Dispersão Poética

Esses corredores, poeta, ainda te povoa; na brisa doce do tempo; no silêncio soturno de teus incensos; carregados de sonhos e de tormentos.

Retratos de Floriano

Antiga Zona do Meretrício

Subida da rua Coelho Rodrigues, antiga zona do meretrício,  no cruzamento com a José Guimarães, atualmente, quando estávamos dando um giro pela manhã no centro de Floriano no último dia de carnaval.

Tudo diferente, mudanças e um cenário triste, um local hoje maltratado pelo tempo, prédios enormes em volta de casários ainda antigos se misturando às mudanças da especulação imobiliária sem nexo.

A verdade é que a gente anda por aí, relembrando o passado, quando íamos para as festas de arromba, com muita saudade. Precisamos alertar às autoridades diante dessas mudanças em que passa Floriano, para que possamos comunicar a harmonia que sonhamos para a Princesa do Sul.

Cuidado com o João Besta (?)

João Besta

O pequeno carnaubal aflorava naquela tardinha chuvosa na quinta de dona Maria Prisulina. O Pocinho, jorrando sua água cristalina pros meninos tomarem banho depois de uma pelada no campo da Galeria.

As lavadeiras, com seus filhos pequenos, desatavam suas trouxas pra usar o melhor sabão da cidade, o Edubom. Ou era Edular? Era um corre corre de meninos exaltando suas traquinices numa gritadeira que se escutava a quilômetros de distância.

Entre galhos de Marias Mole, adentrávamos, com baladeiras em punho,  nas moitas da quinta próximo à lagoa pra atirar nas rolinhas e lavadeiras que aninhavam-se ali.

Foi quando percebi um João Besta se coçando no galho de uma goiabeira, talvez se preparando pra um novo acasalamento. Apontei a baladeira diretamente no passarinho com a melhor pedra de fogo que eu tinha na capanga. Na medida que aproximava mais o bichinho se aquietava. A cerca de um metro e meio, atirei e o João Besta (?) ali quietinho da silva xavier.

Quando errei o tiro, percebi que tinha sido atrapalhado pelo meu amigo Gungadim, companheiro de caçada, que se exaltou num desespero casual. Adiantou-se e atirou primeiro, espantando o pássaro que fora pousar em outros galhos.

- Porra, tu me atrapalhou!!!

Prefeito Joel Rodrigues apresenta ações de 2018 e metas para 2019 em sessão na Câmara

Ações da Prefeitura

 A Abertura da Sessão Legislativa 2019, na Câmara de Vereadores foi realizada na noite desta segunda-feira (4). Na pauta da sessão estava o pronunciamento do prefeito de Floriano, Joel Rodrigues que apresentou as metas para 2019, recursos conquistados em importantes parcerias com o governo estadual e federal, dentre outros. 

O gestor municipal falou sobre a revitalização do Cais do Porto, conclusão do residencial Alto da Cruz, construção do prédio para o CAPS ADIII, pavimentação de ruas, dentre outros projetos, que devem ser continuados, iniciados ou concluídos em 2019. O vice-prefeito Antônio Reis, vereadores, secretários municipais, lideranças de grupos e movimentos atuantes no município e a comunidade de modo em geral, participaram da sessão.

Na oportunidade, os participantes da sessão assistiram a um vídeo com o resumo das obras de 2018, que compreende todas as pastas da gestão, com importantes serviços à comunidade, que vão desde o mutirão de cirurgias de catarata, entrega de readequação de diversas Unidades Básicas de Saúde e praças públicas, implantação de sistema de água unificado em comunidades, asfaltamento, recuperação poliédrica, investimentos na educação, cursos profissionalizantes, dentre outros. Joel Rodrigues ressaltou ainda a relevância da integração dos poderes para que as obras sejam possíveis, bem como a importância do poder legislativo para planejamento e execução de projetos relevantes à comunidade, reafirmando o compromisso com Floriano em sua gestão.

Acompanhe todo resumo das ações em: https://1drv.ms/b/s!ApGwUClwPyhbgUwaSLPH0ma2PxuP

De volta para o passado

RETRATOS

Esta é a rua do Cruzeiro, ou praça Tiradentes ( hoje em reformas ) com o cruzamento do antigo Beco das Almas. Era nesta esquina aí que havia um areião, onde costumávamos bater uma bolinha.

Jogavam Cazuza, Silva de dona Julita, Tifie, Neguinho, Bá, Zé de Sousa, Gregório, Danúnzio, Ubaldo, Dácio, Valtinho, Adroaldo, Gilberto, Mané João, Chico, Gunga, Geraldo, Beto, Davi, Zé Valentinho, Zé Arnoldo, Josair e outras figuras.

A casa no detalhe, trata-se do casarão do senhor Zé Vieira. Era aí, também, que nos deliciávamos dos pudins de dona Inésia e das gostosas coalhadas, sucos, quebra-queixo, pirulito, picolés, chá de burro e outras guloseimas, que só ela sabia como fazer.

E no quintal de sua casa tinha siriguela, manga rosa, ata, caju, pitomba, araçá, abacate que faziam a alegria da gurizada.

O lalau que quizesse pular o quintal dali, o nosso amigo Neguinho (filho de criação de seu ZéVieira) já estava ali de plantão com a sua baladeira no pescoço, fazendo a sua ronda implacável.

Tempos que não voltam mais. 

Fazer o quê?

Tem início a III Jornada Pedagógica de Floriano

Na manhã desta segunda-feira (04), a Prefeitura de Floriano, através da Secretaria Municipal de Educação, promoveu a abertura da III Semana Pedagógica, marcando o início do ano letivo da Rede Municipal de Ensino. O evento, que está ocorrendo no auditório da Universidade Federal do Piauí – UFPI, recebeu autoridades municipais, docentes, coordenadores e diretores em sua abertura.

Com o tema “Construindo ações inovadoras para uma aprendizagem de resultados”, a Jornada acontece de 04 a 07 de fevereiro, com uma vasta programação de oficinas e palestras que buscam melhorar as práticas pedagógicas no cotidiano, construindo ações inovadoras para melhoria da educação municipal. A abertura do evento foi marcada por apresentações culturais e uma palestra sobre Educação Emocional – “Cuidar de quem cuida”, pela psicóloga Valdicelsia Leal.

A Jornada Pedagógica reúne professores, gestores e coordenadores para elaboração de uma planejamento que norteará a aplicação da metodologia anual. Em seu discurso, o secretário de Educação, Joab Carvalho, falou sobre a importância do planejamento pedagógico e sobre os avanços na educação municipal. O prefeito Joel Rodrigues usou a tribuna, e destacou a importância da elaboração das metas, que contribuirão para a elevação do índice de desenvolvimento da educação – IDEB.

As aulas da rede pública de ensino estão previstas para iniciar no próximo dia 11 de fevereiro, segunda-feira.

FOLCLORE ÁRABE-FLORIANENSE

ATITUDE SUSPEITA

Salomão Cury-Rad Oka

Na época áurea do comércio árabe-florianense, os clubes sociais e os clubes de serviço se caracterizavam por sua exigência em selecionar os freqüentadores.

Nos idos daquele tempo, fazer parte da seleta casta freqüentadora de agremiações como o Rotary Club de Floriano, Clube de Regatas, Maçonaria e o tradicional Floriano Clube ( foto ) demandava coleguismo, filantropia, caráter e, naturalmente, contatos sociais e dinheiro.

Na boa e democrática Floriano de hoje, basta interesse em servir ou em aparecer. Aliás, atualmente, ter o “perfil” de rotariano ou de maçom é mais importante que ter dinheiro ou posição social.

Durante um grande período do século XX, ser de origem árabe também era um fator importante a ser considerado ( talvez, por causa do enorme montante de valores que circulava nas mãos dos carcamanos ). Obviamente, existiam importantes famílias brasileiras que também eram partícipes dos movimentos sociais em Floriano.

Assim, pode-se dizer que existem as mais diversas histórias sobre sírios participando de eventos sociais e de agremiações. Nada que se comparasse às festas e banquetes que eles faziam só para si e para parentes, mas várias delas merecem registro por já estarem nos comentários populares há mais de sessenta anos, como o caso descrito aqui, que relata o que aconteceu quando um certo árabe, rico e participativo do “high society” dos anos cinqüenta, prestes a se casar ( há quem diga, já casado ) com uma linda moça de origem síria, quis adentrar nos salões do seleto FLORIANO CLUBE na companhia de duas belas funcionárias da casa de tolerância de dona Madalena.

O senhor Michel Demes era um sírio muito popular, pois tinha um modo peculiar de fazer as vendas no seu empório. Vendia de tudo lá, da “areia brilhante” ao perfume francês, o que fazia sua loja ser freqüentada por todas as classes sociais. Era uma verdadeira democracia: estudantes, vaqueiros, damas da sociedade, políticos influentes, enfim, qualquer pessoa podia entrar na “Casa do Michel”. Sempre conversava bastante com os compradores, tirando piadas e fazendo o cliente gastar mais que o necessário. Apesar da baixa estatura, tinha uns olhos azuis que exibiam um brilho encantador sobre o freguês e sobre as muitas namoradas que arrumava, deixando sua filha Ivone enlouquecida de ciúmes.

Naquele dia, ao fim do expediente, o senhor Michel subtraiu da loja dois vestidos de festa, sapatos, bijuterias e produtos de toalete para agradar às duas cortesãs e leva-las ao pomposo Floriano Clube. Apesar de trajadas como damas, a atitude era delatora. A palavra “batala” estava escrita em suas testas. Para quem não sabe, batala era a alcunha dada pelos árabes às moças de vida fácil. Ao passar pela portaria, um dos seguranças abordou o árabe, dizendo:

- Sinto muito, senhor Michel, mas o senhor não pode entrar com essas duas moças suspeitas!

Michel Demes, mais que depressa, respondeu:

- Suspeitas? – disse em tom de surpresa – Essas duas senhoritas não são suspeitas de maneira nenhuma! Elas são duas putas assumidas! As suspeitas estão aí dentro, misturadas com as damas de verdade, dançando com os maridos à noite e com os amantes de dia! Meu Deus, onde foi parar a democracia do Brasil!