator, e professor de música sem nunca ter tocado nenhum instrumento, quer de sopro, quer de cordas etc.

Cultor da arte presidida por Euterpe, são de sua própria autoria quase todos os hinos em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus, os quais eram cantados pelo pocona data festiva da Santinha de Lisieux. Era Eleutério católico fervoroso praticante. E, por todos estes predicados, respeitosamente, consignamos-lhe - Honra ao Mérito.

Hercília Barros Camarço

Brilhante professora e educadora por excelência, possuindo um colégio misto denominado "Santa Cecília". Quando da criação da Escola Normal de Floriano, foi sua Diretora por muitos anos até aposentar-se.

Exímia pianista, executava de cór mais de cem composições musicais. Foi em seu piano que o Tenente-Coronel revolucionário João Alberto Lins de Barros, quando de sua estada por Floriano, executou algumas peças musicais.

Muitos jovens, de ambos os sexos, devem a esta notável educadora os conhecimentos pré-primários e pré-ginasial. À ela, nossa homenagem!

Vultos Populares

Perambulando pelas ruas e logradouros públicos eram encontradas pessoas que o vulgo dotou de apelidos jocosos, como: Maria Véia, Joana Véia, Derréia, João Cego, Manuel Garapa, João Pé de Bola etc. Havia também uma moça velha toda enfeitada de flores, andando com um crucifixo, dizendo-se Santa Teresinha. Se alguém a saudasse tomando-lhe a bênção, ela alegrava-se e até dançava de contentamento; porém, se a chamassem de vovó, ela esperneava-se xingando a pessoa.

O tal "garapa", não gostaca do apelido e ficava fulo de riva, quiando alguém o chamava assim. Muitos moleques gritavam: mel com água - e ele respondia: mistura, acompanhados de uma série de palavrões.

Etnia e Raça

Em Floriano existia ou existe ainda uma raça de negros luzídios, que o povo apelidou-os de "zinidores", por serem pretos retintos e de cabelos ancarapinhados ou enroladinhos na cabeça.

Hoje, talvez, com o constante cruzamento de reaças - preta e branca - a população da cidade e município se constituem de pardos em sua maioria.

1/07/2025

HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA

CAÇADORES DE GATOS

Colaboração: Dácio Borges de Melo

Parte I

Nas primeiras chuvas de inverno, meu pai enumerava as goteiras, localizava suas posições e contratava um bom profissional para reajuntar telhas e substituir as que estivessem quebradas.

Tudo isso causado pelas brigas pavorosas e namoros escandalosos da gataria vizinha.
Dácio Melo

Correria no telhado, gritaria e choradeira de felinos pra meninos que iam pra rede com imagens de monstros e assombrações das estórias contadas pela Dindinha. Era um caso muito sério.

Nos cobríamos da cabeça aos pés. Ainda jogávamos uma banda da rede por cima pra nos escudar do medo. De manhã estava todo mundo mijado.

Por tudo isso eu sentia uma certa conivência de nossos pais, quando formávamos patrulhas noturnas de caçadores de gatos.

Certa noite reuniu-se uma turma de corajosos patrulheiros com paus e pedras nas mãos. O inverno se avizinhava e a lua encoberta pelas nuvens deixava a noite um puro breu.

A escuridão e um silêncio profundo nos enchiam de pavor, mas estávamos ali todos juntos, um dando força pro outro. Djalma, Divaldo, Danunzio, Waltinho indo e, às vezes, vinha; e eu pequeno ainda e o Gungadin.

Todos no quintal lá de casa.

Parte II

Silêncio e escuridão. Aqui é acolá ouvia-se o pio e o farfalhar das asas dos morcegos na juçareira ao lado, saboreando os frutos maduros.

De repente, como que saindo do nada, eis que surge do quintal de seu Firmino dois gatos brigando numa gritaria apavorante, percorrendo o muro e vindo em nossa direção. Desceram o muro numa velocidade assombrosa e se engalfinharam debaixo de nossos pés. 

Parte III

Ave Maria!  Foi um pandemônio dos diabos, porque nós, apavorados, voltamos correndo e gritando pra cozinha, um atropelando o outro no maior desespero. Acredito que os gatos também,  assustados com nossa gritaria, tomaram rumo contrário, pro fundo do quintal e num salto voaram por sobre o muro, desaparecendo na escuridão da noite.

Fechada a cancela da cozinha, ficamos ali todos juntos nos refazendo do susto. Respiração ofegante e corações a mil. Em meio ao silêncio só ouvia-se o baticum dos corações. Tum, tum. Tum, tum. Tum ... tum. ..tum. .. Refeito do susto, alguém quebrou o silêncio num misto de raiva e medo e disse : - Gato fidumaegua! Um outro falou! - Gato filho da puta. Ainda outro. - Amanhã ele vai ver, aquele miserave. E emendou: Vamos simbora ! No que foi prontamente atendido. E fomos todos pra rua, com o rabinho entre as pernas.

Depois dessa, nunca mais. Ufa!

RETRATOS de Floriano

  Raimundo Carvalho  Raimundo Carvalho  Quem guarda, tem. O nosso amigo Raimundo Carvalho, um dos filhos de seu Joãozinho Guarda, hoje econo...