6/05/2021

RETRATOS DE FLORIANO

 

Aula Educativa

Instituto Santa Teresina
 
Em 1936 existia, em Floriano, o Instituto Santa Teresinha, sob orientação do professor Zezinho Vasconcelos. Nos anos de 1938, o então promotor público e inesquecível doutor Manoel Sobral Neto - educador de gerações - comprou o citado instituto e nos anos quarenta criou, então, com o nome de Ginásio Santa Teresinha, o curso ginasial de Floriano.
 
Essa escola formou, com sua disciplina espçartana e seu ensino de alto nível, centenas de jovens de Floriano e de toda a região do sul do Piauí e Maranhão.
 
Ficou famosa a expressão " fulano de tal estudou no Santa Teresinha... " Esse educandário fazia uma educação voltada para a formação intelectual do aluno sem esquecer, contudo, a formação moral e artística.
 
Quantos não se lembram do professor de francês doutor Teodoro Sobral, do professor de latim padre Pedro, da inesqucível Moema Frejat e Quelita Frejat, da professora de artes aplicadas Raimunda Carvalho, Maria Hermínia Rocha e tantos outros.
 
Mais tarde, o ginásio, com a ida do doutor Sobral Neto para Brasília, ele foi vendido para a professora Adélia Waquim, Ivan Carneiro, Padre Almeida e assim ficou muitos anos. Esta escola de formação foi uma das páginas de ouro de Floriano.
 
Seu nome está gravado em ouro no coração de Floriano: " vem santinha, iluminar nossa esperança / Teresinha, lá do céu junto ao trono de Deus... " Esse era o estribilho do seu hino, que ainda hoje emociona. Vale a pena sentir saudade dessa escola.
 
Fonte: flagrantes de uma cidade / Luiz Paulo Lopes

A Era de Ouro de Floriano, antiga Colônia São Pedro de Alcântara

Extraído do livro - CRISTINO CASTRO ( Empresário Pioneiro em Floriano e na Região do Gurguéia em homenagem ao seu centenário ) do Escritor e Jornalista florianense FRANCISCO FERREIRA DE CASTRO, editado em 1997.

Nas primeiras décadas deste século, Floriano tornou-se, pelo trabalho, competência e determinação de seus habitantes, de modo especial daqueles pioneiros que lograram distinguir-se como impulsionadores do seu progresso, em importante centro comercial. De certo, contribuiu para isso, também, não somente a invejável posição geográfica que Floriano desfrutava comoporta de entrada dos caminhos que levavam ao sul do Piauí e do Maranhão, com o fato de seruma cidade ribeirinha do rio Parnaíba, a qual tinha no transporte fluvial uma via mais fácil e barata para o escoamento dos seus produtos e a comercialização de mercadorias vindas de outras praças do país e do exterior. O "boom" do progresso de Floriano se refletiu na qualidade de vida dos seus habitantes, assim como nos serviços de que dispunha a cidade para o conforto e bem-estar, educação, cultura e lazer da sua população. Com razão, a crônica da época cognominou Floriano de "A Princesa do Sul", do Estado.

Neste particular, Rafael da Fonseca Rocha, florianense de nascimento e de coração, hoje radicado em Brasília, em recente e oportuno trabalho feito sob o título "Floriano - de tão belas recordações", traz um precioso repositório sobre pessoas, coisas e fatos da vida da cidade, cujo trabalho representa uma notável contribuição à história de Floriano.

De outro lado, era de ver o gosto revelado nas construções residenciais da parte mais abastada de seus habitantes, os quais buscavam introduzir novas técnicas e materiais da melhor qualidade nas edificações realizadas. No excelente estudo feito pelo engenheiro-arquiteto José Nunes Fernandes, intitulado "Aspectos da Arquitetura de Floriano", publicado sob os auspícios da Academia Piauiênse de Letras, em 1991, ao descrever as construções realizadas em Floriano, desde o início do séx. XX até 1920, o autor focaliza as principais características e o estilo das edificações desse período, e, dentre muitas outras, por ele analisadas, registrou (às páginas 74 do acima referido trabalho): "Outra construção, feita em 1915, é outro grande exemplar de edificação inspirada na "morada-inteira". É a residência feita pelo Sr. Cristino Castro, que hoje pertence à sua família. O sr. Cristino Castro foi um dos comerciantes mais ricos da região. O mestre-de-obras e os ajudantes todos foram contratados por ele e vieram do Recife. O famoso mestre-de-obras que veio construiu a casa e fez também todos os ornamentos em massa que aparecem nas fachadas, já que a casa é de esquina. A porta principal dá acesso ao interior da casa através de um corredor. No corredor, como de costume, uma porta de madeira recortada, que fecha parte de um grande vão formado por um lindo arco ogivado bastante movimentado, divide o corredor da intimidade" (6). Como esta, muitas outras edificações da cidade foram analisadas pelo autor, a saber: a de Agripino Castro, Teodoro Sobral, e os "sobrados", casas de dois andares feitas por Salomão Mazuad, José Demes, Adala Atem, Calisto Lobo, e a mais antiga e bonita casa residencial do empresário e político Hermano Brandão.

Também no final da década de 20, chegaram a Floriano os primeiros automóveis importados. Eram de propriedade de Cristino Castro, Mundico Castro, Afonso Nogueira, José Fonseca, Leonidas Leão, aos quais se somava um Ford de bigode, do Major Carlino Nunes e outro de José Guimarães.

Portanto, o cenário em que se desenvolveu a cidade de Floriano foi dos mais propícios, desde a sua fundação até a primeira metade deste século, não só em razão dos recursos naturais de que dispunha o município, do qual faziam parte o rico vale do rio Itaueira, o Rio Grande e Nazaré, onde se situam as Fazendas Estaduais, antigas propriedades dos Jesuítas doadas pelo sertanista Domingos Afonso Mafrense. Também deve ter contribuído para isso, a dedicação e o amor ao trabalho daqueles que vieram para ficar, como autênticos pioneiros, cada um dando o melhor de si nas suas respectivas atividades, sem esquecer o retorno indispensável à comunidade a que pertenciam. Dentre essas pessoas distinguiram-se como os primeiros empresários: Neto, Pires & Cia., com filial em Parnaiba, tendo como sócios Pedro Vieira Neto e João Pires Ferreira; Hermano Brandão; José Rodrigues Pereira de Carvalho; Fonseca, Borges & Cia., sucessores de Estrela e Borges; Luiz F. Ribeiro Gonçalves; Farmácia Marques, do dr. Fernando de Oliveira Marques; Diocleciano Ribeiro & Cia. (agência de vapores), de Diocleciano da Silva Ribeiro e Frutuoso Pacheco Soares; Bazar Estrela, de Felix Estrela; Elisiário F. de Souza; Francisco Castro & Filhos; Antonio Pereira Neto; Raimundo Neves de Atayde; Mercearia Lealdade, de João Pereira Lopes; Almeida Guimarães & Passarinho; Alfaiataria Castro, de Manoel Conrado de Castro, Gabriel Gomes Ferreira; José Guimarães; Francisco Cavalcanti; Ourivesaria Franco, de Raimundo Pereira Franco; Francisco Antonio Nunes; Antonio Zarur, Filho & Cia. e Martinho Rocha

Mais recentemente, num período que poderíamos dizer de consolidação e expansão de Floriano como importante centro radiador do progresso, distinguiram-se: Cristino Castro & Irmão; Salomão Mazuad; Calisto Lobo; Leônidas Leão & Filhos; Raimundo Mamede de Castro, que organizou a empresa Fazendas Reunidas Raimundo Castro S.A., o maior complexo agropecuário do Piauí, atualmente de propriedade do dr. Filadelfo Castro; Afonso Nogueira & Filhos (agência de vapores e comércio); Assad Kalume; Emilio Gabriel; David Kreit; José Demes & Filhos; Adala Atem; Milad Kalume; João Luiz da Silva (agência de vapores); João Vianna deCarvalho (agente dos hidroaviões "Condor); João Frejat; Bucar Amado Bucar; José Andrade Conrado Sobrinho; Mamede Arudá Bucar; Pedro Atem; Salim Atem; David Mazuad; Dico Leão; Francisco Lima; Famácia Sobral, do Dr. Teodoro Ferreira Sobral, hoje de propriedade do jovem e vitorioso empresário Teodoro Ferreira Sobral Neto; Farmácia Rocha, dodr. Raimundo Alves Pereira da Rocha; F. Antão Reis; Tufi Lobo; Jorge Waquim; Faiz Salim; Farmácia Coelho, de dr. Abilio Cavalcanti Coelho, aos quais se somavam importantes firmas de outras praças instaladas em Floriano, como a Casa Marc Jacob (gerentes: José Dutra e Manoel Alves de Almeida); Morais & Cia (gerentes: Antonio Anisio Ribeiro Gonçalves e Raimundo AraújoCosta); Casa Ingleza (gerente: Clóvis Mello); Machado & Trindade; (Gerente: Tiago Roque de Araújo); Casas Pernambucanas (gerentes: Odir Gonçalves e Anésio Batista); Lojas Rianil  (gerente: Gervásio Medeiros).

Não há a menor dúvida, o que Floriano teve de melhor ao longo de sua formação histórica foi o desenvolvimento e competência dos educadores de sua mocidade, os quais conseguiram plasmar um edificante espírito de comunidade que contaminou os diferentes segmentos da sociedade florianense. Dentre os que mais se destacaram, são aqui relembrados os seguintes educadores: Padre Uchôa, Padre Antonio Marques dos Reis, Juiz Everton Augusto da Silva, do Colégio São Vicente de Paulo; Padre Moisés Pereira dos Santos, fundador do Colégio 1º de Maio; Estefânia Conrado, Aleluia Azevedo, Morena Abreu, dr. José Messias Cavalcanti, Osternes Brandão, José Severiano da Costa Andrade, Iraci Martins, Alceu Brandão, Mirtila Cotrim, Araci Dutra, Veras de Holanda, Filó Soares, José Raimundo Vasconcelos, fundador do Colégio Santa Terezinha, em 1934, posteriormente dirigido pelo Dr. Manoel Sobral Neto, Padre Pedro da Silva Oliveira, Eleutério Rezende, Maria Matos, Josefina Demes, Albino (Binú) Leão de Fonseca, Juiz Fernando Lopes Sobrinho, Zélia Martins Rocha, Heloisa Sobral, Aldenora Olegário, Adélia Waquim, Raimunda Carvalho, Moema Frejat, Lurdes Martins, Abilio Neiva de Souza, Heli da Rocha Nunes, Dona Hercilia Camargo, Djalma Silva, Termutes Carvalho, Iracema Miranda, Oscar Cavalcanti,  Joaquim Lustosa Sobrinho, Mundiquinha Drumond, Jovenilia Rocha, Francisca Silva e as irmãs Iracema, Ligia e Beatriz da Costa e Silva, e Alda, Maria Enedina e Antonia Ferreira de Castro.

Se a classe empresarial, nos setores de agricultura, comércio e indústria, era esclarecida e competitiva, e os educadores cumpriam sua importante missão, Floriano contou também com uma liderança política atenta e responsável, inicialmente se destacando os Prefeitos: João Chico, 1º prefeito de Floriano, em 1894; seguindo-se Raimundo Borges da Silva (1904); Euripedes Clementino de Aguiar (1912-16); Antonio Luis de Arêa Leão (1922-26); Fernando de Oliveira Marques (1926-30); Cirilo Martins, João Rodrigues Vieira, Teodoro Ferreira Sobral (1931-34); Oswaldo da Costa e Silva (1934-45); Gonçalo Teixeira Nunes (1945); Djalma José Nunes (1945-47); Luiz Raimundo de Castro, Raimundo José Martins de Araújo Costa; Sebastião Martins de Araújo Costa (1943-50). Faleceu quando eleito pela segunda vez, em 1954. Tibério Barbosa Nunes (1951-55 - 1967-7); Herbrand Ribeiro Gonçalves (1056-58); Francisco Antão Reis (1959-62); Fauzer Bucar, faleceu quando eleito (1962), substituído pelo Vice, Hermes Pacheco (1962-66); José Bruno dos Santos (1971-73); Adelmar Pereira da Silva (1977-82); Manoel Simplicio da Silva (1983-88 e 01-01-93); José Leão Azevedo de Carvalho (1989-92).

Outras importantes lideranças políticas (que não faziam parte do mundo oficial) merecem citação como: Major Carlino Nunes, Marinho de Queiroz, 1º Presidente do Legislativo Municipal, em 1891, João Viana de Carvalho, Raimundo (Dóca) Rocha, Inácio Carvalho, Leto Leitão Ferrreira, Nilo Brandão, João Leal, João de Deus Neto, dr. Manoel Gomes Ferreira, Pedro Gaudêncio de Castro e Defala Atem. Filadelfo Castro, deputado estadual e João Calisto Lobo, eleito para o Senado Federal.

Como artistas, firmam-se Pindaro Castelo Branco, Raimundo Kalil e Cosme Coelho Rocha. Nas artes cinematográficas, Geraldo Sobral Rocha.

A essa época, além de várias escolas públicas e particulares, Floriano contava ainda com o Liceu Municipal, criado pela Lei nº 125 de 22-07-1929, dirigido pelo Prof. Felismino Weser, e a Escola Normal Municipal de Floriano, criada pela mesma lei, que passou a Escola Regional e, depois, a Colégio Dr. Oswaldo da Costa e Silva, em homenagem àquele que foi um grande incentivador da instrução no Município, à época, destacando-se, entre os de melhor índice de alfabetização doEstado.

Neste período, eram editados em Floriano os seguintes jornais: "O Popular", fundado em 1911, de propriedade do sr. José Pires; em 1925 circulou o jornal "Floriano", de propriedade do coronel Doca Borges; em 1935, surgiram os jornais "Correio do Sul", do coronel Raimundo Mamede Castro, tendo em Eugenelino Boson, advogado provisionado, chefe da editoria, e "A Luta", do dr. Oswaldo da Costa e Silva, o qual contou com a colaboração de Amâncio Calland, respeitado líder classista, e Osternes Brandão, como editorialistas para a campanha política daquele ano.

No setor cultural, Floriano contou, a partir da década de 30, com o Teatro Politeama, importante casa de espetáculos, destinada a representações teatrais e/ou populares. Duas bandas de música, a Filarmônica Florianense (1912) e a Euterpe Florianense (1933), alegraram os florianenses, sem contar os conjuntos musicais menores.

Nos esportes, os clubes de futebol mais importantes eram dois, bastante representativos dos mais importantes segmentos da sociedade florianense: o Comércio Esporte Clube e o Artístico Futebol Clube, este, mantido pela União Artística Operária Florianense, pujante entidade da classe operária fundada em 1920, numa memorável sessão presidida pelo sr. Agripino Raimundo de Castro, tendo sido eleito seu primeiro presidente o sr. Antonio Nunes de Almeida. Referida entidade mantinha o Colégio 1º de Maio e a Escola David Caldas, esta para adultos, à noite, além de patrocinar atividades artísticas, culturais e sociais.

Eram líderes conceituados nos meios operários florianenses Amâncio Calland, Manoel Camarço, Francisco Paixão, João Alves Silva, João Dantas, Mestre Eugênio Araújo, José Duque de França, Joaquim (Quincas) Araújo, José Oliveira, vulgo Zé Caboré, Miguel Borges, ourives, Luiz Pinto deOliveira, Epifânio Borba, José Olegário, Mestre José Manduca, José Ferreira Rocha.

6/04/2021

Retratos de Floriano

 

CORRESPONDÊNCIA


Carta de Delmar Mendes dos Reis, de Belo Horizonte para Rafael da Fonseca Rocha, Brasília, datada de 14 de março de 2006.

Prezado Amigo,

Saúde, Paz e Felicidades extensivos à Exma Família.

Inicialmente, agradeço-lhe, uma vez mais, pela oferta que me fez dos livros  - “ FLORIANO, de nostálgicas recordações “ e o “ Era uma vez “.

Você viveu em Floriano, mais tempo do que eu, pois deixei a nossa terra aos vinte anos de idade, isto é, em 1935, quando fui para Teresina, onde vivi por oito anos, e em fevereiro de 1944, vim para Minas Gerais – Belo Horizonte. Em abril desse ano fiz concurso para o Banco Hipotecário, e em junho a diretoria deste determinou que eu iniciasse a vida bancária em Teófilo Otoni, cidade onde constituí família dois anos depois, em dezembro de 1946. Entre esta cidade, Jequitinhonha, Pedra Azul e Resplendor, decorreram dezoito anos, quando em 1964 fixei residência definitiva em Belo Horizonte, em decorrência de minha promoção de gerente para inspetor. Nesta função viajei quase quinze anos, até minha aposentadoria em 1979.

Lendo suas reminiscências no “ Era uma vez “, em que você, à sombra dos pés de tamarindos, na beira do rio Parnaíba, transformou-se num nostálgico sonhador do tempo de sua juventude, recordei-me de quatro pessoas distintas: o velho Zé Guimarães, sentado em sua cadeira de balanço lendo jornais à sombra de um frondoso pé de castanheira; do senhor Polidoro, que tinha uma perna de pau; do intelectual Serafim Gomes neto, o qual periodicamente sofria das faculdades mentais, e do amigo Eleutério Rezende, atravessando o rio pé, varejando a sua canoa até Barão de Grajaú.

Eu, apesar de minha pouca idade, tinha muitas amizades com pessoas de mais idade, entre estas, cito: Dico Leão, seu tio, que muito me incentivou para que eu viesse para Minas; Netinho, Amâncio Calland, Milad Kalume ( este escreveu para mim o alfabeto árabe, para eu aprender sua língua ). Conheci muito seu tio Doca Rocha, cujo bar de sua propriedade foi vendido para o senhor Calixto Lobo, que entregou a direção do dito bar para o senhor Moisés Kinahier explorar e servir de ponto de reunião dos “ carcamanos “ nas horas de ociosidade.

No seu livro “ Floriano “, além de outros assuntos, você fala sobre o Teatro “ Polyteama “, o qual foi construído em cima do riacho do “ Gato “, por iniciativa do Cel. Hermano Brandão. Este teatro, além da arte cênica, funcionou como cinema mudo. Também serviu para bailes à fantasia nos dias carnavalescos da sociedade florianense.

Sobre o jantar oferecido ao Tenente-Coronel ( não general ) João Alberto Lins de Barros, o qual se realizou na residência do senhor Fernando Alves da Silva, sendo que o piano onde o referido revolucionário dedilhou algumas peças musicais, pertencia à professora Hercília Barros Camarço. Como um dos assistentes ao evento através das janelas, fiquei admirado ao ver um homem tocando piano, eis que, com dez anos de idade, pensava que somente as pessoas do sexo feminino, tocava referido instrumento musical.

No tópico gente, onde você escreveu sobre Zé Caboré e João Guerra, ao terminar a descrição deste, você começou: duro, até achei que o assunto ainda era sobre o João, porém, tratava-se do senhor Raimundo Ramos, farmacêutico prático, marido de dona Mundola.

Com referência ao poeta Véras de Holanda, cuja esposa era filha do senhor Anfilófio Melo, rendo-lhe também minhas homenagens, pelo primor de seus versos, especialmente o poema “ O Trinta e Dois” e o hino “ Minha Terra”. Infelizmente ele morreu moço, de tuberculose, doença que perseguia os poetas de antanho.

Você faz referência, com muita propriedade, o descaso com que são tratados aqueles artistas, cujos trabalhos foram reconhecidos por outrem, não merecendo das pessoas ou autoridades de seu torrão natal, nenhum prêmio ou incentivo pelo serviço executado. Bem diz o ditado: “ ninguém é profeta em sua terra”.

Os dois prefaciantes dos livros merecem, com certeza, os nossos aplausos, sendo desnecessários maiores comentários.

Terminando, observei que você é um eterno saudosista de sua terra, além de ficionista e sonhador. Continue assim.

Mais uma vez parabéns e obrigado.

Ao seu inteiro dispor, abraços do conterrâneo

Delmar Mendes dos Reis

5/28/2021

Retratos de Floriano

 

Veteranos de Floriano
 

No passado, o futebol de Floriano despontava pelos quatro cantos do Brasil, encantava e disseminava grandes alegrias. A nossa sociedade levantava essa bandeira de maneira ímpar e com a empatia que transbordava a gregos e troianos.

O Ferroviário, o Artístico, o CRB e, até o famoso Cori-Sabbá ainda conseguiu expor de maneira brilhante o nosso futebol com grandes craques como Walberto, Bitonho, Caraolho e outros, conseguindo levantar o troféu de campeão do campeonato piauiense de 1995 com garra e galhardia, chegando a bater o Botafogo do Rio pela Copa do Brasil daquele grande momento.

O detalhe é que não sabemos o porquê o nosso futebol entrou em decadência e não está mais conseguindo alavancar a nossa hegemonia. Cidade como Altos é que está dominando tudo. Os nossos dirigentes, gestores e entusiastas do nosso esporte desapareceram e não dão mais o ar da graça.

Na foto acima, observamos velhos amigos veteranos recordando o seu tempo, como
Bagana,  Gil Marinho,  Lauro,  Pompéia, João Pinto, Jeremias, e Nozinho;
Poncion, Zé Fernandes , Grilo, Pepedro e Selvu. 

Acreditamos, ainda, sonhamos com o retorno do CoriSabbá e do Princesa do Sul para a segunda divisão deste ano. Quem sabe, os empresários e os gestores atuais possam colaborar e incentivar de volta o nosso esporte bretão?


Retratos de Floriano

 

Flagrantes de uma cidade (1997)
Praça Dr Sebastião Martins - Anos 1950
Essa é uma tomada da antiga praça João Pessoa, a nossa principal praça nos anos de 1950. 
 
Idealizada na gestão do prefeito doutor Sebastião Martins de Araújo Costa, através de um projeto do engenheiro Luiz Ribeiro Gonçalves, a praça depois recebeu o nome do prefeito Sebastião Martins.

Os arvoredos começavam a dar uma dinâmica em sua arborização. Ainda vê-se a antiga Farmácia Coelho, a Casa São Luiz, a Farmácia Rocha e uma loja da família Neiva. Época romântica, que nos proporcionou grandes emoções.

Hoje, temos aí um monumento arquitetônico moderno, sem os antigos arvoredos, mas que representa a nossa realidade atual. Mas é bom sempre estarmos de olho nas mudanças que poderão ocorrer, no sentido de evitarmos a ruína de nossas tradições.

Fonte: FLAGRANTES DE UMA CIDADE, Luiz Paulo Lopes

5/26/2021

Faleceu Maria José Soares

 

Saudades Eternas!

 

Zezé ao lado de Tibério

Faleceu Maria José Soaes ( Zezé)

Faleceu agora no dia 24 de maio, a nossa querida Maria José Soares, a Zezé como era mais conhecida. Era funcionária aposentada do INCRA e morava em Teresina.

Maria José Soares nasceu em 17 de julho de 1937 e chegou aos seus 83 anos bem vividos e com a sua missão cumprida. Não casou e não teve filhos. Preferiu ser também professora e cuidando das crianças em escola, residências e creches pelo mundo a fora..

Zezé era minha madrinha de batismo, me ajudou muito em todos os sentidos da vida. Sempre estávamos conversando e versando sobre tudo dessa vida. Tinha uma empatia com o senso de humor que transbordava.

Era filha de tia Maria com o Nenem Grande, moravam em Veados (hoje Artur Passos), tinha como irmãos o Cícero Damas (Radiotécnico já falecido) e um outro irmão Delfino (dentista) que ainda trabalha em Brasília.

Outro depoimento:

Em sua recente visita, o nosso irmão Tibério pode rever pessoas do mais alto gabarito; no caso, a minha madrinha Zezé Soares, filha da tia Maria com o tio Neném Grande.

São momentos que precisamos registrar, para ficar na história de nossa família. A Zezé, hoje, aposentada, continua sempre sendo uma pessoa maravilhosa, atenciosa e nos proporcionando um bem estar saudável, quando temos a sua presença.

A vida é assim, temos que continuar na luta e buscar sempre esses momentos que nos deixam cheios de esperanças no dia a dia. 

DEUS SEJA LOUVADO E RECEBE A NOSSA QUERIDA ZEZÉ COM ALEGRIA E ORAÇÕES!


5/24/2021

Retratos do nosso futebol

 

Cori-Sabbá

Fonte acervodabola.com.br/

Cori-Sabbá

* Colaborou Leandro Paulo Bernardo

O torcedor do Corinthians é conhecido por ser “fiel”, mas nesses meus 32 anos acompanhando futebol posso afirmar que um time do Piauí tem torcedores tão fiéis quanto o “outro Corinthians”, trata-se do guerreiro Cori-Sabbá da cidade de Floriano, que hoje completa 45 anos.

Fundado no dia 24 de maio de 1973 após a fusão de dois clubes amadores da cidade: o Corinthians (Cori) e o Auto-Posto Sabbá (Sabbá). Em 1991, o Cori profissionalizou-se e participou pela primeira vez do Campeonato Piauiense que passava por uma crise devido a ausência dos clubes de Teresina.

O Cori-Sabbá ficou apenas na oitava colocação, mas apresentou dois destaques; o atacante Walberto que foi o artilheiro com 15 gols e a melhor média de público do estadual.

Naquela década o futebol piauiense foi dominado pelas equipes do interior e o Cori-Sabbá atingiu seu ápice em 1995 quando foi Campeão Piauiense em cima do Caiçara de Campo Maior. O atacante alvinegro Walberto foi novamente o artilheiro da competição com 15 gols ao lado de Brinquedo do Caiçara.

Sílvio Lemos (Técnico), Valdo, Dilvan, Carlos Silva, Mauro, Andrade e Álvaro.
Agachados: Bentivi (massagista),Vanin, Walberto, Filhinho, Laninho e Bitonho.

Daquela equipe o lateral esquerdo Vanin teve destaque no Atlético Paranaense e Fluminense. O clube iniciou sua saga por competições nacionais em 1995 com a mítica e recheada série C. Ficou na lanterna do grupo 20 que tinha também o Coroatá-MA e o Picos-PI. Porém sua fama nacional chegaria no ano seguinte ao derrotar o Botafogo em Teresina pela Copa do Brasil por 1×0.

Numa das maiores invasões de torcedores ocorridas no Brasil, 13 mil torcedores encararam mais de 250 KM, entre Floriano e Teresina, e gritaram pelo Cori-Sabbá contra o atual campeão brasileiro. Aos 45 minutos do segundo tempo, Bitonho marcou o gol do alvinegro mais querido do Piauí.
No jogo de volta o Botafogo venceu por 3×0 e se classificou, mas o Cori-Sabbá permanecia organizado, no mesmo ano foi vice-campeão piauiense, perdendo a final para o River.

No segundo semestre disputaria novamente a Série C do Campeonato Brasileiro. Ficou em terceiro lugar no grupo 4 que tinha também Ferroviário-CE, Fortaleza e River-PI. Destaque para a vitória por 1 x 0 num histórico escrete do Ferroviário em pleno Presidente Vargas na cidade de Fortaleza.

Profissionalmente o Cori-Sabbá viveu seu último auge em 1998 quando foi vice-campeão piauiense perdendo na final para o Picos.

Coincidentemente também marcava o fim da gestão do presidente Gilberto Duarte que ficou no clube de 1993 até 1998. A Águia do Sul disputou a Série C do Campeonato Brasileiro do mesmo ano, ficando na lanterna do grupo 2, que tinha também Ferroviário-CE, Fortaleza, Moto Club, Picos e Viana-MA.

Um fato marcante nessa série C de 1998 foi que o Cori-Sabbá fez uma partida preliminar da Seleção Brasileira. Na tarde do dia 23 de setembro houve a estréia de Vanderley Luxemburgo como treinador, o Brasil enfrentou a Iugoslávia em São Luís. As duas horas da tarde, Moto Club e Cori-Sabbá empataram por dois a dois num Castelão lotado.

No decorrer dos anos o clube alternou participações entre a primeira e a segunda divisão do campeonato estadual. Em 2016 o Cori viveu um paradoxo, foi rebaixado no campeonato estadual, mas foi vice-campeão do Campeonato Piauiense Sub-19, conseguindo assim, uma vaga para a Copa São Paulo de Futebol Junior pela primeira vez na história do clube.

Em 2017 participou da copa Copa São Paulo de Futebol Junior. No primeiro jogo perdeu para o Nacional-SP, donos da casa, pelo placar de 2×1. Na segunda partida ganhou do Pérolas Negras do Haiti pelo placar de 1 x 0. Na terceira partida foi eliminado pelo bom time do Goiás pelo placar de 4 x 2, ficando em terceiro lugar no grupo e não se classificando para a próxima fase.

Um grande amigo torcedor do Cori-Sabbá talvez tenha feito “o gol” mais emblemático daquela copinha. Karol Castro mora no Maranhão e foi até São Paulo só para acompanhar o Cori-Sabbá naquele campeonato. Pintou uma faixa muita simbólica; “Nunca Estarás Sozinho”… e realmente não esteve, lá no estádio Nicolau Alayon acabou encontrando Elton Rodrigues (torcedor do Cori que mora em Osasco) e foram as vozes puxando a vitória contra o time do Haiti (quebrando um tabu de três anos sem vitória piauiense na competição).

No segundo semestre de 2017 apenas Cori-Sabbá e Ferroviário de Parnaíba se inscreveram para disputar a segunda divisão estadual. A Federação não realizou o campeonato, mas agora em 2018 seis equipes se inscreveram… e para nossa felicidade o Cori-Sabbá estará novamente.

Tenho plena convicção que ele não caminhará sozinho, o Tibeirão vai receber muito mais do que sua capacidade para 4.200 pessoas, pois os amantes desse clube mesmo longe de Floriano estarão na vibração positiva, seja Karol no Maranhão, Elton em Osasco, Professor Calebe em Cristino de Castro e tantos outros como eu.

Professor Calebe

O futebol verdadeiro ainda respira e essa torcida do Cori-Sabbá é um oxigênio fundamental.

* Leandro Paulo Bernardo – Cirurgião-Dentista, apaixonado por futebol, literatura e música desde os quatro anos, e com o coração dividido entre o Santa Cruz e a Portuguesa.


 

ALDÊNIO NUNES - a enciclopédia do rádio florianense

  ALDÊNIO NUNES – A ENCICLOPÉDIA, NUMA ENTREVISTA INIMITÁVEL, MOSTROU POR QUE SEMPRE ESTEVE À FRENTE! Reportagem: César Sobrinho A radiodifu...