6/03/2022
Odorico Castelo Branco
EVOCAÇÃO DE UM PIONEIRO: OOORICO CASTELO BRANCO
Djacir Menezes
Pelas alturas de 1915, a primeira matança mundial fervia na Europa; tinha sete
anos e ouvia os rumores dos acontecimentos sangrentos, que analisaria mais tarde.
A revista O espelho, que meu pai recebia, era ilustrada por desenhistas que imaginavam
as cenas violentas das trincheiras, onde espocavam obuses e soldados se
estraçalhavam para salvar as respectivas pátrias e a civilização. A instrução militar,
que a pregação do poeta Olavo Bilac tomara obrigatória nas escolas, vigorava
desde o curso primário. E como não agüentávamos o peso do mosquetão, manobrávamos
com as carabinas de pau fabricadas na Escola de Aprendizes Marinheiros,
imitando fuzis e sabres. Foi assim que aprendemos a marchar em ordem-unida,
toques de cometa, baioneta calada, ainda antes de entrar no Liceu do Ceará.
Tudo isso destinava-se a acendrar em nosso espírito o civismo nascente.
Era no Instituto Miguel Borges. O diretor, a figura que me impressionaria a vida
inteira, chamava-se Odorico Castelo Branco; nascera em 1876 na fazenda
Desígnio, município de União, no Piauí. Órfão, ainda criança, foi criado por sua
tia Candida Rosa Leal Castelo Branco, em Teresina. Com ela, que era professora,
aprendeu as primeiras letras. No Colégio Nossa Senhora das Dores, em Teresina,
dirigido por seu tio Miguel de Souza Borges Leal Castelo Branco, fez o curso secundário.
Concluído o curso, veio matricular-se na Escola Militar do Ceará; trancando
matrícula, fundou o Instituto Miguel Borges, em I!? de junho de 1900.
De 1914 a 1919 fui aluno do Instituto - e quero dar aqui um depoimento hist6-
rico sobre o esquecido e admirável educador, valendo-me para isso do livro autobiográfico
de sua ftlha Odorina Castelo Branco Sampaio, Um minuto de silêncio,
das notas que me adiantou e de minhas recordações pessoais do grande educador.
A primeira conclusão que tirei dessa noviça experiência, nesse período bafejado
pelo espírito guerreiro, continuada depois no Liceu do Ceará, foi em mim paradoxalmente
desfavorável à formação de inclinações bélicas. Os colegas, que
acabaram o curso de preparatórios e seguiram para a Escola Militar, obedeceram a
outros motivos, entre os quais, o principal seria a dificuldade de outra carreira, no
Ceará desse tempo, que não fosse a faculdade de direito ou as escolas de agronomia,
de odontologia e farmácia. Os mais abonados, iam à medicina, na Bahia. Recusadas
as duas oportunidades nativas, restava sentar praça no batalhão e ir ao
vestibular na praia do Realengo. Esse, o caminho de Moesia Rolim, Walter Pompeu,
Landri Sales, Juracy Magalhães, Jurandyr Mamede, José Brasil e outros.
Mas não desviemos o assunto. Quando meu pai me matriculou no Instituto Miguel
Borges, este ainda estava no casarão, um sobrado na Rua Floriano Peixoto,
no penúltimo quarteirão antes do Passeio Público: no andar superior, habitava o
diretor com sua ftlha única Odorina; no andar térreo, espaçoso e didático, instalavam-
se as classes do primeiro ao quarto ano. Logo no ano seguinte (1916), o
colégio mudava-se para a Praça Coração de Jesus, esquinando com o parque da
Liberdade, grandes janelas abertas à luz e ao sol, num amorável apelo à alegria e à
vida. Ao meio-dia, recreio; após, ao içar da bandeira, presente sempre o diretor,
cantava-se o Hino Nacional e prosseguiam as aulas até às três da tarde.
Creio que jamais houve diretor mais presente e participante da vida de uma comunidade
escolar. De uma autoridade impressionante, assegurava, sem quaisquer
recursos a castigos físicos, exceção de alguns cocorotes nos mais irrequietos, a
tranqüilidade e obediência do alunado. Recordando a sua figura, escreve a filha:
R.C. pol., Rio de Janeiro, 32(4)170-1, agoJout. 1989
"lembro-me, entretanto, de sua grande austeridade em todas as cousas, que era dotado
de grande coragem, extraordinariamente enérgico; de uma justiça ímpar e, au
lado de tudo isto, um coração extremamente sensível." São, realmente, estes traços
que ficaram indeléveis na mem6ria das gerações que tiveram a dita de o terem
como mestre.
O Prot: Castelo Branco era matemático: escrevera os compêndios adotados no
Instituto do primeiro ao quarto anos. Nestes, ao lado do português e da geografia,
a aritmética e a geometria figuravam no currículo primário em todos os graus. Lago
no primeiro ano, o aluno se familiarizava com o manejo, no quadro-negro, do
esquadro, da régua e de um enorme compasso de pau, para resolver problemas simples
de construção geométrica. Creio que foi a infância sob efeito dessa pedagogia
que me marcou o espírito, para sempre inclinado ao estudo dessas disciplinas - e
inspirou minhas primeiras direções filos6ficas, no Liceu, para o positivismo e para
a estima de professores de formação positivista, como Arquias Medrado e Henrique
Autran.
Essa estrutura curricular do colégio distinguia-o dos demais estabelecimentos
congêneres. Chamado ao quadro-negro, o aluno ouvia invariavelmente a proposta:
"dados duas retas e um ângulo construir um triângulo, etc." ou coisa na espécie.
A geometria era ensinada pelo compêndio de Olavo Freire. No quarto ano
primário, apareceu-nos, na aula de português, o livro cansativo de Afonso Celso,
o Porque me ufano de meu pafs. Mas parece que no intuito de corrigir aquele ufanismo
físico, que se traduzia em rios, cachoeiras e florestas as maiores do mundo,
havia, na parede da sala, ao lado de numerosos mapas, estes dizeres definitivos:
"A grandeza de um povo não se mede pela sua configuração geográfica." - advertência
que, depois, no alvorecer do espírito político, ressoaria sempre na minha
mente, pelos anos afora.
O Prof. Odorico Castelo Branco era villvo e adorava a filha, que foi educada
no Colégio da Imaculada Conceição, onde entrou logo após a morte dele. De lá
saiu mais tarde para casar com o Dr. Leão Sampaio, médico de grande nomeada,
nascido em Barbalha e deputado federal por mais de 40 anos, cercados ambos de
numerosa prole de filhos e netos que, pelo estudo e inteligência, escalaram altas
posições sociais e políticas.
Faço agora uma pergunta. Com sua formação matemática, seria o Prof. Castelo
Branco um positivista? Não creio. Apesar de conservar a fidelidade de longa viuvez
à esposa tão cedo falecida, tal conduta não deve ter obedecido às inspirações
da Ureligião da humanidade." Julgo que era um espírito independente, que o amor
à filha ia cada vez mais inclinando, como uma brisa mansa e suave, para as convicções
cristãs. Quem ler o Um minuto de silêncio,· tão repassado de ternura filial,
biografia dessa límpida personalidade de educador, surpreenderá o complemento
afetivo, aspecto omitido neste depoimento longínquo, feito com mais de 70 anos
de distância, testemunho de saudade e de gratidão àquela figura ímpar na hist6ria
da educação cearense
5/30/2022
Retratos do nosso Futebol
Boi Búfalo em pé à direita |
No estádio Zé Meireles |
5/27/2022
RETRATOS DO NOSSO FUTEBOL
MEMÓRIA DO FUTEBOL FLORIANENSE - CHICOLÉ
Chicolé é o ponta esquerda |
5/25/2022
Retratos do nosso futebol
História do Cori-Sabbá
(Corintians e Posto Sabbá)
Olha que legal o depoimento histórico de Arudá Bucar sobre o nosso querido CORISABBÁ, "Eu estava lá, às 19:00 daquela data, na sede da União Estudantil Florianense, como expectador da reunião entre o Pompéia e o pessoal do Posto Sabbá (quando funcionou ali na Eurípedes de Aguiar próximo à curva dos americanos) onde foi selada a união dos dois clubes, surgindo a partir daí o Glorioso Corisabbá."
Craques do Posto Sabbá:
Euvaldo, Zé Henrique, Chico de Mestre Eugênio, Chiquinho de João Cabeça, Chico Vobra Preta, Antônio Mota e outras feras.
Caçapava e Pompeia |
Que depoimento histórico amigo Arudá...
E você participou ativamente do CORISABÁ quando foi Campeão Piauiense de Futebol em 1995.
Presidente: Gilberto Duarte
Diretoria:
Galdino Oliveira
Merval Lúcio da Silva
César Augusto
José Francisco
João Pequeno
José Filho - Ótica Brasil
José Fernandes - Alfaiate
Joaquim da RR Contas
Classe politica e empresarial de Floriano-PI
CDL
Associação Comercial
Entidades de Classes
Floriano-PI se envolveu completamente com a conquista inédita do nosso querido CORISABBÁ, em 1995 como Campeão Piauiense de Futebol, há 27 anos.
Pesquisa: César Augusto
Arquivo: POMPÉIA
César Augusto, Lauro Cronemberger, Arudá, MOCÓ.
5/23/2022
Retratos de Floriano
Reencontro da Saudade
praça Cel Borges |
Na nossa tradicional reunião na Praça Cel. Borges em Frente a Câmara de Floriano-PI, encontramos amigos valiosos, e, às lembranças dos nossos amigos e familiares vão surgindo naturalmente e a história de Floriano-PI vai sendo contada de modo todo especial.
Georgino de Sádica, Marcos de Felismino e César |
Hoje fomos visitados por Georgino de Sádica, filho do saudoso Sadica de grandes jornadas esportivas em prol do nosso futebol românticos dos anos de 1960. Georgino nos deu a graça de nos acompanhar a nossa resenha na praça Coronel Borges relembrando grandes feitos.
Retratos do nosso futebol
Seleção Piauiense de FUSAL!
Olha que relíquia encontramos na Sala de Futebol do craque MOCÓ, uma raridade! Uma seleção de ouro que desencadeou toda um frissom nos anos de 1970.
Seleção Piauiense de Futebol de Salão 1979 |
E agachados, o craque NALDINHO (o segundo da esquerda pra direita, craque do SQUARE de Floriano-PI), e o quinto craque é o genial MOCÓ o melhor jogador de FUTSAL do Piauí, se não do Brasil à época).
precisamos revitalizar essa hegemonia do nosso desporto, mas os novos dirigentes têm que pensar em valorizar a nossa base e não trazer jogadores saídos da grotas financeiras.
Semana da Consciência Negra
A Semana da Consciência Negra Kizomba promete emocionar e inspirar Floriano nesta terça-feira, 19 de novembro, com uma programação rica em...
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