12/21/2023

Dona Mundiquinha

Raimunda de Matos Drumond (Mundiquinha) nasceu em Balsas-MA, filha de Presilino de Araujo Matos e Petronilha Barros de Matos.

Iniciou-se no magistério, profissão que assumiu como vocação e que a ela se ajustou como a luva se ajusta à mão. A escola tornou-se o espaço privilegiado da sua participação na vida e na história.

Casada com Honorato Drumond, transferiu-se para Floriano e a cidade passou a contar com ela como professora do Grupo Escolar “Odorico Castelo Branco”, professora e diretora da Escola Normal Regional, atual Escola Normal Mons. “Lindolfo Uchoa” e, mesmo depois de aposentada do magistério público, foi catequista e dedicou preciosos momento à preparação de crianças para a primeira comunhão eucarística.

Sua residência era ponto de encontro para decisões importantes da caminhada de Floriano, em atividades relacionadas com religião, arte e cultura. Foi membro da Academia de Letras e Belas-Artes de Floriano e Médio Parnaíba – ALBEARTES, o que muito a tornou feliz.

Da sua união matrimonial nasceram os filhos: Maria do Carmo, Antonio Henrique e Maria Genuína que lhe deram os netos: Dulce Virginia, Honorato Sergio, Carlos Henrique Maria Genuína, Sérgia Beatriz. Daniela, Gustavo Henrique Cosme, Paulo Roberto, Geraldo júnior, Antonio Helder e Ricardo.

Com desvelo de mãe e professora, acolheu os filhos do 1º casamento de Honorato: Alberto, Almerinda e Ceicinha.

Foi agraciada com o título de cidadã florianense o que a encheu de muita satisfação e alegria.

Recebeu também a medalha do mérito "Agrônomo Parentes" e outras homenagens ao longo de sua vida.

Tinha o santo orgulho de ser Ministra da Santa Eucaristia. E durante 80 anos foi zeladora do Apostolado da Oração, assumindo em Floriano a função de secretária por 40 anos.

Sócia fundadora da Pia União de Santo Antonio. Pertenceu a outras associações religiosas e enquanto pôde trabalhou pela Igreja de São Pedro de Alcântara.

Toda sua família era muito religiosa. Irmã do padre Luso Matos , que residiu em Goiás, mais precisamente em Porto Nacional (atual Estado do Tocantins).

Mundiquinha, faleceu no dia 19 de outubro de 2006, com 96 anos de plena lucidez. Teve uma morte santa, digna da vida de verdadeira cristã que sempre teve.
 Fonte: Mª Umbelina Marçal Gadêlha


Em tempo: Pouco tempo antes de falecer eu e o meu irmão Tibério (in memória) fomos visitá-la em sua aconchegante residência e perguntamos como ela estava, quando respondeu, serenamente: "tudo bem, meus queridos, estou aqui em casa no meu escritório da SAUDADE..."

12/19/2023

Retratos de FLORIANO


 " UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM HISTÓRIA "


FLORIANO - DOS ANOS QUARENTA AOS DIAS ATUAIS ( O título desse trabalho, como de outros, é o período de onde o autor se recorda dos fatos ocorridos naquela época )

OS CASARÕES E PRÉDIOS QUE NUNCA TIVERAM SUAS FACHADAS MODIFICADAS

 Fonte - Nelson Oliveira e Silva/Texto de Março - 2009.

Começando pela avenida Eurípedes de Aguiar, partindo-se da esquina com a rua Castro Alves, da praça coronel Borges temos o sobradinho construído nos anos quarenta pelo senhor Pedro Francisco Nunes, que tem como descendente em nossa cidade o senhor Gesimar da Fonseca Nunes, seu sobrinho. Seu Pedro Nunes mudou-se para Goiânia em 1945 e o prédio foi alugado para o antigo IAPC - Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciais, hoje INSS - Instituto Nacional de Seguro Social, que tinha como chefe, à época, o senhor Onildo Leitão.

Logo em seguida, todo o casarão até a esquina com a rua Fernando Marques, era de propriedade do senhor Bucar Amado Bucar, pai do senhor Arudá Bucar, Fauzer, Amado, Sibe, Janete dentre outros. Salvo engano, ali moraram por muitos anos, após seus casamentos, Arudá com dona Jasmina e Fauzer com dona Judite.

Do lado esquerdo, na mesma esquina com a rua Fernando Marques, está um dos mais tradicionais casarões da cidade, da família ARAÚJO COSTA, construído, salvo engano, em 1907 pelo seu chefe Raimundo de Araújo Costa, conhecido em toda a região por Doca Araújo.


Voltemos ao lado direito da avenida. O imóvel seguintea ser dissecado é, também, um dos mais importantes casarões, visto tratar-se da Loja Maçônica Igualdade Florianense nº 865, onde se localiza o seu Templo e onde se realizam as suas reuniões.

A sua construção que se iniciou em 1920 e concluída em 1935, na gestão dinâmica do venerável José Francisco Dutra. No espaço de 1920 a 1935, cada administração contribuiu para a conclusão da grande obra e que ao longo dos anos sofreu inúmeras reformas, a última em 2007, transformando-se no melhor Templo Maçônico da região Nordeste, pela sua grandeza material e espiritual.

A Loja Maçônica Igualdade Florianense foi instalada em 12 de outubro de 1908, é a terceira mais antiga das Lojas do Estado em pleno funcionamento, tendo comemorado o seu centenário em outubro de 2008.

Na esquina com a rua Fernando Drumond, no lado esquerdo, está o casarão onde serviu de residência da família do senhor Agripino Raimundo de Castro, pai de Pedro Gaudêncio de Castro, atualmente residindo em Recife. O referido casarão tem na sua fachada belos desenhos arquitetônicos que estão sendo mantidos pelo seu adquirente, o senhor Nagib Demes, como compromisso no ato da compra.

No casarão em frente à Casa Salomão, com seu sótão e o fundo para o riacho do Gato, estende-se pela Fernando Drumond era propriedade do senhor Orfila Leão. Os seus antigos inquilinos pelo lado da avenida, lembro-me do consultório do doutor Sebastião Martins, cuja enfermeira atendente era a dona Anísia, irmã do conhecido Antonio Beirão, o advogado Otto Martins e mais recentemente dona Umbelina. Pela rua Fernando Drumond residia o comerciante de nome Barbosa, que vendia jóias, relógios etc e funciounou por muitos anos, o consultório odontológico do soutor Edilberto Rocha.

Na esquina da rua Raimundo Castro, ao lado direito, está o casarão onde residiu o senhor Cristino Castro, importante negociante dos anos 20, mantendo hoje na praça doutor Sebastião Martins um grande estabelecimento comercial, onde hoje funciona Farmácia Santa Adelaide. Estendeu seus negócios para antiga Nova Lapa, hoje Cristino Castro, em sua homenagem, onde instalou uma usina de beneficiamento de algodão, tendo para isso construído grande parte da estrada até aquele local, constituindo-se em um grande pioneiro do comércio e da indústria algodoeira. O senhor Cristino Castro foi um dos fundadores da Associação Comercial do Sul do Piauí, por volta dos anos 25 e os seus descendentes, atualmente, lembro-me de um dos seus netos, o senhor Wilson, filho do senhor José Felizardo.

Ao lado esquerdo, em frente ao imóvel do senhor Cristino Castro, está a casa onde residiu o doutor Sebastião Martins de Araújo Costa, médico humanitário e que morreu nos anos 50, no desempenho do cargo de Prefeito Municipal da cidade e ali nasceram, salvo engano, todos os seus filhos, doutor Ariosto e Gilberto, dona Marise, dona Miloquinha e dona Adelaide, atual ocupante da moradia.

Chegamos na esquina da rua Padre Uchoa, onde se encontra firme e soberano o sobrado da tradicional União Artística Operária Florianense, entidade classista desde 1927 e construído graças à força dos seus associados e que mantem ainda hoje na sua fachada o dístico: PÁTRIA E TRABALHO, que nos anos passados inspirou os seus dedicados associados a eregir aquele edifício, símbolo da força do operariado da nossa cidade. A União Artística Operária Florianense prestou, ao longo da sua existência, grandes serviços aos seus associados, como auxílio doença e outras ajudas financeiras aos sócios necessitados, mantendo por muitas décadas a sua própria banda de música e seu clube social, onde eram realizadas festas dançantes, com destaque para o 1º de maio, dia do trabalho, que sempre foi comemorado com a presença de destacadas figuras da nossa sociedade. Atualmente mantém o tradicional Ginásio Primeiro de Maio, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da educação na região.

Em seguida, do mesmo lado, está o casarão que ao longo de muitos anos abrigou o Hospital Miguel Couto, que mantinha uma maternidade, denominada Antonio de Morais Correia. Nos anos 70, com a edificação doHospital Regional Tibério Nunes, oriundo da Alemanha e adquirido pelo Governador Alberto Silva, para lá se transferiu o Miguel Couto. Atualmente, o casarão é sede da Diocese de Floriano, contando com a administração do Bispo Dom Augusto Alves da Rocha.

Também na rua Padre Uchoa, tem a presença da arquitetura dos anos 40, em nossa cidade, representada pelos dois sobradões ali existentes, muito parecidos um com o outro. O da esquina, xis com a UNIÃO ARTÍSTICA, foi construído pelo senhor Orfila Leão e o outro, um pouco adiante, pelo senhor Ataliba Nogueira, primos, filhos de Leônidas Leão e Afonso Nogueira, respectivamente, importantes figuras do nosso comércio, na época.

Ainda na rua Padre Uchoa, esquina com a Defala Attem ( antiga rua Rio Branco ), atualmente sede do Colégio Impacto e que pertenceu ao SESC, foi residência do médico Tibério Barbosa Nunes, onde mantinha o seu consultório, na esquina. Tibério Barbosa Nunes, filho da cidade de Oeiras, enveredou pela política, conseguindo, com isso, ser prefeito de Floriano, Vice-Governador e Governador do Estado do Piauí. Morreu vítima de acidente automobilístico próximo à cidade de Regeneração, quando se deslocava de Teresina para a nossa cidade, onde participaria da festa de 15 anos de uma sua afilhada, filha de seu amigo e compadre, Filadelfo Freire de Castro. Tibério e Filadelfo foram, sem sombra de dúvidas, dois importantes próceres políticos da nossa região.

Na esquina com a rua São João, outro casarão que faz parte da história de Floriano e que ainda mantém a arquitetura original. Ali está instalado um consultório odontológico de uma pessoa ligada ao senhor José Paraguassu ( in memorian ) e a residência do senhor Sátiro de Castro Ferraz, além de outras moradias que não sabemos os seus nomes, também abrigou a sede do Grupo Escolar Agrônomo Parentes, em 1929, ano da sua fundação; e mais o Colégio 24 de Fevereiro, fundado pelo Padre Uchoa; o Liceu Municipal de Floriano; a Escola Normal Municipal de Floriano, em 1929 e a Escola Brasil, esta nos anos 40. O referido casarão era de propriedade do senhor Marinho Queiroz.

Mais na frente, esquina com a rua Hermando Brandão, encontra-se ainda magestoso, o casarão do senhor Antenor Torres, pai do senhor Almério Torres ( in memorian ), pertencente aos seus herdeiros.

Na avenida João Luiz Ferreira, existiram inúmeros casarões, tais como o so senhor Leônidas Leão, Tiago Roque de Araújo ( hoje, Caixa Econômica Federal ), doutor Abílio, senhor Heitor Leão ( hoej, Bradesco ). Aqueles que não foram demolidos tiveram suas fachadas modificadas ou descaracterizados, fugindo, portanto, das suas características originais. Hoje, infelizmente, só existe um, onde morava o senhor Francisco Leão ( o Chico Leão ) que ainda encontra-se de pé, mantendo a sua originalidade no espaço que vai da rua Emídio Gabriel até próximo ao Laboratório Carlos Chagas da doutora Nilce Cavalcante, filha do senhor José Cavalcante, que adquiriu o referidoimóvel do senhor Chico Leão, que construiu outra casa mais moderna e mais confortável na mesma avenida e onde hoje funciona o Banco do Estado do Piauí ( Banco do Brasil ).

Chegamos à hoje praça doutor Sebastião Martins, que no passado, nos anos 40 / 50, ostentou o nome de praça João Pessoa e que, naquela época, até nos anos 60, era arborizada, em todo o seu redor por frondosas figueiras, artisticamente podadas por funcionários da Prefeitura Municipal. E na sua esquina com a rua Raimundo Castro e a rua Defala Attem, encontra-se, sem nenhuma modificação na sua fachada, o casarão onde residiu o senhor Raimundo Mamede de Castro, que se estende ao longo das duas ruas acima citadas. Salvo engano, em termo de idade, talvez seja da mesma idade da do senhor Doca Araújo, na avenida Eurípedes de Aguiar, até na forma arquitetônica são bastante parecidas.

Ainda na praça acima citada, na parte central, temos foid brlhod dobrados, que pelo local onde foram erguidos, se constituem em forma emblemática da vida da cidade. O primeiro, na esquina da rua marechal Pires Ferreira, foi construído pelo senhor Auad José Demes, lá pelos anos 20 / 30, permanecem firmes e soberbos, embelezando a paisagem da velha praça da Igreja Matriz.

O segundo sobrado, construído talvez na mesma época, quase na esquina da rua Fernando Drumond com a São pedro, pelo senhor Adala Attem.

Entre os dois sobrados acima citados, encontra-se outro casarão que, salvo engano, foi construído pelo senhor Cristino Castro, onde instalou-se a CASA INGLESA nos anos 40 / 60 e adquirido pelo doutor Oacy Alves Pereira da Rocha, da Farmácia Santa Adelaide, cuja fachada não sofreu qualquer tipo de modificação, apenas dividido em várias dependências. Aquele imóvel, como os demais já citados e os que serão, são marcos na história da Princesa do Sul.

A rua São Pedro, é pródiga de ser constituída, em sua maioria, por casarões e sobrados. No início da referida rua, na esquina, encontra-se um casarão por demais tradicional, construído pelo senhor Salomão Mazuad, talvez no início do século 19, tem 30 m2 na praça doutor Sebastião Martins e mais de 60 na rua São Pedro, indo até junto aos casarões do Senhor Assad kalume, que por sua vez vão até a esquina da rua Fernando Marques, estendendo-se pela mesma rua por mais de trinta metros. O sobrado existente ali, onde funciounou pormuitos anos a rádio Difusora de Floriano, foi, salvo engano, o primeiro construído em cimento armado, por volta dos anos trinta.

Retornando ao lado direito, está o sobrado, também construído pelo senhor Salomão Mazuad, onde foi gasto na época, duzentos contos de réis e serviu, por alguns anos, como sua residência após a sua construção. Ali funciounou, por muitos anos, a agência do Banco do Brasil e a Loja do Michel Demes. Infelizmente, o freferido imóvel, quando se escrevia essas linhas, encontrava-se bastante deteriorado pela ação do tempo, que não respeitou nem a sua beleza arquitetônica.

Alguns passos mais adiante, encontra-se também  bastante deteriorado, ovelho Floriano Clube, o primeiro clube social da elite em cujos salões foi palco de grandes bailes da nossa sociedade. Fala-se na sua restauração. Tomara!

Continuamos na rua São Pedro, da esquina da rua Fernando Marques, a praça coronel Borges, na esquina do lado esquerdo, encontra-se o antigo prédio da antiga Prefeitura Municipal de Floriano, construído nos anos 20/30 pelo doutor Teodoro Ferreira Sobral ou o doutor Osvaldo da CVosta e Silva e abrigou por mais de meio século, o Poder Municipal, transferido, ao que parece, nos anos 80, na administração Adelmar Pereira, comm a construção de outra sede na praça Petrônio Portela.

No interior daquele casarão, ocorreram importantes fatos históricos, principalmente porque atravessou diversas situações políticas a maior parte na ditadura.

Chegamos na avenida Getúlio Vargas, que nos anos 30 era denominada Álvaro Mendes. Na esquina com a rua Silva Jardim está o casarão onde hoje, sem qualquer modificação da sua fachada, funcionam vários estabelecimentos, dentre elas a Cia da Beleza, a Ótica Clean e anteriormente o atacado do Armazém Triunfo.

Nos anos 40, na esquina onde funcionou a agência dos Correios e na parte onde está a Compnhia da Beleza, funciounou por vários anos a agência do IAPZ ( hoje, INSS ), que se transferiu de um sobrado da avenida Eurípedes de Aguiar. O casarão teve como seu primeiro proprietário o senhor Antenor Oliveira e Silva, que nos idos anos 60 mudou-se para Anápolis, estado do Goiás.

Na esquina com a rua Fernando Marques está um sobrado, talvez o segundo construído em cimento armado pelo senhor Calisto Lobo, hoje propriedade do Governo do Estado, funcionando ali a Secretaria da Fazenda.

Na esquina com a rua Alfredo Estrela, imponente, está o grande sobrado Calisto Lobo, pintado da cor rosa, outro importante marco arquitetônico da nossa história.

Pelo lado esquerdo, na rua Fernando Marques, o casarão onde funcionou, por mais de trinat anos, o tradicional Cine Natal, onde foram exibidos grndes filmes da história da indústria cinematográfica. Era usado também, pela existência do seu palco, grandes artistas nacionais ali se apresentaram, como Luiz Gonzaga, Orlando Silva, Alcides Gerandi, Caubi Peixoto, dentre outros.

Já na esquina com a praça doutor Sebastião Martins, encotra-se o casarão, onde, por mais de 50 anos foi estabelecida as Lojas Pernambucanas, que ems ua propaganda, dizia: "preços fixos, tecidos que não desbotam". Era especialista na venda de produtos derivados do algodão a exemplo do estabelecimento que hoje ocupa aquela casa.

Finalmente, voltamos para a praça doutor Sebastião Martins, pelolado direito, está o sobrado construído pelo doutor Raimundo Alves Pereira da Rocha, o doutor Rocha, que manteve ali por muitos anos a tradicional Farmácia Rocha e o seu laboratório, com a sua residência no andar superior. Hoje, aquele sobrado pertence aos herdeiros so senhor Arudá Bucar, sendo mantida ali a Farmácia com a marca "Rocha".

Entretanto, um casarão foi construído fora do centro da cidade, o do senhor João Mendes Batista, situado na rua Fernando Marques, esquina com a rua Antonino Freire, com as suas portas e janelas pintadas de um azul escuro e suas paredes na cor rosa.

Observação: os sobrados e os casarões que aqui se fez desfilar, são realmente marcantes na paisagem da nossa cidade, que ao longo dos seus mais de 110 anos têm se desenvolvido, embora em ritmo muito lento.

Diante disso, resta se pedir aos nossos legisladores, criação de leis que venham proteger esses sobrados e vasarões, com a manutenção, pelomenos, da sua fachada, medidas que estão sendo adotadas em outras cidades que preservam o seu patrimônio histórico.

Dos sobrados aqui citados, somente dois deles que têm o primeiro andar, foram construídos já em cimento armado, que são eles: o sobrado do senhor Assad Kalume, onde funciounou a Rádio Difusora de Floriano e o outro funciona a Secretaria da Fazenda em nossa cidade. Todos os demais são dotados de táboas.

Em tempo:

Por um lapso do autor, deixou de ser citado nesse trabalho o casarão onde está situado o 1º Distrito Policial, construído na década de 20, onde foi instalado o primeiro Hospital da cidade, com o título distintivo de "Hospital São Vicente de Paula", no qual foram tratadas as pessoas acometidas da peste bubônica que grassou na região, logo após a sua inauguração. Apesar das inúmeras reformas ali realizadas, na sua parte interna, a sua fachada continua a mesma, o que é, sem dúvida, um verdadeiro milagre.

Cais do Porto

 

Cais do Porto 1968

Aos domingos, no Cais do Porto, era uma maravilha. No anos setenta, ainda avistávamos as lavadeiras, as Regatas de Julho ( foto ) e um encontro aconchegante de amigos.

A corrida de canoas, as lanchas, as travessias, as descidas naquelas bananeiras e câmara de ar, iniciando no posto do professor Ribamar Leal, chegando até às coroas ( praias do meio do rio ).

Hoje, não há mais essa movimentação, os tempos mudaram e Floriano vai seguindo o seu rumo, com essa transição cultural voltada para o consumo geral.

A saudade nos faz retornar ao passado, onde o tempo segue pregando essas mudanças, literalmente, para promover o bem estar de todos.

12/18/2023

Retratos de Floriano

 

Sempre tive essa mania lírica de sair por aí, editando momentos de deleite, andando pelas ruas e becos de Floriano. Isso daí ( foto ), fora nos anos de 1980, férias de inverno, registros impecáveis para quem ama a Princesa.

Atualmente, a praça, com o seu novo visual, proporciona boas emoções para os jovens de hoje, mas seria impossível esquecer aqueles outros momentos até os anos oitenta, quando a praça ainda era aquela dos enamorados.

A bela matriz, exaltando sua beleza sua imponência arquitetônica, mas já sem o velho coreto dos anos de 1960. As lentes de hoje, basta um clique e elas já projetam imagens cem por cento e ainda fazem os ajustes.

No passado, as nossas codaques produziam essas raridades, esses momentos que os anos não trazem mais. Como já disse o poeta: " tuas arestas não se curvaram ao tempo; onde estão as tuas andorinhas, os teus meninos? Teus sinos ressoam: sopros de sonhos..."

Escoteiros de Floriano I

 

Ubaldo Melo

Esse é o nosso irmão – UBALDO JOSÉ DE MELO, que na sua juventude participou de várias atividades em Floriano, mais um neto de Roberto Corró que gostava, também, de jogar um futebol de poeira pelos campinhos da Princesa. Sua melhor passagem foi pelo Clube de Regatas Brasil de Almeida no início da década de setenta, sendo campeão de vários torneios.

Participou nos anos sessenta do escotismo na Princesa do Sul ( foto ) e da Semana do Esporte disputando provas pelo Colégio Estadual Osvaldo da Costa e Silva, ganhando várias medalhas em muitas competições, principalmente no futebol.

O escotismo naquele tempo era mais romântico, havia diversas atividades de campo, onde os meninos aprendiam lições importantes para vencer o futuro que vinha pela frente. Hoje, a filosofia pregada é outra e os jovens estão mais voltado para os games e para as novas baladas da vida.             

12/17/2023

Beco das Almas

 

Conto - Dácio Borges de Melo

 O certo é que Danúnzio, Divaldo e nego Cléber foram a uma tertúlia que sempre ocorria naqueles fins de semana. 

Terminado a festa, Divaldo e nego Cléber resolveram esticar a noite e Danúnzio tava escalado, por dona Lourdes, pra fazer a feira bem cedo, por isso rumou mais cedo pra casa. 

Alta noite, no caminho de casa, tinha que encurtar estrada passando pelo beco das almas. Caminho estreito, cercado de mato, escuro que nem breu. 

Antes de chegar no beco, bateu a mão no bolso e tirou o único cigarro que tinha, todo amassado, bateu outra vez a mão ns bolsos atrás de fósforo, em vão. 

Enfrentar o beco tenebroso sem um cigarro pra iludir o medo era fogo. Mas foi o jeito, entrou nas trevas das almas, com o cigarrinho na mão, no ponto de qualquer barulho sair correndo a mais de mil. 

O efeito da cachaça é que ainda lhe dava um rasgo de coragem. A passos rápidos, em meio a trevas totais, seguiu beco a dentro. 

Na outra entrada beco, avistou uma pequena brasa dançar no ar, o que fez todo seu cabelo levantar! Logo a seguir se acalmou quando ouviu alguém assoviar  uma música comum na época. 

Certamente pra espantar o medo do afamado beco. Sem ninguém enxergar ninguém, ao se aproximar um do outro, Danúnzio perguntou com a voz arrastada..."tem fogo aí, meu amigo". 

Danúnzio não viu, mas sentiu o cara jogar algumas coisas pra cima e com uma voz rouca gritar e disparar noite a dentro. 

De manhã cedo já no rumo da feira, Danúnzio resolveu passar pelo beco pra ver o que resultou da noite assombrosa. Encontrou um pau de travessa, um côfo com peixes e outros espalhados, vara de pescar e outras coisas mais. 

Filhos, netos e bisnetos, certamente ouviram muitas estórias de assombração.

12/16/2023

Conversas da Tarde

 

Estava toda a família ali na calçada conversando, como era de costume toda tardinha. Eu e o Baldo dormíamos na casa da Dindinha e quando era cerca de 6:00 a 6:30, boquinha da noite, a Dindinha chamava:

- Daço, Ubálido, vamo durmir que tá na hora! 

E muntava eu e Baldo cada  num lado dos quarto. Tio Melo e papai (Mestre Walter) olhavam praquela arrumação e ralhavam:

-  Mas siô, onde já se viu. Deixe de sê besta, dona Antonia, bote esses muleques pra andar!

E a Dindinha: 

- Deixe, que os quarto é meu.

Aí eu e Ubaldo deitávamos  a cabeça no ombro da Dindinha pra dizer que estávamos mortos de sono e que não nos aguentávamos em pé. 

Ah, tempinho bom!

Dácio Melo (filho de Mestre Walter)

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...