Sinésio do Ferroviario de Floriano
Entre o amor e o desgosto, SINESIO lembra sua passagem pelo futebol
O Diabo Loiro foi um dos grandes nomes do futebol amador de Petrolina-PE. Desgostoso com o esporte, o ex-jogador diz que não vai ao estádio há 30 anos
A tristeza com o esporte fez com que Sinésio deletasse da memória os vários gols que marcou. Porém, olhando para a parede de sua casa, é possível ver algumas fotografias da época em que brilhava nos campos petrolinenses. O nome dos antigos companheiros saem com enorme facilidade.
– Eu não lembro dos gols que eu fiz, nem dos títulos. Tem aquele ali (apontado para a fotografia na parede de casa), foi o tricampeonato do América, mas eu já estava jogando em Teresina, mas vim botar a faixa porque eu tinha sido campeão. O que eu lembro é aquele ali, uma época boa, que tinha Rubenílson, Carlos Henrique, Elmo, Bosco, era um timaço.
A cor dos cabelos deu a Sinésio o apelido pelo qual é conhecido até hoje. O batismo foi feito por um antigo narrador esportivo de Petrolina.
– Quem botou o apelido de Diabo Loiro foi Foguinho. Ainda hoje a maioria dos conhecidos meu me chamam desse jeito– diz Sinésio.
– Para não dizer que eu nunca vi meu filho jogando, teve um jogo da Seleção de Petrolina contra o Sport Recife, que os caras pelejaram para eu ir. Terminei indo, parece que foi 1 a 1 o jogo. Não aguentei ficar até o final, no segundo tempo fui embora. Perdi o gosto – afirma o Diabo Loiro.
Sinésio conta que só acompanha o futebol pela TV. Em relação a atual situação do esporte petrolinense, o ex-jogador do Caiano não vê com bons olhos.
– Eu não tinha nenhuma lembrança, me desgostei. Mas, agora que cheguei na idade, resolvi botar esses retratos, para quando eu morrer, os bisnetos saberem – conclui o Diabo Loiro.
Dentro de campo, o Diabo Loiro infernizava as defesas, mas não tinha posição definida nas quatro linhas.
– Naquela época não existia o 4-2-4, mas a gente já fazia o 4-3-3. Eu estava na defesa, jogava como ponteiro esquerdo, como centroavante e voltava. Todo mundo jogava, não é que nem hoje. Está vendo a Seleção como está? Naquele tempo tinha futebol.
Sinésio jogou bola até 1975. O Diabo Loiro ainda teve algumas passagens como treinador, mas a experiência só serviu para aumentar as mágoas que carrega do esporte.
– Teve uma época que eu treinava o América, era final. No dia do jogo, era a última partida, Palmeiras e América, aí nós estávamos quase na hora do jogo, já nos preparando para ir para o campo, quando o presidente do América trouxe Geraldo Olinda para treinar o time. Aquilo para mim foi mesmo que dar uma facada no meu peito. Eu estava treinando o time e na última hora de botar o time em campo o cara chega com outro treinador – lembra Sinésio.
Bastante chateado, Sinésio nem assistiu ao jogo. Saiu do estádio e ficou pela rua. No final da partida, sabendo do resultado, ele lavou a alma.
– Eu não vim nem em casa. Fiquei desgostoso pela rua. Eu disse que iam perder o jogo. O Palmeiras ganhou de 1 a 0. Essas coisas assim que aconteceram eu nem gosto de falar.
Desde quando largou o futebol, Sinésio garante que não pisou mais no estádio de Petrolina. Em 30 anos, a exceção só foi quebrada em uma única vez, dada a insistência de amigos e vizinhos. Na ocasião, o ex-jogador foi ver o filho atuar pela Seleção de Petrolina.
Parte das lembranças que Sinésio guarda do futebol estão na parede de casa (Foto: Emerson Rocha)
Sinésio conta que só acompanha o futebol pela TV. Em relação a atual situação do esporte petrolinense, o ex-jogador do Caiano não vê com bons olhos.
– O futebol de Petrolina não tem um patrocínio, não tem nada, manda buscar jogador fora. Você vê Salgueiro, que a vista de Petrolina é uma cidade pequena, mas com um futebol que representa bem.
Mesmo com o desgosto que tomou pelo futebol de Petrolina, Sinésio deve ser lembrado por tudo que fez dentro de campo. O Diabo Loiro fez gols, ganhou títulos, fez amigos, sofreu nas mãos de dirigentes. Parte desse passado, que ele as vezes prefere não contar, hoje está na parede de sua casa, em cinco ou seis fotografias.
Fonte: globo esporte.com
Que maravilha essa lembrança que você nos brinda, com o jogador Sinésio, que atuou pelo ferroviário da nossa terrinha nos anos de 1966, quando o ferrim estava no auge.
Lembro da primeira vez que ele atuou nos gramados de Floriano, foi exatamente defendendo as cores do América de Petrolina/PE, oportunidade em aplicou uma sonora goleada ao nosso escrete.
O time do América, além de Sinésio, tinha um jogador chamado Domício, cuja potência nos chutes, assustara JOÃO MARTINS, goleiro do ferroviário, naquela partida.
Posteriormente, o Diabo Louro veio jogar no ferrim, ajudando na conquista de glória para o futebol florianense.
Belas lembranças.
Obrigado amigo