1/07/2025

HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA

CAÇADORES DE GATOS

Colaboração: Dácio Borges de Melo

Parte I

Nas primeiras chuvas de inverno, meu pai enumerava as goteiras, localizava suas posições e contratava um bom profissional para reajuntar telhas e substituir as que estivessem quebradas.

Tudo isso causado pelas brigas pavorosas e namoros escandalosos da gataria vizinha.
Dácio Melo

Correria no telhado, gritaria e choradeira de felinos pra meninos que iam pra rede com imagens de monstros e assombrações das estórias contadas pela Dindinha. Era um caso muito sério.

Nos cobríamos da cabeça aos pés. Ainda jogávamos uma banda da rede por cima pra nos escudar do medo. De manhã estava todo mundo mijado.

Por tudo isso eu sentia uma certa conivência de nossos pais, quando formávamos patrulhas noturnas de caçadores de gatos.

Certa noite reuniu-se uma turma de corajosos patrulheiros com paus e pedras nas mãos. O inverno se avizinhava e a lua encoberta pelas nuvens deixava a noite um puro breu.

A escuridão e um silêncio profundo nos enchiam de pavor, mas estávamos ali todos juntos, um dando força pro outro. Djalma, Divaldo, Danunzio, Waltinho indo e, às vezes, vinha; e eu pequeno ainda e o Gungadin.

Todos no quintal lá de casa.

Parte II

Silêncio e escuridão. Aqui é acolá ouvia-se o pio e o farfalhar das asas dos morcegos na juçareira ao lado, saboreando os frutos maduros.

De repente, como que saindo do nada, eis que surge do quintal de seu Firmino dois gatos brigando numa gritaria apavorante, percorrendo o muro e vindo em nossa direção. Desceram o muro numa velocidade assombrosa e se engalfinharam debaixo de nossos pés. 

Parte III

Ave Maria!  Foi um pandemônio dos diabos, porque nós, apavorados, voltamos correndo e gritando pra cozinha, um atropelando o outro no maior desespero. Acredito que os gatos também,  assustados com nossa gritaria, tomaram rumo contrário, pro fundo do quintal e num salto voaram por sobre o muro, desaparecendo na escuridão da noite.

Fechada a cancela da cozinha, ficamos ali todos juntos nos refazendo do susto. Respiração ofegante e corações a mil. Em meio ao silêncio só ouvia-se o baticum dos corações. Tum, tum. Tum, tum. Tum ... tum. ..tum. .. Refeito do susto, alguém quebrou o silêncio num misto de raiva e medo e disse : - Gato fidumaegua! Um outro falou! - Gato filho da puta. Ainda outro. - Amanhã ele vai ver, aquele miserave. E emendou: Vamos simbora ! No que foi prontamente atendido. E fomos todos pra rua, com o rabinho entre as pernas.

Depois dessa, nunca mais. Ufa!

1/03/2025

Carnavais de Época

 BOTA PRÁ QUEBRAR










OUTRO grande delírio da epopéia de nosso carnaval no início dos anos setenta: o famoso bloco carnavalesco - o BOTA PRA QUEBRAR em grande estilo em fevereiro de 1970.

Em pé da esquerda para a direita, observamos os foliões Paulo Carvalho (Paleca), Chico Borges Filho, Marivaldo, Nagib Demes Filho, Waldemar, Paulo Kalume, Antonio Augusto (Tontonho Carvalho), Sérgio Guimarães, Pedrinho, Dedé, Odimar Reis, Nilson Coelho, André, Hélio e Fábio (guitarrista d´OS BRAVOS).

Sentados, Frederico albuquerque, Chico Paixão, Cristóvão Augusto Soares, Said Kalume, Lauro Antonio, Gervásio Júnior, João Holanda Neto (Holandinha), Borba Filho, Paulo Afonso Kalume (Petinha), Carlos Augusto Ribeiro e o nosso amigo Irapuan aquecendo os tamborins.

Momento hilário, que nos transporta para os bons tempos do contexto romântico da Princesa do Sul.

1/02/2025

Conversas da Tarde

Dácio Melo (filho de Mestre Walter)

Estava toda a família ali na calçada conversando, como era de costume toda tardinha. Eu e o Baldo dormíamos na casa da Dindinha e quando era cerca de 6:00 a 6:30, boquinha da noite, a Dindinha chamava:

- Daço, Ubálido, vamo durmir que tá na hora! 

E muntava eu e Baldo cada  num lado dos quarto. Tio Melo e papai (Mestre Walter) olhavam praquela arrumação e ralhavam:

-  Mas siô, onde já se viu. Deixe de sê besta, dona Antonia, bote esses muleques pra andar!

E a Dindinha: 

- Deixe, que os quarto é meu.

Aí eu e Ubaldo deitávamos  a cabeça no ombro da Dindinha pra dizer que estávamos mortos de sono e que não nos aguentávamos em pé. 

Ah, tempinho bom!

12/26/2024

RETRATOS

 Avenida Getúlio Vargas


Carreata que partiu da antiga rua Álvaro Mendes ( atual avenida Getúlio Vargas ), para a inauguração do campo agrícola doutor Sampaio no rumo da rodovia Floriano/Oeiras.

Dos sete automóveis, identificamos os proprietários de cinco deles: Juca Carvalho, José Guimarães, Leônidas Carneiro Leão, Afonso Nogueira e José Fonseca.

A bela imagem retrata os anos trinta, quando havia uma simpática presença de público, o belo arvoredo e a poesia, que nos deixam com saudades da velha Floriano.

Fonte: Floriano de ontem e de hoje / Teodoro Sobral

12/24/2024

FELIZ NATAL!

 

Feliz Natal

No início do mês de dezembro o clima mudava, o tempo mudava, no ar a expectativa pelo aniversário de Jesus! 

As pessoas tornavam- se mais fraternas e mais alegres. E a meninada ansiosas pelas festas, bolos, bombons, refrigerantes, q-sucos supercoloridos, mas os brinquedos, ah os brinquedos! Eram o motivo maior da ansiedade. 

Nossos sonhos giravam em torno da chegada do Papai Noel. O que será que ele vai trazer pra mim..... nas rodas de conversas todos falavam de suas preferências.......ah se ele me desse uma bola, daquelas boas que duram bastante.....eu queria um revolver de espoleta..... já eu queria uma caçamba, que aguenta carregar barro, areia e pedra.....eu me contento com uma havaiana amarela. 

No dia 25 todo mundo acordava bem cedo e virava a cabeça por baixo da rede com o coração disparado de emoção pra ver a surpresa que Papai Noel deixara para nós!

Fosse o que fosse, todos saiam a mostrar uns para os outros o que o bom velinho tinha nos deixado. 

O engraçado é que corríamos pro papai e pra mamãe gritando: 

" Papai olha o que Papai Noel me deu!" E eles nos abraçavam sorrindo, compartilhando a felicidade!

Ah tempinho bom!

12/22/2024

RETRATOS de Floriano

 

Clube do Rum


José Carvalho

A história da “Club do Rum” tá perfeita, foi uma fase áurea é q marcou o carnaval de Floriano , pela animação , irreverência , desorganização organizada, .Falo isdo na condição do criador do grupo. Ele foi criado numa jornada etílica num bar da Conde da Boa Vista (Recife) ,por mim , Totonho e Pedro Bigola, depois falamos pra ter acesso de outros q estavam no Piaui. queríamos um grupo sem regras , cada um vinha qdo quisesse , livre pra entrar e sair, não foi realmente uma dissidência do bota pra quebra mas uma “rebelião “ modo de comando do Borbinha, altamente disciplinador, não se podia colocar o pé fora do cordão ou dar um beijo na namorado que levava um baita de um “esporro’, principalmente, nos que éramos os mais novos, queríamos ( Borbinha, nada pessoal).
O nome veio porq naquela época , a bebida  maus usada pelos os jovens era o rum com coca, saboroso e mais barato, então porque não não juntarmos o grupo de amigos e fazer a farra juntos?
No primeiro ano foram Eu (Dedé do Pedro Carvalho), meus irmãos Totonho e Paleca , meu primo Nilsinho , Pedro Italo , Neto, Flamarion , Vicente Roque Filho , Wilson Felizardo e Cajunior. O Luís Brandão q tinha Supermercado e morava em frete nossa casa , deu um patrocínio de 3 caixas de rum (33 litros, e nem lembramos de divulgar o patrocinii), nunca mais conseguimos outro patrocínio , esse 10 foliações tomamos esse 33 litros  mais todas as cervejas q compramos aa parte . O grupo foi tendo adesão muita gente até ser a referência de animação desorganizadas 
Vai uma das poucas fotos de registro do nosso primeiro ano, fim de festa , 
Vicente e Neto em pé e Eu (Dedé ) e Flamarion Martins sentados ( os outros membros já deviam estar embriagados .

12/20/2024

SEBASTIÃO LIMA - da Jovem Guarda à inspiração autoral

 Naquela época de efervescência e grande tenacidade cultural de Floriano, nos anos de 1960 e 1970, muitos jovens dedicavam-se aos seus projetos na poesia, literatura e principalmente na música. À época, a grande movimentação da Jovem Guarda veio inspirar a juventude local florianense.

Foto quando conquistou o 1o Festival da Música Florianense
no Salão Paroquial, com a música de sua autoria - Fim de Férias

A Rádio Difusora de Floriano, através de seu Diretor José Antão do Vale Reis, começou a fazer um trabalho de vanguarda, proporcionando para a juventude florianense um movimento cultural chamado BIG SHOW DOMIICAL,onde diversos meninos e meninas dedicavam-se a interpretar, cantar e até compor músicas que deixavam o povão em êxtase.

Sidney Soares, Pedro de Alcântara e Nazaré Silva eram os locutores consagrados para editar semanalmente aqueles shows com bastante variedades. Foi quando começaram a aparecer nomes sugestivos, interpretativos e atraentes para aquele grande momento.

Muitos ali se consagraram, como Jonh Júnior, Jurandir Vieira, Eurides Amorim e outros. Dentre os quais, começou a despontar o seu talento principalmente dentro de um contexto autoral, nada mais nada menos do que o nosso amigo Sebastião Firmino, que morava ali na ruado Amarante.

Desde pequeno que tocava, cantava e ensaiava seus ritmos preferidos, mas a sua inspiração pelas canções do Rei Roberto Carlos o fizeram avançar nessa trajetória musical importante durante toda a sua vida, tendo descoberto dentro de sua inspiração poética um tino autoral e não parou mais dew compor, cantar e guardar seu arquivo musical.

Ganhado vários troféus, foi seguindo sua trajetória cantando, compondo e inspirando outros jovens. Era uma época sem maldades, onde o sucesso não subia à cabeça, mas na felicidade de estar expressando um trabalho importante para a juventude local em momentos que ficaram na saudade, mas que está sempre na memória de todos os que ali presenciaram toda essa trajetória.

Atualmente, Sebastião Lima continua trabalhando e com um ritmo inspirativo, através da redes sociais compondo músicas românticas e escrevendo outras poesias.

Link sugestivo para apreciar o trabalho do nosso amigo Sebastião Lima

https://youtu.be/ffy-UBcPtAI?si=P1ZB8-t6PnEJ64aQ

https://youtu.be/hqq91mwz8Xg?si=NQ0xmq55bD_tH-Gq

Floriano viveu todo aquele glamour, guardou e preserva na saudade e na memória. No momento Floriano tenta buscar e retomar aquele grande apogeu da movimentação cultural que hoje vive na lembrança de todos.

RETRATOS de Floriano

  Raimundo Carvalho  Raimundo Carvalho  Quem guarda, tem. O nosso amigo Raimundo Carvalho, um dos filhos de seu Joãozinho Guarda, hoje econo...