1/03/2024

CARNAVAL, UMA FESTA SEM DONO

 Jalinson Rodrigues – poeta & jornalista


O carnaval florianense mantém a tradição de crescimento e conquista importância econômicana geração de oportunidade de renda.

O carnaval em Floriano sempre foi frenético, alegre e convidativo. Em todas as épocas conquistou posição de destaque entre as folias do Piauí. Com o passar dos anos se tornou referência para os roteiros de viagens de muitos brasileiros.

A história do carnaval é a saga da alegria. Este período de festas profanas existe desde o mundo cristão medieval. Nos primórdios, iniciava geralmente no dia de Reis e se estendia até a quarta-feira de cinzas, data que começavam os jejuns da Quaresma. Eram manifestações pela liberdade de atitudes críticas e eróticas. Outra origem para o carnaval está há mais de 2000 anos, quando na Europa, no mês de março, era comemorada a chegada de bons tempos para a agricultura. Como festa popular, o carnaval não tem uma origem exclusiva e durante a sua existência passou por muitas inovações.

As primeiras festas com características de carnaval, no Brasil, aconteceram no período colonial e foram chamadas de enduro. Era uma brincadeira grosseira, com a finalidade de atirar baldes d’água, misturas de bebidas, pó de cal e farinha entre os participantes. Este formato de carnaval agressivo estimulou as festas de salão, por volta de 1840, inspiradas nos bailes de mascaras europeus. Neste cenário surgem os confetes, rodelinhas multicores de papel, que atirados entre foliões representavam amabilidade e galanteio. Com a miscigenação étnica e a formação de uma cultura plural, o carnaval no Brasil escreve uma história com diferenças regionais.

Em Floriano, no Piauí, o surgimento do carnaval foi assim também: manifestações de rua, festas privadas, depois bailes em clubes. A expressão carnavalesca do florianense é tão histórica que em 1940 o bloco “Os Águias” participava da festa tocando pelas ruas marchinhas, com percussão e violão. Na década de 1960 o bloco “Os Malandros” teve bastante destaque com seus entrosados passistas e sambistas. Nas décadas seguintes, 70 e 80, foi mantida a efervescência da nossa folia de rua. Os imemoráveis bailes aconteciam no Comércio Esporte Clube, Floriano Clube e, posteriormente, também na AABB. Existia neste período o Bloco dos Sujos, que mesclava algumas características do enduro colonial com o carnaval moderno de flertes e paixões. Era um carnaval tão simples: bastava uma velha camisa, um calção e um tênis “já sambado”. A festa estava feita e o Reino de Momo instalado.

Nesta evolução de ritmos e ritos consumistas, os blocos se transformam em escolas de samba. Atualmente vivemos o carnaval das massas, quando milhares de pessoas ocupam a cidade gerando, assim, o turismo de eventos. A chegada dos blocos, com trios elétricos, difundindo a música baiana “axé music”, nos anos de 1990, trouxe para a nossa festa o folião turista.

O carnaval florianense mantém a tradição de crescimento e conquista importância econômica na geração de oportunidade de renda. São cinco dias de festa na maior tranqüilidade. Neste cenário, o Rio Parnaíba tem fundamental destaque. Possuímos ainda infra-estrutura limitada para uma atividade industrial do carnaval. Na minha singela opinião, as agências governamentais tratam o turismo como uma agenda de eventos e esquecem a qualidade de vida de quem vai chegar e de quem mora no local.

Na trajetória do carnaval daqui, a hospitalidade da cidade é marca registrada. Muitos jovens e famílias de florianenses, que residem em outras cidades, planejam as férias para Floriano no período do carnaval, oportunidade para encontros de gerações.

Contudo, o carnaval é a grande folia popular do florianense. É uma festa sem dono.

Por onde anda o nosso futebol?

 

Time do Ferroviário Atlético Clube dos anos cinquenta, quando havia uma certa empatia dos dirigentes com o esporte local. Período romântico.

Nelson Oliveira, o arqueiro do Ferrim à época, comandava a zaga daquele timaço. Epopéia lírica do esporte da Princesa do Sul, que os anos não trazem mais.

No momento, precisamos reverter o quadro negativo que abate o nosso futebol. Os dirigentes precisam unir as forças para revitalisar o nosso esporte.

Talvez uma cooperativa, ou até vontade própria, alguma iniciativa que possam fazer a diferença. O que não se pode mais admitir são os micos que estamos pagando no contexto atual.

Ainda há tempo de renovar!

Dispersão Poética

 


Há um silêncio, poeta, que te aquece,  quando o Porto nessa brisa te embobece.

1/02/2024

RECORDAR É REVIVER E VIVER!

É com misto de nostalgia e saudade que me remonto a um passado em Floriano, a minha Princesa do Sul. Foi nesta cidade de encantos mil, que tive a felicidade de prematuramente vir ao mundo, de ver pela vez primeira a luz do astro-rei, através dos laços de amor que uniu para sempre duas pessoas iluminadas, que amo e devo-lhes tudo que sou, Gervásio e Lisete.

Pois bem! Foi no dia 19 de outubro (dia consagrado ao padroeiro da cidade, São Pedro de Alcântara) na Rua Silva Jardim, nº 521, que nasci. Ali cresci saudável, feliz, brincando nas ruas, tomando banho de chuva, subindo em árvores, indo ao Cine Natal, as missas aos domingos na Igreja Matriz, rodando na Praça Dr. Sebastião Martins, pagando promessas na “Guia”, passando Semana Santa banhando no açude Mario Bezerra,( a convite de Tia Jamila e Tio Hermes que tinham casa de campo próximo,) chupando picolé do bar do Bento ou do bar do Bruno ( bar esse que ficava na extensão da minha rua e nas proximidades do “Pau-num-cessa”, lugar das moças de vida fácil-difícil).

Na Praça Coronel Borges, jogava peteca, empinava papagaio, jogava futebol, brincava de boneca ou lá no Flutuante, da beira do cais, atravessava o rio Parnaíba (Velho Monge) de pontão, se não montada em talo de buriti, para a vizinha cidade: Barão de Grajaú (sem conhecimento dos meus pais, é claro!) e sempre em companhia de minha inseparável amiguinha, minha irmã de fé, Lucinha (Lúcia de Fátima Holanda Ribeiro Gonçalves).

Lembro-me do serviço de alto-falante na Praça do Mercado próximo a Quitanda do Cirilão, homem de porte avantajado que nos meus contos de fada via como herói. Nos finais de tarde, ouvia-se a Ave-Maria; confesso que na minha pouca idade, não entendia o que o locutor, o saudoso e inesquecível Defala Attem dizia, mas sei que o ouvíamos todos os dias com a mesma precisão e respeito.

Ainda criança, fui fadinha, pertenci ao movimento Bandeirante, onde tive como chefe a sempre admirada Laurinha, hoje conceituada médica. As primeiras letras aprendi pelas mãos maravilhosas de religiosas e educadoras do respeitado “Educandário Santa Joana Dárc” (que confirmem a Madre Maria dos Anjos, irmã Filomena...e a Professora Adelaide). Adolescente, fundei o clube Orbianas Mirins, juntamente com as sempre amigas: Lúcia Holanda, Sônia Melo, Jaira Trajano, Sandra Kalume, Socorrinho Costa, Maria José Ozório, Eulália, Leila Sepúlveda, Zulma Nunes, Lúcia Barquil, Vera dos Santos, Betinha Albuquerque, Lilian Ferreira, Tereza Tourinho, Rosália Sousa.. sob a orientação da formidável Giselda Borba. Foi um dos marcos na minha trajetória de vida. Como estudante do Ginásio Santa Teresina, já situado no bairro Pedreira, onde Sr. Genésio tinha sua venda próximo ao local, comprávamos bolo frito, nos intervalos das aulas acompanhado de Ki-suco; Também D. Mercê do Dr. Bessa, nos aturava na sua residência e nos oferecia gostosos lanches; deixei muitas marcas de travessuras, principalmente ao lado de Paula Bucar, Tânia Araújo, Lúcia Holanda, Márcia Reis, Virginia Lúcia Araújo, Mary e Goreth Maia, Raimundo Maia, Zé Demes (Ieié), Fátima Carvalho, Cleonice, Maria das Dores, Celsa, Odmércia Reis, Eliana, Luzanira, Eliziene, Josimar, Raimundo Capitão, o mesmo Raimundo Carvalho, Emiliana, Odimar Reis, Tital, Totó e tantos outros.

Mergulho mais profundo na imensidade do mar das recordações e de repente me vem a mente um pedido de desculpa e uma homenagem póstuma ao Pe. Pedro de Oliveira (como lhe

dei trabalho e preocupação!)... Ah! A nossa fiel secretária do ginásio, Norma Waquim com sua elegância inegável, os professores: Teresa Chaib,(in memoriam) Teresinha Gonçalves, Mariquinha Pereira, Jovina, Rubenita, Lurdinha , Antonio Waquim... citar todos é impossível, entretanto recordar e falar de todos no momento oportuno é gratificante e pertinente, pois a saudade, o carinho que tenho por cada um é imensurável; as primeiras lições de vida que aprendi com o perfil e peculiaridade de cada um são bem vivas dentro de mim, mesmo tendo ficado tanto tempo ausente, por força das circunstâncias e da luta pela sobrevivência diária.

É com emoção e gratidão que também menciono duas pessoas que considero da minha família, não por laços sanguíneos, mas por laços de amor, refiro-me a Raimunda Cardoso e Francisca Alencar , minha Xica ( in memoriam) que me acompanharam desde a infância até a despedida da minha terra natal. Despedida esta que foi marcada com grande festa comemorativa dos meus quinze anos, no Comércio Esporte Clube.

Atesto-me uma mortal sensível, imperfeita, mas telúrica e hoje me rendo à saudade, reverencio a minha terra, meu berço natal, traço minha homenagem, meu reconhecimento, e também ressalto a satisfação e orgulho de ser sua “Lisetinha”, como aí costumava ser chamada por todos para diferenciar de minha inesquecível mãe de quem tenho o privilegio de herdar o nome.

Obrigada Floriano! Obrigada por ter me dado o privilégio de ter nascido no seu solo fértil e poder dizer que pertenço a um povo varonil. Obrigada Teodorinho, Christovão Augusto, Raimundo Neiva( Neivinha), Sérgio Guimarães, Marcelo Guimarães, Zé Horácio, Reginaldo Moreira, Edilberto Nolêto, Adelmar Rocha, Zé Alberto Sousa, Bruno, Tin, Ana Coely, Tiberinho (in memoriam) Ana Maria Nunes, Ana Maria Martins, Ana Maria Silva, Vitória Régia, Benjamim, Paulão (in memoriam) Goreth Reis, Rositinha, Tereza Emilia Albuquerque, Sílvio, Saidinho, João Holanda, Wilson (Grilo), Pivete..e tantos outros que também fizeram parte de meu show através de Juninhor, nego Junior, meu irmão.. Obrigada cidade luz!Obrigada minha Princesa do sul!

Cristóvão: Este é um conto emocionante da nossa Lisetinha que recorda Floriano e pessoas muita caras a todos nós.

Obrigado Lisetinha e meu beijo

12/31/2023

Feliz ANO NOVO 2024

 *O Tempo* 

*(Carlos Drummond de Andrade)* 

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, 

a que se deu o nome de ano, foi um individuo genial.

Industrializou a esperança,

fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante tudo vai ser diferente.

Para você, desejo o sonho realizado, o amor esperado,

a esperança renovada.

Para você, desejo todas as cores desta vida, todas as alegrias que puder sorrir,

todas as músicas que puder emocionar.

Para você, neste novo ano,

desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família seja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas...

Mas nada seria suficiente...

Então desejo apenas que você tenha muitos desejos,

desejos grandes.

E que eles possam mover você a cada minuto

ao rumo da sua felicidade.”

12/29/2023

Antigos Reveilons

 

Aproveitando o clima de carnaval, que já começa a nos proporcionar grande expectativa, conseguimos tirar do fundo do baú essa formação do reveillon da década de setenta tirada no Comércio Esporte clube.
Conhecemos poucos, mas se algum desses badboys dos tempos românticos de Floriano se reconhecerem por aí, que identifiquem-se, correto?
Provavelmente, segundo nossas lembranças, essa hilariedade é do ano de 1971, quando o Eulálio do Melo, o Jesus do Pierre, o João de Joãozinho Guarda e o Washington de Chico do Zuza já preparavam-se para as marchinhas nos salões do clube.
Lembranças que merecem registro.

Prédios e Casarões

DEPOIMENTO 

Segundo Teodoro Sobral, "o prédio térreo ao lado  dos Demes era de uma das empresas de alguns dos irmãos Castro, Agripino e Cristino, depois foi vendido para a Casa  Inglesa (Estabelecimento James Frederick Clark S/A), cuja matriz era em Parnaíba, quando a mesma foi fechada na década de 1960.

Aqui em Floriano o farmacêutico Doutor Oaci Alves Pereira da Rocha comprou-o e lá abriu sua farmácia que funcionou até ele falecer. Hoje em uma das salas funciona o laboratório da filha dele Doutora Luiza Adelaide, onde era a Farmácia Santa Adelaide e está fechada com suas antigas prateleiras intactas.

A Casa Inglesa, onde o pai do Janclerques trabalhou, vendia os Jeep Whilys importados dos EUA e vinham embalados em caixões de madeira; lembro de quando adolescente os caixões sendo desmontados e em seguida eram entregues aos compradores" - relembra dentro de sua lembranças sobre Floriano antiga.

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...